sexta-feira, maio 30, 2014

Também em pimbeiro dá 15 a 0

Por alturas de um Mundial ou Europeu os países participantes costumam encher-se de um espírito pimbeiro, típico para estes ambientes de festa onde se gostam de coisas animadas. Isto nota-se muito nas decorações e nas canções que invadem as TVs e as rádios.

Em Portugal depois de uma "Dança do Campeão" com ritmos africanos, temos a música oficial "Vai Portugal" feita por um estrangeiro e também a lembrar ritmos de World Music fundido com Pimba e onde até a Kika nem parece estar a cantar normalmente (nem tom nem sotaque). As músicas parecem ser fraquinhas, mas a do Unas ainda tem a desculpa de (poder) ser uma piada.

Mas se há coisa que nunca podemos subestimar é o nível pimbeiro deste povo aqui dos Países Baixos. Não sei o quão oficial é este tema, é pelo menos um usado por uma cadeia de supermercados também chamada Jumbo mas nada a ver com o Jumbo de Portugal:


Isto deixa-me a pensar que a música do Festival Eurovisão que eles mandaram, que dava 15 a 0 à da Susy, terá sido uma anormalidade.

Já agora só mais alguns exemplos do que aparece por aqui, em termos de músicas para o Brasil 2014.
Do mesmo género da de cima mas filmado no Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=WoarNtKdg1k
Uma bem ao estilo de balada épica pimbeira de outros tempos:  https://www.youtube.com/watch?v=mDSMut-rUyM
Ou ainda pior, usar-se uma música em espanhol, pois Brasil, América do Sul é tudo igual: https://www.youtube.com/watch?v=HeopBeuX6Zk

Pensando melhor as músicas de Portugal nem são tão más assim...

terça-feira, maio 27, 2014

Será que o Tó Zé foi pandeireta numa tuna qualquer?

Eu nem queria falar tão cedo do rescaldo das eleições europeias, sobretudo o rescaldo que se faz em Portugal, mas sou "obrigado" a partilhar aqui esta curiosidade que se prende com as fotos que o Sol e o Público decidiram escolher para acompanhar a notícia sobre a sondagem para as legislativas que realizaram agora.

Por alguma razão decidiram mostrar umas poses curiosas do Tó Zé, que pode ser sinal que os redactores ganharam de repente um sentido de humor e decidiram alegrar as notícias, o que se compreende pois quase todas sobre estas eleições são notícias tristes.

Ora vejam bem, primeiro a foto que acompanhava a notícia do Sol:

Como comentei no Facebook, nem sei se ele está a saltar, se está a cair, se escorregou.
Depois de reflectir um pouco na coisa percebi-me que com o fato e o palanque, ele parece um pandeireta duma tuna a saltar. E por causa de tanto salto resultou ...

... nesta outra foto que vi depois na notícia do Público:

Tanto saltar e tanto esforço cansou o homem e deu-lhe sede...

Não me posso queixar, não fossem estas imagens eu não me tinha rido. E são realmente imagens fantásticas para adornarem notícias sobre sondagens...

Rapidinha da manhã

Disseram-me que era feio admitir que gostava de apalpar os cus às raparigas na rua (realmente é mais bonito só ter pensamentos pecaminosos que admiti-los) mas que os meus outros defeitos eram normais desde que eu fizesse o bem aos outros.
Eu acho que apalpar o cu duma rapariga pode fazer-lhe bem: ou porque tem as nadegas doridas de estar sentada muito tempo; ou porque se a rapariga estiver com baixa estima e/ou a sentir-se feia ou mal jeitosa pode ficar melhor ao saber que há quem goste do seu cu a ponto de o apalpar.
 

segunda-feira, maio 26, 2014

Reflexão de segunda à noite

Hoje almocei o que eles aqui chamam de roti, e como é um prato bem mais foleiro que carapaus fritos não tenho inspiração para grandes reflexões.
Apenas que sendo um (união)-europeísta convicto sinto-me desapontado por ver que os europeus parecem de costas voltadas para a união, ou por não quererem saber (abstenção), ou por votarem em partidos nacionalistas que defendem menos integração europeia, ou por simplesmente votarem nestas europeias como se de eleições nacionais se tratasse.

