quinta-feira, agosto 01, 2013

Minha rica vizinha

A minha vizinha de cima (em Portugal) transforma as nossas manhãs e noites, às vezes também as tardes, numa animação, nunca nos deixando sentir sozinhos ou desconfiados com o silêncio.

Ora é o piano, ou o aspirador, ou sacudir tapetes, ou festas de miúdos durante o dia, ou as festas de graúdos noites seguidas até depois das 4 da manhã, ou são as marteladas de manhã ... ou as marteladas à noite!

terça-feira, julho 23, 2013

Parentalidade

Na semana passada começamos o curso de parentalidade. Chama assim porque é muito mais do que aulas de parto, pois fala-se de psicologia, amamentação, conforto físico, a depressão pós-parto e obviamente fala-se também do parto em si.
Dado por 2 enfermeiras, 1 fisioterapeuta e 1 psicóloga.

Como é habito estamos a fazer um providenciado pelo nosso serviço de saúde, que é gratuito e até ver parece-me ser precisamente aquilo que precisamos.
Já disseram à Carolina que devíamos ter ido fazer um, a pagar, que é muito bom e coisa e tal, mas esse é o que uns amigos experimentaram e é uma cena tipo zen com meditação e energias e o diabo a quatro. Pode haver quem ache fantástico, eu costumo achar meia (para não dizer inteira) parvoíce.

Neste modo lá vamos 2 vezes por semana para o Centro de Saúde. São 2 vezes por semana, daqui até quase ao parto. É muita aula de preparação e eu não vou poder assistir a todas e se calhar a Carolina também não.

Eu para já estou a gostar, sobretudo da forma como tem sido conduzido e a maneira prática e com senso comum com que as "formadoras" passam a informação.

Outra coisa que gosto também é que é cheio de mulheres grávidas (e poucos homens) e muitas que apresentam um belíssimo decote que serve para consolar a vista.
A mim quando me dão mamas dão-me (quase) tudo.

sábado, julho 20, 2013

Que seja agora

Canta a Ana Bacalhau numa música do ultimo álbum dos Deolinda:
Que seja agora, que seja a hora,
Se é para acontecer, pois que seja agora

Isto é uma versão mais bonita do que ontem disse em viva voz a uma outra Ana quando discutíamos a notícia fresca da hora do jantar: Falhou o acordo entre os 3 "grandes" partidos.

É curioso que há praticamente 3 anos e 3 meses outro acordo (este só a 2) necessário para salvar um Governo também falhou. Na altura também era preciso cortar e o PSD, na oposição, levava propostas de cortes que não foram aceites pelo PS, no Governo.
Este tempo todo depois, o enredo é o mesmo só os papeis estão invertidos e temos outra personagem: O PS não quer mais cortes e o PSD e o sócio continuam a querer.

E agora o que é que vai acontecer? Não sei mas espero que seja desta que rebente duma vez. Já tinha até pedido há uns largos meses que o Governo se demitisse e escrevi que era melhor que acabasse o sofrimento duma só vez (que seria brutal) do que andarem a matar-nos às mijinhas era ainda pior.
E é por isso que agora digo, que seja agora. Que isto vá tudo pro charco e assim depois se possa recomeçar a reconstruir.

Ontem havia gente que dizia que temos de acabar com a troika e deixar de pagar a divida e coisas dessas. Eu não sou a favor destas medidas radicais, continuo a acreditar que certos compromissos que foram acordados têm de ser cumpridos, mesmo que sejam renegociados.
Mas tal como a história para mim provou que o comunismo não funciona, agora sei também que a austeridade como teoria económico-financeira também não funciona. Rigor nas contas e controlo de despesas (para não haver grandes derrapagens orçamentais) é fundamental, mas a austeridade como se aplicou na Europa parece ser, parece não, é uma cura que mata.

E a isto junto outros modelos e teorias que os últimos anos provaram que não funcionam e só levam a crises cíclicas. Desde o modelo de gestão baseado no agradar exclusivo dos investidores, da submissão da economia mundial ao sector financeiro, tudo ser negociado agora em mercados especulativos, o modelo de democracia mais comum na Europa e outros países ditos do Ocidente e também o famoso Estado Social que ainda existe em muitos países sem esquecer o modelo social (sobretudo com as chamadas minorias que o são cada vez menos) adoptado também em vários países dito ricos.
Isto tudo foi discutido ontem por mim em animadas conversas durante um jantar-convívio, mas o fundamental de hoje é o futuro (próximo) de Portugal.

O Seguro lá veio todo contente explicar (e fazer campanha). Apesar do PS ter assinado o Memorando de Entendimento (onde estavam todos os objectivos de corte, apesar deles mentirem que não foi isso o acordado) ele não aceita fazer o corte final dos 4700 milhões de euros. Quer equilibrar a despesa publica sobretudo "despesa directamente relacionada com rendimentos"mas não aceita cortes de salários. Quer uma verdadeira reforma do Estado mas não aceita alterar coisas nem privatizar mais nada. Quer investir mas não quer que essa despesa conte para o défice (esta então é uma comédia, mas é típico destes gajos, ao fingir que não conta, finge-se que está tudo bem).

Portanto é assim, o Gaspar só sabia fazer austeridade bruta mas ao menos parecia ser honesto e sério. O Passos Coelho e o Portas são umas bestas e um Governo liderado por estes 2 só vai fazer ainda pior. O regresso do PS vai-nos retomar no caminho da bancarrota completa do Estado.

Venham as eleições já, rebentemos isto em pouco tempo, que os "maus" estrangeiros nos fechem a torneira de vez e isto expluda.
Uma coisa certa, os credores não querem a dívida paga (porque ganham mais com os juros) e ela nunca será paga na totalidade também por isso mesmo.
Terá de haver uma altura em que se passa uma borracha sobre o assunto e começa-se do zero. Isto era o Project Mayhem do filme Fight Club.
Não foi na altura, que seja agora...

segunda-feira, julho 15, 2013

Cerveja-Ria, uma cena diferente

Beber, e saber apreciar, cerveja é para mim muito mais do que quantidade ou rapidez em que se malha finos, minis ou  garrafas durante jantaradas, queimas ou mesmo a trabalhar nas obras. Assim como tipos de cerveja vai muito para além de branca ou preta, Sagres ou Super Bock.

Não sou nem pretendo ser a curto prazo um grande expert na matéria, apenas sou um provador que gosta de experimentar a muita diversidade e os muitos tratos que é dado à cerveja.

Tal como já existe o hábito noutras bebidas, como vinho e bebidas espirituosas, gosto de apreciar e provar coisas diferentes. E aí a cerveja leva alguma vantagem para outras bebidas alcoólicas, é que os estilos são imensos e consegue-se beber cervejas que são muito diferentes do habitual.

Como é lógico eu não estou sozinho neste gosto e junto com outros 4 amigos (alguns que só conheci devido mesmo à cerveja) decidimos criar um grupo destinado a promover a prova de cervejas, sobretudo diversificar o nosso conhecimento das mesmas.
E assim nasce a CERVEJA-RIA, pois é tudo malta aveirense. Uma espécie de confraria da cerveja.

E como o objectivo é organizar encontros regulares para o consumo do doce néctar em diversas formas, arrancamos como um evento experimental, uma coisa ainda pouco comum em Portugal, uma prova de cervejas. E já que estamos a começar o ideal é ficarmos-nos pela prata da casa, e provar uma oferta de cervejas artesanais de fabrico português. Poderíamos ter todas, mas para quem ainda não sabe, existe actualmente um boom de produtores artesanais de cerveja em Portugal e mesmo só tendo as comercialmente disponíveis, seria demasiados litros só para provar para cada pessoa. Sendo assim decidimos-nos ficar só por algumas, mas ainda uma boa variedade.

Portanto o Evento Zero da CERVEJA-RIA de cariz experimental e limitado a 50 pessoas, decorrerá no dia 20 de Julho, no novo espaço "À Portuguesa", na Rua Tenente Resende, em Aveiro e consistirá em dois momentos:
- Uma Prova de Cervejas Artesanais, entre as 16.30h e as 19.30 horas e que contará com 20 cervejas para prova (copos de 10 cl) e quatro cervejeiros presentes;
 - E um Jantar de Degustação/Harmonização by Maldita, onde se irá juntar o prazer da comida aos sabores criados pela Microcervejeira Aveirense.
Cervejas presentes na prova:
- Amphora (3 variedades)
- Maldita (3 variedades)
- Mean Sardine (1 variedade)
- Morgan & Jacob's (2 variedades)
- Rollsbeer (3 variedades)
- Sovina (5 variedades)
- Vadia (3 variedades)

Quem estiver interessado em  ir que me contacte para eu dar detalhes sobre a inscrição.

quinta-feira, julho 11, 2013

Ele fisgou a malta toda

O Cavaco finalmente agiu no meio desta crise política. Como já muitos terão escrito e comentado, parecia que ele estava em estado vegetativo e deixava tudo andar numa rebaldaria mas afinal tomou uma decisão e quer que algo aconteça.

Agora a grande questão é: foi um acto realmente presidencial ou mais uma de muitas más decisões?

Sinceramente não sei responder. É curioso que eu a falar com a esposa sobre a crise no Governo provocada pelas demissões, mas sobretudo pelo Portas e depois o circo do revogar decisões irrevogáveis, tinha mesmo dito que o ideal seria o Cavaco mandatar alguém para formar um Governo "apolítico" e exigir o apoio do Parlamento que o único possível era um entre PSD e PS e eventualmente CDS porque apoiava o Governo anterior. Afinal o cenário que me parecia mais lógico não foi muito diferente do que Cavaco pede. A diferença parece ser que ele permite a continuação dos actuais líderes dos partidos. Bem, na direcção dos partidos eles podem ficar, isso é uma decisão dos próprios e dos órgãos, mas Cavaco deveria garantir que pelo menos nem Passos nem Portas fariam parte do novo governo temporário até as tais eleições em 2014. Até no prazo que tinha comentado estávamos sintonizados, eleições assim que acabasse o tal período de resgate ou o tal memorando que foi assinado.
Cavaco não foi claro e pelos vistos as opiniões são diferentes, mas é provável que a não aceitação da reforma que Portas e Coelho arranjaram nesta salgalhada subentenda a não participação destes indivíduos no tal governo transitório.

