sexta-feira, maio 02, 2014

Coisas da bola

Calma, eu sei que ainda não ganhou o caneco, mas tenho de escrever sobre o jogo de ontem. Alias sobre o jogo nem por isso, foi um daqueles de sofrer até ao fim sempre à espera do que parecia quase inevitável (o golo da Juve) enquanto se desesperava para que um dos (poucos) contra-ataques resultassem em golo e (praticamente) arrumassem a questão.

O que queria falar mesmo é como vivi o jogo sobretudo como me senti aquando do apito.

Em tempos escrevi que gostaria de não gostar de futebol, mas não dá. Sendo grande fã de desporto em geral, adorar ver desporto (vejo muita coisa mesmo) e mesmo ler sobre ele, é-me impossível ficar ao lado de um dos maiores desportos do mundo, senão mesmo o que movimenta mais gente.
E depois calhou em ser benfiquista, cheio dos seus defeitos e virtudes, que inclui sofrer sempre. Todo o adepto de um clube sofre; mesmo aqueles que estão habituados a ganhar, vulgo portistas, nos últimos 20~30 anos sofrem também que eu já assisti a vários jogos com amigos portistas. Mas o Benfica não é tão forte nem consistente como o FC Porto, e por isso sofremos mais.
O ano passado foi uma bela época, onde chegou-se ao topo de quase tudo só para cair aos trambolhões no ultimo degrau. Admito que não contava que o Benfica repetisse a gracinha, mas curiosamente está ainda melhor. Ganhou o campeonato (o mais apetecível dos troféus e aquele que mais importa ganhar) e está em 3 finais! E o melhor, jogou 3 meia-finais com menos de 11 e mesmo assim não perdeu nesses jogos.
Ainda pode perder muito, eram 4 competições a ganhar, apenas 1 está resolvida, mas este ano parece que é daqueles que vai mesmo. Felizmente o Jorge Jesus parece ter aprendido alguma coisa com a desilusão do ano passado e a equipa está com um querer maior. E os resultados têm aparecido, ganham confiança. A ver vamos...

Mas para mim ontem, sobretudo depois de ter visto várias reacções à vitória na primeira mão como se fosse um feito extraordinário o Benfica ganhar à Juventus em casa e "toda" a gente a "achar" que a Juve passava sem dúvida alguma, foi um sentimento muito forte.
Para sub-valorizar portugueses (equipas, selecções, atletas, empresas, pessoas) já bastamos nós próprios, e fico sempre com uma grande raiva quando os estrangeiros fazem o mesmo, sobretudo aqueles que não tem mostrado qualquer superioridade/vantagem no tema em questão. Portanto esse build-up para o jogo já me tinha deixado mais nervoso. E o jogo foi daqueles de grande sofrimento como escrevi em cima. Com o jogo a chegar ao fim e o Benfica a perder jogadores, estava que nem podia. Quando ao apito final soou, foi um libertar de tensões enorme.
Felizmente já estava o resto da família na cama e tudo muito quietinho, o que me permitiu manter o silêncio sem acordar o puto, mas a Carolina ainda veio do quarto passado um bocado a perguntar se estava tudo bem que tinha ouvido uns "barulhos e gritos" estranhos.

Ontem senti-me como poucas vezes me senti a ver futebol.
Se a 14 de Maio quebrarem finalmente a maldição do Béla Guttmann até vou chorar!

PS - Até ver, esta tem sentido a época que o cântico "Ninguém para o Benfica" faz mais sentido. Parece mesmo imparável!

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