Para quem tem interesse, tal como eu, em ver resultados mais detalhados a nível europeu, podem consultar o site oficial das eleições: http://www.elections2014.eu/pt

A introspecção do chicharro

Hoje (sábado passado) ao almoço comi carapau frito. Quem me viu e quem me vê, a comer carapau frito, essa coisa tão típica portuguesa e tão atípica minha.
Mas é preciso ver como as coisas mudam e como eu mudei daquilo que era.

Dou por mim a pensar que me tornei numa pessoa que não estava à espera e que por vezes não gosto do que me tornei.
Por um lado penso como é curioso ter chegado onde cheguei, filho de emigrantes em França mas criado em Portugal, pai que trabalhava nas obras e mãe que fazia limpezas (entre outras coisas). Que cliché, né? Não que tenha chegado muito longe, mas terei escapado a um destino mais comum, reservado a quem comigo partilha as origens.

Para algumas pessoas a minha vida é feita de escolhas erradas. Não ter seguido Direito; não ter ido para a Universidade (fui mais tarde mas já trabalhava e não consegui/quis fazer nada); não ter ficado a trabalhar para a PT; não ter aceite a oferta para Munique; não ficar mais tempo a mamar na teta do Estado (vulgo Subs. de Desemprego), entre outras coisas...
É verdade que dei por mi muitas vezes a pensar se tinha escolhido bem, mas foram as minhas escolhas que me permitiram ser sem quem sou hoje. E se não sou ninguém de especial nem fiz nada de muito importante para os outros, não deixo de ficar satisfeito por ver aquilo que consegui alcançar e as experiências (em tantas áreas diferentes) que já tive.

Mas na mesma, como disse ali atrás, não sei se gosto de parte de mim. Não sou tão profissional e honesto quanto queria ser; penso e falo demais dos outros fazendo em privado juízos de valor que não deveria fazer; deixo muitas coisas a meio e não as acabo, muitas vezes intencionalmente; sou egoísta, e associado ao egoísmo está a inveja; sou crente mas quase que renunciei à minha fé; e uma coisa que me deixa desiludido é que estou sempre a micar gajas e na maioria das vezes com pensamentos pecaminosos.
Vejo que para muita gente, o envelhecer é exacerbar os seus defeitos. Eu tenho mesmo receio que me torne naqueles velhos que só fala mal e ainda por cima vão pela rua a apalpar cus às raparigas (se já me dá vontade de o fazer agora...)

Ou então isto é apenas sinal que ainda me falta crescer mais um pouco (ou muito), mudar e corrigir os meus defeitos e com alguma sorte, impedir que outros se desenvolvam.
Sim, acho que é mesmo isso.
E tudo isto porque comi carapaus fritos. Mas estavam bons!

quarta-feira, maio 21, 2014

Queixamo-nos de barriga cheia

Há 2 meses escrevi uma pequena nota e deixei esta crónica em rascunho, que seria para falar de parte da experiência da paternidade. Foi tão resumido o rascunho que agora nem sei bem o que relatar sobre o tema, tenho de improvisar e falar sobre como vejo isto de ter um filho com o meu prisma de agora. É que realmente 2 meses de diferença dá para mudar muita coisa.

Presumo que a maioria dos pais, senão mesmo todos, se queixarão de alguma coisa quando se tem um recém-nascido. Olhando para trás noto que as primeiras semanas foram um grande stress, tendo até a família dizer que estávamos os 2 muito tristes o que não era normal. Era obviamente um erro de percepção deles, fruto daquele desgaste e ansiedade inicial de jovens pais que vivem ainda no desconhecido.
Queixávamo-nos nós na altura? Ai pois sim! Ora porque o dormir era diferente (apesar de nunca ter sido mau), ora ele chorava por vezes sem sabermos porquê (apesar de nunca ter passado muito tempo seguido a chorar)...

Na realidade queixávamo-nos de barriga cheia. Ainda agora, que já só falamos de um ou outro pormenor não-perfeito, não podemos ter razão de queixa. Como disse, o Sebastião nunca foi mau de dormir. Fazia e ainda faz volta e meia birra para adormecer, e não é uma criança que adormece sozinho na sua cama, mas na maioria das vezes dorme em média 11 horas seguidas. E quando digo seguidas não é com pausa para mamar a meio, é mesmo seguidas, sem ser preciso nos levantarmos. E isto desde que viemos para cá, ainda melhor quando passou a dormir no seu quarto.

