domingo, setembro 18, 2022

Será que estou vivo?


Por acaso o título não tem a ver com não ter escrito nada aqui por mais de 3 meses. Podia ser mas não, tem a ver com uma dúvida que me surgiu esta manhã em consequência de uma sensação de ontem.
E a sensação foi também ela consequência de um sintoma que me apareceu ao final da manhã e surgiu ao deitar a mais pequena e a começar a adormecer eu próprio.
Comecemos então pelo início.

sábado, setembro 03, 2022

Twitteradas de Verão - You can run but you cannot hide!

São agora cerca das 5:45 da manhã aqui na Holanda Setentrional e eu tentei me esconder do meu filho Sebastião, que acordou há uns minutos e está a ver se eu já estou acordado para ele vir para baixo ter comigo e ficar na sala a ver televisão, ou melhor a ver vídeos do YouTube na televisão.
Consegui enganá-lo durante 3 minutos apenas...

quinta-feira, agosto 25, 2022

Ainda se questiona a mortalidade durante a pandemia



Há 11 dias estava eu na boda do meu cunhado, e o tema COVID-19 e as mortes da pandemia vieram à baila na nossa mesa, onde estavam 2 grandes amigos meus, os 2 outros membros mais seniores dos S3nhoBoyZ depois de mim, pessoas inteligentes e com quem se pode debater vários temas. Curiosamente um deles até está casado com alguém do sector da saúde, o que poderia dar algum conhecimento extra de quem está por dentro.

quarta-feira, junho 08, 2022

Tudo a mais



Eu tenho 2 textos em draft no meu outro blog e queria escrever a cogitaçãoreflexão sobre (já terem passado mais de) 100 dias de guerra total na Ucrânia (digo total porque a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou em 2014) mas tem-me dado muita preguiça para dedicar a esses temas, e tenho usado o tempo para outras coisas, como ver o Stranger Things (vou no 3) ou começar a ir ao ginásio porque fazer exercício em casa é fixe mas não dá para tudo. E também porque a minha amiga Andrada anda num e inscreveu-me para ir fazer uma sessão à experiência, e a instrutora era uma rapariga asiática a quem eu não consegui resistir quando, com um sorriso na cara, me pediu para inscrever.

terça-feira, maio 31, 2022

Maio será sempre o meu mês de repensar a Saúde Mental



Hoje é o último dia de Maio e este mês tornou-se um marco nos últimos tempos, mas sobretudo o ano passado quando abri o livro aqui no blog sobre a minha saúde mental. E porque foi neste mês que partilhei essa mesma parte da minha vida no meu blog internacional (sobretudo relacionado ao meu recente investimento no Twitter e querer partilhar a minha experiência com uma audiência alargada). Por este motivo estou agora a adaptar o texto que fez o apanhado dos outros (aqui entre nós o título que escolhi é fraquinho para o meu costume) para este meu blog mais pessoal e intimo, porque existe um outro motivo importante: depois do que relatei o ano passado eu continuei a enfrentar problemas com a minha saúde mental até há relativamente pouco tempo apesar de no ano passado achar que estava curado e de pensar que agora estava mais ciente desses problemas e que tinha as ferramentas necessárias para os enfrentar. Mas na verdade voltei a ter que encarar alguns demónios internos depois de umas semanas de férias em Portugal.

segunda-feira, maio 23, 2022

O EuroFestival - All about Ukraine (mas não só)



Acho que nunca antes o vencedor do EuroFestival, que na verdade é o EuroConcurso da Canção pois o nome oficial é Eurovision Song Contest, era sabido semanas antes como este ano; ao confirmar-se que a Ucrânia iria participar já se sabia quem ia ganhar e, como eu escrevi meia-dúzia de vezes, até podiam ter mandado a pequena Amelia a cantar a versão ucraniana do "Let It Go" ou esta moça refugiada na Lituânia que canta uma música que não sei qual é mas que repete as palavras que se tornaram o slogan da resistência à Invasão (Falhada) do Putin: "Slava Ukraini".
Como se pode ver pela imagem de cima, o apoio do público europeu foi por demais evidente, tendo a Ucrânia recebido a pontuação máxima em 28 dos 39 países (são 40 mas o próprio não conta), e um total de 439 pontos em 468 possíveis. A pontuação mais baixa que recebeu dos espectadores foi 7 pontos (4ª mais votada) e foi na Sérvia (eventualmente o país mais amistoso da Rússia de todos os participantes).

sábado, maio 14, 2022

A 13 de Maio...


... na Cova da Iria, apareceu brilhando a Virgem Maria.

Não, não vou falar da Nossa Senhora de Fátima, apesar de já ter falado. É só que sempre que chega este dia e se começa a dizer "a 13 de Maio" vem-me à ideia a música que se cantava sempre na Igreja por estas alturas, com o mesmo título mas também conhecida por "Avé Maria de Fátima" (e na minha cabeça oiço sempre vozes femininas esganiçadas a cantar em 1 ou 2 tons acima do que deviam).
Só que a 13 de Maio de 1975 nasceu o meu irmão Ricardo, e este ano achei escrever aqui umas curiosidades. É aqui e não directamente no Facebook porque o meu irmão não está lá e assim eu posso lhe mandar o link para aqui para ele ler por si próprio.

segunda-feira, maio 09, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #30 - Dia da Vitória ou da Derrota?


