O Cavaco finalmente agiu no meio desta crise política. Como já muitos terão escrito e comentado, parecia que ele estava em estado vegetativo e deixava tudo andar numa rebaldaria mas afinal tomou uma decisão e quer que algo aconteça.
Agora a grande questão é: foi um acto realmente presidencial ou mais uma de muitas más decisões?
Sinceramente não sei responder. É curioso que eu a falar com a esposa sobre a crise no Governo provocada pelas demissões, mas sobretudo pelo Portas e depois o circo do revogar decisões irrevogáveis, tinha mesmo dito que o ideal seria o Cavaco mandatar alguém para formar um Governo "apolítico" e exigir o apoio do Parlamento que o único possível era um entre PSD e PS e eventualmente CDS porque apoiava o Governo anterior. Afinal o cenário que me parecia mais lógico não foi muito diferente do que Cavaco pede. A diferença parece ser que ele permite a continuação dos actuais líderes dos partidos. Bem, na direcção dos partidos eles podem ficar, isso é uma decisão dos próprios e dos órgãos, mas Cavaco deveria garantir que pelo menos nem Passos nem Portas fariam parte do novo governo temporário até as tais eleições em 2014. Até no prazo que tinha comentado estávamos sintonizados, eleições assim que acabasse o tal período de resgate ou o tal memorando que foi assinado.
Cavaco não foi claro e pelos vistos as opiniões são diferentes, mas é provável que a não aceitação da reforma que Portas e Coelho arranjaram nesta salgalhada subentenda a não participação destes indivíduos no tal governo transitório.
Tal como Cavaco eu não acho que as eleições agora ou em Setembro viriam em boa altura. E não acho que isso é anti-democrático! As pessoas votam em mandatos de 4 anos e mesmo que os partidos não façam nada do que tinham prometido (que é para mim o habitual) o Governo e a Assembleia não são ilegítimos. É assim que funciona com a actual constituição. Apesar de não gostar do actual Governo ou do Parlamento, para mim considero que continuam a ser legítimos e não é porque nós achamos que são mentirosos que deve haver novas eleições. era bom que assim fosse mas não é o caso.
Mas concordo que um novo Governo tenha de aparecer porque a própria coligação desfez-se e pelos vistos quer refazer-se mas agora não existem condições para isso. Então os seus responsáveis devem sair, mas deve-se encontrar na Assembleia um entendimento para permitir um Governo até novas eleições. E seria bom um Governo "independente" para depois não se responsabilizar só um lado pelos resultados (bons ou maus) desse período.
A escolha dos 3 partidos faz todo o sentido não só pelo número de deputados que representam, mas como Cavaco disse e muito bem, foram os 3 partidos que assinaram o memorando. Portanto são os 3 partidos que se comprometeram com um acordo com os parceiros internacionais, esses 3 partidos devem apoiar um Governo nomeado sobretudo para cumprir esse mesmo acordo.
Só que sem dúvida, o interesse de Cavaco pode ser apenas outro, entalar o PS num novo Governo para eles também sejam responsabilizados e não ganhem garantidamente as próximas eleições.
O que realmente motivou o Cavaco só podemos especular.
Mas apesar de eu achar que esta solução seria a ideal, tanto que tinha falado disso mesmo à mulher na outra semana, não sei se é realmente o melhor. Eleições é sempre uma decisão correcta, mas pode ser também uma espécie de lavar as mãos. Novas eleições, o povo escolhe e pronto, seja o que Deus quiser.
Mas não é por isso, a atitude mais democrática, que iremos ter a melhor opção para o país no actual cenário em que estamos. Os mercados em si já não me preocupam, pois sabemos agora que isso importa muito mais ao sector financeiro que é um dos responsáveis da actual situação portanto que sofram, mas tudo o que pode acontecer com esta cena das eleições, e com o objectivo de atingir bons resultados pode-nos levar à política do costume.
Ao menos ao existir um Governo transitório com um mandato claro e com um largo apoio partidário mas sem pertencer aos próprios partidos, talvez se consiga ter como objectivo único o melhorar o estado do país para cumprir da melhor forma possível os compromissos e assim libertar os próximos que vão a eleições das actuais correntes. Seria 1 ano de governo em que os interesses políticos poderiam ser passados para segundo plano.