Passou por cólicas mas nem foi nada de mau. O BioGaia funcionou bem e foi só mesmo no início. Os dentes já vieram, 2, e só deu alguma febre e umas noites em que teve de dormir com a mãe pois estava realmente agitado. Otites ainda nada e como acabei de dizer mesmo nas poucas noites que teve de dormir com a mãe ou connosco por estar mesmo incomodado, deu sempre para dormir qualquer coisa.
A passagem para a comida sólida também não custou nada. A primeira viagem de passeio com ele foi uma maravilha.

Basicamente é um espectáculo. Ás vezes um cadito chato pois decide fazer tornar-se num Hulkezinho e berrar e fazer força com raiva demasiado tempo seguido que deixa a mãe com dores de cabeça e a mim com vontade de ir levar o lixo só para sair de casa, mas é um bebé muito bem disposto. Acorda de manhã sempre a rir, gosta de sair de casa, não se chateia no carro, gosta de pessoas, enfim...
E cresce tão rápido! Bem que nos disseram que teríamos saudades dos primeiros tempos quando ele era mesmo pequenino. Parece estranho mas já nos demos a recordar esses momentos!

Se o Sebastião é o molde da nossa prole, que venham os próximos que isto não custa nada.

PS - Sempre fiquei muito apreensivo e temeroso de como seria ser pai e ter um filho que precisa de nós. Pensava que poderia mudar muito o meu dia-a-dia e a vida mesmo, e tornar-me numa pessoa diferente. Isso assustava-me pois deixava-me a pensar que não estaria preparado para ser pai e que poderia não gostar da experiência. Agora só penso porque esperei tantos anos (vá 5~7 anos) para ser pai!

quinta-feira, maio 15, 2014

Ser, ou não ser, anti

Estava para partilhar a minha teoria antes do jogo de ontem sobre esta coisa dos adeptos dos clubes rivais que apoiam os adversários, mas achei que já era falar demais sobre futebol.
Mas depois um comentário no Facebook abriu a porta a eu soltar a língua (os dedos neste caso) e acabei por "dissertar" num comentário em resposta.

Assim como já escrevi umas dezenas de palavras sobre a coisa, passo agora para o local próprio, o das minhas verborreias mentais:

(...)aproveito a tua dica para falar um pouco desse fenómeno do apoio aos adversários do rival.
Quando era mais novo achava mau esse comportamento, apesar de pessoalmente nunca apoiar verdadeiramente o SCP ou o FCP em jogos internacionais. E era normal a malta dizer que só em Portugal é que as pessoas eram mesquinhas, por não apoiarem os portugueses em jogos internacionais. Depois fiquei a saber que lá fora é bem pior. Um "verdadeiro" adepto do Everton por exemplo, festeja sempre e com muito agrado uma derrota do Liverpool em competições europeias. E isto tem a sua lógica pois o sucesso do rival contribui para o desapontamento com o insucesso do nosso clube.*
Agora que estou mais velho e (in)sensato, já tenho uma opinião finalizada sobre o assunto:
Não se pode pedir exigir às pessoas que apoiem clubes rivais em competições estrangeiras. Um portista tem direito a querer que o Benfica perca, e isso agora já não me faz espécie, considero até normal por causa da rivalidade entre os clubes. O que já acho desnecessário, e de mau gosto, são as manifestações, muitas vezes excessivas, públicas disso mesmo. Seja de que clube for. Até porque julgo que qualquer pessoa normal tem amigos adeptos de outros clubes, logo é uma falta de respeito com os nossos amigos estarmos a festejar, e ainda atirar sal para a ferida, os desaires e desgosto deles.
Mas na mesma as pessoas são livres de quererem uma derrota e até de comentarem algo nesse sentido, desde que evitem o gozo e a humilhação.
Infelizmente, como já escrevi no blog em tempos, julgo que existem demasiados desses comportamentos, mais do que deveria ser normal, na minha rede de "amizades"...

* Frase acrescentada já após publicação.

Levar 2 de seguida

Eu sei que a malta gosta de dar 2 de seguida, ou gostaria em certas alturas. Disso não posso falar muito, que é coisa que tenho pouca (mas alguma) experiência, mas esta foi a a segunda desilusão seguida, duma final da Liga Europa.

Depois do desaire do ano passado admito que estava longe de pensa que o Benfica pudesse repetir o sucesso, mas foi ainda melhor. E 2 troféus foram ganhos. Mas também não contava que repetindo uma final da Europa fosse novamente perder, ainda para mais com o Sevilha que é uma equipa que chegou com mérito mas não é uma potência do futebol europeu.
E aliás o jogo mostrou que esta vitória, tal como no ano passado estava perfeitamente ao alcance.

