Andei aqui de volta de uns títulos, todos baseados em filmes de cinema para intitular esta minha crónica.
Passou pelo "Italian Job" e pelo "Drive", ainda pensei em outras coisas, mas ficou mesmo pelo filme, aliás pela saga, que tem nova aventura estreada há pouco nas salas.
A esposa já escreveu sobre as férias aqui, aqui e aqui também, mas eu agora escrevo sobre uma componente particular desta viagem, uma que muita gente pensa quando se vai a Itália sobretudo a Roma: conduzir naquele (aparente) caos.
Bem, desde já conduzir em Itália, mesmo em Roma, apesar de ser considerado uma aventura nunca será tão caótico como certos países da Ásia nem tão imprevisível (e perigoso) como na Rússia, mas julgo que muitos de nós tem aquela ideia que lá as regras não são bem como no resto da Europa. Pelo que alguns nativos me disseram em Roma é pior, o que sendo uma grande capital não é de admirar.
Mas certamente quase todos nós ouvimos falar que não respeitam as regras, os semáforos, etc...
Bem, esta não foi a primeira vez que fui a Roma nem a primeira que andei de carro. Foi a primeira vez que conduzi mas na realidade nem andei bem por Roma. A Roma só fui uma sexta à noite já depois da meia-noite para dar uma voltinha e mesmo assim foi algo complicado pois havia congestionamento na mesma.
Não me recordo ao certo da primeira vez, em 2000, se os carros não paravam no vermelho e se os piões tinham de ter IMENSO cuidado como até vem escrito nos guias turísticos. Mas o ano passado quando fomos não me pareceu ver muitas avarias e agora então é que verifiquei que não é muito diferente de Portugal. Em tempos terá sido verdade que apenas abrandavam nos vermelhos e passavam na mesma, mas talvez devido aos muitos radares que existem nos semáforos para apanhar os que passam no vermelho, a malta até respeita mais do que aqui na Holanda. Também atravessei estradas e tive carros a parar na passadeira sem apitar nem barafustar.
Mas conduzir em Itália reserva realmente algumas surpresas.
Primeiro logo pelo mau estado das estradas, pelo menos na província de Roma. Eu achava que as estradas de Aveiro eram uma miséria mas o número de estragos, lombas, depressões, buracos e crateras por m2 nas estradas romanas é visivelmente superior. E a sinalização horizontal é também sofrível no melhor dos casos.
Como andamos a passear pela Região da Lazio, afastamos-nos de Roma mas apenas para sul (quando rumamos a Gaeta) as estradas melhoraram.
E sem dúvida alguma que os italianos têm uma visão sui-generis das regras de trânsito e da forma de conduzir. As velocidades praticadas são muito superiores à média aqui na Holanda e arriscaria a dizer também nitidamente superiores ao que agora se faz em Portugal. Apesar de que se apanha carros em vias rápidas a calcar ovos na mesma, o que causa aqueles momentos de fortes travagens e manobras evasivas rápidas para ultrapassar mas meter no espaço livre entre os 2 carros que vêm de gáspia a ultrapassar-nos já.
O uso dos piscas também parece ser extremamente facultativo, mas o melhor mesmo é ver a facilidade com que ultrapassam. Traços contínuos, existir só uma faixa, cruzamentos, carros a vir de frente, nada disso é impedimento para ultrapassar quando se vai mais depressa que o carro da frente. Mesmo que se vá pouco mais depressa. Outra manobra favorita parece ser dar o golpe nos semáforos, quando existe filas ao lado que são destinadas a mudar de direcção. Simplesmente usa-se as mesmas para passar os outros pacóvios que esperam a sua vez na fila correcta. Se entretanto houver alguém que precisa mesmo de cortar, olha azar...
Uma das coisas que é muito comum com as estradas portuguesas e nada a ver com as holandesas são as "armadilhas" que existem e que explicam algumas manobras bruscas e feitas com aparente falta de cuidado. Desde entradas em vias rápidas que acabam em plena curva sem qualquer visibilidade das vias em que vamos entrar, o que obriga a meter-se à frente de alguém; entrar numa via com múltiplas faixas pelo lado esquerdo e ter que sair logo a 50m do lado direito, o que obriga a cruzar a estrada de repente sem ter tempo para ver nada, basicamente numa de fazer a fundo e com fé que ninguém bata...
Enfim foi divertido mas eu acho que me adaptei bem porque em determinadas alturas (quando estava na via errada e tinha que cortar para o outro lado logo depois do semáforo) eu conseguia antecipar-me ao resto da malta e fazer as manobras mesmo à campeão, ou seja, à italiano. Até ultrapassei um carro em pleno cruzamento quando ele ia mudar de sentido e tendo um outro a meter-se à estrada na frente a obrigar um ziguezague entre os dois, mas tudo tranquilo que eles até bateram palmas como que a aprovar e dizer "un vero italiano alla guida!"
O grande senão mesmo foi o carro. Muito longe dos 2 da imagem (e que grande fail usar desportivos alemães em terra de italianos) e não o carro que tinha alugado. Pensava eu que andaria com estilo num muito italiano Fiat 500 mas a rent-a-car decidiu fazer um upgrade para um carro maior, só que o que carro maior era um menos estiloso Lancia Y. Mas era novinho em folha, 14 kms apenas e notava-se que a sair do aeroporto parecia que não andava nada. Mas já estava muito diferente depois dos 700 kms feitos pelo BaKano, the Italian Driver...