Tal como Cavaco eu não acho que as eleições agora ou em Setembro viriam em boa altura. E não acho que isso é anti-democrático! As pessoas votam em mandatos de 4 anos e mesmo que os partidos não façam nada do que tinham prometido (que é para mim o habitual) o Governo e a Assembleia não são ilegítimos. É assim que funciona com a actual constituição. Apesar de não gostar do actual Governo ou do Parlamento, para mim considero que continuam a ser legítimos e não é porque nós achamos que são mentirosos que deve haver novas eleições. era bom que assim fosse mas não é o caso.
Mas concordo que um novo Governo tenha de aparecer porque a própria coligação desfez-se e pelos vistos quer refazer-se mas agora não existem condições para isso. Então os seus responsáveis devem sair, mas deve-se encontrar na Assembleia um entendimento para permitir um Governo até novas eleições. E seria bom um Governo "independente" para depois não se responsabilizar só um lado pelos resultados (bons ou maus) desse período.

A escolha dos 3 partidos faz todo o sentido não só pelo número de deputados que representam, mas como Cavaco disse e muito bem, foram os 3 partidos que assinaram o memorando. Portanto são os 3 partidos que se comprometeram com um acordo com os parceiros internacionais, esses 3 partidos devem apoiar um Governo nomeado sobretudo para cumprir esse mesmo acordo.

Só que sem dúvida, o interesse de Cavaco pode ser apenas outro, entalar o PS num novo Governo para eles também sejam responsabilizados e não ganhem garantidamente as próximas eleições.
O que realmente motivou o Cavaco só podemos especular.

Mas apesar de eu achar que esta solução seria a ideal, tanto que tinha falado disso mesmo à mulher na outra semana, não sei se é realmente o melhor. Eleições é sempre uma decisão correcta, mas pode ser também uma espécie de lavar as mãos. Novas eleições, o povo escolhe e pronto, seja o que Deus quiser.
Mas não é por isso, a atitude mais democrática, que iremos ter a melhor opção para o país no actual cenário em que estamos. Os mercados em si já não me preocupam, pois sabemos agora que isso importa muito mais ao sector financeiro que é um dos responsáveis da actual situação portanto que sofram, mas tudo o que pode acontecer com esta cena das eleições, e com o objectivo de atingir bons resultados pode-nos levar à política do costume.
Ao menos ao existir um Governo transitório com um mandato claro e com um largo apoio partidário mas sem pertencer aos próprios partidos, talvez se consiga ter como objectivo único o melhorar o estado do país para cumprir da melhor forma possível os compromissos e assim libertar os próximos que vão a eleições das actuais correntes. Seria 1 ano de governo em que os interesses políticos poderiam ser passados para segundo plano.
Ou estou simplesmente, tal como Cavaco, a sonhar com um cenário que nunca se realizará?

segunda-feira, julho 01, 2013

A urgência tornou-se inadiável

Bem, parece que os inícios de semana estão destinados a notícias impossíveis de não comentar.

Agora demitiu-se o homem que não foi eleito coisíssima nenhuma e às tantas só a custa desta notícias vamos ter uma semana de recuperação ecónomica.
Eu já disse e escrevi até publicamente qual a minha opinião sobre o Gaspar e até sobre o seu trabalho. A carta de demissão do próprio é bastante interessante e a ser verdade o que lá está escrito, o que não tenho razões para duvidar porque o homem não me parece ser um político de carreira, confirma-se a minha opinião sobre o homem.

É a minha convicção e até agora nunca vi nada que me convencesse do contrário, que estávamos mesmo muito mal quando este executivo assumiu o governo. Acreditando em análises que li, não havia mesmo dinheiro, não nos conseguíamos financiar externamente (nem com as taxas de juro brutais que estavam) e caminhávamos mesmo para a falência do Estado (e depois do país). O acordo com a troika já tinha sido assinado, e outros provavelmente iriam fazer o mesmo, mas havia medidas de choque que precisavam ser tomadas e como já disse e continuarei a dizer, a nível de consolidação financeira da dívida, do financiamento e até do orçamento, houve melhorias. Elas terão sido unicamente a nível financeiro e se calhar só alguns é que viram esses benefícios mas a nível nacional acho que houve melhoria.

Apesar de tudo continuou-se a falhar metas e previsões. E algumas coisas que o Gaspar foi dizendo levaram-me a crer que o homem, apesar de bem intencionado e parecer-me estar a fazer realmente aquilo que achava ser o melhor, tinha algumas limitações e não sabia para mais. Na carta fica no entanto revelado que o homem afinal não é assim tão burro e já sabia há mais de meio-ano que não tinha condições. E agora também fico convicto que algumas das coisas falharam, ou não se foi mais além, porque ele era "apenas" o ministro das finanças e muitos outros membros do executivo terão boicotado parte do se trabalho.

Não sei se ele foi um bom ministro ou mau, se foi o homem certo para o momento que vivíamos. Tal como no Governo do Sócrates, consigo ver coisas positivas durante o seu mandato. Se quiserem pesquisar por aqui deverão encontrar já outros posts com palavras similares (e uma oscilação entre parabenizar e criticar o homem, que revela a minha ambiguidade para com o seu trabalho). Não estou agora a escrever isto porque o homem saiu, deixará de ser o bode expiatório e está quase destinado que ele será mais um caso de "depois de mim virá quem de mim santo fará" (também já escrevi isto antes).
Mas vos garanto que é só contar as semanas (acredito que nem serão muitos meses) para que aí os iluminados que têm voz na praça pública comecem a enaltecer o homem...

quinta-feira, junho 27, 2013

Ruby sai cara

Pelos vistos custava €3000 por utilização, mais um pagamento de €30000 no final, portanto já pelo preço esta Ruby saiu carota, mas afinal o custo terá sido bem maior. 7 anitos de prisão e banido para sempre de toda a actividade política. Estou obviamente a falar do Berlusconi.

Na segunda-feira à noite enquanto jantava um porquito de pele estaladiça reparo na notícia a passar na televisão.

É a loucura! Depois de tanta coisa que o gajo fez, finalmente é condenado se bem que pelos vistos lá vai ver uma nova ronda de recursos. E mesmo que não passem e a sentença seja confirmada o mais certo é que ele nunca vá dentro, porque lá na Itália pelos vistos as pessoas com mais de 70 anos costumam ficam em prisão domiciliária.
E como ele tem casas tão boas e era nelas que fazia as festas "bunga bunga" com a Ruby e outras amigas, somos capazes de ter mais do mesmo.

Mas sinceramente nunca pensei ver o dia em que o gajo fosse condenado em tribunal. Juntado isto ao facto do Isaltino ainda estar preso começo a "temer" pelo futuro. O que vai acontecer? Vai mais alguém para além do Bibi ser condenado pelos crimes da Casa Pia? Os candidatos a outras câmaras com mais de 3 mandatos vão ser mesmo proibidos de candidatar ou exercer? O Alberto João Jardim ser afastado da liderança do PSD-M e do Governo Regional consequentemente? O Pinto da Costa fazer as pazes com a Carolina Salgado e deixar tudo para ir morar com ela em Myanmar? O Jesus ganhar outro título com o Benfica?

Outra coisa curiosa desta condenação do Berlusconi é que parece-se um pouco com um outro gajo famoso e mafioso de nome italiano, o Al Capone. Tantos crimes cometeu com ele e foi preso por fuga ao fisco. O Berlusconi terá feito tanta coisa e foi condenado por uma coisa menos grave.
É certo que a rapariga era menor (17 anos) e um adulto sobretudo com idade para ter juízo tem de sofrer as consequências quando se envolve com uma menor, mas ela curiosamente sempre negou ter tido sexo com ele, terá afirmado que tinha 24 anos (e que era amante do Mubarak) e mesmo não sendo uma verdadeira prostituta (como ela sempre afirmou também) seria quase de certeza uma escort girl, pois recebeu os tais €3000 por cada festa que apareceu (assim como outras moças). Para além disso recebeu um pagamento de €30000 que seria uma ajuda para ela abrir um salão de beleza (vulgo fachada para um puteiro).
Eu neste caso até tenho de dar razão ao Berlusconi. Não está correcto um gajo pagar €3000 por uma rapariga vir-nos fazer companhia e no final nem sequer lhe saltar à espinha!

sábado, junho 22, 2013

Dá para ver umas coisas

Nem tudo é mau quando não se tem carro e temos de nos deslocar em transportes públicos.

Primeiro acabo por caminhar sempre e isso nem é nada mau pois sempre faço alguma actividade e gasto algumas calorias.
Nem sempre caminho lá grande coisa, o meu trajecto de viagem varia conforme o autocarro que passe primeiro e apesar de poder fazer sempre o mesmo trajecto (autocarro até ao tram, do tram até ao metro e depois do metro apanhar um vaivem que serve a zona onde está a IBM) escolhi só faze-lo caso esteja cansado ou o tempo for impróprio para arriscar a caminhada.
Na vez de saber os horários do autocarro e apontar para isso eu basicamente saio de caso quando estou pronto e logo me adapto. Como os autocarros volta e meia vêm adiantados vários minutos eu estou sempre um pouco perdido, mas quando chego à paragem se ainda falta algum tempo para passar o próximo começo a caminhar até à paragem seguinte (onde tenho mais uma linha que pára). Se apanhar o 61 caminho depois os 1100 metros até à IBM. Se apanho o 69 caminho os 1600 metros até à IBM. Se apanho o 63 vou ter a Lelylaan e aí ou apanho o metro, ou o autocarro 195 caso este esteja para sair, e saio à porta da IBM.
Para o regresso é basicamente apanhar um autocarro caso esteja a chegar à paragem quando eu passo por ela. Senão não vejo nenhum a vir, continuo a caminhar. No outro dia estava a saber-me bem e caminhei 2 quilómetros até apanhar o Tram. E depois já em Osdorp costumo caminhar também mais de 1 quilómetro até casa, a não ser que apanhe um autocarro na paragem quando estiver a passar e não precisar de passar no AH para umas compras.
Sei que estas distâncias não são nada de especial, mas é positivo caminha entre 4 e 6 quilómetros todos os dias, e carregando a mochila com o laptop, uma garrafa de agua, fruta e um guarda-chuva (a vir venho mais leve).
Uma das coisas que tenho de aprender é ter alguma paciência, pois o que me acontece muito é achar que ainda falta muito para um autocarro passar e então decido ir andando até à próxima paragem e depois vejo os autocarros a passar a meio do caminho...
Mas pronto, sempre me obriga a caminhar e o único senão é chegar por vezes já demasiado suado ao escritório e ainda tenho o dia todo pela frente.


