segunda-feira, fevereiro 28, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #5 - Um pequeno olhar de um ponto de vista diferente



Eu estava a pensar escrever amanhã, que é dia de Carnaval, que de certeza que iria haver pessoas que achariam que as colunas militares são desfiles de carros alegóricos, e que daqui a 1 mês (1 de Abril) iriam dizer que foi tudo uma mentira.
Era para ser amanhã que iria fazer essa graçola mas hoje já me deparei com algumas publicações na net (tweets, comentários) a dizer que tudo isto que está a acontecer é apenas uma encenação (e os autores pareciam convencidos do que estavam a dizer). Isso quer dizer que alguém já se antecipou à minha ideia, que eu achava um pouco original, portanto mais vale escrever e publicar  agora a ver se ainda consigo ter algum crédito pela "piada"...
Escrevi isto mesmo há pouco no Facebook em Português porque a graçola não resulta lá muito bem em inglês nem o Carnaval é muito internacional (muita gente conhece, nem que seja pelo nome Mardi Gras, mas muitos países não celebram nada, e nos EUA só está praticamente associado a gajas que mostram as mamas para receberem uns colares, em Nova Orleães).

Reflexões em tempos de Guerra #4 - As primeiras negociações



Tanto a Ucrânia quanto a Rússia concordaram em conversar, ou negociar, sem pré-condições, junto à fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia. É um desenvolvimento muito positivo, mas se o encontro acontecer em breve, acredito que não vão dar em nada. E porquê? Isso deve-se às razões pelas quais Putin decidiu invadir. Permitam-me que explique melhor.

domingo, fevereiro 27, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #3 - 78 horas depois



Talvez ninguém leia isto, ou sequer se importe, mas eu vou compartilhar na mesma: Para mim o Putin é o agressor e quero que o Putin perca (ou seja que não atinja os seus objectivos). Então, de certa forma, a Rússia (o estado governado pelo Putin) é o "mau da fita".
MAS eu não tenho nada contra os russos. As minhas crianças têm amigos e colegas de classe que são russos e eu disse-lhes que eles (russos) que não fizeram nada de errado e que não queria que eles falassem mal da Rússia quando voltarem para a escola amanhã. Quando o meu filho me perguntou especificamente se "os russos são más pessoas?" eu tentei ser bem explicito e deixar-lhe bem claro que nem mesmo os soldados que estão agora a lutar na Ucrânia são más pessoas; que eles estão apenas a seguir ordens.
Às vezes simplificamos estas coisas e tornamos estes acontecimentos numa espécie de "Nós versus Eles"; eu já fiz isso, e provavelmente farei novamente, em alguns posts e textos, mas esforço-me por me lembrar das mesmas palavras que partilhei com os meus filhos.

sexta-feira, fevereiro 25, 2022

Reflexões em tempos de Guerra #2 - Sensações de guerras passadas



Sim, a imagem de cima mostra uma bandeira da União Soviética hasteada num tanque russo pela Ucrânia em 2022. Isto não nos dá sensações da Guerra Fria? Fazer lembrar tanques soviéticos a entrar por países do Pacto de Varsóvia quando a malta de lá demonstrava vontade de escapar ao controlo de Moscovo?
Há quem pense que esta imagem pode ser uma montagem mas não, é uma captura de um vídeo de uma câmara de transito no sul da Ucrânia. O feed da câmara estava a ser transmitido em directo e várias pessoas viram. Neste tweet podem ver um outro vídeo retirado de outra câmara de transito onde se vê o mesmo tanque com a bandeira.
Como me disse o meu amigo Cravo, tendo em conta que a Ucrânia tem o Batalhão Azov (na verdade um regimento) que tem elementos neo-nazis/neo-fascistas, ainda podemos assistir em 2022 a uma luta nas planícies ucranianas com a bandeira Nazi de um lado e a bandeira Soviética do outro. Um cenário surreal, depois de 1944 que ninguém pensou repetir-se a não ser durante filmagens de filme ou documentário... E ainda por cima desta vez com uma troca de papeis entre os "maus" (invasores) e os "bons" (defensores).

Reflexões em tempos de Guerra #1 - O início



No dia 4 de Fevereiro pelas 17:07 eu escrevi isto (em holandês porque o jogo foi aqui): "Voordat Rusland en Oekraïne vechten op de Oost-Europees Laagland (hopelijk niet), strijden ze nu bij de FUTSAL EURO 2022 halve finale." que quer dizer: Antes da Rússia e Ucrânia lutarem na Planície Europeia Oriental (espero que não), competem agora nas meias-finais do EURO 2022 de Futsal.
Depois no dia 20, escrevi mais um comentário sobre o Putin e a Ucrânia, que dizia, entre outras coisas:
Isto é muito parecido com há 8 anos atrás, quando não havia tropas russas na Crimeia e a Crimeia estava apenas a tentar a independência/soberania, só que não realmente (foi sempre um plano russo, o tempo todo).
Todas as peças estão montadas e todas as condições existem para "justificar" uma intervenção russa. Com a desculpa de um ataque às suas tropas ou devido à violência contra os russos ou o que quer que seja no leste da Ucrânia, eles intervirão.
(...)
O que acontece a seguir depende das reacções do resto do mundo. A Rússia pode ser severamente impactada e isso pode diminuir o apoio ao Putin.(...)Há 8 anos já houve muita gente no Ocidente que considerou que a Rússia tinha todo o direito de tomar a Crimeia. Alguns pensarão novamente que a Rússia está certa e está simplesmente a reagir a provocações/movimentos de outros.
No dia a seguir, o Putin reconheceu as 2 auto-denominadas repúblicas da região Donbas, tecendo ao mesmo tempo imensas declarações sobre a Ucrânia não ser uma verdadeira nação e a necessidade em emendar o erro do fim da União Soviética, e eu fiz um desabafo (tendo-se seguido um debate nos comentários interessante, que se calhar merecem uma dissertação própria):
Está feito. Agora todas as peças estão no lugar. As 2 regiões são reconhecidas, as tropas russas entrarão para "protegê-las da agressão ucraniana" e a única pergunta agora é onde é que isto vai parar?
Logo agora que estávamos a voltar ao normal...
Foda-se lá esta merda!

sábado, fevereiro 12, 2022

Aquele feeling de satisfação...