O jogo começou mal, a primeira parte foi uma bela merda, digo mesmo, com muitos passes falhados de parte a parte e o Benfica e cometer erros aos quais eu não estava habituado. Curiosamente acabou com o Benfica a criar perigo e eu senti que seria um tónico para a segunda parte. E foi, o Benfica voltou a ter belas oportunidades, depois voltaram os erros de passes no meio-campo, o Sevilha tomou um pouco conta do jogo, para o Benfica acabar novamente por cima.

Acho que ficou claro para quem viu o jogo com olhos de ver, eu vi com o filtro de Benfiquista por isso sou suspeito mas estou a tentar ser o mais imparcial possível, que o Benfica teve oportunidades mais flagrantes e sem dúvida ficaram pelo menos 2 penaltis por marcar. Há malta que fala em 3, mas para mim o lance do toque no Lima é bastante desculpável para o arbitro. Já o lance do Gaitan ainda na primeira parte é mais difícil de engolir sobretudo porque não sendo falta era canto e a mão do Carriço também não se pode deixar passar em claro.
Mas pronto, só são mais merdas para ajudar ao desconsolo, tal com o golo anulado na final do ano passado que pelo que me disseram até foi legal!

Mas o Benfica não esteve bem, esteve uns furos abaixo do habitual e alguns jogadores foram um desilusão (acho que o André Gomes carimbou a viagem de férias na altura do Mundial) e foi pena o desfalque, mas estas coisas são habituais e a gestão do plantel faz parte do trabalho da equipa técnica.
Se calhar faltou também alguém ser expulso para ganharmos o caneco (o Siqueira ainda fez algo nesse sentido).

Os penaltis é sempre aquela lotaria, e o Beto esteve bem em arriscar em dar passos para frente (que eu saiba é ilegal mas enfim) mas novamente atribuo mais a culpa aos marcadores que estiveram mal.

Espero bem que a dita maldição do Béla Guttman seja quebrada, mas de qualquer maneira, começo a detestar o gajo...

Domingo temos a última. Qual será o resultado? Nem sei se quero ver (tal como no ano passado)...

terça-feira, maio 13, 2014

Ganhou a música ou a barba?

Para mim ganhou a barba. Um Festival onde cada vez mais ganha a coisa que causa mais impacto, a barba da "mulher" foi o que se destacou mais.
Pois e tal, os pós-modernos até dizem que é uma coisa muito linda. Alguns dos quais criticam, forte e feio, bigodes em mulheres, já acham bonito uma barba num travesti, ou drag queen, ou lá o que o gajo quer representar.
Para mim é simples: se um gajo quer ser gaja está à vontade, assim como uma gaja querer ser gajo. Agora ser as 2 coisas ao mesmo tempo ainda não me entra. Será mais uma das "evoluções" da sociedade? Pessoas que parecem os 2 géneros ao mesmo tempo?

Bem isso leva a outro tipo de reflexões e discussões. Para mim este caso da Conchita (nome latino para um austríaco) só é mais uma prova que no Festival da Eurovisão muita coisa importa, menos a música. Mas admito que a "Rise Like a Phoenix" parece mais música e melhor interpretada que o "uauaué uaué" que os tugas escolheram...

Mas na realidade, mais do que deixar umas ideias sobre mulheres de barba e músicas foleiras, criei isto para deixar um apanhado de fotos giras relacionadas (são poucas, só 34) com o tema.
Aí vão elas:





segunda-feira, maio 12, 2014

Ainda me surpreende

Apesar de já estar pela Holanda há 3 anos e meio, ainda fico surpreendido por vezes com a volatilidade das condições meteorológicas aqui desta terra. Sobretudo com a rapidez em que se salta de um estado para outro, pois que se passa pelas 4 estações no mesmo dia, já é habitual.

Curiosamente temos tido vários dias seguidos de chuva e cinzentos, o que nem é muito normal, pois apesar de ser bem pior que em Portugal, o sol costuma aparecer quase todos os dias e não é costume chover muito tempo seguido (apesar de chover muitas vezes).