Mas nestas minhas andanças de transportes públicos e caminhadas, permite-me experienciar coisas várias.

Dá para apreciar as pessoas e os seus comportamentos como ver uma mulher atrapalhada para entrar com o carrinho de bebé no autocarro e as restantes pessoas a entrarem ao lado dela (e por uma porta que nem deveriam usar para entrar) sem dar espaço à senhora, sem esperar nem nada e como se metem à frente e chegam a empurra-la, complicam ainda mais a entrada dela e manejo do carrinho!

Outra coisa que adoro e dou por mim muitas vezes a sorrir é durante as caminhadas ver e 0uvir os passaros, ver coelhos e caminhar e comer erva à vontade como se estivesse numa aldeia calma, mesmo sendo entre as 19h e as 20h, porque o movimento na rua é muito pouco. De vez em quando passo em zonas com tanto arvoredo e com tanto passaro a cantar, que parece que estou no meio de uma mata e não na maior cidade da Holanda.

E sempre vemos coisas mais estranhas, como no outro dia em que desço a Johan Huizingalaan até à IBM sempre com uma rapariga uns metros mais à frente. De repente, no ultimo cruzamento antes dos edifícios de escritórios, ela encosta mais ao lado e desaparece de vista. Quando eu estou a passar no cruzamento reparo que ele refugiou-se um pouco mais ao lado e está a trocar as sapatilhas por sapatos de salto alto! Eu percebo e acho normal que as pessoas usem um calçado para caminhar e troquem por outro mais chique no escritório, mas esta rapariga deve querer já entrar no edifício toda aperaltada pois até troca os sapatos no meio da rua!

Mas apesar de ser giro, isto de andar varios dias a pé ou a espera de transportes que ora passam atrasados ora passam adiantados, deixa-me a pensar que um bicicleta é realmente o ideal para reduzir o tempo de viagem, e aqui nem é preciso pedalar muito. Não me estou a ver a comprar uma bicicleta típica daqui, as mais clássicas tipo pasteleiras. É verdade que têm uma posição confortavel e boa para andar, mas muitas nem mudanças têm e depois na realidade a bicicleta nem servia para mais nada. Posso comprar uma tipo MTB mais civilizada com 18 velocidades e que permite meter acessórios praticos para o dia a dia por volta de €150 (nova).
Só que ao ver estes preços apercebo-me que por esse dinheiro consigo alugar uma mota por uns 3 dias... A bicicleta ficaria e daria para outras vezes, mas a mota permitiria matar saudades duma paixão à qual não dou uso já há demasiado tempo...

quarta-feira, junho 19, 2013

Caso de polícia

Hoje ao final do dia, enquanto esperava pelo Tram 17 em Lelylaan para vir para Osdorp, reparo que a polícia abordava uma senhora no passeio. Tinham atravessado o carro perto dela e tudo e aquilo parecia-me estranho. Não se notava demais, ela não parecia ter roubado ou nada ou ter sido vítima de uma ofensa e a polícia claramente tinha parado de propósito para a abordar. Passado pouco tempo deixam-na seguir caminho sem fazer nada de especial.
E foi então que eu reparei: a mulher era feia como o caralho, mas mesmo mesmo muito feia!
Estava tudo explicado, eles tiveram de a parar por atentado à beleza feminina!

sexta-feira, junho 14, 2013

A verdadeira calamidade

Existem doenças que parecem mais graves, de que as pessoas têm muito medo, sobretudo aquelas causadas por vírus como a SIDA o ébola ou outras desgraças que ameaçam tornar-se em epidemias e arrasar a população (vejam a quantidade de filmes que se fizeram em torno deste tema e até o tema dos zombies é relacionado com uma epidemia de um vírus qualquer). Mas para mim a doenças que é o grande flagelo nem sequer é uma doença per se mas um grupo de doenças que partilham os mesmos sintomas a nível celular, é o cancro.

Já desde há muitos anos que digo isto em conversas. Nem todos são muito maus, alguns tipos de cancro têm cura relativamente simples e elevadas chances de recuperação total. Existem até pessoas que vivem com um cancro. O cancro não é necessariamente uma sentença de morte, assim como ter HIV também deixou de ser, mas continua a ser para mim a pior doença de todas e a mais injusta de todas.
A SIDA, o ébola, outras infecções e doenças, como as cardiovasculares, têm uma explicação e causas conhecidas. O cancro não. Existem comportamentos que se sabem agora que aumentam imenso as chances de se ter cancro, mas na mesma o cancro pode aparecer do nada. É uma mutação das células que de um momento para o outro "decidem" ser diferentes e depois espalha-se.
É também das doenças com piores curas. Têm pessoas que literalmente não morrem dela mas morrem da cura por ser uma coisa tão agressiva. A maioria dos cancros, não se curam. Tem de se remover o "podre". E normalmente implica cirurgia e outras terapias que nos queimam por dentro. E remove-se parte do corpo, mesmo que seja partes que pareçam não ser necessárias, retira-se.
Mas o pior de tudo é que apanhando uma vez é estatisticamente provável que ele regresse!
É a pior de todas, é horrível, é injusto, é mau!

Durante a minha vida não tive muito contacto com a doença. Felizmente na minha historia familiar não existem muitos casos, apesar de se suspeitar que a minha avô materna tinha um cancro no sistema digestivo (mas foi operada há muitos anos e os médicos gostavam de fazer segredo de muitas coisas, como alguns ainda fazem nos dias que correm) e um primo meu também teve de remover uns sinais que eram cancerígenos.
Mas agora em pouco tempo tive um contacto mais directo com a doença.
Uma amiga nossa tem um nos ossos; outra tem um pequeno tumor cancerígeno que já tinha retirado mas voltou; o filho de 5 anos um colega meu teve um tumor muito agressivo e de crescimento extremo na cara que quase matava a criança e obviamente ainda está em tratamentos e sabe-se lá por quanto mais tempo; e agora um outro colega meu de trabalho descobriu que tem cancro da próstata já em estado avançado...
E estes casos todos mais próximos e em pouco tempo, fazem-me pensar outra vez nesta calamidade.

Li ontem que o cancro já mata mais pessoas que as doenças cardiovasculares (um outro grupo de doenças) em Portugal e será uma das maiores causas de mortes por doença no mundo. E isto sem falar nos muitos casos de pessoas de idade que morrem e que por acaso até têm um tipo de cancro mas não muito agressivo e nunca foi detectado em vida!

Eu sempre pensei que o cancro teria cura (e para todos) assim que se descodifica-se o ADN humano. Uma vez que por trás dos cancros está a mutação de células, uma vez sabendo-se bem como manipular o ADN, seria só reprogramas as mesmas e pronto, cancro curado!
Pelos vistos parece que ainda não é bem assim e questiono-me sempre se o cancro será aquela doença que irá sempre acompanhar a humanidade sem nunca ter uma verdadeira cura...

quarta-feira, junho 12, 2013

Fast & Furious

Andei aqui de volta de uns títulos, todos baseados em filmes de cinema para intitular esta minha crónica.
Passou pelo "Italian Job" e pelo "Drive", ainda pensei em outras coisas, mas ficou mesmo pelo filme, aliás pela saga, que tem nova aventura estreada há pouco nas salas.

A esposa já escreveu sobre as férias aqui, aqui e aqui também, mas eu agora escrevo sobre uma componente particular desta viagem, uma que muita gente pensa quando se vai a Itália sobretudo a Roma: conduzir naquele (aparente) caos.

Bem, desde já conduzir em Itália, mesmo em Roma, apesar de ser considerado uma aventura nunca será tão caótico como certos países da Ásia nem tão imprevisível (e perigoso) como na Rússia, mas julgo que muitos de nós tem aquela ideia que lá as regras não são bem como no resto da Europa. Pelo que alguns nativos me disseram em Roma é pior, o que sendo uma grande capital não é de admirar.
Mas certamente quase todos nós ouvimos falar que não respeitam as regras, os semáforos, etc...

Bem, esta não foi a primeira vez que fui a Roma nem a primeira que andei de carro. Foi a primeira vez que conduzi mas na realidade nem andei bem por Roma. A Roma só fui uma sexta à noite já depois da meia-noite para dar uma voltinha e mesmo assim foi algo complicado pois havia congestionamento na mesma.
Não me recordo ao certo da primeira vez, em 2000, se os carros não paravam no vermelho e se os piões tinham de ter IMENSO cuidado como até vem escrito nos guias turísticos. Mas o ano passado quando fomos não me pareceu ver muitas avarias e agora então é que verifiquei que não é muito diferente de Portugal. Em tempos terá sido verdade que apenas abrandavam nos vermelhos e passavam na mesma, mas talvez devido aos muitos radares que existem nos semáforos para apanhar os que passam no vermelho, a malta até respeita mais do que aqui na Holanda. Também atravessei estradas e tive carros a parar na passadeira sem apitar nem barafustar.