No momento em que escrevo isto, nós aqui na Europa Ocidental e também nos EUA ainda estamos no dia 8 de Maio, o dia em que comemoramos a Vitória na Europa, quando foi anunciado que os alemães se renderam aos Aliados e, com isso, o fim oficial da guerra na Europa. Um dia antes, os alemães haviam assinado os Termos de Rendição, o documento legal em Reims onde se afirmava que os combates terminariam às 23:01 CET (hora da Europa Central) do dia 8. Esta é a principal razão pela qual o 8 de maio é considerado o dia para as pessoas que moram neste fuso horário e nos outros mais a Oeste, porque a guerra parou oficialmente nesse preciso dia. No entanto, já era 9 de maio na União Soviética quando isso ocorreu e, para além disso, o Alto Comando Soviético não concordou totalmente com a assinatura dos termos em Reims, pois alegava que a assinatura deveria acontecer na sede do governo da Alemanha, em Berlim. .Sendo assim, outra reunião ocorreu na noite do dia 8 e uma nova versão dos Termos de Rendição foi assinada, sendo a última assinatura colocada no papel no dia 9 de Maio, às 00:16 hora local. Estas são as principais razões pelas quais a Rússia comemora o Dia da Vitória da Grande Guerra Patriótica (é assim que eles chamam a Segunda Guerra Mundial) amanhã, segunda-feira, 9 de Maio, e não hoje com o resto dos Aliados (EUA, Reino Unido e França, os outros países que tal como a URSS assumiram o controlo duma parte da Alemanha depois da rendição).

domingo, maio 08, 2022

Novas Direcções

Agora que estou a escrever este texto, e acabei de escrever o título, lembrei-me de 2 bandas onde toquei, se bem que na verdade foram 3 e só me consigo lembrar de 2 nomes: Direcção Geral e NIB (que ao exemplo dos GNR e UHF é uma sigla conhecida mas nós, eu tenho 90% de certeza que fui eu, definimos como Nova Identidade da Banda). Uma mistura dos 2 nomes resulta quase neste título. Direcção Geral (ou talvez Direcção-Geral) era o nome de quando éramos 6 elementos com 2 vocalistas (eu na bateria, o meu irmão nas teclas, o Paulo na guitarra, o Cami no baixo e a Helena e a Cristina nas vozes) (Correcção a 12 de Maio: não, o nome era Impacto, a Cristina relembrou-me) e agora não me lembro se quando passamos a ser só 4 rapazes (sairam as vocalistas e o meu irmão e entrou o Zé Fernando que cantava e tocava guitarra ritmo) mantivemos o mesmo nome (Correcção a 12 de Maio: neste momento é que adoptamos o nome Direcção-Geral). NIB foi quando saiu o Zé Fernando e entrou a Maria Joana, que tocava guitarra electro-acústica e compôs uma série de músicas. Ela depois saiu e fizemos um casting para uma nova vocalista, cuja escolha, a Marlene, gerou a saída do Cami e entrou o Diogo como novo baixista. Voltamos a ter uns teclistas durante umas fases, o Fernando e o Énio. Eu e o Paulo fomos os únicos membros constantes de banda, o que não me admira porque tornamos-nos amigos muito próximos desde o meu 7° ano, quando fomos colegas de turma (apesar de ele ser 3~4 anos mais velho que eu). Acho que os NIB ainda continuaram um pouco quando eu desisti de vez, e o Paulo e o meu irmão voltaram a juntar-se numa outra banda (um projecto para fazer dinheiro, com músicas de baile, como se costuma dizer).
Mas eu não comecei a escrever este texto para falar da minha história de bandas, apenas aconteceu devido ao nome e calhou bem, porque essa minha história acabou quando eu decidi que era altura de enveredar por novas direcções...

segunda-feira, maio 02, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #29 - Oeste e Leste


Já passaram (mais de) 7 dias desde a última reflexão e provavelmente mais de 7 dias passarão antes da próxima. Estamos na altura de férias primaveris (férias de Maio como eles chamam nos Países Baixos) e depois de 2 anos de movimentos restringidos (apesar de termos atravessado o oceano no final do Verão passado) estávamos a precisar de uma escapada em família, e fazer uma viagem mais longa de carro pois eu noutro dia reparei que fazer uma viagem de mais de 100 km de carro tornou-se uma raridade, quanto mais aquelas longas viagens de mais de 1000 km que fizemos tantas vezes antes de termos a criançada...
Mas enfim, passando à frente desta tirada mais pessoal, está na altura de reflectir um pouco sobre a Invasão (Falhada) do Putin à Ucrânia e como tem estado a decorrer. Apenas algumas ideias e não uma revisão completa dos últimos dias (semanas até).

quinta-feira, abril 28, 2022

Pais, esses maravilhosos seres



Sim, a foto de cima fui eu que tirei e são dos meus pais. Até parece uma montagem porque eu desfoquei as suas figuras e o fundo atrás (linha de comboio e postes, parecia mal). Desfoquei-os porque não lhes pedi autorização para publicar a foto muito menos neste texto que não é lá muito lisonjeiro.
Como escrevi no Twitter, os pais são aqueles seres maravilhosos que tanto nos exaltam como nos deprimem. É uma alternância de estados porque os pais são, como me dizem os meus filhos a mim muitas vezes, os melhores do mundo para pouco depois serem os piores do mundo. Faz parte da parentalidade e não nos podemos esquecer que mesmo depois de termos mais de 40 anos, para os nossos pais vamos continuar a ser miúdos, tal como os meus me vão continuar a parecer pequenitos mesmo quando já andarem sozinhos por esse mundo fora a fazer e a acontecer...
Tantas vezes me vem à ideia esta cena do filme "Father of the Bride" porque agora eu sei que é mesmo verdade (e vai-me acontecer igual quando a minha filha me anunciar algo parecido).

terça-feira, abril 26, 2022

E tu mãe, onde estavas no 25 de Abril?


Ontem acho que foi a primeira vez na minha vida que fiz esta pergunta, que se tornou numa tirada cómica, genuinamente. Fiz a pergunta à minha mãe, tal como está escrito, pois terá sido (também esta) a primeira vez (se não foi a primeira, houve poucas antes) que estava com os meus pais num 25 de Abril. Não perguntei ao meu pai porque eu sabia onde ele estava, estava em França, mas de repente lembrei-me que a minha mão deveria estar em casa, na Senhorinha (aldeia da freguesia de Sever do Vouga, mesmo concelho, distrito de Aveiro). E ela respondeu-me "Estava em casa, a dormir. Foi o Tio Mota que nos veio acordar a todos a dizer que tinha havido um golpe em Lisboa!". Quando lhe perguntei como tinham reagido e como tinha sido o resto do dia ela respondeu (mais palavra, menos palavra): "Ele acordou-nos e pus o rádio muito alto a dar as notícias. Depois fomos trabalhar na mesma, que o que estava a acontecer era longe em Lisboa, não mudava nada para a gente. Alguns estavam com medo que viesse uma guerra civil".

