Hoje (sábado passado) ao almoço comi carapau frito. Quem me viu e quem me vê, a comer carapau frito, essa coisa tão típica portuguesa e tão atípica minha.
Mas é preciso ver como as coisas mudam e como eu mudei daquilo que era.
Dou por mim a pensar que me tornei numa pessoa que não estava à espera e que por vezes não gosto do que me tornei.
Por um lado penso como é curioso ter chegado onde cheguei, filho de emigrantes em França mas criado em Portugal, pai que trabalhava nas obras e mãe que fazia limpezas (entre outras coisas). Que cliché, né? Não que tenha chegado muito longe, mas terei escapado a um destino mais comum, reservado a quem comigo partilha as origens.
Para algumas pessoas a minha vida é feita de escolhas erradas. Não ter seguido Direito; não ter ido para a Universidade (fui mais tarde mas já trabalhava e não consegui/quis fazer nada); não ter ficado a trabalhar para a PT; não ter aceite a oferta para Munique; não ficar mais tempo a mamar na teta do Estado (vulgo Subs. de Desemprego), entre outras coisas...
É verdade que dei por mi muitas vezes a pensar se tinha escolhido bem, mas foram as minhas escolhas que me permitiram ser sem quem sou hoje. E se não sou ninguém de especial nem fiz nada de muito importante para os outros, não deixo de ficar satisfeito por ver aquilo que consegui alcançar e as experiências (em tantas áreas diferentes) que já tive.
Mas na mesma, como disse ali atrás, não sei se gosto de parte de mim. Não sou tão profissional e honesto quanto queria ser; penso e falo demais dos outros fazendo em privado juízos de valor que não deveria fazer; deixo muitas coisas a meio e não as acabo, muitas vezes intencionalmente; sou egoísta, e associado ao egoísmo está a inveja; sou crente mas quase que renunciei à minha fé; e uma coisa que me deixa desiludido é que estou sempre a micar gajas e na maioria das vezes com pensamentos pecaminosos.
Vejo que para muita gente, o envelhecer é exacerbar os seus defeitos. Eu tenho mesmo receio que me torne naqueles velhos que só fala mal e ainda por cima vão pela rua a apalpar cus às raparigas (se já me dá vontade de o fazer agora...)
Ou então isto é apenas sinal que ainda me falta crescer mais um pouco (ou muito), mudar e corrigir os meus defeitos e com alguma sorte, impedir que outros se desenvolvam.
Sim, acho que é mesmo isso.
E tudo isto porque comi carapaus fritos. Mas estavam bons!
Mas é preciso ver como as coisas mudam e como eu mudei daquilo que era.
Dou por mim a pensar que me tornei numa pessoa que não estava à espera e que por vezes não gosto do que me tornei.
Por um lado penso como é curioso ter chegado onde cheguei, filho de emigrantes em França mas criado em Portugal, pai que trabalhava nas obras e mãe que fazia limpezas (entre outras coisas). Que cliché, né? Não que tenha chegado muito longe, mas terei escapado a um destino mais comum, reservado a quem comigo partilha as origens.
Para algumas pessoas a minha vida é feita de escolhas erradas. Não ter seguido Direito; não ter ido para a Universidade (fui mais tarde mas já trabalhava e não consegui/quis fazer nada); não ter ficado a trabalhar para a PT; não ter aceite a oferta para Munique; não ficar mais tempo a mamar na teta do Estado (vulgo Subs. de Desemprego), entre outras coisas...
É verdade que dei por mi muitas vezes a pensar se tinha escolhido bem, mas foram as minhas escolhas que me permitiram ser sem quem sou hoje. E se não sou ninguém de especial nem fiz nada de muito importante para os outros, não deixo de ficar satisfeito por ver aquilo que consegui alcançar e as experiências (em tantas áreas diferentes) que já tive.
Mas na mesma, como disse ali atrás, não sei se gosto de parte de mim. Não sou tão profissional e honesto quanto queria ser; penso e falo demais dos outros fazendo em privado juízos de valor que não deveria fazer; deixo muitas coisas a meio e não as acabo, muitas vezes intencionalmente; sou egoísta, e associado ao egoísmo está a inveja; sou crente mas quase que renunciei à minha fé; e uma coisa que me deixa desiludido é que estou sempre a micar gajas e na maioria das vezes com pensamentos pecaminosos.
Vejo que para muita gente, o envelhecer é exacerbar os seus defeitos. Eu tenho mesmo receio que me torne naqueles velhos que só fala mal e ainda por cima vão pela rua a apalpar cus às raparigas (se já me dá vontade de o fazer agora...)
Ou então isto é apenas sinal que ainda me falta crescer mais um pouco (ou muito), mudar e corrigir os meus defeitos e com alguma sorte, impedir que outros se desenvolvam.
Sim, acho que é mesmo isso.
E tudo isto porque comi carapaus fritos. Mas estavam bons!
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