Mas conduzir em Itália reserva realmente algumas surpresas.
Primeiro logo pelo mau estado das estradas, pelo menos na província de Roma. Eu achava que as estradas de Aveiro eram uma miséria mas o número de estragos, lombas, depressões, buracos e crateras por m2 nas estradas romanas é visivelmente superior. E a sinalização horizontal é também sofrível no melhor dos casos.
Como andamos a passear pela Região da Lazio, afastamos-nos de Roma mas apenas para sul (quando rumamos a Gaeta) as estradas melhoraram.
E sem dúvida alguma que os italianos têm uma visão sui-generis das regras de trânsito e da forma de conduzir. As velocidades praticadas são muito superiores à média aqui na Holanda e arriscaria a dizer também nitidamente superiores ao que agora se faz em Portugal. Apesar de que se apanha carros em vias rápidas a calcar ovos na mesma, o que causa aqueles momentos de fortes travagens e manobras evasivas rápidas para ultrapassar mas meter no espaço livre entre os 2 carros que vêm de gáspia a ultrapassar-nos já.
O uso dos piscas também parece ser extremamente facultativo, mas o melhor mesmo é ver a facilidade com que ultrapassam. Traços contínuos, existir só uma faixa, cruzamentos, carros a vir de frente, nada disso é impedimento para ultrapassar quando se vai mais depressa que o carro da frente. Mesmo que se vá pouco mais depressa. Outra manobra favorita parece ser dar o golpe nos semáforos, quando existe filas ao lado que são destinadas a mudar de direcção. Simplesmente usa-se as mesmas para passar os outros pacóvios que esperam a sua vez na fila correcta. Se entretanto houver alguém que precisa mesmo de cortar, olha azar...

Uma das coisas que é muito comum com as estradas portuguesas e nada a ver com as holandesas são as "armadilhas" que existem e que explicam algumas manobras bruscas e feitas com aparente falta de cuidado. Desde entradas em vias rápidas que acabam em plena curva sem qualquer visibilidade das vias em que vamos entrar, o que obriga a meter-se à frente de alguém; entrar numa via com múltiplas faixas pelo lado esquerdo e ter que sair logo a 50m do lado direito, o que obriga a cruzar a estrada de repente sem ter tempo para ver nada, basicamente numa de fazer a fundo e com fé que ninguém bata...
Enfim foi divertido mas eu acho que me adaptei bem porque em determinadas alturas (quando estava na via errada e tinha que cortar para o outro lado logo depois do semáforo) eu conseguia antecipar-me ao resto da malta e fazer as manobras mesmo à campeão, ou seja, à italiano. Até ultrapassei um carro em pleno cruzamento quando ele ia mudar de sentido e tendo um outro a meter-se à estrada na frente a obrigar um ziguezague entre os dois, mas tudo tranquilo que eles até bateram palmas como que a aprovar e dizer "un vero italiano alla guida!"

O grande senão mesmo foi o carro. Muito longe dos 2 da imagem (e que grande fail usar desportivos alemães em terra de italianos) e não o carro que tinha alugado. Pensava eu que andaria com estilo num muito italiano Fiat 500 mas a rent-a-car decidiu fazer um upgrade para um carro maior, só que o que carro maior era um menos estiloso Lancia Y. Mas era novinho em folha, 14 kms apenas e notava-se que a sair do aeroporto parecia que não andava nada. Mas já estava muito diferente depois dos 700 kms feitos pelo BaKano, the Italian Driver...

quinta-feira, junho 06, 2013

Ghost Town?!?!

Estou por Aveiro ainda há poucos dias, desde Domingo à noite para ser exacto, e portanto é capaz de ser uma ideia muito precoce mas das vezes que tenho andando pelas ruas desta cidade durante o dia começo a pensar se estamos a caminhar para um estado pré-apocalíptico!
Não seria de estranhar tendo em conta o que o futuro parece reservar a esta terra e estas gentes, mas tenho de o escrever para partilhar esta minha ideia e ter outros aveirenses a comentar sobre a minha percepção.

Anda muito menos gente pela rua e nas estradas do que há uns anitos atrás (quando eu andava todos os dias). E é verdade que eu não tenho andando na hora de ir trabalhar, pois estou a trabalhar de casa, mas já andei à hora do regresso a casa, já andei pela hora do almoço e já andei por diversas zonas diferentes. Em todas elas parece haver muito menos gente e carros e muito mais espaço.

O que se passa? Ainda não é altura de férias e as escolas não fecharam por completo... Estarão assim tantas pessoas desempregadas e nota-se tanto pela rua as menos pessoas que se deslocam nos seus afazeres? É pela crise e pelos preços dos combustíveis que as pessoas ficam mais em casa ou andam mais de bicicleta (que sem dúvida alguma se vê mais, aponto como exemplo a minha garagem "cheia" delas agora)?
Ou é o Encosta de Pias Reserva 2011 que me está a deixar com ideias maradas (ele realmente deixa-me um travo diferente na boca, mas não está estragado!)?

segunda-feira, junho 03, 2013

Mania de ser diferente

Estava eu sentado na sanita, a enviar o primeiro fax de Junho, olhando para o papel higiénico e outras coisas no WC quando me apercebo que gosto mais da minha casa na Holanda do que da de Portugal. Aliás, a casa que tenho (alugada) lá é melhor que esta daqui.
E daí apercebi-me que sou o oposto de muitos emigrantes que conheço. Sobretudo os mais velhos e esses conheço muitos pois são duma família de emigrantes. Muita gente tem uma casa mais simples e baratuxa no país de trabalho e uma casa muito boa em Portugal. Eu é ao contrário.

Desse pensamento surgiu logo uma ideia: eu tenho uma mania de ser diferente.
Não necessariamente o ter que ser diferente dos outros, mas é verdade que gosto de agir diferente do que se costuma dizer e muitas vezes escolho determinada opção por ela ser diferente (não necessariamente melhor).

No caso do emigrante, sou eu que tenho casa melhor lá do que cá (estou em Portugal agora). Não quis ir para a universidade porque estava convencido que tinha de provar que esta opção diferente do costume resultava tão bem ou melhor. Quando comprei uma máquina nova há uns anitos, escolhi uma Micro 4/3 precisamente porque era uma cena diferente (e agora estou um pouco "triste" porque já se vêm bastantes por aí). Numa Europa onde "toda a gente" compra carros a diesel comprei um a gasolina. Por falar em carro, o carro novo foi comprado em Portugal na vez de ser no estrangeiro como fazem muitos emigrantes. Numa Holanda, sobretudo em Amesterdão, onde muita gente compra e passa a andar de bicicleta, eu não comprei nenhuma e vou de carro para todo o lado!

É um pouco isto, tenho a mania que tenho de fazer as coisas de maneira diferente. Não são todas mas se pensar bem acabo por ver que essa mania influencia mais do que pensava. A comprovar isso está o facto que muitas vezes começo a deixar de gostar duma coisa, ou perco interesse nela, quando me apercebo que toda a gente agora também gosta ou está interessada.
Enfim, manias de BaKano...

sexta-feira, maio 31, 2013

Lojas e compras

Aqui em Osdorp não existe Zara (nem sei se existe na Holanda), mas temos uma Zaza. E na Zaza também existem as meninas assim vestidinhas de igual e bem arranjadinhas, tal como as meninas da Zara foram em tempos quando eram o top nas lojas da cidade. A grande diferença é que as meninas da Zaza têm o dobro do tamanho das meninas da Zara e não estou a falar em altura...

É uma das diferenças de se fazer compras aqui por esta terra de hábitos e costumes diferentes. Primeiro não existe propriamente o conceito de Centro Comercial, o shopping onde vamos e temos tudo. Existem alguns, eu inclusivamente costumo ir a um aos Sábados mas é bastante diferente. Aqui o que existe é sobretudo Winkelcentrum, que literalmente é o centro das lojas, mas é mais ruas onde as mesmas estão concentradas. Até aí tudo bem, o conceito até é porreiro e não estamos fechados num edifício, andamos ao ar livre, mas existem muitas diferenças.

Na loja da Stradivarius do Fórum Algarve (Faro) eu cheguei a ver pessoas à meia-noite a entrar enquanto o portão da loja estava a fechar. Aqui as lojas fecham cedo (muitas é entre as 17:00 e as 18:00) e já não entras 30 ou 15 minutos antes da hora de fecho, o segurança não te deixa.

O que vale é que existe a chamada Koopavond, literalmente noitinha das compras, uma noite por semana em que as lojas ficam abertas até às 21:00 (ui que loucura). Aqui em Amesterdão é as quintas (como hoje) mas no outro município onde morei antes (Haarlemmermeer onde fica o aeroporto por exemplo) é às sextas.

Compras ao fim-de-semana dá para fazer, Sábado está tudo aberto e parece-me ser o dia pior para ir aos hipermercados XL mas que continuam a ser basicamente do tamanho de um Pingo Doce dos médios. Ao Domingo existem alguns winkelcentrum abertos, em Amesterdão nas ruas e praças principais as coisas estão abertas (apesar de algumas abrirem tarde) e já numa outra cidade por onde passeamos estava tudo aberto. Mas aí podemos ter apanhados um Koopzondag da terra, sim adivinharam o Domingo das compras, que também é só alguns por ano onde as lojas abrem nos winkelcentrums...

Hoje também lá fui eu aproveitar a koopavond e fui ao winkelcentrum da Osdorpplein e aproveitei e comprei Vaseline (que é como se chama o Vasenol aqui).

quarta-feira, maio 29, 2013

Trafulhas, mentirosos e aldrabões

No outro dia, na sgunda-feira ao final da tarde para ser mais exacto, vou dar uma olhada no meu extracto do banco aqui e deparo-me com uma cena que me deixou puto.
Basicamente comecei aos berros (mas internamente porque estava dentro do escritório):
"Filhos da puta, filhos da puta, filhos da puta! Estes gajos são os mais trafulhas e mentirosos e aldrabões que alguma vez encontrei! Isto é roubalheira do mais alto nível!"