segunda-feira, abril 25, 2022

Grama a grama, esvazia o gordo o papo



Hoje é 25 de Abril, uma data sempre importante para mim e normalmente importante nas minhas redes sociais incluindo o blog. Este ano estou o mais internacional de sempre mas ainda não sei o que vou fazer ou escrever de especial para o 25 de Abril para além de mencionar ser este a primeira vez em que celebramos mais anos de 25 de Abril do que foram os anos de Estado Novo.
Ontem foi também o dia da segunda volta das eleições presidenciais em França, o país que considerei durante muitos anos a minha segunda pátria, e cujo resultado era importante para a liberdade, pois um dos candidatos traria muita instabilidade nessa componente, e mesmo que não afectasse tanto como eu suponha a nível europeu, iria sem qualquer dúvida causar perdas de liberdade religiosa e de movimentos (para a comunidade imigrante) na França. Ontem também se completaram 2 meses duma invasão que dizendo-se servir para desnazificar um país, é uma ameaça à liberdade dos ucranianos, mas não são só eles os ameaçados, por um grupo que parece mais fascista que outros que tiveram oficialmente esse título.

Mas eu venho agora escrever sobre outra coisa que mete perder peso e um problema de mentalidade à mistura, e eu acho que não é bem aquilo que vocês estarão a pensar.

sexta-feira, abril 22, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #28 - Sobre os refugiados


Quando eu partilhei na Reflexão #26 que queria ajudar mais no lado humanitário, mais visível pelos refugiados que chegam aqui, fugindo da guerra, a Marisa mandou-me uma mensagem alertando que é preciso ter algum cuidado e senso comum. Ela conhece pessoalmente um caso em que deu confusão e acha desproporcional a ajuda que se está a dar agora comparando com outros refugiados de outros anos que enfrentam ainda diversos problemas e ninguém parece lhes ligar nenhuma. Sobre a situação que ela conhece não me posso pronunciar por não ter qualquer conhecimento de causa (só sei que aconteceu) mas não é de estranhar que tenha acontecido e continue a acontecer casos aqui e ali em que os refugiados vão abusar da boa vontade de quem os está a ajudar; estamos a falar de pessoas e por isso não são todos anjos. E também é mais que óbvio que existe uma boa vontade muito maior da parte dos restantes europeus em ajudar os ucranianos, quando comparado com outros, mas não só existe o factor da proximidade (física, étnica, cultural e religiosa pelo menos) como esta situação é diferente de outras crises que a Europa enfrentou antes.

sexta-feira, abril 15, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #27 - O desenlace positivo a médio-longo prazo


Como já escrevi várias vezes, duas vezes aqui no blog (Reflexão #21 e Reflexão #24) mas julgo que fui dando indícios do mesmo no Facebook e/ou Twitter, desde relativamente cedo que pensei que o desenlace final da Invasão do Putin à Ucrânia seria bastante positivo a médio-longo prazo, ou seja não vai ser logo depois do conflito terminar, com melhorias a nível do futuro para todas as partes envolvidas, incluindo a Rússia.
Mas de vez em quando, e sobretudo derivado a certos desenvolvimentos que vão acontecendo, fico preocupado que a minha previsão positiva não aconteça e que o mundo recue umas décadas para uma nova guerra fria, ou ainda pior. Se bem que quando penso neste pior, regresso a um comentário do meu irmão de há umas semanas, que me dizia que achava que a variante omicron do SARS-CoV-2 era uma espécie de protecção natural que nos foi dada para ganharmos mais imunidade para uma nova super-pandemia que vai aparecer daqui a uns anos: ele pensar numa nova epidemia do género da COVID-19 quer dizer que a maioria de nós ainda aqui está e não fomos todos de vela num holocausto nuclear...

quarta-feira, abril 13, 2022

Eu fiz uma pergunta no Twitter...


Como escrevi algures noutro dia, eu há alguns anos atrás que raramente usava o Twitter, pois havia muita gente a dizer que o ambiente lá era bastante tóxico. Como nunca segui muitas pessoas/entidades lá, não via nenhuma valor acrescentado em andar por lá, mas desde a Invasão do Putin que voltei ao Twitter e rapidamente percebi que na verdade é a rede certa para receber em primeira mão notícias e le relatos sobre eventos desta natureza, se soubermos onde procurar. E ao contrário do que estava à espera, não nos deparamos com aquela toxicidade em tweets, partilhas e comentários/respostas que abordam tudo e mais alguma coisa, mesmo sem nexo nenhum; mas repito que isso depende de quem escolhemos seguir. Mas já estou a divagar...

Já há algum tempo que eu sigo o Justin King, supostamente um jornalista com experiência no sector militar privado (e se não me engano casou-se com uma mulher militar, das forças armadas norte-americanas), mas que agora se descreve apenas como "Um Gajo no YouTube". Eu já partilhei vários vídeos dele, em textos aqui no blog, mas também no Facebook. Vocês eventualmente conhecem-nos por Beau of the Fifth Column e ele obviamente também está no Twitter.
E foi no Twitter que fui encontrado várias referências de norte-americanos à Waffle House, sendo usadas quase como uma analogia ou metáfora para algumas situações ou reacções. Percebi que a Waffle House era uma cadeia de restaurantes (ou seja um lugar onde se come), mas não conseguia entender o motivo de todos os comentários com duplo significado e até cómicos sobre essa cadeia, então decidi perguntar directamente num tweet do Beau e foi então que a manada correu à solta...

sexta-feira, abril 08, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #26 - Queria fazer mais


Eu nunca me considerei uma daquelas pessoas que estão prontas para agir, mas depois de ter participado em acções de voluntariado, depois de ter visto a minha reacção natural a pedidos de ajuda (às vezes de pessoas que mal conheço) acho que afinal não sou assim tão passivo e indiferente. E nunca pensei que era corajoso, achando até que sou cobarde em várias situações que amedrontam (se bem que o medo é aquilo que nos permite sobreviver, quando não nos paralisa).
Mas desde que a guerra na Ucrânia começou que sinto uma impotência em mim, porque uma coisa que acho que sempre tive cá dentro do meu espírito é aquele sentimento de que chega uma altura em que é preciso fazer algo, é preciso fazer frente a alguém, é preciso levantar e estar disposto a levar mas a dar. E é assim que sinto desde o 24 de Fevereiro. Foi quase como uma revelação; aquilo que despertou em mim foi uma sensação que estaríamos perto de viver um momento crucial da nossa história, uma coisa muito similar à invasão da Polónia pela Alemanha Nazi, um momento que poderia significar o regresso de tempos negros aqui na Europa. E eu tenho 2 filhos pequenos, a última coisa que quero é que eles tenham de passar por uma fase, e viver num mundo, que seja pior daquele em que eu vivi até agora, pois se há coisa que eu realmente acredito é que temos sempre de ambicionar por mais e melhor.

