terça-feira, janeiro 27, 2015

"Não me deixem a falar sozinho" ou "A Dissertação do Sabichão"

Existem aquelas pessoas que acham que sabem (quase) tudo e opinam sobre tudo. Como eu...
Várias dessas pessoas também gostam de fazer juízos de valor e apreciações pessoais em público sobre terceiros. Eu também o faço, sobretudo de figuras públicas...
Algumas dessas pessoas acreditam que sabem mais dos outros e das suas vidas que os próprios, portanto sentem-se no direito de criticar e contrariar orientações pessoais dos mesmos. Isso já não é comigo, sobretudo em público...

Conheço alguns casos destes. E por ventura eu próprio estarei catalogado como sendo um desses por outras pessoas, porque eu gosto de comentar quase tudo.
Mas nalguns dos casos perguntava-me muitas vezes porque é que as pessoas que tinham de ouvir, ou ler, os recadinhos e considerações (erradas) da outra, não refutavam ou mandavam calar? A maioria das pessoas não aprecia ouvir outro a ditar leis sobre a nossa própria vida e nossas escolhas.
Mas até foi a Carolina que me deu a resposta mais provável a essa questão. As pessoas simplesmente não estão para se chatear e deixam então o sabichão a falar sozinho. Simplesmente porque não vale a pena.
E é verdade, mesmo quando o sabichão, ou sabichona, tece considerações, na maioria das vezes erradas, sobre ti, é mais fácil e menos doloroso deixá-lo ficar na dele e a falar sozinho, do que tentar corrigir. Porque nem se consegue corrigir, que tudo o que iríamos dizer seria descartado.
Curiosamente os sabichões reconhecem algumas autoridades em determinados assuntos, e nós próprios, alvo de críticas e considerações por diversas vezes, poderemos ser a autoridade num ou noutro tema. Mas é só para isso mesmo e num instante descemos novamente uns degraus e lá estamos a ouvir os bitaites sobre a nossa vida...

Tendo feito esta reflexão, comecei a pensar numa coisa: Poucas são as vezes que as minhas dissertações, teorias, adivinhações ou o camandro são alvo de comentários. No blog é cada vez menos pois as pessoas usam outras redes sociais, mas até mesmo no Facebook (onde partilho sempre estes meus posts). Lá vou tendo uns likes mas comentários ou discussão é só de vez em quando.
Também já tive alguns que geraram discussões acaloradas, mas se calhar até o resultado das mesmas inibe pessoas de comentar outros.
Se calhar precisamente pelo mesmo motivo de que as pessoas normais ignoram os sabichões, como falei antes.

Às tantas, os poucos comentários que recebo nem é por ter poucos leitores ou pela maioria concordar com o que escrevo, ou ainda num tom de bazófia tão natural dos sabichões, escrevo tão bem que nem há lugar a grandes comentários. Vai-se a ver é porque a malta prefere deixar-me a falar sozinho porque não vale a pena tentar refutar as parvoíces que digo.

Faço um apelo aos poucos ou muitos que me lêem: Não me deixem a falar sozinho. Comentem e argumentem à vontade, ou mandem-me mesmo calar se for caso disso.
Eu sei que quando penso muito numa coisa e acredito nela, sou difícil de convencer do contrário, mas eu gosto de ler comentários contrários ao que digo ou escrevo. Gosto que me provem que estou errado até porque isso é aprender. Mas não há duvida que não acho piada, nem muda aprendo nada, apenas comentarem que estou errado e não sei nada do que digo sem argumentos e factos que contrariem o que digo. A não ser quando teço opiniões muito pessoais de coisas subjectivas. Como se costuma dizer gostos não se discutem, mas podem na mesma deixar os vossos.

Se depois deste apelo ao debate continuar a falar sozinho na maioria dos casos, vou fazer uma introspecção, e como sou um gajo com um certo nível chegarei certamente à conclusão que andam todos enganados e só eu (mais uns poucos como eu) é que sabemos.
É a única conclusão lógica de um sabichão, ou como diz a esposa, um intelectual da penica. Os 2 termos nem devem ser sinónimos (eu admito que não sei ao certo o que é um intelectual da penica) mas acho que fica bem usar o termo também...
E eu é que sei!

2 comentários:

  1. Eu incluo-me no grupo dos que não estão para se chatear e deixam os sabichoes falar à vontade :) mas até costumo concordar com o que escreves, não te sintas a falar sozinho.

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    1. Houve uma altura que eu tentava argumentar com os outros ditos sabichões como eu, mas há uns tempos que aprendi que não vale muita a pena (já dei por mim a apagar muitos comentários que ia fazer).
      Mas Gabi quando escrevo algo que achas que está errado, comenta à vontade. Eu gosto mesmo é do debate, sobretudo com gajas boas (em NYC, Roma ou na Amadora) ;)

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