Comecei a pensar neste texto logo depois de publicar a dissertação anterior pois foi-me surgindo enquanto tomava duche e quando acabei fui escrever o rascunho com os pontos principais. Entretanto já apareceram textos públicos de celebridades maiores que eu que abordam o mesmo tema, portanto ainda sou capaz de ser acusado de plágio. Que assim seja, têm direito a o fazer e me insultar até, sob o risco de receberem um insulto ainda pior de volta.
Sobre o que escreveu Gustavo Santos já quase toda a gente deve saber. Muita gente criticou e até apareceu a hashtag #GustavoVaiProCaralho por não concordarem com o que ele disse. Para mim ele disse uma idiotice, não tão grave como pode parecer pois realmente ele não afirmou que os cartoonistas mereceram o ataque, mas por insinuar que estas coisas acontecem quando se abusa das sátiras. Para mim a idiotice é não perceber que afirmar que as pessoas têm de se conter no que dizem pois vão existir represálias é aceitar pressões externas, neste caso vindo do terrorismo que nos verga pela imposição do medo, e por outro lado dar a entender que temos de ser todos insossos e politicamente correctos quando se fala de alguma coisa para não ofender ninguém pois isso é mau.
Mas teve outra personagem que disse uma coisa ainda mais idiota, e pelos vistos passou bem mais incógnita pois só vi uma publicação no Facebook sobre ela. Foi a Ana Gomes, euro-deputada socialista, que disse que os ataques eram também resultado do excesso de austeridade (é isso que quer dizer austerismo) na Europa! Sim, a austeridade pode criar cisões na sociedade e levar a actos de revolta, mas estes actos terroristas não me parece. Cara Ana Gomes, estes ataques foram em França onde temos um Governo Socialista no poder cujo presidente queria romper com a tal austeridade e implementar políticas de crescimento.
Depois se a austeridade fosse realmente uma causa possível e factor relevante para levar alguém a cometer estas barbaridades porque é que não houve algo similar quando lá estava o Sarkozy a fazer austeridade com força e a gerar mais divisão social? E porque é que algo parecido não aconteceu ainda na Grécia, Portugal Espanha ou Itália, países que parecem ter sido bem mais afectados do que a França?
Acho que a Ana Gomes quis logo fazer um aproveitamento político de um acto terrorista com ligações extra-europeias, perdendo uma boa oportunidade para ficar calada e demonstrando outra grande idiotice.
Mas o ponto fulcral de toda a recente discussão está mesmo aqui. Apesar de achar idiotas os textos do Gustavo Santos e da Ana Gomes, respeito o direito que eles têm a dar a sua opinião. Aliás se não a dessem não tínhamos coisas para criticar a até insultar. E eles podem responder, com todo o direito, a nós que os atacamos. Podem até mesmo levar o caso à justiça se assim o quiserem.
E é mesmo assim que deve ser e se procede numa sociedade de direito, livre e democrática.
Eu tenho algumas máximas, ou dizeres, pelos quais me rejo a maioria do tempo:
- Respeitinho (por mim e outros) é bom e eu gosto;
- A minha liberdade acaba onde começa a liberdade do outro.
Mas por outro lado
- Nada é tabu nem imune à piada;
- Do mesmo modo que perguntar não ofende, não nos devemos ofender pela resposta;
- As opiniões são como as vaginas, cada um tem a(s) sua(s) e dá-la(s) como bem entender.
Sei que nem toda a gente segue as mesmas regras, mas acho que é bom que vivamos numa sociedade onde podemos seguir (certas) regras diferentes e mesmo assim conviver. Certo que de vez em quando a malta chateia-se e outros metem gente em tribunal por difamação ou agressão verbal. É mesmo assim que funciona e assim deve continuar a ser.
Só um outro apontamento: Tenho notado agora que a coisa arrefeceu o aparecimento de vários textos críticos em relação à onda do #JeSuisCharlie e todas as suas variantes. Tem razão quem diz que não somos todos Charlies. Não sei se tem razão em dizer que muitos são hipócritas ao utilizar estas palavras. Acho que estes críticos estão-se a esquecer que a utilização da imagem e destas palavras é também, e digo mesmo é sobretudo, uma forma demonstrar a sua tristeza pelo ataque e solidariedade e apoio às vitimas e pessoal relacionadas. Da mesma forma que o mundo inteiro escreveu #BringBackOurGirls sem que no entanto fossem pais ou familiares das raparigas sequestradas pelo Boko Haram, nem sequer ponderar ir até à Nigéria e ir buscar as raparigas.
Outros terão também usado a hashtag para dar visibilidade aos seus textos, tal como eu notei ao usar esta hashtag tão em voga, e ter de repente mais seguidores e twits re-twitados em poucos dias depois de anos quase no anonimato no Twitter...
Mas sim, também há aqueles que empunharam as palavras apenas para ter aproveitamento e fazer campanha política. Tal como a Ana Gomes tentou sugerir que com as suas políticas de crescimento, estes atentados não aconteceriam...