segunda-feira, abril 04, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #25 - Rendição não evitaria o sofrimento


Depois de finalmente escrever o meu texto longo sobre (um pouco mais de) 1 mês da Invasão do Putin à Ucrânia, eu estava preparado para começar a escrever menos sobre geopolítica e mais sobre o lado humanitário. Isso foi depois de uma conversa (via mensagens) com uma escritora e jornalista polaca que por acaso tem raízes familiares na Ucrânia, porque faz mais sentido falar sobre algo que realmente tem mais a ver connosco e nos afecta realmente, do que todas estas análises e reflexões sobre belicismo, política externa, sobre outros países regiões onde nunca sequer estive e quando não tenho experiência suficiente, nem a adequada, para ser um exemplo. Mas como já devem saber aqueles que me conhecem há algum tempo, eu dedico várias horas a estudando matérias e sempre tenho uma opinião forte que quero partilhar com os outros. E embora sejam poucos, sei que há também quem conte comigo para os manter a par destas questões complicadas, pelo que sinto a responsabilidade de continuar a escrever sobre o que se está a passar. Mas numa tentativa de evitar possíveis mal-entendidos, pois estes meus textos que são a minha, e somente minha, opinião e da minha exclusiva responsabilidade, e que na maioria das vezes são escritos ao longo do(s) dia(s) e publicados quando estou estendido no sofá ou deitado na cama, queria começar a focar a discussão naquilo que até o mais importante, o básico, aquilo com o qual todos nós podemos nos relacionar: o sofrimento humano.

Só que de repente o fim de semana chegou e com ele o diabo andou à solta! Os russos recuaram do noroeste e nordeste de Kyiv e para a maioria de nós foi como se levássemos um murro no estômago, quando nos apercebemos que o sofrimento humano era muito pior do que se pensava!

quinta-feira, março 31, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #24 - 34 dias depois


Não consegui fazer uma análise detalhada no dia 24 ou 25 de Março, pela altura em que fez 1 mês da Invasão do Putin à Ucránia. Mas como Fevereiro tem apenas 28 dias, hoje dia 30, é o 35º dia e por isso posso fazer agora uma retrospectiva dos anteriores 34 dias de uma guerra, apesar de haver gente que a queira chamar de outra coisa e o ex-espião formado em Direito Internacional virado comentador odiado diz que ao abrigo da Lei não é uma guerra porque não houve declaração de guerra formal de parte a parte. Como eu até à data de hoje escrevi 24 textos aqui (23 reflexões, como eu lhes chamei, e o texto introdutório sobre o conflito, fora mais comentários e posts no Facebook e Twitter, tenho muito material para me permitir para recapitular antes de fazer mais algumas previsões (fora as que já fiz antes).

quarta-feira, março 30, 2022

As medidas extremas que ajudam a explicar o passado recente


O MOGINCAPOM (MOvimento Geral de INdignação Com A POlémica do Momento) decretou que hoje em Portugal era suposto estar indignado com a impunidade da justiça portuguesa ao mesmo tempo que se alega que um crime de porte e uso de arma proibida mais outro crime de ofensa à integridade física qualificada passem impunes.
Mas eu não quero saber disso para nada até porque se o MOGINCAPOM existe tem outro nome que este fui eu que inventei (como se existisse uma entidade organizada por detrás das indignações das pessoas nas redes sociais).
Eu quero mesmo é falar um pouco sobre uma grande polémica mas de outro momento que já passou.

Reflexões em tempos de Guerra #23 - Sobre a recente ronda de negociacoes na Turquia


Antes de escrever minha longa dissertação sobre o (mais de) 1 mês da Invasão do Putin à Ucrânia (farei isso hoje, é uma promessa que não vou quebrar... Talvez... Espero que não...) deixem-me escrever alguns parágrafos sobre as recentes conversações de paz em Istambul entre a Ucrânia e a Rússia. Isto é basicamente o mesmo que escrevi ontem no Twitter, um pouco expandido, e baseado numa outra thread da Anastasiia Lapatina (uma jornalista ucraniana que se encontra actualmente em Lviv, salvo erro) onde ela destacou os pontos principais, pela perspectiva ucraniana.
Quero deixar o aviso prévio que não vi notícias hoje sobre as negociações, então tenham isso em consideração se notarem que algo que eu escrevi não corresponde aos desenvolvimentos mais recentes.

segunda-feira, março 28, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #22 - Na guerra as pessoas fazem coisas más


O Will Smith decidiu sequestrar a atenção da diáspora que vive obcecada com a "controvérsia do momento", mas agora é hora de falar sobre crimes reais que causam danos reais.
Vou aqui copiar a tradução dum tweet meu de ontem (na verdade um retweet de outro retweet) mas podem abrir o link para verem o original, pois nele está um vídeo do que aparentam ser soldados ucranianos a disparar contra as pernas de prisioneiros russos:
Isso precisa ser investigado. Se houver mais relatos e testemunhos de prisioneiros de guerra de que as forças ucranianas estão a disparar nos prisioneiros após a captura, isto é um crime de guerra e precisa da punição adequada.

domingo, março 27, 2022

A constante da incerteza


A minha terapeuta I. já me tinha dito em tempos que se eu num debate/discussão não consigo convencer o outro lado é porque na realidade não estou convencido da minha opinião/posição e mais tarde esta questão voltou à tona ao falar com a minha actual terapeuta B., no contexto de eu acatar sugestões de outros mesmo quando estou convencido que não estão correctas. Tendo em conta que eu sou uma pessoa de opiniões fortes, como acho que é notório pelo que escrevo aqui, e muitas pessoas já me disseram que tenho grande capacidade de argumentação, porque motivo eu dou o braço a torcer ou aceito o que outros me dizem?
Eu pus-me a pensar, até mesmo derivado de situações mais recentes que envolvem as "grandes polémicas do momento" e cheguei a uma conclusão. Depois de expor essa conclusão com a B. ela também concordou. O que para mim nem era preciso, pois tal como é habitual em mim, eu já estava convencido que era mesmo isso. E a razão de eu "perder" argumentos mesmo quando tenho razão é devido à constante da incerteza. Passo a explicar.

