São poucas as vezes que adorno os meus textos com imagens da minha autoria, ou das quais detenho os direitos como esta foto aqui ao lado, tirada com a minha máquina mas pela minha esposa Carolina. No entanto esta foto aplica-se quase à perfeição ao tema, pois é sobre condução nocturna em cidade, e apesar de não ser claro, nem a chuva falta, pois lembro-me que chovia na altura em que demos esta volta.
Ora bem eu adoro conduzir. E adoro fazê-lo de noite, apesar de já não aguentar muitas horas seguidas. Costumo dizer que tenho um comportamento anti-natura quando chove, pois quando a maioria das pessoas reduz a velocidade eu tenho tendência a aumentar.
Mas existe um habitat onde todas estas condições reunidas me tiram do sério: na cidade. Sobretudo aqui em Amesterdão onde é preciso ter uma visão de praticamente 360° para evitar os ciclistas, gajos das scooters, peões, os trams, e obviamente os restantes veículos automóveis.
Noutro dia dizia-me a Carolina que não gostava de conduzir à chuva na auto-estrada porque ficava-se com pouca visibilidade, mas na auto-estrada só temos de lidar com carros, motas, e veículos pesados, e só em casos excepcionais eles aparecem noutro sentido que não aquele que vamos.
Mas na cidade com a chuva e de noite é uma bosta.
As gotas de agua e humidade nos vidros revelam qualquer marca de gordura ou outra sujidade nos mesmo o que prejudica a visão. A água nas ruas projecta reflexos das diversas fontes de luz que para além de se confundirem com restante trânsito, impedem também de ver qualquer marcação nas vias e por vezes parece que vamos a andar no ar ou no vazio.
Entretanto em todos os cruzamentos (incluído rotundas e acessos a becos e estacionamentos) tenho de tomar atenção às bicicletas e scooters que se metem à frente de tudo e todos mas os vidros laterais não têm escovas por isso só vemos é muitas gotas mas discernir ao certo o que lá vem tem tanto de instinto como de bruxaria.
Continuo a andar e de repente partilho a via com os carris dos trams. Mas era por aqui que tinha de vir? Não sei porque como disse a sinalização horizontal está escondida por baixo dos reflexos na água que as cobre. Olho para o retrovisor interior para ver se vêm mais carros na mesma via e vejo várias luzes, mas quando olho pelos exteriores e tento discernir a quantos veículos correspondem os 14 pontos de luz que aparecem no espelho visto através de um vidro lateral também ele molhado, apercebo-me que afinal quem segue atrás de mim é um táxi. OK, mudo de faixa, mas não consigo reparar no pequeno degrau que separa a via dos transportes públicos da via normal dos carros. Isto porque entretanto tive de me desviar do gajo que entrega pizzas apenas porque ouvi o som da scooter e uma buzinadela doutro condutor e despoletou o reflexo.
Entretanto com tanta concentração em identificar o que é carro e o que é iluminação pública no meio de tanto reflexo, enquanto tento descortinar lugares vagos para estacionar o carro um pouco mais à frente no meio de tantas luzes vermelhas, tenho de travar porque os passageiros que saltaram fora do tram parado mesmo ao meu lado esquerdo decidem sair por trás da estrutura da paragem a correr para o meio da estrada porque querem procurar abrigo da chuva o mais rápido possível.
E ainda assim lá consigo seguir caminho, sem atropelar ninguém, nem mandar uma bicicleta ao chão, e também muito importante, sem molhar os transeuntes quando o carro passa por cima das poças.
Agora só preciso de saber como me desviar a tempo porque no meio de tanta atenção com os outros em meu redor, não reparei que estão 2 luzes ali à frente a bater-me máximos e que não se pode desviar porque é um tram que vai sobre carris!
Se este texto for publicado é porque escapei por um triz...
Ora bem eu adoro conduzir. E adoro fazê-lo de noite, apesar de já não aguentar muitas horas seguidas. Costumo dizer que tenho um comportamento anti-natura quando chove, pois quando a maioria das pessoas reduz a velocidade eu tenho tendência a aumentar.
