quarta-feira, junho 08, 2022

Tudo a mais



Eu tenho 2 textos em draft no meu outro blog e queria escrever a cogitaçãoreflexão sobre (já terem passado mais de) 100 dias de guerra total na Ucrânia (digo total porque a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou em 2014) mas tem-me dado muita preguiça para dedicar a esses temas, e tenho usado o tempo para outras coisas, como ver o Stranger Things (vou no 3) ou começar a ir ao ginásio porque fazer exercício em casa é fixe mas não dá para tudo. E também porque a minha amiga Andrada anda num e inscreveu-me para ir fazer uma sessão à experiência, e a instrutora era uma rapariga asiática a quem eu não consegui resistir quando, com um sorriso na cara, me pediu para inscrever.

E como fiz uma análise do corpo, usando um aparelho BIA (Bioelectrical Impedance Analysis) é disso em particular que vou falar, até porque o meu corpo é estranho. As borbulhas enormes que me aparecem regularmente no couro cabeludo, os pelos das sobrancelhas muito compridos (maiores que o cabelo), as orelhas compridas e soltas que não são de família, os dentes mais atrás ou à frente e os molares todos partidos mas que não me doem, as minhas man boobs, a minha corcunda exacerbada pela péssima pose, os meus dedos que consigo dobrar para trás e para a frente ao mesmo tempo, o meu umbigo que acumula imenso cotão, as minhas ancas muito largas e coxas grossas que torna difícil arranjar calças que assentem bem, os meus joelhos assimétricos, os meus pés que têm um dorso (ou peito) gordo que me obriga a comprar calçado mais comprido simplesmente porque se for do comprimento certo o pé não passa para dentro.
Para além disso, quem me segue com mais atenção no Facebook já reparou nas minhas estranhas lesões que aparecem, como as pisaduras enormes que vão mudando de cor e forma e demoram semanas a desaparecer ou os pequenos cortes que não cicatrizam e se tornam infecções esquisitas. E estas coisas continuam estranhas, como o facto de ter mandando uma pancada com o nariz há mais de 1 mês e hoje ainda me dói a columela (a cartilagem inferior entre os 2 buracos das narinas)!

Mas para além dessas estranhezas o meu corpo tem tudo a mais, como se vê pela imagem de topo, o recorte do papel que me deram no ginásio depois da tal análise de impedância bioeléctrica. Se por ventura carregaram no link para a Wikipédia mais acima e leram essa página, saberão que este método não é o melhor para obter uma análise da composição do corpo e vários factores podem variar as leituras, como desidratação (causa uma estimativa mais elevada da gordura), ou o exercício moderado ou intenso (causa uma estimativa mais reduzida da gordura) mas é um bom método para verificar a evolução ao longo do tempo da composição do corpo, sobretudo se a medição for sempre feita da mesma forma. Outra coisa que torna o resultado deste teste melhor é se o equipamento usa várias frequências e o número de eléctrodos do mesmo. A máquina onde fiz tem pelo menos 4 eléctrodos e faz o teste com 2 frequências por isso o resultado poderá ter 94% da precisão do método DEXA (Dual-Energy X-ray Absorptiometry), ou seja, a quantidade de músculo e gordura não serão exactamente as anunciadas, mas deve estar lá perto. E sobretudo esta análise servirá para medir o progresso, pois várias leituras ao longo do tempo sempre na mesma máquina darão resultados equivalentes (se for sempre medido da mesma maneira, ou seja na mesma altura do dia e sem eu ter feito exercício antes excepto o pedalar até ao ginásio, que já terá causado algum impacto nestes valores).

Mas deixando de parte os possíveis erros de leitura da máquina, devido ao que escrevi no parágrafo anterior, é mesmo curioso ver que tenho tudo a mais do que o normal (para o género e idade): tenho bastante mais água, tenho mais proteína, tenho mais minerais e obviamente tenho muito mais gordura (sensivelmente 30 kg a mais do que deveria ter). Diz a máquina que 36,6% do meu corpo é gordura, quando o intervalo médio é entre os 10% e os 20% (e a malta fanática do fitness gosta de falar em 4% de gordura corporal). E de acordo com a máquina o nível de gordura visceral, a chamada gordura escondida, a armazenada ao redor dos órgãos e não debaixo da pele, é 19 (bastante alto); isso não é de admirar porque sou gordo praticamente desde sempre (só não parecia gordo quando tive aqueles picos de crescimento em novo e em alguns momentos curtos da vida em que estava fora de casa e sem transporte próprio).
Mas curiosamente eu sempre achei que era fraquito, com pouco músculo excepto nas pernas onde sabia ter alguma força, mas de acordo com a máquina até no torso tenho um nível muscular normal (quase 100% do expectável) e os braços não estão assim tão atrás das pernas (sobretudo o lado direito). Continuo com algumas dúvidas porque a força das pernas foi comprovada logo depois num aparelho pois no teste de força atingi o máximo da máquina, 100 kg.

Mas como escrevi antes, a análise que me foi feita é uma estimativa aproximada e o que contará mesmo serão as próximas leituras ao fim de algum tempo para verificar o progresso. Para além do exercício que pretendo continuar a fazer em casa, e tentar comer menos às refeições, espero conseguir baixar os 36,6% de gordura, ou seja perder uma grande parte dos cerca de 30 kg de gordura que tenho a mais. Tenho dúvidas que consiga perder os 30 kg, mas esse não é o objectivo pois como disse à LeeLi Ling (se for é assim que se escreve o nome dela, encontrei-a nas redes sociais) eu sempre fui gordo e acho que nunca deixarei de ter umas banhas. A ideia é não ter tantas e sobretudo ficar mais saudável.
Gostava mesmo de baixar dos 110 kg na balança mas se por ventura continuar a aumentar massa muscular (como já notei nos braços e comprovado de certa forma pela análise BIA) esta redução de peso total pode não ser tanta quanto eu gostaria, mas se trocar gordura por músculo está-se bem na mesma, porque pelo menos a forma do corpo muda e poderá ser mais fácil arranjar um fato que assente bem para ir a casamentos ou outras cerimónias com dress code.

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