sexta-feira, março 25, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #21 - Começou há 1 mês atrás


Apenas para vos confundir um bocado, quero que saibam que há (pelo menos) um vídeo no YouTube com "provas" de que os extraterrestres 👽 estão a apoiar a Ucrânia porque já atacaram veículos e tropas russas.
E se por ventura quiserem participar dessa discussão, ficam a saber que o termo OVNI, ou o inglês UFO, não é mais usado pelas autoridades competentes ou pela comunidade científica, agora é FANI (Fenómeno Aéreo Não Identificado), ou em inglês UAP (Unidentified Aerial Phenomena).
Como aparecia naquela série famosa de um par de agentes do FBI, transmitida nos anos 90: I want to believe...

quarta-feira, março 23, 2022

A Quinta Vaga


Escrevi esta manhã que hoje seria o dia em que se encerraria o tema Legislativas 2022, mas estava-me a esquecer que hoje aqui nos Países Baixos é também o dia em que se encerra (por agora) o tema COVID-19 e a pandemia. Como confirmado pelo Governo na semana passada, hoje 23 de Março de 2022, caem as últimas restrições que estavam em vigor, não sendo mais necessário apresentar certificados ou realizar testes para eventos nem para viagens para o país. É como se a COVID-19 já tivesse acabado.
Mas obviamente não acabou, nós ainda ontem fomos fazer um teste PCR à Amélia que estava com tosse e febre e na turma dela teve colegas com o vírus. Na turma do Sebastião acho que já todos testaram positivo, incluindo as professoras, por isso aquele grupo já está despachado. E digo despachado porque desde que a variante Omicron tornou-se a dominante, a pandemia seguiu o rumo que alguns especialistas tinham sugerido há 2 anos atrás, onde quase tudo o mundo acaba por ter, mas depois de várias imunizações, tanto das vacinas como por infecção, o impacto para a saúde é muito menor.
Mas será que está mesmo despachado?

Um desvio pelo panorama nacional


Como já tenho indicado antes, mas talvez não esteja ainda muito claro, eu raramente sigo as notícias ditas tradicionais. Faço uso do Google News (apesar de reconhecer as falhas em usar um agregador pois ao fim de algum tempo apenas mostra de acordo com as nossas preferências e/ou histórico) mas cada vez menos. O que vou apanhando do debate político-social em Portugal é mais por partilhas que vejo nas minhas redes, e aquilo que ouço pela Carolina, que costuma ver regularmente pela net os noticiários e outros programas noticiosos (sobretudo os da RTP porque a SIC obriga a subscrição da sua plataforma).

terça-feira, março 22, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #20 - Sobre o envio de "novas" armas pelos países do Ocidente


Já escrevi isto noutro dia no Twitter, e foi no Twitter porque é lá que tenho visto várias personalidades, desde analistas e políticos ou apenas figuras públicas, um pouco por todo o Ocidente, a "exigirem" que os EUA parem de tentar encontrar armas noutros países para enviar para a Ucrânia e envie os sistemas mais avançados que têm, como o sistema de defesa aérea Patriot ou os caças F-16, e também a Israel que envie o seus sistema de defesa Iron Dome.
Mas tenho que admitir que me custa realmente entender como é que tanta gente, alguns que deveriam perceber um pouco da poda, continua a pensar que o Ocidente, ou qualquer outro país aliás, pode simplesmente enviar um sistema de armas avançado (aviões de combate, defesa aérea, defesa costeira) para a Ucrânia e as suas tropas podem simplesmente receber e começar logo a usá-lo como tem usado os sistemas que tinha até agora. Estes sistemas não são como um aspirador mais avançado, ou até um jipe militar diferente, em que basta os ucranianos porem a trabalhar e usar de imediato.

segunda-feira, março 21, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #19 - Um ataque que foi criticado mas é justificado


Foram pelo menos duas as vezes em que eu usei fontes provenientes da Rússia como evidência do argumento que queria usar na altura; uma vez na reflexão #7 e outra foi num comentário no Facebook a uma entrevista do Major-General (na reforma) Raul Cunha que devendo ser um especialista na matéria voltou a fazer afirmações (não expressar uma opinião) completamente erradas sobre a situação militar e quis usar uma fonte russa que o desmentia para mostrar que até os russos diziam algo de diferente dele (neste último caso sobre o uso de armas termobáricas, em que a confirmação do seu uso já foi dada por fontes dos 3 lados, ucranianas, russas e os observadores).
Na maioria das vezes eu tenho apontado as falhas nas informações e alegações de origem em fontes russas (tal como por exemplo a patética tentativa de negar que bombardearam a maternidade em Mariupol). Eu não uso fontes russas quando isso convém à minha agenda. Eu na verdade não tenho uma agenda per se; não tenho problemas nenhuns em dizer que quero que o Putin perca e que considero a Rússia (devido à decisão do Putin) o lado agressor. Mas o que eu realmente pretendo com todos os meus textos e comentários é tentar partilhar a minha visão pessoal sobre a guerra, o que inclui a partilha de vários factos que neste momento estão naturalmente envoltos em incerteza devido ao fog of war (tenho que escrever sobre este e outros conceitos que existem durante um conflito e que são importantes para nós, cidadãos normais, conhecer).

sábado, março 19, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #18 - Ainda no tema do nazismo na Ucrânia


É uma impressão que tenho, de que coisas que fui vendo e lendo bem antes da Invasão do Putin ter começado (há quase 1 mês atrás), mas julgo que esta coisa dos russos acharem que a Ucrânia tem um problema com fascismo e nazismo já é muito antiga, ou seja há muitos russos que desde há muito desconfiam dos ucranianos, e por isso acreditam plenamente na narrativa actual do governo ucraniano ser controlado por neo-nazis e fascistas. E eu acredito que isto é devido ao que aconteceu na Segunda Guerra Mundial, na Frente Oriental.

