Spoiler alert para quem ainda não viu a Temporada 4 do Homeland, pois vou falar de uma cena.
No 2° episódio a Carrie está em casa a tomar conta do bebé e durante o banho a criança escorrega-lhe e fica debaixo de água. Durante uns instantes ela nada faz e olha para a filha claramente pensando em deixá-la afogar-se.
Esta cena é chocante, pois é nua e crua e toda em silêncio o que a torna mais real, mas não por ser um pai a contemplar matar um filho, coisa que se vê bastantes vezes nas notícias, mas sobretudo porque é um pensamento que passa pela nossa cabeça enquanto pais. Ou seja choca, porque já pensamos no mesmo.
Sim, eu sei que ninguém pode admitir isto, sobretudo em escrito, e vivemos numa sociedade do politicamente correctamente em que só se escreve sobre as coisas positivas, mas eu também sei que não sou o único que já teve pensamentos filicídios.
Mas não é só isto que passa pela cabeça. Aliás um pai ou mãe perde a cabeça com os filhos e acaba por ter actos e atitudes que não se deviam ter.
O meu Sebastião consegue me tirar do sério por vezes e reajo mal ou pelo menos penso em fazer-lhe qualquer coisa mesmo cruel (calma, cruel porque é maldosa não chega ao ponto de ser tortura ou sadismo ... ainda).
E isso é mau? Bom não é de certeza, mas eu acredito que é a natureza humana. Acredito que é normal por vezes os nossos pensamentos em relação à nossa prole serem precisamente o oposto do que deveriam ser. O papel de um pai é amar e proteger mas às vezes o que apetece é mandar-lhes um chuto no cu e jogá-los porta fora.
O que eu acho que separa um pai mau de um bom (ou assim-assim) é que tem estes pensamentos mas não os leva em diante, ou quando reage mal e incorrectamente apercebe-se disso e tenta evitar no futuro.
No meu caso, ainda não cheguei ao bom total, porque não consigo evitar irritar-me com ele.
Ele ainda é muito novo e não faltarão oportunidades para ficar realmente irritado com ele e com razão. Agora a irritação é até mais fruto da minha frustração e minhas falhas em lidar com os momentos menos bons.
Como disse ali atrás, tem alturas que penso que agora vive-se demais numa sociedade do politicamente correcto. E por exemplo no que toca a parentalidade, estou farto de ver textos e teorias em que se fala só do bem e de se ser isto e aquilo. Tudo coisas positivas. Mas para mim, os pais também passam por momentos negativos e isso reflecte-se nos filhos. Por um lado não é mau de todo. O mundo é um lugar cheio de maldade e as desilusões e tristezas fazem parte da vida. Por um certo lado acho que um miúdo pode aprender que as coisas por vezes são más, ou menos boas, e com isso aprender ele próprio a lidar com a sua frustração e desilusão.
Para mim o segredo estará em conseguir balancear e compensar correctamente esses momentos e atitudes mais negativos que temos, de maneira a que ele aprende com eles mas não sofra, nem que o negativo se torne normal na vida dele.
Espero que eu consiga melhorar nesse aspecto ... e que o Sebastião não se lembre de todas as vezes que esteve perto de ser jogado pela janela fora.
Isto foi a brincar, não a sério, não foram assim tantas quanto isso e nunca esteve perto da janela, que eu não ia levantar do sofá ou assim só para o atirar que dava muito trabalho.
Ele já esteve perto da janela e até a espreitar lá para baixo, mas apenas para ver os transeuntes a passar e a ver se ele cuspia na cabeça dalguém.
Outra brincadeira, ele ainda não sabe cuspir.
No 2° episódio a Carrie está em casa a tomar conta do bebé e durante o banho a criança escorrega-lhe e fica debaixo de água. Durante uns instantes ela nada faz e olha para a filha claramente pensando em deixá-la afogar-se.
Esta cena é chocante, pois é nua e crua e toda em silêncio o que a torna mais real, mas não por ser um pai a contemplar matar um filho, coisa que se vê bastantes vezes nas notícias, mas sobretudo porque é um pensamento que passa pela nossa cabeça enquanto pais. Ou seja choca, porque já pensamos no mesmo.
Sim, eu sei que ninguém pode admitir isto, sobretudo em escrito, e vivemos numa sociedade do politicamente correctamente em que só se escreve sobre as coisas positivas, mas eu também sei que não sou o único que já teve pensamentos filicídios.
Mas não é só isto que passa pela cabeça. Aliás um pai ou mãe perde a cabeça com os filhos e acaba por ter actos e atitudes que não se deviam ter.
O meu Sebastião consegue me tirar do sério por vezes e reajo mal ou pelo menos penso em fazer-lhe qualquer coisa mesmo cruel (calma, cruel porque é maldosa não chega ao ponto de ser tortura ou sadismo ... ainda).
E isso é mau? Bom não é de certeza, mas eu acredito que é a natureza humana. Acredito que é normal por vezes os nossos pensamentos em relação à nossa prole serem precisamente o oposto do que deveriam ser. O papel de um pai é amar e proteger mas às vezes o que apetece é mandar-lhes um chuto no cu e jogá-los porta fora.
O que eu acho que separa um pai mau de um bom (ou assim-assim) é que tem estes pensamentos mas não os leva em diante, ou quando reage mal e incorrectamente apercebe-se disso e tenta evitar no futuro.
No meu caso, ainda não cheguei ao bom total, porque não consigo evitar irritar-me com ele.
Ele ainda é muito novo e não faltarão oportunidades para ficar realmente irritado com ele e com razão. Agora a irritação é até mais fruto da minha frustração e minhas falhas em lidar com os momentos menos bons.
Como disse ali atrás, tem alturas que penso que agora vive-se demais numa sociedade do politicamente correcto. E por exemplo no que toca a parentalidade, estou farto de ver textos e teorias em que se fala só do bem e de se ser isto e aquilo. Tudo coisas positivas. Mas para mim, os pais também passam por momentos negativos e isso reflecte-se nos filhos. Por um lado não é mau de todo. O mundo é um lugar cheio de maldade e as desilusões e tristezas fazem parte da vida. Por um certo lado acho que um miúdo pode aprender que as coisas por vezes são más, ou menos boas, e com isso aprender ele próprio a lidar com a sua frustração e desilusão.
Para mim o segredo estará em conseguir balancear e compensar correctamente esses momentos e atitudes mais negativos que temos, de maneira a que ele aprende com eles mas não sofra, nem que o negativo se torne normal na vida dele.
Espero que eu consiga melhorar nesse aspecto ... e que o Sebastião não se lembre de todas as vezes que esteve perto de ser jogado pela janela fora.
Isto foi a brincar, não a sério, não foram assim tantas quanto isso e nunca esteve perto da janela, que eu não ia levantar do sofá ou assim só para o atirar que dava muito trabalho.
Ele já esteve perto da janela e até a espreitar lá para baixo, mas apenas para ver os transeuntes a passar e a ver se ele cuspia na cabeça dalguém.
Outra brincadeira, ele ainda não sabe cuspir.
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