PS - Quem está a ler é livre de concordar com o Gustavo Santos e a Ana Gomes e eu sou livre de continuar a achar uma idiotice.
Sobre o que escreveu Gustavo Santos já quase toda a gente deve saber. Muita gente criticou e até apareceu a hashtag #GustavoVaiProCaralho por não concordarem com o que ele disse. Para mim ele disse uma idiotice, não tão grave como pode parecer pois realmente ele não afirmou que os cartoonistas mereceram o ataque, mas por insinuar que estas coisas acontecem quando se abusa das sátiras. Para mim a idiotice é não perceber que afirmar que as pessoas têm de se conter no que dizem pois vão existir represálias é aceitar pressões externas, neste caso vindo do terrorismo que nos verga pela imposição do medo, e por outro lado dar a entender que temos de ser todos insossos e politicamente correctos quando se fala de alguma coisa para não ofender ninguém pois isso é mau.
Mas teve outra personagem que disse uma coisa ainda mais idiota, e pelos vistos passou bem mais incógnita pois só vi uma publicação no Facebook sobre ela. Foi a Ana Gomes, euro-deputada socialista, que disse que os ataques eram também resultado do excesso de austeridade (é isso que quer dizer austerismo) na Europa! Sim, a austeridade pode criar cisões na sociedade e levar a actos de revolta, mas estes actos terroristas não me parece. Cara Ana Gomes, estes ataques foram em França onde temos um Governo Socialista no poder cujo presidente queria romper com a tal austeridade e implementar políticas de crescimento.
Depois se a austeridade fosse realmente uma causa possível e factor relevante para levar alguém a cometer estas barbaridades porque é que não houve algo similar quando lá estava o Sarkozy a fazer austeridade com força e a gerar mais divisão social? E porque é que algo parecido não aconteceu ainda na Grécia, Portugal Espanha ou Itália, países que parecem ter sido bem mais afectados do que a França?
Acho que a Ana Gomes quis logo fazer um aproveitamento político de um acto terrorista com ligações extra-europeias, perdendo uma boa oportunidade para ficar calada e demonstrando outra grande idiotice.
Mas o ponto fulcral de toda a recente discussão está mesmo aqui. Apesar de achar idiotas os textos do Gustavo Santos e da Ana Gomes, respeito o direito que eles têm a dar a sua opinião. Aliás se não a dessem não tínhamos coisas para criticar a até insultar. E eles podem responder, com todo o direito, a nós que os atacamos. Podem até mesmo levar o caso à justiça se assim o quiserem.
E é mesmo assim que deve ser e se procede numa sociedade de direito, livre e democrática.
Eu tenho algumas máximas, ou dizeres, pelos quais me rejo a maioria do tempo:
- Respeitinho (por mim e outros) é bom e eu gosto;
- A minha liberdade acaba onde começa a liberdade do outro.
Mas por outro lado
- Nada é tabu nem imune à piada;
- Do mesmo modo que perguntar não ofende, não nos devemos ofender pela resposta;
- As opiniões são como as vaginas, cada um tem a(s) sua(s) e dá-la(s) como bem entender.
Sei que nem toda a gente segue as mesmas regras, mas acho que é bom que vivamos numa sociedade onde podemos seguir (certas) regras diferentes e mesmo assim conviver. Certo que de vez em quando a malta chateia-se e outros metem gente em tribunal por difamação ou agressão verbal. É mesmo assim que funciona e assim deve continuar a ser.
Só um outro apontamento: Tenho notado agora que a coisa arrefeceu o aparecimento de vários textos críticos em relação à onda do #JeSuisCharlie e todas as suas variantes. Tem razão quem diz que não somos todos Charlies. Não sei se tem razão em dizer que muitos são hipócritas ao utilizar estas palavras. Acho que estes críticos estão-se a esquecer que a utilização da imagem e destas palavras é também, e digo mesmo é sobretudo, uma forma demonstrar a sua tristeza pelo ataque e solidariedade e apoio às vitimas e pessoal relacionadas. Da mesma forma que o mundo inteiro escreveu #BringBackOurGirls sem que no entanto fossem pais ou familiares das raparigas sequestradas pelo Boko Haram, nem sequer ponderar ir até à Nigéria e ir buscar as raparigas.
Outros terão também usado a hashtag para dar visibilidade aos seus textos, tal como eu notei ao usar esta hashtag tão em voga, e ter de repente mais seguidores e twits re-twitados em poucos dias depois de anos quase no anonimato no Twitter...
Mas sim, também há aqueles que empunharam as palavras apenas para ter aproveitamento e fazer campanha política. Tal como a Ana Gomes tentou sugerir que com as suas políticas de crescimento, estes atentados não aconteceriam...
PS - Quem está a ler é livre de concordar com o Gustavo Santos e a Ana Gomes e eu sou livre de continuar a achar uma idiotice.
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