Reflexões em tempos de Guerra #17 - O Regimento Azov & C.ª



Depois de tanto tempo, desde os primeiros dias da invasão e das primeiras reacções de oposição ao sentimento geral (daqueles que em inglês se designam por contrarians) e de ter prometido na Reflexão #12 falar (escrever) em mais detalhe, chegou finalmente a altura de dissertar, ou reflectir, sobre o Regimento Azov e outros extremistas envolvidos na região.

sexta-feira, março 18, 2022

A fórmula certa para a adormecer


A última vez que escrevi sobre o tema parentalidade foi há praticamente 10 meses e meio. Antes disso estive mais de 1 ano (entre 2020 e 2021) sem escrever aqui sobre parentalidade. Ser-se pai duma criança neurodivergente tem os seus desafios, ainda para mais quando eu próprio sou neurodivergente também. A energia e o tempo que se gasta em coisas que para muitos são triviais, por vezes parecem demais. Para além disso estamos sobretudo sozinhos, e temos de lutar com instituições que falam outra língua e tem outros costumes, o que acrescenta outros níveis (dois, pelo menos) de obstáculo na comunicação e entendimento. Metida ao barulho temos a mais nova que não aparenta até agora ser neurodivergente mas vive num mundo com essa realidade. Este texto é sobretudo sobre ela, e não ele. Ele serviu apenas para a primeira introdução.

quinta-feira, março 17, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #16 - O misterioso caso do drone em Zagreb



A Carolina, minha esposa, vê regularmente o telejornal da RTP, e outras notícias de Portugal, online. Por causa disso, ela geralmente está alguns dias atrasada em relação aos eventos, pois normalmente o noticiário relata o que aconteceu nas 24 horas anteriores e, para além disso, junta-se o atraso de 1~2 dias quando ela realmente vê o noticiário. Por isso eu acho que ela está a ficar irritada por eu dizer-lhe várias vezes "oh, essa notícia é antiga, já aconteceu há uns dias atrás" quando eu ouço algo ou quando ela vem falar sobre um desenvolvimento qualquer na invasão do Putin à Ucrânia.

segunda-feira, março 14, 2022

WOMEN LEADING THOUGHT - Um webinar feminista



A minha amiga Marisa é uma Renaissance Woman, uma Donna Universale, pois tal como expressou o humanista italiano Leon Battista Alberti, e adaptado por mim, uma mulher pode fazer todas as coisas se ela quiser. E a Marisa quer e faz muitas coisas. Por exemplo, ela criou a BRAWAS (BRAve Women AllianceS), que não defende o habilitar/fortalecer as mulheres, uma vez que elas já são hábeis e fortes, mas defende sim o suportar as mulheres. E sob a alçada da BRAWAS, aconteceu este webinar na passada quarta-feira (1 dia depois do Dia Internacional da Mulher) e eu assisti (e participei através de comentários), que reuniu 11 mulheres, dos 22 aos 56 anos de idade; da Índia e China ao Brasil, incluindo vários países europeus, de diversas carreiras profissionais e de certa forma liderado por uma filosofa, uma vez que pensar, e guiar o pensamento, era o principal objectivo do webinar.

sexta-feira, março 11, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #15 - Lying Lavrov

Para resumir, e tentar perceber um pouco, algumas das coisas ditas oficialmente pela Rússia, em particular pelo Lying Lavrov, ou em português, Lavrov O Mentiroso, e a sua equipa de diplomatas espalhados pelo mundo.

A Rússia NÃO ATACOU a Ucrânia, pois afinal de contas é uma "operação militar especial", e "operou" pelos seguintes motivos:

quinta-feira, março 10, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #14 - Um novo olhar sobre perdas em combate


Quem me segue no Facebook deve ter notado que a minha "cobertura" da invasão da Ucrânia pelo Putin diminuiu de intensidade e frequência. Até no blog se nota um interregno superior a 48 horas.
Isto também está a acontecer porque o fluxo de tweets (é a minha principal fonte de informação, seguindo algumas contas relevantes e de confiança, para além de alguns jornalistas ucranianos para mais detalhes vindos directamente do terreno) é muito menor agora. Acho que isso é normal, uma vez que o choque inicial já passou, a segunda semana de luta já lá vai e a operação militar está a progredir mais lentamente; assim sendo existem menos mudanças a cada dia. De certa forma estabilizou-se e isso diminui a intensidade do interesse externo. O passar do tempo também normaliza uma situação, então também temos essa outra componente.

terça-feira, março 08, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #13 - 8 anos de guerra no Donbas



Antes de passar ao tópico da dissertação queria dizer 2 coisas:
  1. Feliz Dia Internacional da Mulher, especialmente para as mulheres guerreiras da Ucrânia.
  2. "Na guerra, a verdade é a primeira baixa" (vejam este vídeo, se faz favor); e acrescento que os livros de história são escritos pelos vencedores.
Passemos então ao assunto que me trouxe aqui, o período de 8 anos desde Março 2014 até à invasão do Putin, período no qual a Ucrania e a Russia já estavam em guerra mas apenas oficiosamente.

segunda-feira, março 07, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #12 - Simbologias


A letra Z que se tem visto pintado nos veículos russos que participam na invasão da Ucrânia já deve familiar para todos. Até já se tornou um símbolo tanto na Rússia, onde é usado por aqueles que apoiam o Putin e sua "operação militar especial", como na Ucrânia, onde é já considerado um símbolo da tirania, da mesma forma que a suástica era um símbolo para a Alemanha Nazi, tal como podem ver pela imagem do meio na montagem em cima.

domingo, março 06, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #11 - Amanhã é Domingo



Hoje foi um bom dia para mim. Ainda está frio à noite, mas o sol apareceu e tem brilhado nos últimos 4 dias. Inauguramos a época dos grelhados (do barbecue), com uma mista de carnes mas também com sardinhas. Passei praticamente a tarde inteira sem olhar para o telemóvel à procura de notícias sobre a invasão do Putin.
O único inconveniente de hoje foi a corrente da minha bicicleta ter partido quando voltava para casa com o Sebastião dos escuteiros (3ª falha mecânica consecutiva a pedalar com ele).

sábado, março 05, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #10 - Os rapazes dentro dos tanques



Ontem partilhei no Facebook um vídeo supostamente de um tanque russo a ser destruído por um míssil anti-tanque disparado por forças ucranianas (o ponto de vista é da mira, ou visor, do lançador) e fiz-lo escrevendo a seguinte piada (agora ligeiramente melhorada):
- Pai, o que é que caçaste hoje para o jantar?
- Um tanque, meu filho.
- E isso come-se?
- Não sei, acho que sim, a torre já está bem passada.