Mas na sexta-feira passada o dia até estava bonito. Já ao final do dia reparo de repente que o meu lado direito estava mais escuro. O sol ainda entrava pelas janelas da frente e lado esquerdo mas do lado direito já só se via cinzento. Aproximando-se de Schiphol a alta velocidade vinham nuvens bem escuras e carregadas. Parecia aquelas cenas de filmes em que uma tempestade está a chegar.
E foi mesmo, de repente o vento sopra com ainda mais força (o dia já tinha sido muito ventoso), cai granizo, relâmpagos e fica tudo muito escuro!
Mas em poucos minutos começa a abrandar e quando saí, nem 30 minutos depois já o sol espreitava a Oeste.

E foi assim, em pouco mais de 30 minutos passou-se de céu azul e sol, para completamente escuro com granizo e relâmpagos, para céu azul e sol novamente! Só faltou ver os arco-íris...

sexta-feira, maio 09, 2014

Um Estado Melhor

Até poderia ser o título de um livro, peça de investigação ou quiçá mesmo um filme, mas não; este foi o nome que o nosso "estimado" Governo decidiu dar ao documento revisto sobre a famosa ou infame Reforma do Estado.

Ainda noutro dia tinha cascado no Paul Doors (não sabia que mais nomes lhe chamar, decidi traduzir para inglês) e afinal eles passaram daquela lista genérica de objectivos, que andou a ser cozinhada por mais de 1 ano, senão mesmo 2, para uma coisa mais séria com quase 100 páginas!
Apesar de na apresentação oficial ser dito que o documento tem as orientações para a Reforma, o nosso Vice afirmou que ele inclui uma tabela (será uma do Excel) 120 medidas que o Governo terá de cumprir nos próximos anos. Estava também muito orgulhoso com o seu trabalho pois envolveu "um largo debate público, audição dos parceiros sociais e dos partidos políticos".

Agora é que vai for...

quarta-feira, maio 07, 2014

DEO-la-deu

Chegou o momento de falar de um assunto quente, quer dizer na semana passada que entretanto o Benfica passou à final da Liga Europa e ficou confirmado a saída limpa. Reparem que tem tudo a ver pois foi Jorge Jesus que vaticinou ainda o ano passado que era "limpinho, limpinho".

Nos últimos anos, Portugal tem sido regido por documentos e tal: O Sócrates veio com os PEC, depois tivemos o memorando da troika, e agora que acabou, o Coelho aparece com o DEO.

Admito que a primeira coisa que pensei foi logo, "isto do DEO cheira-me a PEC" e deve ser algo parecido.
Eu não me recordo se cheguei a ler algum dos PEC ou se na altura ainda ia na cantiga e julgar com base apenas no que se dizia e escrevia, mas lá decidi dar uma vista de olhos pelo documento.

Começa bem, com 25 páginas de enquadramento para mostrar onde estávamos, onde estamos e outras coisas lindas. Neste particular nem ponho em causa pois vem quase tudo do Eurostat e do FMI e eu até já defendi publicamente algumas medidas de controlo das finanças (e saudei parte do aparente sucesso de algumas dessas medidas).
Depois chegamos ao que realmente interessa, ao capítulo 2 com a tal estratégia para os próximos 4 anos que nos vão permitir manter a coisa controlada e reforçar a (aparente) recuperação económica.

Bem, mais informação histórica com quadros e contas e tal, mas de anos anteriores. Ou seja mais 7 páginas de "Passado"...
Ao fim de mais 5 páginas já com números e previsões futuras, mas ainda um pouco geral, lá se listam as medidas, 9, aprovadas para manter tudo nos conformes.
E em menos de 2 páginas descrevem-se essas 9 medidas.

Depois aparece uma descrição de opções tomadas, tendo em conta as medidas temporárias executadas durante o programa de assistência e muitos outros números.

A mim choca-me, tal como me chocou no documento da Reforma do Estado apresentado pelo Paulinho das Feiras, que um documento sobre estratégia orçamental para os próximos 4 anos, apresenta em menos de 2 páginas as 9 medidas estratégicas fundamentais!
É mais do mesmo, as medidas são uma coisa muito genérica, parecem mais uns objectivos.
A bem da verdade, estas medidas da maneira como estão apresentadas parecem ser muito simples e não requererem muitas explicações para a aplicação das mesmas.
Mas também no anterior executivo o PEC ia resolver tudo, e depois disso veio o II e o III e só não veio o IV porque chumbou na AR. Claro está que o IV é que iria mesmo resolver tudo, da mesma maneira que o Programa de Assistência e o famoso memorando resolveu, e agora o DEO vai resolver...

