segunda-feira, abril 25, 2022

Grama a grama, esvazia o gordo o papo



Hoje é 25 de Abril, uma data sempre importante para mim e normalmente importante nas minhas redes sociais incluindo o blog. Este ano estou o mais internacional de sempre mas ainda não sei o que vou fazer ou escrever de especial para o 25 de Abril para além de mencionar ser este a primeira vez em que celebramos mais anos de 25 de Abril do que foram os anos de Estado Novo.
Ontem foi também o dia da segunda volta das eleições presidenciais em França, o país que considerei durante muitos anos a minha segunda pátria, e cujo resultado era importante para a liberdade, pois um dos candidatos traria muita instabilidade nessa componente, e mesmo que não afectasse tanto como eu suponha a nível europeu, iria sem qualquer dúvida causar perdas de liberdade religiosa e de movimentos (para a comunidade imigrante) na França. Ontem também se completaram 2 meses duma invasão que dizendo-se servir para desnazificar um país, é uma ameaça à liberdade dos ucranianos, mas não são só eles os ameaçados, por um grupo que parece mais fascista que outros que tiveram oficialmente esse título.

Mas eu venho agora escrever sobre outra coisa que mete perder peso e um problema de mentalidade à mistura, e eu acho que não é bem aquilo que vocês estarão a pensar.

Para além das coisas todas que escrevi, os meus pais estão cá de visita e as férias de Maio (nome oficial deste período de férias) começaram este passado fim-de-semana. Também é a altura em que os campos estão cheios de flores e o Dia do Rei (Koningsdag) está à porta e juntando a tudo isso tem estado bastante sol (se bem que hoje, talvez por ser segunda-feira temos um dia mais cinzento e húmido).
Ainda no tema do fim-de-semana que passou, para além do que já disse no parágrafo anterior, tivemos Fórmula 1 em Imola com corrida Sprint (portanto competição nos 3 dias) e com F3, F2 e Porsche Supercup como eventos de apoio; tivemos o MotoGP em Portimão e a Liège-Bastogne-Liège. Tanta coisa que me interessa a acontecer ao mesmo tempo. Como cantou o Louis Armstrong: there's so little time and so much to do!

Mas ontem de manhã estava a fazer uma série simples de exercícios, porque desde que eles chegaram tenho feito menos que o normal e o meu pai diz-me quando eu fiz a primeira série de abdominais "Só isso? Se não for pelo menos 15 minutos não serve para nada!". Claro que não era só isso, fiz mais várias repetições e outros exercícios diferentes e acabei com 50 jumping jacks antes de ir tomar duche, portanto ao todo foi quase 30 minutos de exercícios mas respondi logo na hora ao meu pai: "É melhor fazer alguma coisa, mesmo que seja menos de 15 minutos, do que não fazer nada!".
Mas o comentário do meu pai é sintomático duma mentalidade que afecta muita gente, e uma mentalidade que serve muitas vezes de desculpa para não se fazer nada. A mentalidade que um pequeno esforço, um pequeno gesto, não muda nada por isso o melhor é não fazer nada.
Separar o lixo em casa para reciclagem não serve para nada porque os outros não o fazem; contribuir com alguns euros para uma campanha de solidariedade não serve para nada porque eles precisam de muito dinheiro e "desviam" metade dele; apresentar uma queixa a uma entidade que fez asneiras não serve para nada porque eles não se interessam pela opinião de uma pessoa quando muitos outros continuarão a usar esses serviços; poupar água e energia, incluindo combustíveis, não serve para nada porque os ricos e as grandes indústrias vão continuar a gastar muito.

É a mentalidade da gota no oceano. Mas as pessoas esquecem-se que o oceano é composto por muitas gotas e que por exemplo um rio começa tantas vezes por um minúsculo fio de água que vai ficando maior e maior conforme outros pequenos fios de água se juntam.
E é curioso que as mesmas pessoas que fazem como o meu pai, dizem "oh para isso tão pequeno não vale a pena" gostam de usar um outro ditado que significa o oposto, mas que usam para outras circunstancias: grão a grão, enche a galinha o papo!
E no meu caso é grama a grama, esvazia o gordo o papo. O gordo sou eu, e as gramas são as sessões de exercício, mais ou menos cansativas, que vou fazendo aqui e ali, quando posso e quando me apetece. Porque admito, nem sempre me apetece, mas tenho me forçado a mexer mais. Ainda ontem por exemplo fui de bicicleta para o restaurante onde almoçamos todos: uma forma de simples de resolver o problema de logística de como levar 6 pessoas num carro com lotação de 5 lugares.

Só para concluir, o meu pai deu-me razão quando lhe respondi que era melhor queimar algumas calorias, mesmo que poucas, do que não fazer nada mas não resistiu a perguntar em tom jocoso quando eu terminei se tinha transpirado alguma coisa ou se tinha sido só para aquecer. E é verdade que não tinha transpirado muito, tenho transpirado pouco nas sessões de exercício (seja em casa, seja andar de bicicleta, seja a caminhar apressado com um pouco de corrida) comparado às idas ao ginásio quando ainda estava em Portugal. Mas já cheirava a cavalão e tinha a testa toda molhada (só não pingava como é o meu costume). Por isso mesmo fui fazer os tais 50 jumping jacks antes do duche (como sou bastante pesado, exercícios que usam a gravidade requerem bastante esforço e aceleram imenso o ritmo cardíaco).
E a verdade é que a balança deu menos de 120 kg (descontando os 800g de erro que a nossa balança tem, quando comparamos há uns anos com uma balança do médico). É ainda muito, mas tendo em conta que há algumas semanas estavam acima dos 130 kg estou bastante satisfeito. A meta seguinte é baixar dos 110.

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