Pelos comentários nas diferentes threads do Twitter onde o vídeo foi partilhado, e pelo facto do tanque parecer estar imóvel, eu simplesmente assumi que o mesmo estava abandonado. Fiz uma piada ao partilhar, porque nem me passou pela cabeça que o vídeo poderia mostrar directamente a morte da tripulação do tanque (pelo menos aqueles que estariam na torre).
Mas isso foi uma presunção, não uma certeza. Acabei por não apagar a publicação pois não consegui confirmar mais dados. Encontrei até comentários que diziam que nem sequer era um tanque mas sim uma espécie de bunker. De todas as formas, a partilha do vídeo gerou 2 comentários interessantes, que decidi passar para aqui.

Reflexões em tempos de Guerra #9 - Morrer da cura?


Isto pode ser baseado principalmente na minha percepção pessoal, mas parece-me que a visão geral da oposição (por oposto à linhas principais seguidas pelos governos do Ocidente) mudou de "A NATO causou esta guerra ao expandir-se para o Leste e forçando o Putin a fazer algo" para "A NATO está a deixar a Ucrânia a lutar sozinha e tem de fazer mais". Assim sendo a "oposição" começa a pedir que a NATO implemente uma zona de exclusão aérea (algo que as pessoas ouviram/leram nalgum sítio, mas não têm ideia do que realmente é) ou até que a NATO coloque tropas no terreno.

sexta-feira, março 04, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #8 - Um meme, um resumo e uma consideração pessoal


Consta que a imagem aqui em cima é um meme que anda a fazer as rondas em Moscovo. Parte de uma imagem amplamente divulgada por todo o mundo, do Putin a reunir-se com estes 2 generais, só que ele na ponta e eles longe como o camandro. A tradução para português do texto adicionado (traduzido por mim de outra tradução para inglês, uma vez que eu não sei cirílico nem russo) é:
- "Tás sentado mais perto dele. Acerta-lhe nas trombas com uma merda qualquer."
- "Acerto-lhe com quê, a 20 metros de distância?"

Mas hoje foi o 8º dia da invasão do Putin à Ucrânia e vou apenas partilhar alguns pensamentos antes de ir para a cama.

quarta-feira, março 02, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #7 - Um artigo que não deveria ter sido publicado?



A RIA Novosti é uma agência de notícias doméstica estatal russa, que pertence ao grupo Rossiya Segodnya, e que é operada pelo governo russo.
A 26 de Fevereiro, pouco mais de 48 horas após o início da chamada "operação militar especial" da Rússia do Putin, foi publicado um artigo no site da RIA Novosti intitulado "A nova ordem mundial". Este artigo foi mais tarde retirado, mas ficou no site tempo suficiente para ser guardado no WebArchive. Uma versão em inglês foi também partilhada pela mesma altura num site localizado no Paquistão, chamado The Frontier Post e essa página ainda está disponível.
Este artigo oferece uma explicação para a invasão e, de certa forma, mostra-nos o principal motivo por detrás dela. Está bastante alinhado com o discurso de Putin do dia 21 de Fevereiro, onde ele mencionou a necessidade de corrigir os erros do passado em relação à Ucrânia, que, nas palavras dele, nem sequer é um país real.

E tudo a guerra levou



Há uma semana atrás, eu estava a preparar-me para escrever um texto sobre uma previsão que tinha feito 7 anos antes (a 24 de Fevereiro de 2015) sobre carros eléctricos. Já tinha alinhavado o texto na minha cabeça e feito uma pesquisa prévia para confirmar dados mas com as coisas do dia-a-dia não tinha conseguido me sentar ao computador para começar a escrever. A principal ideia de escrever sobre o tema era para não estar sempre a insistir no tema do costume, a pandemia. Mas na verdade ainda tinha também um texto em rascunho sobre a pandemia, nomeadamente o que o fim anunciado da mesma já estava a trazer, e seria quase uma espécie de season ending, não pretendendo voltar ao mesmo durante umas semanas ou meses.
Mas depois veio a guerra, e lá se foi tudo ao ar.

terça-feira, março 01, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #6 - Chocante e surreal


Para além dos vídeos e fotos nas redes sociais, incluindo TikTok, de civis a roubar/resgatar equipamento militar russo, onde se destacam os agricultores ucranianos a rebocar blindados e outros veículos, eu estou muito impressionado com o que acabei de descobrir no Twitter.
A Rússia do Putin tem usado equipamento de rádio analógico nas suas comunicações durante esta "operação especial" e existe uma comunidade mundial de radioamadores e de tradutores que está a escutar e a documentar as trocas de mensagens; para além disso, esta comunidade tem estado também a bloquear as frequências usadas pelos russos, perturbando ainda mais as operações em campo. Só este grupo que encontrei tem já guardadas várias horas de comunicações e irá partilhá-las online daqui por pouco tempo!
Para mais detalhes sobre isto, vejam este tweet.
Vou usar novamente um adjectivo que provavelmente se tornará uma das 2 palavras para sumariar minha reacção a esse conflito: chocante!
Juntamente com a comunidade OSINT (Open-Source Intelligence) e o colectivo Anonymous (hackers), temos vários outros grupos civis “a combater” uma acção não-cinética contra a Rússia do Putin. Surreal!

segunda-feira, fevereiro 28, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #5 - Um pequeno olhar de um ponto de vista diferente



Eu estava a pensar escrever amanhã, que é dia de Carnaval, que de certeza que iria haver pessoas que achariam que as colunas militares são desfiles de carros alegóricos, e que daqui a 1 mês (1 de Abril) iriam dizer que foi tudo uma mentira.
Era para ser amanhã que iria fazer essa graçola mas hoje já me deparei com algumas publicações na net (tweets, comentários) a dizer que tudo isto que está a acontecer é apenas uma encenação (e os autores pareciam convencidos do que estavam a dizer). Isso quer dizer que alguém já se antecipou à minha ideia, que eu achava um pouco original, portanto mais vale escrever e publicar  agora a ver se ainda consigo ter algum crédito pela "piada"...
Escrevi isto mesmo há pouco no Facebook em Português porque a graçola não resulta lá muito bem em inglês nem o Carnaval é muito internacional (muita gente conhece, nem que seja pelo nome Mardi Gras, mas muitos países não celebram nada, e nos EUA só está praticamente associado a gajas que mostram as mamas para receberem uns colares, em Nova Orleães).