... depois de encontrar aquilo que procurei efusivamente ontem e não estava a encontrar. Já quase me tinha dado por vencido quando me lembrei da segunda parte do verso, e depois foi logo à primeira.
Eu não gosto de não encontrar uma coisa que procuro, e neste caso era uma recordação: depois de o The Office me fazer lembrar que ouvia Travis há vários anos, ao ouvi-los veio uma lembrança que havia uma outra banda de um estilo algo similar que eu comecei a ouvir quando estive em Inglaterra. E lembrava-me que não era Travis porque esta em particular costumava ter várias vozes nos refrões (um pouco ao estilo dos Queen). Mas não me lembrava do nome da banda nem do título de alguma canção. Lembrava-me do primeiro verso do refrão mas só de metade da letra...

quinta-feira, fevereiro 10, 2022

Todos os votos contados - encerra-se o tema Legislativas 2022


Só hoje (se calhar ontem ao final do dia, mas só fui espreitar ao início da tarde) se pode dizer que encerramos o assunto das Eleições Legislativas, com a contagem dos votos dos emigrantes (portugueses residentes no estrangeiro) e o apuramento dos 4 últimos mandatos. Como era de esperar, foram 2 para cada um, PS e PSD. É o costume e dificilmente outro cenário acontecerá no futuro, excepto se os deputados por nós eleitos decidirem mudar a Lei Eleitoral.

terça-feira, fevereiro 08, 2022

Ainda sobre as vacinas, com mais Rogan e outros à mistura


Joe Rogan está novamente no centro das atenções, após a quezília com os artistas que retiraram os seus catálogos do Spotify, ele a emitir um pedido de desculpas (embora não resistiu a fazer um "mas" para tentar sair por cima) e agora a constatação de que cerca da 110 dos seus podcasts foram removidos do Spotify (embora muitos, se não a maioria deles, não eram relacionados com a COVID-19; foram vários casos em que ele usou insultos raciais).
Rogan foi o podcaster que eu critiquei numa dissertação há 3 semanas atrás, mas na verdade estou agora a usar o Rogan como trampolim para saltar e falar sobre Vinay Prasad, um médico e professor que o Rogan usa como referência para afirmar que ele está certo.

quinta-feira, fevereiro 03, 2022

Equívocos da História

Já ouviram falar do Efeito Mandela? É um termo relativamente recente, criado pelos vistos em 2009, mas que ganhou mais peso no mundo da Psicologia depois de um estudo italiano de 2010 que demonstrou um caso de falsas memórias colectivas, ou seja um grupo de pessoas partilharem a mesma falsa memória, confirmando o que a norte-americana (acho eu) Fiona Broome tinha observado quando cunhou o termo. O nome Mandela deve-se ao primeiro caso registado de falsa memória colectiva, quando ela descobriu que outras pessoas também se lembravam de ter sido noticiado que o Nelson Mandela tinha morrido na prisão nos anos 80 para mais tarde verem as notícias da sua libertação.
Portanto o que distingue o Efeito Mandela dos simples casos de falsa memória, é existir uma memória partilhada por pessoas sem relação, muitas vezes por todo o mundo. Dois dos casos mais flagrantes disto é muitas pessoas acreditarem que o senhor do Monopólio tem um monóculo (não tem nada) e que o Darth Vader diz ao Luke "Luke, I am your father" (ele diz "No, I am your father"). Eu conheço um outro caso, menos flagrante mas que já mais que 4 pessoas me disseram o mesmo: que se lembram do Freddie Mercury cantar a música "Barcelona" com a Montserrat Caballé na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 1992 (quando ele morreu em 1991 e se quiserem saber de onde virá a confusão, leiam tudo até ao fim).

terça-feira, fevereiro 01, 2022

Contradições em tempos de pandemia


2 anos e 1 semana depois de ter escrito publicamente (Facebook) sobre COVID-19, 22 meses e 15 dias depois de ter escrito aqui no blog sobre o tema, quero fazer um apanhado disto que são cerca de 2 anos de uma pandemia que tem dividido a sociedade e a discussão pública. E escrever esta semana também faz novamente sentido, pois estamos a passar por nova quarentena na família devido à COVID. Em 2020 estivemos doentes sem confirmação de estarmos infectados (mas como gosto de dizer: se parece merda, cheira a merda, tem a textura da merda e sabe a merda, de certeza que é merda) e agora temos a confirmação de termos o SARS-CoV-2, vulgo o corona-vírus, aqui em casa mas não estamos realmente doentes.
Mas voltando ao cerne da questão, o apanhado que quero fazer é mais sobre contradições que assistimos nos diversos grupos, coisas que disseram e agora dizem mas sobretudo coisas que dizem pela mesma altura mas que são antagónicas.