Passou pelo "Italian Job" e pelo "Drive", ainda pensei em outras coisas, mas ficou mesmo pelo filme, aliás pela saga, que tem nova aventura estreada há pouco nas salas.
A esposa já escreveu sobre as férias aqui, aqui e aqui também, mas eu agora escrevo sobre uma componente particular desta viagem, uma que muita gente pensa quando se vai a Itália sobretudo a Roma: conduzir naquele (aparente) caos.
Bem, desde já conduzir em Itália, mesmo em Roma, apesar de ser considerado uma aventura nunca será tão caótico como certos países da Ásia nem tão imprevisível (e perigoso) como na Rússia, mas julgo que muitos de nós tem aquela ideia que lá as regras não são bem como no resto da Europa. Pelo que alguns nativos me disseram em Roma é pior, o que sendo uma grande capital não é de admirar.
Mas certamente quase todos nós ouvimos falar que não respeitam as regras, os semáforos, etc...
Bem, esta não foi a primeira vez que fui a Roma nem a primeira que andei de carro. Foi a primeira vez que conduzi mas na realidade nem andei bem por Roma. A Roma só fui uma sexta à noite já depois da meia-noite para dar uma voltinha e mesmo assim foi algo complicado pois havia congestionamento na mesma.
Não me recordo ao certo da primeira vez, em 2000, se os carros não paravam no vermelho e se os piões tinham de ter IMENSO cuidado como até vem escrito nos guias turísticos. Mas o ano passado quando fomos não me pareceu ver muitas avarias e agora então é que verifiquei que não é muito diferente de Portugal. Em tempos terá sido verdade que apenas abrandavam nos vermelhos e passavam na mesma, mas talvez devido aos muitos radares que existem nos semáforos para apanhar os que passam no vermelho, a malta até respeita mais do que aqui na Holanda. Também atravessei estradas e tive carros a parar na passadeira sem apitar nem barafustar.
Mas conduzir em Itália reserva realmente algumas surpresas.
Primeiro logo pelo mau estado das estradas, pelo menos na província de Roma. Eu achava que as estradas de Aveiro eram uma miséria mas o número de estragos, lombas, depressões, buracos e crateras por m2 nas estradas romanas é visivelmente superior. E a sinalização horizontal é também sofrível no melhor dos casos.
Como andamos a passear pela Região da Lazio, afastamos-nos de Roma mas apenas para sul (quando rumamos a Gaeta) as estradas melhoraram.
E sem dúvida alguma que os italianos têm uma visão sui-generis das regras de trânsito e da forma de conduzir. As velocidades praticadas são muito superiores à média aqui na Holanda e arriscaria a dizer também nitidamente superiores ao que agora se faz em Portugal. Apesar de que se apanha carros em vias rápidas a calcar ovos na mesma, o que causa aqueles momentos de fortes travagens e manobras evasivas rápidas para ultrapassar mas meter no espaço livre entre os 2 carros que vêm de gáspia a ultrapassar-nos já.
O uso dos piscas também parece ser extremamente facultativo, mas o melhor mesmo é ver a facilidade com que ultrapassam. Traços contínuos, existir só uma faixa, cruzamentos, carros a vir de frente, nada disso é impedimento para ultrapassar quando se vai mais depressa que o carro da frente. Mesmo que se vá pouco mais depressa. Outra manobra favorita parece ser dar o golpe nos semáforos, quando existe filas ao lado que são destinadas a mudar de direcção. Simplesmente usa-se as mesmas para passar os outros pacóvios que esperam a sua vez na fila correcta. Se entretanto houver alguém que precisa mesmo de cortar, olha azar...
Uma das coisas que é muito comum com as estradas portuguesas e nada a ver com as holandesas são as "armadilhas" que existem e que explicam algumas manobras bruscas e feitas com aparente falta de cuidado. Desde entradas em vias rápidas que acabam em plena curva sem qualquer visibilidade das vias em que vamos entrar, o que obriga a meter-se à frente de alguém; entrar numa via com múltiplas faixas pelo lado esquerdo e ter que sair logo a 50m do lado direito, o que obriga a cruzar a estrada de repente sem ter tempo para ver nada, basicamente numa de fazer a fundo e com fé que ninguém bata...
Enfim foi divertido mas eu acho que me adaptei bem porque em determinadas alturas (quando estava na via errada e tinha que cortar para o outro lado logo depois do semáforo) eu conseguia antecipar-me ao resto da malta e fazer as manobras mesmo à campeão, ou seja, à italiano. Até ultrapassei um carro em pleno cruzamento quando ele ia mudar de sentido e tendo um outro a meter-se à estrada na frente a obrigar um ziguezague entre os dois, mas tudo tranquilo que eles até bateram palmas como que a aprovar e dizer "un vero italiano alla guida!"
O grande senão mesmo foi o carro. Muito longe dos 2 da imagem (e que grande fail usar desportivos alemães em terra de italianos) e não o carro que tinha alugado. Pensava eu que andaria com estilo num muito italiano Fiat 500 mas a rent-a-car decidiu fazer um upgrade para um carro maior, só que o que carro maior era um menos estiloso Lancia Y. Mas era novinho em folha, 14 kms apenas e notava-se que a sair do aeroporto parecia que não andava nada. Mas já estava muito diferente depois dos 700 kms feitos pelo BaKano, the Italian Driver...
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