O que vi eu que me deixou tão assim indignado? Esta história começa uns dias ainda mais tarde, quando depois duma ida ao IKEA decidimos comer num Burger King porque tínhamos fome e deram-nos uma raspadinha onde podíamos ganhar prémios duma cena chamada VriendenLoterij (Lotaria dos Amigos). Teoricamente ganhei €20 e tinha de ir validar no site para receber. Na minha inocência e ânsia de ganhar uma notita meti o meu número de conta que era preciso para receber o prémio, mas só o número (não havia nenhuma autorização a dar nem nada). Lá recebo uma carta passados uns dias a dar as boas vindas e dizer que posso fazer apostas partir de agora e que cada uma custa €11. E eu para mim "Tábem, hei-de fazer muitas mesmo"
Mas eis então que dou a tal olhada na conta (até para ver se sempre lá estaria o meu prémio). E tinha um belo prémio sem dúvida: Não só não recebo os €20 que diziam que tinha ganho como me descontam por semana €22, €11 de cada aposta que é feita automaticamente e x2 porque tinha 2 cupões que tinha validado!
E o mais giro de tudo é que este tipo de débito directo não pode ser cancelado por mim através do banco, tem de ser cancelado pela tal lotaria! Pelo menos o banco pode bloquear os futuros débitos (espero que funcione até que resolva o assunto)

Já noutro ano tinha ganho num cupão de raspar na Shell um desconto na Philips (2 empresas holandesas), mas quando compramos o produto (uma maquina de cortar cabelo) aquilo deu erro e mesmo contactando a Philips que disseram que iam enviar novo link para fazer a compra, nunca mais deu para receber o prémio (o desconto)...

Nunca mais na vida ligo para os cupões de prémio "manhosos" que obrigam a cenas adicionais, mesmo que não digam isso no papel. O conceito de prémio aqui dos holandeses é diferente do meu...

terça-feira, maio 28, 2013

Pague 3 Leve 0

O melão esteve em grande nos mercados nestas ultimas 2 semanas sobretudo para os benfiquistas mas eu fiquei sem saber exactamente qual seria a promoção. Era "Leve 3 Pague 0" ou seria "Pague 3 Leve 0"?

Bem a verdade é que este ano assisti a uma grande desilusão, ou tristeza ou mesmo decepção na época futebolística do meu Benfica. Tenho que admitir que tal como em anos anteriores não estive vidrado desde o inicio e a coisa até que mais atenção me chamou eram os maus resultados do Sporting, que achava uma situação caricata por ser um pouco insólita, uma vez que não se espera realmente que um dos grandes esteja com tantos problemas. Mas já estou a divagar...
Pode parecer estranho que uma das melhores épocas, senão mesmo a melhor a época, que eu me lembro de ver do SLB acaba por ser precisamente aquela em que não ganha nada. Nem a "tradicional" Taça de compensação este ano!

Como já escrevi por outros lados, como é que se pode considerar uma coisa destas? Simplesmente porque eu não me lembro de o Benfica ter estado tão perto de conquistar os títulos em que competia e perde-los pela margem mínima. O campeonato foi por 1 ponto e discutido até à última jornada, podendo-se dizer que perdeu-o por 1 golo sofrido nos descontos numa espécie de final entre os 2 candidatos. A Liga Europa e Taça de Portugal perdidas ambas por 1 golo também de diferença e no caso de Amesterdão também ele nos descontos. Até na Taça da Liga (o outro título que o Benfica poderia ter conquistado) foi derrotado nas meias-finais pelo eventual vencedor, portanto não ficou longe também.
E é por ter chegado tão alto que a tristeza e a decepção são maiores. Daí que seja impossível um benfiquista não ficar com melão no final da época.
Não posso falar pelos outros e sei que no caso do Benfica é mais forte aquele coisa do adepto de ocasião, o chamado benfiqueiro que com as vitórias manifesta-se muito e depois exagera nas reacções, mas o melão de muitos não é porque achava-se que ia ganhar tudo, é porque sabia-se que tudo estava ao alcance e nada se ganhou com algum azar à mistura. E como muitos dizem, e apesar de parecer uma frase de circunstância é a verdade: só perde finais quem lá chega.

Mas então quais as razões para o Benfica, que fez uma boa época no seu todo e chegou a jogar um futebol muito bom em certas alturas, não conseguir resolver nada? Não sou pessoa de resumir épocas inteiras a um jogo ou momento específico mas neste caso acho que existe 1 jogo que pode definir (não é justificar) a época do Benfica. Tenho algumas dúvidas ao certo qual o jogo, porque um contribui efectivamente para o desenlace de tudo, mas o outro para mim revela muito mais sobre o espírito da equipa na altura (e até se torna uma figura de estilo para o Benfica 2012/13).
O empate com o Estoril foi o início dos desaires. Perdeu-se a margem de segurança para o jogo no Dragão e deixou a equipa com pressão com a qual já não contavam. Tirando a final em Amesterdão, a equipa não quis perder os jogos decisivos e viu-se no que deu.
Mas o jogo na Madeira com o Marítimo é muito mais revelador. Foi uma vitória, ou seja um sucesso ao género do que foi a época, mas a maneira como a equipa celebrou mostra que estavam convencidos que tinham superado a última prova de fogo e já nem se precisavam de se preocuparem com o jogo do Dragão. Para mim este jogo revela a principal falha do Jesus: incutiu na equipa o espírito errado. Celebrar a vitória na Madeira acho natural mas nunca daquela forma. A equipa tinha de saber que era apenas uma obstáculo difícil ultrapassado, mas não o ultimo. E acho que foi isso que estragou tudo.
O empate seguinte, inesperado porque o Benfica foi sempre muito forte na Luz mas justo porque o Estoril jogou muito bem, para o qual a equipa toda não estava preparada terá os deixado muito nervosos.
E depois veio à tona outra falha do Jesus, como já escrevi anteriormente: vendo-se com pressão de não perder, torna esse o objectivo de jogo, o que é para mim completamente errado porque tem de se jogar sempre para ganhar mesmo quando se joga com um adversário mais forte.

Eu não vi o jogo da Taça mas do pouco que me disseram e li, aconteceu novamente isso mesmo. O Jesus não queria perder este troféu, digo mesmo que terá dito a todos que não podiam nunca na vida perder. Então depois de uma primeira parte dominadora e estando a ganhar, tenta segurar o resultado (na vez de procurar confirmar a vitória) e deu em mais uma derrota por 2-1!
Numa altura em que o mais importante seria ter um espírito de não preocupação com o resultado e tentar libertar de toda a pressão para deixar a equipa jogar aquilo que sabe, e que se viu durante a época, o ambiente naquele balneário devia ser de cortar à faca... Por isso é que depois vê-se o Cardozo a reagir daquela maneira (que é errada mas apenas uso o exemplo porque acha que comprova a minha teoria).

E depois de dissertar aqui sobre o meu clube, tenho só de deixar umas últimas palavras sobre as reacções das pessoas, daquilo que vi pelas redes sociais.
Acho que ficou claro este ano, praticamente ao longo de todo mas com especial evidência na fase final, que a nível de apoio ao futebol em Portugal existe uma grande parte, muito perto da maioria mesmo, que são sobretudo anti-outro-clube que pró-seu-clube. Ficou claro que as pessoas dedicam muito mais tempo e mensagens a comentar, atacar, gozar com os resultados dos outros clubes que os do seu. Apesar de entender algumas piadas e provocações entre conhecidos, até por anteriores picardias ou como resposta a anteriores comentários das outras partes, não consigo entender porque é que as pessoas preferem seguir esse caminho durante a maior parte do tempo. Não entendo como é possível um adepto de um clube no seu mural do Facebook, nos jogos antecedentes aos que definiram o resultado final, nunca fazerem um comentário sequer às vitorias do seu clube, mas ter múltiplas mensagens por jogo, inclusive nos da Liga Europa, para o clube rival.
E a outra coisa que me deixa irritado é as pessoas pensarem que os adeptos do seu clube têm razão e justificação para as atitudes parvas que demonstram mas os dos outros clubes não.
Sempre disse que a nível de adeptos e reacções somos todos iguais e todos os clubes tem bons e maus adeptos e daqueles que só dizem asneiras e agem burra e estupidamente, mas de várias reacções que vi este ano, muitas pessoas ainda acham que só os outros é que tem o exclusivo da bestialidade...

Eh pá, já vai longo o texto e está na hora de ir trabalhar. A ver se logo passo no super-mercado aqui da zona para ver a cotação do melão.

quinta-feira, maio 16, 2013

"It's all just a little bit of history repeating"

Para mim não existem vitórias morais. Como disse o meu amigo Diogo isso é conversa de quem não ganha nada, e sendo verdade que o Benfica esta época ainda não ganhou nada, acho parvoíce alguém vir falar disso.
Mas sinceramente ninguém merece, ainda por cima 2 vezes seguidas e ontem, acho que ficou claro, que não merecíamos (e uso o "nós" porque estava lá e também sofri) aquele balde de água fria.

Tenho uma pequena satisfação porque o Benfica jogou bem e no meu entender esteve melhor e merecia ter ganho durante os 90 minutos. Mas a verdade é que estou convencido que caso o sérvio não tivesse metido a bola lá dentro e o Benfica não marcasse rapidamente 1 golo, o Chelsea marcaria pelo menos na segunda parte do prolongamento e o resultado final era o mesmo. Acho que esse desenlace estava à vista de toda a gente.

Mas pronto, lá se morreu pela segunda vez consecutiva à beira da praia e lá se foi mais uma final europeia (a terceira que me lembro e a primeira que vi ao vivo).
Como cantou a Shirley Bassey, é só mais um pequeno pedaço de história que se repete...

E o que levo desta minha primeira final europeia?

- Amesterdão cheio de tugas e benfiquistas;
- Ambiente fantástico pelo estádio e dentro do estádio;
- O Bispo do Benfica!
- Ver e comemorar 2 golos do Cardozo mesmo à nossa frente mas só um valer;
- Um jogo destes, com todo o ambiente e emoção, parece que só dura metade!
- Os ingleses na nossa área praticamente calados o jogo todo (mas quem ri por último ri melhor);
- Encontrar o outro gajo de Sever que aqui mora ao sair das bancadas!
- E conhecer os 2 melhores alemães de sempre, 2 gajos que se sentaram ao nosso lado, não falavam português, mas berravam e exaltavam mais que nós pelo Benfica (e sabiam os cânticos todos de apoio ao SLB)!

O pior de tudo é que não me sai da cabeça o cântico do Chelsea, praticamente o único que cantaram durante a noite toda...

terça-feira, maio 14, 2013

A prova definitiva

Curiosamente acho que ainda não me tinha queixado aqui publicamente dos semáforos aqui na Holanda, mas certamente já me queixei a quase toda a gente que converso sobretudo quando falo de conduzir aqui ou do trânsito.