Mas existe um habitat onde todas estas condições reunidas me tiram do sério: na cidade. Sobretudo aqui em Amesterdão onde é preciso ter uma visão de praticamente 360° para evitar os ciclistas, gajos das scooters, peões, os trams, e obviamente os restantes veículos automóveis.
Noutro dia dizia-me a Carolina que não gostava de conduzir à chuva na auto-estrada porque ficava-se com pouca visibilidade, mas na auto-estrada só temos de lidar com carros, motas, e veículos pesados, e só em casos excepcionais eles aparecem noutro sentido que não aquele que vamos.
Mas na cidade com a chuva e de noite é uma bosta.
As gotas de agua e humidade nos vidros revelam qualquer marca de gordura ou outra sujidade nos mesmo o que prejudica a visão. A água nas ruas projecta reflexos das diversas fontes de luz que para além de se confundirem com restante trânsito, impedem também de ver qualquer marcação nas vias e por vezes parece que vamos a andar no ar ou no vazio.
Entretanto em todos os cruzamentos (incluído rotundas e acessos a becos e estacionamentos) tenho de tomar atenção às bicicletas e scooters que se metem à frente de tudo e todos mas os vidros laterais não têm escovas por isso só vemos é muitas gotas mas discernir ao certo o que lá vem tem tanto de instinto como de bruxaria.
Continuo a andar e de repente partilho a via com os carris dos trams. Mas era por aqui que tinha de vir? Não sei porque como disse a sinalização horizontal está escondida por baixo dos reflexos na água que as cobre. Olho para o retrovisor interior para ver se vêm mais carros na mesma via e vejo várias luzes, mas quando olho pelos exteriores e tento discernir a quantos veículos correspondem os 14 pontos de luz que aparecem no espelho visto através de um vidro lateral também ele molhado, apercebo-me que afinal quem segue atrás de mim é um táxi. OK, mudo de faixa, mas não consigo reparar no pequeno degrau que separa a via dos transportes públicos da via normal dos carros. Isto porque entretanto tive de me desviar do gajo que entrega pizzas apenas porque ouvi o som da scooter e uma buzinadela doutro condutor e despoletou o reflexo.
Entretanto com tanta concentração em identificar o que é carro e o que é iluminação pública no meio de tanto reflexo, enquanto tento descortinar lugares vagos para estacionar o carro um pouco mais à frente no meio de tantas luzes vermelhas, tenho de travar porque os passageiros que saltaram fora do tram parado mesmo ao meu lado esquerdo decidem sair por trás da estrutura da paragem a correr para o meio da estrada porque querem procurar abrigo da chuva o mais rápido possível.
E ainda assim lá consigo seguir caminho, sem atropelar ninguém, nem mandar uma bicicleta ao chão, e também muito importante, sem molhar os transeuntes quando o carro passa por cima das poças.
Agora só preciso de saber como me desviar a tempo porque no meio de tanta atenção com os outros em meu redor, não reparei que estão 2 luzes ali à frente a bater-me máximos e que não se pode desviar porque é um tram que vai sobre carris!
Se este texto for publicado é porque escapei por um triz...
Anda de bicicleta :p
ResponderEliminarhttp://loveadventurehappiness.blogspot.pt/
Concordo plenamente! Ainda para mais em Amesterdão onde as bicicletas, scooters, peões aparecem à molhada e geralmente em ruas com pouco espaço! Vale a minha mestria de muitos anos a conduzir em caminhos de cabras na Madeira, senão garanto-te que já tinha esborrachado alguma coisa...
ResponderEliminarAndar de bicicleta não ia resolver muita coisa pois eu tenho óculos. Com chuva e de noite ia ser pior pois é que ficava mesmo sem ver nada (naõ tenho escovas nos óculos), e depois metia-me à frente de um tram e se num carro é chato, de bicicleta é f*odido :-D
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