Eu sei que hoje temos jogo grande daqui a 3 horas e é para esse jogo que está virada a atenção da maioria dos portugueses que gostam de desporto em geral e futebol em particular.
Mas a esta hora está a decorrer a cerimónia de apresentação das equipas da edição de 2016 do Le Tour de France, ou a Volta à França em Bicicleta como se usava em Portugal no antigamente.
Por essa razão eu decidi ressuscitar o meu texto de há 1 ano atrás, que publiquei no meu blog internacional (em inglês) do qual entretanto desisti pois era mais uma carroça para puxar e os burros mal conseguem dar conta das outras carroças.
Aqui vão portanto os Prémios BaKanais, em inglês BaKano Awards, para a edição 2015 do Tour:
Prémio "Não Quero": Teve aquele ciclista que não queria liderar o grupo dos fugitivos numa subida então desviou-se para a direita bruscamente e quase embateu numa mota. E teve aquele outro ciclista que não queria a sua musette de comida então caiu quando lha deram.
Mas o prémio tem de ir para Fabian Cancellara e Tony Martin que caíram ambos e tiveram de abandonar a corrida quando vestiam a camisola amarela. O Martin ao menos ainda a usou durante 2 dias.
Prémio Melhor Ponto de Vista: Aquela malta no topo do desfiladeiro oposto durante a subida curta, mas espectacular dos Lacets de Montvernier na etapa 18 tinham de certamente um belo ponto de vista. Também os trabalhadores nas linhas de alta tensão que apareceram em imagem de helicóptero, a andar numa espécie de bicicletas nos cabos estavam num ponto interessante. Mas o melhor ponto de vista deste ano foi o providenciado pelas action cams montadas nas bicicletas, que se tornaram numa característica e trazem toda uma nova perspectivas do ciclismo de estrada.
Prémio "Chega pra lá": Este costuma ser apropriado para os sprinters nas disputas da vitória da etapa mas este ano eu não vi muitos empurrões. Por isso o prémio tem de ir para o Warren Barguil na descida para Gap durante a Etapa 16 quando ele usou o Geraint Thomas como travão para fazer uma curva, empurrando o pobre desgraçado contra um poste e fazendo-o perder os seus óculos de sol favoritos.
Prémio Melhor Barba: Barbas não são muito comuns no pelotão mas elas dão um look diferente e único. Obviamente este ano o prémio vai para Simon Geschke, o alemão que ganhou a Etapa 17.
Prémio Melhor Controlo: Lembro-me do Michal Kwiatkowski a saltar por isso de um separador em cimento e li que o Peter Sagan andou novamente a sacar cavalinhos nas grandes subidas mas o prémio tem de ir para Romain Bardet pelo seu controlo da bicicleta impressionante nas descidas que lhe deu alias a vitória numa etapa de montagem.
Prémio "Lembram-se Dele?": Nós os Portugueses tínhamos boas expectativas para o Rui Costa mas ele abandonou depois do primeiro dia de descanso, após um par de quedas. O Joachin Rodriguez costuma ser presença habitual nas etapas principais mas nem por isso este ano e até nos podemos esquecer que ganhou 2 etapas este ano. Mas o prémio vai para Tejay Van Garderen, que esteve no Top 3 durante grande parte da prova até que abandonou igualmente após um dia de descanso, por isso no final ninguém já se lembrava dele.
Prémio "Último Fôlego": Quando o Bryan Coquard fez um último e forte esforço nos Champs-Élysées mas apenas conseguiu o segundo lugar ele simbolizou o último fôlego da sua equipa Europcar que vai perder o patrocínio e ou acaba ou muda de nome (mudou de nome para Direct Énergie). É uma equipa que nos trouxe muita acção nos anos que competiram no Tour sob o nome Europcar mas este ano não conseguiram nenhuma vitória nem qualquer outro prémio. O Pierre Roland tentou algumas vezes e foi recompensado com um lugar no Top 10. E agora eu dou-lhes este prémio também.
Prémio Melhor Anjo da Guarda: Eu disse-o na altura e digo-o novamente: não fosse pelos seus 2 colegas de equipa Wouter Poels e Richie Porte durante a subida final para Alpe d'Huez, o Froome teria pedido a prova. Eles levaram-no pela montanha acima e ajudaram-no a minimizar as perdas por isso o prémio vai para eles os dois.
Prémio "De bestial a besta": A certa altura durante o Tour, o Top 3 do ano anterior (2014) parecia completamente de fora da corrida. O Nibali recuperou bem com uma vitória em etapa e acabando em 4° da geral enquanto o Pinot venceu no Alpe d'Huez. Mas Jean-Christophe Péraud, 2° da geral em 2014 teve uma prestação realmente desastrosa. Caiu diversas vezes, foi visto muitas vezes a perder contacto com o grupo principal logo no início das subidas e apenas assumiu algum protagonismo durante a etapa 20 quando tentou ajudar o seu colega de equipa Romain Bardet na montanha mas sem resultados. Ele é por isso o vencedor deste prémio.
Prémio "Quase Lá": Peter Sagan não ganhou uma etapa mas esteve perto de o fazer em 5 ocasiões e acabou por vencer a camisola verde (classificação por pontos). Pierre Roland tentou em várias etapas mas o melhor que conseguiu foi fazer segundo. É por isso que o prémio só pode ir para Nairo Quintana. Ele conseguiu recuperar tempo a Froome e acabou perto mas precisava de um pouco mais. Ele também não venceu nenhuma etapa e acabou segundo, atrás do Froome novamente, na classificação da montanha apesar de ser considerado o melhor trepador de todo o pelotão.
Prémio Momento Chave: Mais uma vez, eu disse-o na altura e digo-o novamente: Etapa 10, subida final para La Pierre-Saint-Martin. Aqui Froome teve a sua única vitória em etapas, em luta contra Nairo Quintana. Ganhou 1m04s mais os segundos de bónus numa subida HC (Categoria Extra) quando se esperava que Quintana ao menos o igualasse. Froome acabou por ganhar a prova por 1m12s. Este foi o momento chave da prova.
Prémio Melhor Africano: Tivemos uma equipa africana a participar pela primeira vez na prova e conseguiram uma vitória em etapas, apesar de através de um ciclista Britânico. Tivemos também pela primeira vez na história do Tour um ciclista africano a envergar a camisola de líder da montanha, da mesma equipa. Mas obviamente o prémio tem de ir para Chris Froome que apesar de ser agora britânico nasceu em África, competiu até 2008 pelo Quénia e ainda é considerado africano por muita gente.
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