Reflexões em tempos de Guerra #4 - As primeiras negociações



Tanto a Ucrânia quanto a Rússia concordaram em conversar, ou negociar, sem pré-condições, junto à fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia. É um desenvolvimento muito positivo, mas se o encontro acontecer em breve, acredito que não vão dar em nada. E porquê? Isso deve-se às razões pelas quais Putin decidiu invadir. Permitam-me que explique melhor.

domingo, fevereiro 27, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #3 - 78 horas depois



Talvez ninguém leia isto, ou sequer se importe, mas eu vou compartilhar na mesma: Para mim o Putin é o agressor e quero que o Putin perca (ou seja que não atinja os seus objectivos). Então, de certa forma, a Rússia (o estado governado pelo Putin) é o "mau da fita".
MAS eu não tenho nada contra os russos. As minhas crianças têm amigos e colegas de classe que são russos e eu disse-lhes que eles (russos) que não fizeram nada de errado e que não queria que eles falassem mal da Rússia quando voltarem para a escola amanhã. Quando o meu filho me perguntou especificamente se "os russos são más pessoas?" eu tentei ser bem explicito e deixar-lhe bem claro que nem mesmo os soldados que estão agora a lutar na Ucrânia são más pessoas; que eles estão apenas a seguir ordens.
Às vezes simplificamos estas coisas e tornamos estes acontecimentos numa espécie de "Nós versus Eles"; eu já fiz isso, e provavelmente farei novamente, em alguns posts e textos, mas esforço-me por me lembrar das mesmas palavras que partilhei com os meus filhos.

sexta-feira, fevereiro 25, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #2 - Sensações de guerras passadas



Sim, a imagem de cima mostra uma bandeira da União Soviética hasteada num tanque russo pela Ucrânia em 2022. Isto não nos dá sensações da Guerra Fria? Fazer lembrar tanques soviéticos a entrar por países do Pacto de Varsóvia quando a malta de lá demonstrava vontade de escapar ao controlo de Moscovo?
Há quem pense que esta imagem pode ser uma montagem mas não, é uma captura de um vídeo de uma câmara de transito no sul da Ucrânia. O feed da câmara estava a ser transmitido em directo e várias pessoas viram. Neste tweet podem ver um outro vídeo retirado de outra câmara de transito onde se vê o mesmo tanque com a bandeira.
Como me disse o meu amigo Cravo, tendo em conta que a Ucrânia tem o Batalhão Azov (na verdade um regimento) que tem elementos neo-nazis/neo-fascistas, ainda podemos assistir em 2022 a uma luta nas planícies ucranianas com a bandeira Nazi de um lado e a bandeira Soviética do outro. Um cenário surreal, depois de 1944 que ninguém pensou repetir-se a não ser durante filmagens de filme ou documentário... E ainda por cima desta vez com uma troca de papeis entre os "maus" (invasores) e os "bons" (defensores).

Reflexões em tempos de Guerra #1 - O início



No dia 4 de Fevereiro pelas 17:07 eu escrevi isto (em holandês porque o jogo foi aqui): "Voordat Rusland en Oekraïne vechten op de Oost-Europees Laagland (hopelijk niet), strijden ze nu bij de FUTSAL EURO 2022 halve finale." que quer dizer: Antes da Rússia e Ucrânia lutarem na Planície Europeia Oriental (espero que não), competem agora nas meias-finais do EURO 2022 de Futsal.
Depois no dia 20, escrevi mais um comentário sobre o Putin e a Ucrânia, que dizia, entre outras coisas:
Isto é muito parecido com há 8 anos atrás, quando não havia tropas russas na Crimeia e a Crimeia estava apenas a tentar a independência/soberania, só que não realmente (foi sempre um plano russo, o tempo todo).
Todas as peças estão montadas e todas as condições existem para "justificar" uma intervenção russa. Com a desculpa de um ataque às suas tropas ou devido à violência contra os russos ou o que quer que seja no leste da Ucrânia, eles intervirão.
(...)
O que acontece a seguir depende das reacções do resto do mundo. A Rússia pode ser severamente impactada e isso pode diminuir o apoio ao Putin.(...)Há 8 anos já houve muita gente no Ocidente que considerou que a Rússia tinha todo o direito de tomar a Crimeia. Alguns pensarão novamente que a Rússia está certa e está simplesmente a reagir a provocações/movimentos de outros.
No dia a seguir, o Putin reconheceu as 2 auto-denominadas repúblicas da região Donbas, tecendo ao mesmo tempo imensas declarações sobre a Ucrânia não ser uma verdadeira nação e a necessidade em emendar o erro do fim da União Soviética, e eu fiz um desabafo (tendo-se seguido um debate nos comentários interessante, que se calhar merecem uma dissertação própria):
Está feito. Agora todas as peças estão no lugar. As 2 regiões são reconhecidas, as tropas russas entrarão para "protegê-las da agressão ucraniana" e a única pergunta agora é onde é que isto vai parar?
Logo agora que estávamos a voltar ao normal...
Foda-se lá esta merda!

sábado, fevereiro 12, 2022

Aquele feeling de satisfação...

... depois de encontrar aquilo que procurei efusivamente ontem e não estava a encontrar. Já quase me tinha dado por vencido quando me lembrei da segunda parte do verso, e depois foi logo à primeira.
Eu não gosto de não encontrar uma coisa que procuro, e neste caso era uma recordação: depois de o The Office me fazer lembrar que ouvia Travis há vários anos, ao ouvi-los veio uma lembrança que havia uma outra banda de um estilo algo similar que eu comecei a ouvir quando estive em Inglaterra. E lembrava-me que não era Travis porque esta em particular costumava ter várias vozes nos refrões (um pouco ao estilo dos Queen). Mas não me lembrava do nome da banda nem do título de alguma canção. Lembrava-me do primeiro verso do refrão mas só de metade da letra...