terça-feira, junho 30, 2015

É para rachar mesmo

A 30 de Março e depois novamente a 20 de Julho de 2013, escrevi aqui que a situação económico-financeira de Portugal devia rebentar duma vez por todas, para não se andasse a dar cabo do país às mijinhas.
Chegamos agora a uma outra altura equivalente e vou deixar o mesmo desejo, agora que estamos a menos de 24 horas para se decidir se "ou vai ou racha". Para mim já não vale a pena tentar ir novamente, é para rachar mesmo.

Estou a ficar farto de toda este dossier Grego, e da ameaça que paira sobre a UE devido ao Grexit e à aparente guerra entre o Bem e o Mal em que foi transformada toda esta situação.
Estou farto de ver as mesmas acusações de falta de sinceridade e de vontade de um lado e do outro, e de ver muitas pessoas cheias de certeza sobre quem são os culpados da aparente falha em se chegar a um acordo para tentar melhorar a situação grega. Digo tentar melhorar porque até mesmo as pessoas mais bem intencionadas podem estar erradas e falhar redondamente.
Também estou farto de transformarem isto num combate entre democracia (lado grego) e mundo financeiro (restantes europeus), e até pode ser que apenas o Gregos representam a verdadeira liberdade, mas aí faço a mesma pergunta do Jean-Claude Juncker, aliás já a tinha feito aqui no blog, porque é que a escolha democrática dos gregos vale mais que a escolha democrática dos restantes países europeus?
Bem, adiante...

Aquilo na Grécia está mal, na Europa também, nem que seja pela falta de solidariedade e vontade de ajudar os outros (países deficitários). Mas andamos há anos a tentar umas coisas e isto não parece sair da cepa torta (digo não parece porque alguns indicadores económicos sugerem o contrário mas ainda é cedo para se tirar conclusões). Também anda-se há meses a tentar chegar a acordo com o novo governo Grego e falha sempre.
Seja quem for a culpa, pelos vistos este governo Grego, democraticamente eleito, é incompatível com a actual liderança europeia, também ela democraticamente eleita, e outros parceiros (como o FMI). Por isso não tentemos mais.
É deixar rebentar. Deixem os gregos serem livres das regras de austeridade impostas e seguirem o rumo que bem entenderem.
Passa certamente por uma bancarrota do Estado, mas isso até pode ser bom.
E assim ficaremos também todos a saber se a UE de agora tem futuro ou não, pois se a Grécia conseguir depois da crise inicial safar-se bem livre dos grilhões desta "má e vingativa" Europa, sabemos que ou a UE dá uma volta de 180° ou então vai cada um par ao seu lado.
Como europeísta convicto acho isso mau, mas não podemos manter uma coisa que não funciona só porque é um conceito bonito e da-me imenso jeito por ser emigrante.

Vamos lá ver se amanhã por esta hora, caiu o Carmo e o Trindade no que toca ao Euro, UE, taxas de juro, mercados financeiros e outras coisas mais, ou se afinal fica tudo em pé depois de um abanão e os Gregos terão de se amanhar com o que arranjarem.
Eu não sei se dá para esperar pelo referendo ou se racha antes, por mim era já hoje...

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