Pois é, os semáforos aqui são um dos grandes enigmas porque ainda não percebi ao certo qual a lógica por trás deles. Estar parado num semáforo de carro ou a pé e estar vermelho por muitos segundos para toda a gente e depois ficar verde só numa faixa específica e outras que não cruzam ficarem vermelhas deixa-me estupefacto. Por alguma razão muitos holandeses queimam e muito os vermelhos (chega a ficar verde para mim e ainda passam 3 ou 4 carros na outra estrada!).

Ontem tive a prova definitiva que o sistema de controlo é completamente ridículo, precisamente no cruzamento que está na fotografia (obrigado Google Street View) no canto. Eu parei no vermelho e era o primeiro carro, na faixa da direita do ponto de vista da imagem. E aconteceu isto:
1 - Ficou verde para quem cortam à esquerda na mesma estrada;
2 - Ficou verde para quem segue em frente na outra estrada que cruza;
3 - Ficou verde para quem corta à esquerda na outra estrada que cruza;
4 - Ficou verde apenas para a faixa em sentido contrário na mesma estrada (e eu vermelho!);
5 - Ficou verde para apenas 2 carros para quem cortam à esquerda;
6 - Ficou verde para apenas 2 carros para a outra estrada que cruza;
7 - Ficou verde para apenas 2 carros para quem corta à esquerda na outra estrada que cruza;
8 - Finalmente ficou verde para mim!

Porque raio é que no #4 só ficou verde para o sentido contrário e o meu sentido continuou vermelho? E porque é que repetem o ciclo, só que muito curto, novamente? Alguém percebe e consegue me explicar a lógica disto?

Enfim, holandesices...

segunda-feira, maio 13, 2013

Uma história de 2 penteados

Como sou benfiquista devo estar com melão, não é? Bem, tudo depende da definição de "melão". Se for ter ficado triste e desapontado com o resultado do jogo de ontem, então pode-se dizer que sim.
Eu por acaso acho que ficar com melão é algo mais que isto e por isso não acho que tenha ficado. Mas sem dúvida que ficava se o Benfica perdesse o 1° lugar e o título na ultima jornada tendo 2 pontos (ou 1 como seria também provável há 1 semana atrás) de avanço!

Ainda bem que me enganei na semana passada e o jogo pareceu-me ser o clássico decisivo menos polémico de todos e nem grandes picardias houve dentro de campo (a não ser que me tenha escapado algo). Isso foi muito positivo. Tendências clubísticas à parte, também dá-me alguma satisfação ver que o campeonato português teve o jogo entre os 2 primeiros como jogo do título (senão houver surpresas de ultima hora) e mesmo assim só fica resolvido na ultima. Os grandes campeonatos europeus ficaram todos decididos antes.

Mas como benfiquista, qual a minha opinião? No meu entendimento do que se passou em campo, eu até compreendo a estratégia do Jesus e do Benfica. Foi um pouco como jogar a 2a mão duma eliminatória em casa do adversário tendo ganho o primeiro jogo. A outra equipa, o FC Porto, estando atrás precisava de ganhar, logo entrega-se a iniciativa do jogo ao adversário e tenta-se apanhar em contra-mão nos contra-ataques. Esta táctica é para mim a correcta e por uns momentos pareceu que daria mesmo certo. Só que esta estratégia de jogo deve ter sempre como objectivo marcar golos para obrigar o adversário a vir mais para cima deixando mais espaço para marcar mais golos e assim ganhar o jogo. E o que me parece que foi claro é que o Jesus jogou para o empate.

Portanto o FC Porto "dominar" as estatísticas seria sempre o esperado, e até mesmo o objectivo, mas fica a ideia, para um benfiquista, que podiam ter criado mais oportunidades de golo se tivessem as instruções ou a ambição para isso.
É lógico que nada disso significa que o resultado final seria diferente do que foi, mas sinceramente quando vi o Benfica a gastar tempo tão cedo no jogo comecei logo a ver que ainda ia dar em golo do Porto e depois não terem tempo para tentar qualquer coisita.

E o Kelvin, tal como fez no jogo com o Braga, é que veio resolver a coisa. Na minha opinião não houve genialidade nenhuma do Vitor Pereira, limitou-se a meter um jogador de ataque porque precisava e o puto que parece ter jeito para rematar bem em jogos importantes acertou!

É por isto que eu digo que o jogo é uma história de 2 penteados: O penteado ridículo do Jorge Jesus e a não-menos ridícula crista do Kelvin.
São para mim as 2 figuras do jogo.

Agora vem o jogo na quarta com o Chelsea aqui em Amesterdão e esse vou ver ao vivo (não é todos os dias que se pode ir ver uma final europeia do nosso clube).

Para a semana é encontrar uma capela para rezar por uma surpresa em Paços de Ferreira e nenhuma na Luz. Para mim era giro mas será inesperado.

sexta-feira, maio 10, 2013

I have a dream

Olha que bem!
Tive eu uma premonição do que vai acontecer amanhã no Estádio do Dragão e encontrei a imagem ideal para adornar este post. Se calhar tenho de concorrer ao passatempo com o meu palpite.

Então é este o cenário que me deixaria em completo êxtase:
  1. O Proença invalida um golo legal do FCP por pretenso fora de jogo;
  2. A 5 minutos do fim o Alex Sandro toca a bola com o tronco mas é assinalado penalti a favor do Benfica;
  3. O Cardozo falha o penalti.

E então? O campeonato vai-se decidir na última jornada e aí:
- O Benfica perde por 0-1 com o Moreirense por estarem todos rotos de terem ganho a Liga Europa;
- O Porto empata 2-2 com o Paços de Ferreira.

Era a pura da loucura...

terça-feira, maio 07, 2013

E o Portas indigna-se com taxas sobre as reformas

Há uns anos um velhote a ser entrevistado disse que o Portas era um burro mas isso ele não é de certeza. Ele está muito chateado com as taxas sobre as reformas (apenas para reformas acima de 1000 e tal euros, teoricamente) por que sabe que agora é tempo de se colar à esquerda de forma a garantir poleiro noutra coligação e ter os velhotes reformados, sobretudo aqueles que ganham misérias, que não serão afectados por esta medida e precisam dela aliás para receber a sua, a bater-lhe palmas.

Mas eu não o oiço a falar de outras coisas menos polémicas.
14% da receita fiscal do estado destina-se ao pagamento de juros da dívida pública. Diz-nos Paulo Morais que é mais que o Estado gasta em qualquer outra actividade (Saúde, Educação, Segurança, etc). Acrescenta ele também isto: "Para baixar o custo do serviço da dívida, é necessário colocar parte da dívida no mercado interno a juros bem mais favoráveis".
Isto para mim é dos grandes "mistérios" da gestão da dívida pública em Portugal.

Vender dívida pública internamente aos cidadãos é daquelas coisas que nem sequer é preciso negociar porra nenhuma e não custa mesmo, mas mesmo nada.
Porque é que vendemos dívida pública para os estrangeiros a pagar 6% a 9% (ou será mais ainda?) e temos Certificados de Aforro (série C) a oferecer no limite 5% (na realidade é muito menos, já vamos ver isso)?
E porque é que os outros instrumentos de dívida, como Certificados de Tesouro (que valeriam 7,10%) estão suspensos, e os restantes só se podem subscrever através da bolsa (pelo sector financeiro)?

Façamos um exercício: Vou fazer agora um Certificado de Aforro série C; a taxa de juro calcula-se da seguinte forma: 0,85 x 0,209% (média da Euribor 3M) + 0,25 = 0,428%
Até final de 2016, esta taxa é acrescentada de 2,75, portanto fico com 3,178% durante os primeiros 2,5 anos. Uma média de 1,115% considerando os 10 anos!
Em Abril, a dívida pública para os mesmos 10 anos foi negociada a 6,090% nos mercados, para os outros instrumentos de dívida só disponíveis ao sector financeiro.
Portanto para os cidadãos (e ficando do dinheiro em Portugal) o Estado paga praticamente 5% a menos do que para a banca (nacional e estrangeira).
Bastava oferecer CA a uma taxa de 3,5% (nada de extraordinário) e poderia cortar 2,5% nos juros que se pagam.

Mas depois o Ulrich (e companhia) é que teria de aguentar...

Eram 4, ficaram 2

Já há muito tempo que não opinava sobre jogos da Liga. Quer dizer, volta e meia até dizia umas coisas no Facebook, mas como não tenho visto os jogos em Portugal não podia dizer muito.

Esta noite estive a ver, com o campeonato a chegar ao fim, os jogos ganham outra dimensão. Mas a ver os jogos pela net não consigo ver muito concentrado e acabo sempre por perder algo, algumas coisas passam-me ao lado.

Mas daquilo que vi, o Estoril mostrou bem porque é que está no 6° lugar do campeonato. Foi discutir o jogo e fe-lo sem dúvida. Acho que teve mais posse de bola durante a maior parte do jogo e foi mais perigoso no ataque. Cheguei a pensar durante a 2a-parte que o Estoril iria mesmo ganhar o jogo.

O Benfica parece-me que claramente acusou a pressão de já ter o FCP a roer os calcanhares (fruto da vitória no Sábado) e ir jogar no Dragão a seguir. Tinha uma margem de conforto, agora não a tem. Se perder no Dragão já fica atrás e depois...

De qualquer maneira para mim nada está definido. Agora como dantes. Comemorei as vitórias do Benfica até agora como qualquer adepto de qualquer clube (já agora era o que mais faltava não poder comemorar, apesar disso fazer comichão a algumas pessoas) mas nunca comemorei títulos antes do tempo.
Mas assim como muitos diziam que o Benfica ganhava ao Estoril, muitos também já dizem que o FCP vai ganhar. Eu por mim só sei que qualquer resultado é possível e o jogo vai ser muito intenso, nem que seja pela carga emocional e nervosismo.
Infelizmente acho que vai ser um jogo mau, com muitas picardias dentro e fora, antes e durante (e depois) e os jogadores vão ser dos primeiros a acusar esse ambiente.
Não sei como irei conseguir ver o jogo, acho que fico a perder em qualquer circunstância excepto se o Benfica ganhar folgado, o que acho extremamente improvável!

