Dissertações sobre tudo e mais alguma coisa, sobre nada também. Os pensamentos e ideias que saem da distorcida e estranha mente do BaKano, aquele que em breve será das personagens mais aclamadas do Mundo em particular e de Portugal em geral...
quarta-feira, março 23, 2022
A Quinta Vaga
Escrevi esta manhã que hoje seria o dia em que se encerraria o tema Legislativas 2022, mas estava-me a esquecer que hoje aqui nos Países Baixos é também o dia em que se encerra (por agora) o tema COVID-19 e a pandemia. Como confirmado pelo Governo na semana passada, hoje 23 de Março de 2022, caem as últimas restrições que estavam em vigor, não sendo mais necessário apresentar certificados ou realizar testes para eventos nem para viagens para o país. É como se a COVID-19 já tivesse acabado.
Mas obviamente não acabou, nós ainda ontem fomos fazer um teste PCR à Amélia que estava com tosse e febre e na turma dela teve colegas com o vírus. Na turma do Sebastião acho que já todos testaram positivo, incluindo as professoras, por isso aquele grupo já está despachado. E digo despachado porque desde que a variante Omicron tornou-se a dominante, a pandemia seguiu o rumo que alguns especialistas tinham sugerido há 2 anos atrás, onde quase tudo o mundo acaba por ter, mas depois de várias imunizações, tanto das vacinas como por infecção, o impacto para a saúde é muito menor.
Mas será que está mesmo despachado?
Olhando para a Europa, região do globo onde eu vivo, parece que sim. O número diário de novas infecções continua bastante elevado, na França e Alemanha, e também aqui na Holanda. É também um reflexo do aliviar, ou mesmo o fim, das restrições, existe sempre um ajustamento quando as pessoas começam a agir mais como dantes e voltam a partilhar espaços com gente "de fora" durante mais tempo (transportes públicos, emprego, actividades culturais ou desportivas). Estes aumentos, como aconteceram há umas semanas atrás quando em quase todos os países se bateram os recordes do número diário de infectados, não são reflectidos nas hospitalizações nem nas mortes. Mesmo que esses tenham subido ligeiramente (fruto de tanta gente estar infectada), continuam muito abaixo dos valores de antes.
Mas porque é que então o meu título é a quinta vaga? Porque apesar da Europa ser o lugar que mais interessa a quem cá vive, nisto da pandemia e das vagas o mundo não está todo sincronizado. E temos casos, nomeadamente na Ásia que foi a primeira região a ser impactada pela epidemia, está agora a contra-passo.
Na imagem que escolhi, tenho os gráficos dos dados mundiais, mas depois temos o gráfico para a Coreia do Sul (que como teve sempre valores baixos parece estar a sofrer uma primeira grande vaga) e para Hong Kong (este é um gráfico diferente, tirado de outro site).
O motivo de destacar Hong Kong é que a situação lá há uns dias era muito preocupante. Se abrirem o link anterior verão uma foto que é assustadora: doentes idosos acamados a partilhar o mesmo espaço com sacos de plástico de cadáveres, devido à falta de espaço nas morgues hospitalares, tal a dimensão desta quinta vaga (oficialmente assim designada pelas autoridades locais).
Portanto eu gostava que o tema pandemia estivesse mesmo despachado. Mas não sei se teremos de voltar atrás novamente quando uma nova variante surgir, ou quando teremos de lidar com o impacto e as consequências de outras regiões do globo que estão num ritmo diferente e a passar por algo novo que ainda não chegou cá, ou por algo que já passou por aqui mas que não deixa de causar réplicas do terramoto (se me permitem a analogia).
De um ponto de vista pessoal, Março será sempre o mês marcante. Foi quando nós apanhamos há 2 anos, apesar de não ter sido confirmado oficialmente mas foi de certeza. Estivemos de quarentena, fizemos homeschooling; eu pesquisei muito e escrevi também sobre esta coisa nova de uma pandemia; até fiz vídeos em directo no Facebook, gravei outros para o YouTube, partilhei os primeiros no TikTok e até fiz uns quaranoke (karaoke em quarentena); foi quando a farinha de trigo e o papel higiénico desapareceram das prateleiras.
E agora este ano, repete-se parte da situação, mas desta vez o óleo de girassol substituiu o papel do cu.
E novamente eu estou obcecado por um tema, só que um que já tinha conhecimento, e interesse, prévio na matéria e isso nota-se, pois em 1 mês de guerra eu já escrevi mais textos aqui no blog sobre a guerra do aqueles que escrevi em 2 anos sobre COVID-19.
Pode-se dizer que em 2 anos passei de especialista em virologia e epidemiologia a especialista em geo-política e confrontos militares. Tal como tantos outros por esta world wide web...
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