Ou estou simplesmente, tal como Cavaco, a sonhar com um cenário que nunca se realizará?
Agora a grande questão é: foi um acto realmente presidencial ou mais uma de muitas más decisões?
Sinceramente não sei responder. É curioso que eu a falar com a esposa sobre a crise no Governo provocada pelas demissões, mas sobretudo pelo Portas e depois o circo do revogar decisões irrevogáveis, tinha mesmo dito que o ideal seria o Cavaco mandatar alguém para formar um Governo "apolítico" e exigir o apoio do Parlamento que o único possível era um entre PSD e PS e eventualmente CDS porque apoiava o Governo anterior. Afinal o cenário que me parecia mais lógico não foi muito diferente do que Cavaco pede. A diferença parece ser que ele permite a continuação dos actuais líderes dos partidos. Bem, na direcção dos partidos eles podem ficar, isso é uma decisão dos próprios e dos órgãos, mas Cavaco deveria garantir que pelo menos nem Passos nem Portas fariam parte do novo governo temporário até as tais eleições em 2014. Até no prazo que tinha comentado estávamos sintonizados, eleições assim que acabasse o tal período de resgate ou o tal memorando que foi assinado.
Cavaco não foi claro e pelos vistos as opiniões são diferentes, mas é provável que a não aceitação da reforma que Portas e Coelho arranjaram nesta salgalhada subentenda a não participação destes indivíduos no tal governo transitório.
Tal como Cavaco eu não acho que as eleições agora ou em Setembro viriam em boa altura. E não acho que isso é anti-democrático! As pessoas votam em mandatos de 4 anos e mesmo que os partidos não façam nada do que tinham prometido (que é para mim o habitual) o Governo e a Assembleia não são ilegítimos. É assim que funciona com a actual constituição. Apesar de não gostar do actual Governo ou do Parlamento, para mim considero que continuam a ser legítimos e não é porque nós achamos que são mentirosos que deve haver novas eleições. era bom que assim fosse mas não é o caso.
Mas concordo que um novo Governo tenha de aparecer porque a própria coligação desfez-se e pelos vistos quer refazer-se mas agora não existem condições para isso. Então os seus responsáveis devem sair, mas deve-se encontrar na Assembleia um entendimento para permitir um Governo até novas eleições. E seria bom um Governo "independente" para depois não se responsabilizar só um lado pelos resultados (bons ou maus) desse período.
A escolha dos 3 partidos faz todo o sentido não só pelo número de deputados que representam, mas como Cavaco disse e muito bem, foram os 3 partidos que assinaram o memorando. Portanto são os 3 partidos que se comprometeram com um acordo com os parceiros internacionais, esses 3 partidos devem apoiar um Governo nomeado sobretudo para cumprir esse mesmo acordo.
Só que sem dúvida, o interesse de Cavaco pode ser apenas outro, entalar o PS num novo Governo para eles também sejam responsabilizados e não ganhem garantidamente as próximas eleições.
O que realmente motivou o Cavaco só podemos especular.
Mas apesar de eu achar que esta solução seria a ideal, tanto que tinha falado disso mesmo à mulher na outra semana, não sei se é realmente o melhor. Eleições é sempre uma decisão correcta, mas pode ser também uma espécie de lavar as mãos. Novas eleições, o povo escolhe e pronto, seja o que Deus quiser.
Mas não é por isso, a atitude mais democrática, que iremos ter a melhor opção para o país no actual cenário em que estamos. Os mercados em si já não me preocupam, pois sabemos agora que isso importa muito mais ao sector financeiro que é um dos responsáveis da actual situação portanto que sofram, mas tudo o que pode acontecer com esta cena das eleições, e com o objectivo de atingir bons resultados pode-nos levar à política do costume.
Ao menos ao existir um Governo transitório com um mandato claro e com um largo apoio partidário mas sem pertencer aos próprios partidos, talvez se consiga ter como objectivo único o melhorar o estado do país para cumprir da melhor forma possível os compromissos e assim libertar os próximos que vão a eleições das actuais correntes. Seria 1 ano de governo em que os interesses políticos poderiam ser passados para segundo plano.
Ou estou simplesmente, tal como Cavaco, a sonhar com um cenário que nunca se realizará?
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