O que queria mesmo é que o campeonato não fique reduzido a um único momento polémico, tipo um fora de jogo, ou falta ou expulsão ou seja lá o que for e seja para que lado for. É que é triste ver-se 30 jogos com diversos clubes serem reduzidos a essas coisas.
Mas quem não nos diz que o Paços e o Moreirense é que vão decidir o campeão? Tinha a sua piada...

segunda-feira, maio 06, 2013

Aturar o BaKano

Aturar-me não deve ser muito fácil. Até sou um bom tipo mas sei que tenho uma pancada jeitosa, sobretudo nos diálogos. Para além de a deixar muitas vezes à espera que o Russel Crowe cante, o responder a frases amorosas com arrotos, peidos ou os 2, o dançar seminu entre ela e a televisão daquela maneira sexy (NOT) que só eu sei dançar... Enfim, um sem número de parvoíces.

O desconversar ou corromper conversas é um dos meus muitos talentos. Aqui só um pequeno exemplo do que acabou de acontecer:
Ela: Tava a pensar fazer bacalhau mais logo, pode ser?
Eu: Tavas a pensar bem.
Ela: Trazes avos e salsa?
Eu: Avos? Para comerem também? Posso trazer, mas vai demorar um bocado...

Ela queria dizer "ovos" e corrigiu durante a minha tirada...

quinta-feira, maio 02, 2013

I will touch myself at home

Ou em português "eu vou-me tocar em casa".

Isto foi uma frase que enviei ontem para a Carolina, tal e qual, mas sem pretender dizer nada disto.

Durante o dia numa interacção com um colega holandês, voltei a aprender qualquer coisa. Ele é um dos colegas para o qual eu tento dizer uma frase ou palavra em holandês que aprendi e ele costuma responder em holandês, ao que eu a seguir digo o que percebi ou não. Neste caso foi a aprender formas de negar coisas ao que ele usou o exemplo "de bus zal niet komen", que quer dizer "the bus will not come" ou em português "o autocarro não vai vir/chegar". Aqui nesta frase se vê como é fácil ir apanhando coisas do holandês por correspondência com o inglês, pois as 2 frases são muito parecidas.

Tendo praticado um pouquinho de holandês, decidi-me armar em bom e responder à Carolina quando ela me perguntou quando ia para casa, em holandês. Vai daí enviei isto: "Ik zal komem thuis in een uur".
Tão a ver a diferença? Por engano (e foi mesmo engano a escrever) meti um 'm' onde deveria ser um 'n'. O significado muda logo porque "komem" também existe, ou pelo menos assim o considera o Google Translate.
Quando a Carolina me repete a frase em português, "tu vais-te tocar em casa daqui a 1 hora?!?!", e eu vou traduzir o que tinha escrito foi um fartote de rir. Eu a rir-me no escritório sozinho e ela a rir-se sozinha em casa!

Uma simples letra, ou por engano de escrita ou por equívoco na forma correcta de escrita pode mudar a frase continuando a mesma a estar correctamente escrita. E isto até pode ter algumas consequências mais graves.
Já para aí há 10 anos, quando em Aveiro trabalhávamos com os ingleses, um colega meu a escrever um e-mail também se enganou numa letra apenas, só que o inicio do mesmo ficou assim: "Hello gays".

terça-feira, abril 30, 2013

A Raínha não morreu, Viva o Rei!


Há um ano atrás escrevi sobre o Dia da Rainha e chegamos novamente a esta altura do ano. Só que este ano é especial, mesmo especial. Não é por ser o primeiro ano que vou poder ir assistir e participar no Dia da Rainha, mas porque será também o ultimo ano durante uma geração. É que amanhã a Rainha Beatrix transfere o trono para o seu filho mais velho, Willem-Alexander.

Portanto são 2 festas no mesmo dia. Festeja-se o Dia da Rainha, festeja-se um novo rei. Mas o que não se vai festejar é uma nova coroação. Isto porque pelos vistos o futuro Rei não consegue usar a coroa, diz que é pesada demais e não lhe serve na cabeça portanto vamos ter apenas uma investidura.

Outra curiosidade é que este será o primeiro Rei em 123 anos, pois os anteriores monarcas foram Rainhas. Mas a seguir virá novamente uma Rainha portanto os holandeses festejarão novamente um Koninginnedag (talvez daqui a 30 anos).

O mais incrível de tudo é que estes gajos estão mesmo malucos com isto. Eles já se passam com a festa normal, é a grande festa holandesa, mas este ano com mudança de monarca, o dia tem outro significado. O número de produtos cor de laranja e com referência ao novo monarca é de malucos. Até grande parte da comida virou cor-de-laranja. Amanhã será o pais todo pintado em tons de laranja.

E eu também seguirei o protocolo. Tal como no ano passado vestirei laranja mas agora vou poder andar por aí e usufruir um pouco mais desta festa. E tem que ser mesmo desta vez pois vai mudar e quase que de certeza que não gozarei mais nenhum Koninginnedag aqui, e para o ano a festa, agora Dia do Rei, passa para 27 de Abril (o aniversário dele).
Não vou é festejar em grande como muitos, porque agora a condição dela não o permite, mas saio a ganhar na mesma...

domingo, abril 28, 2013

Celibacy, the ultimate trigger

Sim, o título está em inglês porque manda pinta, não acham? Soa melhor do que escrever "Celibato, o derradeiro gatilho". Mas é precisamente sobre isso que quero escrever.
O celibato é um gatilho para quê? Para que as pessoas façam mudanças na sua vida, que muitas vezes adiaram durante anos ou diziam que não conseguiam.

Eu passo a explicar.
Primeiro não é propriamente ser-se celibatário. Enquanto se está solteiro, e aqui quero incluir as pessoas sem uma relação estável e séria, tem-se uma vida diferente. O que quero mesmo escrever é o regresso ao celibato.
Muitos de nós de certeza que conhecemos, ou até acontece com os próprios, pessoas que estavam juntas, ou casadas ou com uma relação duradoura, quiçá vivendo juntos, que falavam constantemente em perder peso, mudar de visual, fazer algo diferente da vida, coisas assim. Mas sem o nunca o ter feito.
Muitas vezes com a desculpa que o dia-a-dia não permite.
E eis então que acontece algo drástico, a sua relação termina. De repente essa pessoa vê-se sozinha e eis que de repente, apesar de ter o mesmo emprego, o mesmo horário, a mesma vida mas sem a relação (que é parte importante da vida, eu sei) lá fazem algo e perdem peso, mudam de visual, mudam de casa, fazem coisas que nunca tinham feito antes (mas queriam).

Muitas vezes as pessoas poderão dizer que o fizeram por questões de saúde ou porque precisavam mesmo, mas para mim, em muitos casos é o regresso ao celibato que é o gatilho para finalmente passar das ideias aos actos.
E porque é que a pessoa o faz? É porque agora tem tempo? É porque o parceiro(a) o impedia de concretizar os sonhos? Tudo isso pode ser verdade, e aceitam-se como justificações, mas para mim o real objectivo é só um: a necessidade de encontrar um novo parceiro(a) e sobretudo por causa do sexo.

Já muitas vezes falei desta temática, e esta teoria não é original minha, veio das minhas conversas com o Cravo. Até achava mesmo que já teria escrito aqui no blog e mais que uma vez, mas uma pesquisa rápida não me deu resultados, portanto cá explico outra vez.
Quase tudo o que uma pessoa faz é por causa do sexo. Uma pessoa arranja-se de manhã, veste-se, tem um emprego, ganha dinheiro, compra coisas, para atrair o sexo oposto. É natural em nós e é o nosso objectivo primário, tal como nas outras espécies animais.
E portanto quando acabamos uma relação e deixamos de ter um parceiro(a), mesmo que o sexo fosse pouco, começamos logo a pensar que temos de encontrar outro(s) e portanto temos de nos tornar mais apetecível para o sexo oposto. Então surgem as tais mudanças na nossa vida que passamos tanto tempo a adiar (porque na realidade não precisávamos antes).

Desafio-vos, sobretudo os mais cépticos desta minha teoria, a verificarem por vós mesmos. Se tiverem amigos ou conhecidos que se separaram recentemente, vejam se essa pessoa não passou por mudanças na sua vida, sobretudo visuais, que a tenham tornado mais competitiva neste negócio das relações ou do engate.
Parafraseando o Sinhozinho Malta: Tô certo ou tô errado?

quinta-feira, abril 25, 2013

O Dia da Liberdade

Lá estamos novamente naquela altura do ano em que se invoca muito os valores do 25 de Abril. Já são 39 anos os que passaram e imagino que foram 39 anos de discussão sobre o valor desse dia e os valores desse dia.

Eu não o vivi, aliás já nasci depois do 25 de Abril, portanto não tenho vivência suficiente para ter uma ideial mais completa de tudo o que envolve o 25 de Abril.

Mas isso não significa que não posso ter opinião sobre o mesmo e que não possa fazer o meu juízo de valor sobre o 25 de Abril e tudo o que o rodeia.

Para já deixo o que escrevi já hoje no Facebook a uma rapariga que não concordava muito que se celebrasse o dia de hoje, tendo em conta o estado de muitas coisas em Portugal:
Conheço várias pessoas que não gostam mesmo do que aconteceu e são livres de o dizer.
Eu por exemplo não concordo com muito do que sucedeu durante o PREC (o pós 25 de Abril) e sou completamente anti-comunismo, tenho um ódio de estimação por Mário Soares (e outros Socialistas da altura) e acho ridículo muitos comportamentos da esquerda caviar .... MAS ... sou grande defensor do golpe militar que derrubou um regime ditatorial (que era fascista mas se fosse comunista era a mesma coisa).
E isto apesar de achar que ele surgiu sobretudo por uma questão laboral (os oficiais das Forças Armadas estavam a ser prejudicados na carreira pelos oficias milicianos da guerra colonial)!

