terça-feira, maio 31, 2022

Maio será sempre o meu mês de repensar a Saúde Mental



Hoje é o último dia de Maio e este mês tornou-se um marco nos últimos tempos, mas sobretudo o ano passado quando abri o livro aqui no blog sobre a minha saúde mental. E porque foi neste mês que partilhei essa mesma parte da minha vida no meu blog internacional (sobretudo relacionado ao meu recente investimento no Twitter e querer partilhar a minha experiência com uma audiência alargada). Por este motivo estou agora a adaptar o texto que fez o apanhado dos outros (aqui entre nós o título que escolhi é fraquinho para o meu costume) para este meu blog mais pessoal e intimo, porque existe um outro motivo importante: depois do que relatei o ano passado eu continuei a enfrentar problemas com a minha saúde mental até há relativamente pouco tempo apesar de no ano passado achar que estava curado e de pensar que agora estava mais ciente desses problemas e que tinha as ferramentas necessárias para os enfrentar. Mas na verdade voltei a ter que encarar alguns demónios internos depois de umas semanas de férias em Portugal.

Eu apercebi-me agora que este último período em que estive, ou em que me senti, em baixo tem mais a ver com a famosa crise de meia-idade e com finalmente eu compreender que não me sentia bem, nem realizado, no meu emprego, pois apercebi-me que me sentia desperdiçado e a não corresponder ao nível das minhas capacidades. Não foi alheio a isso eu ir verificando pelas redes sociais, mas mais especificamente pelo LinkedIn, que antigos colegas com quem trabalhei em Aveiro há vários anos estavam a progredir nas suas carreiras conseguindo cada vez melhores posições com mais responsabilidade mas também com mais prestígio. E eu, que fui para fora porque achava que em Portugal nunca sairia da cepa torta, estava ao fim e ao cabo numa ainda mais torta do que quando vim para cá há mais de 10 anos. Esse sentimento de ver pessoas que têm valor mas que sinceramente eu acho que com menos capacidades, e potencial, que eu (e sim, eu sou muito presunçoso) passarem-me largamente à frente deixou-me mais deprimido. Sendo assim partilhei no LinkedIn, que era a minha altura de me juntar ao movimento The Great Resignation e que era altura de deixar de jogar pelo seguro (procurar o mesmo que faço); logo na altura que tomei essa decisão de andar para a frente comecei a sentir-me muito melhor comigo mesmo.

Mas estes momentos foram mais um aviso que a saúde mental é uma luta constante e que não podemos deixar de tomar atenção a isso. É óbvio que muitos de nós não enfrentamos problemas constantemente ou regularmente mas se não tivermos cuidado em manter uma animus sana vamos sofrer com isso, duma maneira ou de outra. Se não tivermos atenção podemos ficar num Estado Fodido como eu fiquei em 2020 e mesmo depois de recuperar e aparentemente estarmos bem podemos ter sempre uma recaída, ou várias. Eu já descrevi uma dessas recaídas que tive em 2020 e que foi muito má e estou agora a admitir que estava a caminho de ter uma outra em 2021 apesar de agora saber qual foi a real causa e o que precisava mesmo de fazer (chegar à conclusão que não vale a pena insistir num emprego que parece ser muito bom, numa empresa fixe e que parece ser uma coisa segura, e que é preciso arriscar e investir tempo suficiente para encontrar algo que realmente sirva os nossos interesses e nos dê aquilo que precisamos).

Portanto, depois desta nova confissão que serviu de introdução secundária, vou agora recapitular as minhas crónicas/dissertações/desabafos do ano passado sobre o meu burnout e a minha saúde mental, com alguma informação contextual. Para quem não viu, não se lembra, mas também para quem quer revisitar essa fase da minha vida, aconselho que leiam por ordem cronológica, mas alguns textos não são assim tão importantes para o tema em particular, apenas contêm alguma informação adicional e relacionada que eu queria partilhar no meu diário.

Para mim, os textos mais relevantes para o tema da saúde mental são:
  1. The Phantom Menace - Isto é um relato onde eu abro o livro, expresso os meus sentimentos e descrevo os mau momentos que passei nos 2 anteriores anos (contando de Maio de 2021).
  2. Afinal qual é o diagnóstico ou condição/perturbação mesmo? - O título é auto-explicativo e isto é relevante para o tema da Saúde Mental. Descreve também as diferentes etapas que eu passei no processo de obter ajuda e como é importante saber como a ajuda errada nos pode lixar a cabeça ainda mais.
  3. Annus horribilis in XII imaginibus - Esta é uma espécie de revisão do ano de 2020. É interessante saber o que aqui escrevi e pode acrescentar algum contexto extra mas não é de todo tão importante como os outros 2 textos, apesar deste ter sido cronologicamente a segunda vez que abordei o burnout e os problemas a nível de saúde mental.
Os outros 4 textos não são lá muito importantes, mas o primeiro foi o que abriu a primeira janela para começar a falar do tema, depois tive necessidade de desabafar e barafustar acerca de um período (e um grupo de pessoas) específico nestes últimos anos e os outros 2 acho que são interessantes de partilhar porque apesar de serem específicos ao meu caso e à minha pessoa, podem se identificar com indicadores ou técnicas similares ao que descrevi:
  1. A Whole New World - Descreve um momento em que senti estar a recuperar o controlo de mim próprio.
  2. Estimo bem que vos fod... - Tinha de desabafar sobre a frustração que foi trabalhar para um grupo de indivíduos que agravaram os meus problemas de saúde mental (mas não tenho nenhum problema com a entidade patronal). Eu gosto de ser transparente e honesto mas acabei por concluir que textos públicos como este podem me prejudicar mais tarde pois tenho um elevado grau de certeza que estas mesmas pessoas lixaram-me uma oportunidade de emprego promissora há umas semanas...
  3. Indicadores do meu estado de espírito - O título diz tudo mas basicamente explica como eu notei que a minha actividade nas redes sociais serve para identificar em que estado da minha saúde mental (ou estado de espírito) eu me encontro. Pode ser útil para outras pessoas que agem de forma similar a mim.
  4. A música é um bálsamo - Outra coisa que eu também notei em como um hobby (passatempo, se podemos chamar assim) pode ajudar a nos sentirmos melhores e como resulta no sentido oposto se deixamos esse hobby de lado quando começamos a sentir mais em baixo.
E pronto aqui têm, um apanhado para relembrar o que tenho a dizer sobre a minha experiência recente em enfrentar problemas de sanidade mental.
Tenho a certeza que continuarei a revisitar este tema regularmente, não só nos meses de Maio em anos vindouros mas quando novamente os pensamentos sombrios voltarem a espreitar à esquina, pois acho que revisitando os textos e lendo novamente em voz alta poderá ajudar a evitar cair novamente nesse buraco escuro...

PS - A imagem do topo é uma montagem de fotografias de formato retrato (vertical) que tinha no meu telemóvel, uma por cada mês desde Maio de 2021. Eu queria que fossem todas selfies mas não tirei fotos sequer em cada um desses meses. Em em Setembro do mesmo ano nem sequer tirei uma foto qualquer com o telemóvel (o que prova que não andava bem nessa altura) por isso utilizei um meme do Skeletor que tinha sacado e partilhado por chat na altura e que curiosamente acho que é relevante a este tema. Achei que era preciso dar uma explicação para as imagens, que aparentam ser aleatórias e sem estarem directamente relacionadas com o conteúdo da mensagem.

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