Mas nas célebres palavras do meu amigo Mário: "Que se foda isso, o Benfica ganhou!". E pode ganhar mais um troféu oficial (aquele que ninguém liga) hoje, portanto e agora em inglês who the fuck cares?

segunda-feira, maio 05, 2014

12 Anos Escravo

Não li o livro, se bem que será certamente muito interessante, mas acabei de ver o filme. Não há muitas coisas que se possam dizer. Muitos pensamentos me passaram durante o filme, alguns risos sarcásticos pelo comportamento humano, outros momentos de contemplação pela fotografia e pela "nudez" de certas cenas.
No final não consegui evitar umas lágrimas no canto do olho e de ficar parados uns minutos a pensar apenas num longo: FODA-SE.

E prontos, é isto...

sexta-feira, maio 02, 2014

Coisas da bola

Calma, eu sei que ainda não ganhou o caneco, mas tenho de escrever sobre o jogo de ontem. Alias sobre o jogo nem por isso, foi um daqueles de sofrer até ao fim sempre à espera do que parecia quase inevitável (o golo da Juve) enquanto se desesperava para que um dos (poucos) contra-ataques resultassem em golo e (praticamente) arrumassem a questão.

O que queria falar mesmo é como vivi o jogo sobretudo como me senti aquando do apito.

Em tempos escrevi que gostaria de não gostar de futebol, mas não dá. Sendo grande fã de desporto em geral, adorar ver desporto (vejo muita coisa mesmo) e mesmo ler sobre ele, é-me impossível ficar ao lado de um dos maiores desportos do mundo, senão mesmo o que movimenta mais gente.
E depois calhou em ser benfiquista, cheio dos seus defeitos e virtudes, que inclui sofrer sempre. Todo o adepto de um clube sofre; mesmo aqueles que estão habituados a ganhar, vulgo portistas, nos últimos 20~30 anos sofrem também que eu já assisti a vários jogos com amigos portistas. Mas o Benfica não é tão forte nem consistente como o FC Porto, e por isso sofremos mais.
O ano passado foi uma bela época, onde chegou-se ao topo de quase tudo só para cair aos trambolhões no ultimo degrau. Admito que não contava que o Benfica repetisse a gracinha, mas curiosamente está ainda melhor. Ganhou o campeonato (o mais apetecível dos troféus e aquele que mais importa ganhar) e está em 3 finais! E o melhor, jogou 3 meia-finais com menos de 11 e mesmo assim não perdeu nesses jogos.
Ainda pode perder muito, eram 4 competições a ganhar, apenas 1 está resolvida, mas este ano parece que é daqueles que vai mesmo. Felizmente o Jorge Jesus parece ter aprendido alguma coisa com a desilusão do ano passado e a equipa está com um querer maior. E os resultados têm aparecido, ganham confiança. A ver vamos...

Mas para mim ontem, sobretudo depois de ter visto várias reacções à vitória na primeira mão como se fosse um feito extraordinário o Benfica ganhar à Juventus em casa e "toda" a gente a "achar" que a Juve passava sem dúvida alguma, foi um sentimento muito forte.
Para sub-valorizar portugueses (equipas, selecções, atletas, empresas, pessoas) já bastamos nós próprios, e fico sempre com uma grande raiva quando os estrangeiros fazem o mesmo, sobretudo aqueles que não tem mostrado qualquer superioridade/vantagem no tema em questão. Portanto esse build-up para o jogo já me tinha deixado mais nervoso. E o jogo foi daqueles de grande sofrimento como escrevi em cima. Com o jogo a chegar ao fim e o Benfica a perder jogadores, estava que nem podia. Quando ao apito final soou, foi um libertar de tensões enorme.
Felizmente já estava o resto da família na cama e tudo muito quietinho, o que me permitiu manter o silêncio sem acordar o puto, mas a Carolina ainda veio do quarto passado um bocado a perguntar se estava tudo bem que tinha ouvido uns "barulhos e gritos" estranhos.

Ontem senti-me como poucas vezes me senti a ver futebol.
Se a 14 de Maio quebrarem finalmente a maldição do Béla Guttmann até vou chorar!

PS - Até ver, esta tem sentido a época que o cântico "Ninguém para o Benfica" faz mais sentido. Parece mesmo imparável!