Portanto eu não sou de maneira nenhuma um gajo de esquerda (mas também não sou de direita, pesar de tender mais para esse lado) mas sou a favor do 25 de Abril. E quero aqui deixar claro que, ao contrário do que muita gente faz parecer (pelo que dizem publciamente) o 25 de Abril não é um exclusivo da Esquerda nem tão pouco a Esquerda tem mais direitos ou regalias sobre o 25 de Abril que os outros cidadãos de outras ideologias.
Aliás se este é o Dia da Liberdade, todos devem ser livres de o viver e celebrar, se for caso disso, como muito bem entendem.

E é nisso que o 25 de Abril de 1974 se mostra ser uma mais valia. Permite que hoje, eu, tu, ele, todos possamos dizer o que queremos sobre o seu significado sem ter medo de sofrer perseguição ou represálias do próprio Estado.

quarta-feira, abril 24, 2013

Recordações esquecidas

Há 8 anos atrás estava eu na fase final de uma das experiências mais marcantes que tive sobretudo no que toca a trabalho e viagens, os meus 2 meses (muito intensos tipo Big Brother) no Japão que por vezes parece que equivaleram a 6 meses.
Foi também lá que descobri o meu gosto pela escrita, mais em jeito de crónicas do propriamente dizer que sou um escritor, mas na mesma para passar o tempo, para relatar as peripécias e para até mesmo guardar um relato, escrevia crónicas quase todos os dias. Por vezes limitava-me a escrever apontamentos durante o dia e mais tarde desenvolvia. Essas crónicas eram enviadas por e-mail para um grupo de amigos e acabei por descobrir que tinha leitores ávidos das mesmas.
Só 1 ano mais tarde é que as crónicas passaram para a outro formato, tendo criado um blog, isto depois de ter criado este para ser o meu blog onde digo (quase) tudo o que me apetece.

Mas não só do blog do Japão sobrevivem as minhas recordações. Obviamente também tenho as memórias na minha cabeça (que o blog ajuda a refrescar), as fotos dos (poucos) passeios e umas recordações que ainda sobram, mesmo que estas tenham estado esquecidas (não todas)



Aqui estão 3 souvenirs que encontrei recentemente em casa. O do meio é um cartão de pontos da loja onde comprei o meu saudoso MuVo (que foi com uns amigos do alheio pouco depois de ter vindo para a Holanda). Diz-me o blog que o recebi a 18 de Março de 2005 e é um cartão onde acumulei 10% da minha compra. Poderia tentar descontar quando lá voltar, mas o meu assistente da compra nessa sexta-feira disse que só durava 1 ano.
O maço de tabaco é o único que me resta duma série deles que comprei devido à muita variedade que existe por lá. Estes cigarros ditos "One" têm apenas 0,1mg de nicotina, portanto só servem para fazer fumo. E eu que os comprei a pensar que eram uma especialidade ... e realmente são, mas não aquela que pensava.
Finalmente o cronómetro. Este é aquele que não comprei e o que realmente ainda serve para alguma coisa. Não sei como acertar as horas mas ele continua a contar certo e funciona 5 estrelas. Encontrei na estação de comboios de Aichi a 17 de Abril, quando regressava da ida à Expo 2005. Estava sentado à espera do comboio depois de um dia cansativo e longe do magote de velhotes que enchiam a plataforma e o meu pé toca no cronometro. Estava um pouco sujo, mas olha veio e ainda aqui está para as curvas!

sábado, abril 20, 2013

À espera que o Russel Crowe cante

O homem até já pode ter cantando em muitos sítios, feito musicais e até pode ser essa a formação dele, mas a verdade é que só vi o Russel Crowe a cantar na adaptação cinematográfica de 2012 de Les Misérables.

O homem nem canta mal, mas soava um pouco estranho e esforçado e com a carreira dele nos filmes, não se associa Russel Crowe, o homem que foi O Gladiador, a um cantor. Portanto para mim, Russel Crowe a cantar tem significado irónico e tornou-se numa espécie de piada (que ao meu estilo irei repetir até à exaustão).

Umas semanas depois de termos visto o Les Mis, vimos outro filme onde ele participa: The Man with the Iron Fists.
Este é um filme de acção que se passa na China do estilo wuxia mas de produção ocidental e não feito na China como a maioria deles. Eu nem sei bem como é o filme que adormeci antes de meio.
Mas pronto ainda vi o Russel Crowe a aparecer, e mal o vi disse logo "ele vai cantar neste filme".

O melhor foi no dia a seguir, que ouvi a mulher dizer que ficou à espera até ao fim do filme que ele cantasse e ele não cantou!

Portanto agora virou piada interna. Sempre que eu digo que algo vai acontecer, ela fica sem saber se é verdade ou se vai "ficar à espera que o Russel Crowe cante", ou seja, por algo que nunca chega a acontecer.
Vamos a ver se a moda pega e daqui a uns tempos oiço mais pessoas a dizer quando esperaram por algo que não aconteceu: "olha, fiquei à espera que o Russel Crowe cantasse!"

sexta-feira, abril 19, 2013

Depois de mim virá...

... quem de mim santo fará.
Acho que o ditado não é bem assim, mas eu tenho a certeza que foi isto que disse a minha professora de Física do curso TPI. Tenho de dizer que esta professora teve 100% de aproveitamento, mas de 20 e tal alunos que começaram a disciplina, só 9 estavam inscritos no final do ano.

Pela foto que acompanha o texto já devem perceber a temática desta dissertação. Falta aqui uma personagem fulcral mas não encontrei uma imagem que o incluísse também e como já estou com uns copitos a mais hoje, vai mesmo assim.

Nas 2 semanas de férias que passei em Portugal no inicio do mês, consegui perceber que o regresso à vida pública activa do José Sócrates com a estratégia de limpeza da imagem terá algum sucesso.
Apesar do (des)governo deste senhor ter sido um dos grandes responsáveis pela falência das contas do Estado, como depois dele o governo do PSD não parece ter grande resultado, sobretudo a nível de melhorias da vida do povo, o Sócrates de repente surge como um gajo que afinal até era quase um santo. E temo que várias pessoas caiam no conto do vigário, ou melhor dizendo, no conto do vigarista.
Estava eu em casa a discutir o regresso do Sócrates com o seu programa na televisão pública e tive de ouvir do meu irmão que se estava contra o Sócrates era porque apoiava ao Passos Coelho!
Parece ser uma espécie de os amigos dos meus inimigos são meus inimigos também...
E ainda por cima tive de ouvir que o Sócrates tinha razão nalgumas coisas que defendia!

Não é por mal e tenho de dar o desconto ao meu irmão. Ele sofre muito mais que eu e só vê a vida a andar para trás. Ele contava com um governo que mudasse algo e as coisas parecem estar cada vez pior. Do ponto de vista dele saiu pior a emenda que o soneto. Pode-se também dizer que ele acredita agora que não se ia morrer da doença (o défice elevado) mas vai-se morrer da cura (a austeridade).
Ainda por cima logo agora que surgem as notícias de que o estudo de Harvard que serve de base para as políticas de austeridade que o FMI recomenda e estão em vigor aqui na Europa é baseado num erro do Excel, logo está errado!

Portanto eu consigo compreender que as pessoas não acreditem no PPC e no Gaspar. Eu consigo entender que se duvide e muito que o caminho da austeridade nos leve a bom porto. Aliás julgo que já escrevi, senão aqui no Facebook, que a fixação pela austeridade e redução do défice a qualquer custo não resolve nada.
Mas o que me custa imenso é ver que as pessoas começam a achar que o caminho proposto pela esquerda e pelo PS do Seguro (uma repetição das políticas do Sócrates) vão salvar o país!
Se há coisa que eu tenho praticamente a certeza é que esse caminho do cagar para a dívida e do despesismo à custa de endividamento para mascarar crescimento ecónomico só nos levará a falência!
As pessoas podem achar que o país cresceu durante a época do Sócrates, mas o crescimento do PIB foi diminuto e tudo à custa do endividamento per capita de todos os portugueses à média de €150 por mês. E esse dinheiro tem de ser pago!
Mas alguém acredita que esse discurso demagógico do dinheiro que a Alemanha nos deve ou de que senão há dinheiro não se paga é o caminho a seguir e vai ter efeitos práticos? Claro que não!
Se um gajo seguir aquilo que Seguro, Sócrates, Soares e outros gajos populistas andam a dizer, vai chegar um dia, quiça mesmo Novembro, e não vai haver dinheiro para pagar nem os salarios quanto mais o Subs. de Natal.

Este Governo do Passos Coelho não é bom. Seguem um caminho que eu não acredito ser o correcto e insistem com medidas que afectam em demasia as pessoas. Mas quer se goste quer não, a nivel económico-financeiro  fez algumas positivas e permitiu que o país arranjasse dinheiro quando ele já não existia. E para um gajo se financiar tem que acatar certas regras, aquelas acordadas (não impostas) com os credores.
O maior problema destes gajos é continuarem da senda dos anteriores. Ainda pensam muito em não serem muito mauzinhos para manterem o tacho e continuar as políticas do compadrio para benefício dos amigos e deles próprios.
Há reformas que continuam por fazer, há medidas muito impopulares que têm de ser tomadas mas imagino que estejam todos à espera que elas sejam impostas por troikas e afins para meterem as culpas em terceiros.

Portanto hoje, o Gaspar e o Passos Coelho são uma merda. O Sócrates há 1 anito e pouco também o era e agora já começa a ser visto como um "gajo que afinal até nem era mau tipo e tinha razão". Já prevejo que este Executivo caia antes do tempo e o Seguro lá vai arranjar o seu poleiro. Se o que ele anuncia a viva voz é realmente o caminho que vai seguir, prevejo uma falência do país em 1 ano, 1 ano e pico. E aí lá vai vir gente a dizer "ah e tal o Gaspar e o Passos Coelho afinal até tinham alguma razão". E lá se vai comprovar o ditado que pus no íncio.
Ou por outras palavras: os bestiais que passaram a bestas, passam a bestiais outra vez com o surgimento de novas bestas ainda maiores!