domingo, julho 05, 2015

O desvio no caminho para o Lidl

Já há vários meses que a estrada do caminho para o Lidl onde costumo ir está em obras. Por essa razão é preciso ir por um desvio. No início ia pelo desvio oficial, ou seja o que está sinalizado, mas esse obriga a uma volta maior, então à boa maneira portuguesa lá arranjei um atalho, por ruas mais estreitas e indicadas para quem mora lá.
O caminho faz-me passar por uma rua, esta que vêm na imagem retirada do Street View, e sempre que passo neste cruzamento e vejo esta placa (a que está à esquerda) leio sempre "Top Inceststraat", ou seja algo como "Rua do Incesto de Topo".
Obviamente a rua não se chama assim e agora sei o nome de cor, mas como das primeiras vezes, se calhar mesmo só a primeira vez, pareceu-me "Top Incest..." agora é sempre isso que vejo inicialmente.

Nesta rua, e devido ao fecho da rua principal, é que se encontra agora o acesso à Zara Beauty Shop. Não é nada relacionado com a Zara, é na realidade um cabeleireiro e esteticista e diria mesmo que direccionado para a comunidade muçulmana (árabes, turcos, marroquinos), que apenas partilha o nome com a cadeia de lojas já mundialmente famosa.

Hoje passei pelo desvio pois fui fazer compras. Ontem tínhamos compromissos, ficou para esta tarde, depois da Formula 1. O tempo já estava a mudar com vento forte e céu cinzento a anunciar chuva. Eu ainda estava com os calções que vesti ontem pois temos que aproveitar as poucas oportunidades, mas já esta manhã tinha calçado sapatos e não as sandálias de ontem. Para ontem tinham prometido (quem não sei) o dia mais quente do ano, com temperaturas na casa dos 41° mas acho que nenhum local da Holanda chegou lá perto. O dia mais quente foi mesmo na quarta. A quinta terá tido uma temperatura máxima superior mas ao final do dia estava um vento fresco, por isso não deu a mesma sensação de calor.
Mas o bom tempo e calor na casa dos 30° duraram até Sábado. Hoje já ficou mais fresco. E o curioso é que já havia malta aqui a pedir, ou mesmo implorar, que voltasse a chuva ou o tempo fresco.
É o típico comportamento humano do mal-agradecido.
É Verão, o tempo continua fraco e queixam-se. Vem um dia de sol e temperaturas altas, dizem que já veio o único dia de Verão e há que aproveitar. Vem uma onda de calor, ou quatro dias com temperaturas acima dos 30°, já ficam todos a derreter e a desejar o regresso aos dias normais, de frio.
E isto para daqui a uns dias, estarem novamente a queixar-se que é Verão mas está frio e chuva.

Já agora deixo uns pensamentos sobre a Grécia.
Eu pensava que ia ser renhido mas pelos vistos não foi. Já estão 2/3 dos votos contados e o Não terá ganho com mais de 60%. Ainda não vi valores sobre a abstenção mas espero que seja reduzida.
Estou contente, tal como estava contente com a vitória do Syriza, não por pessoalmente achar que é o melhor resultado mas como tenho dúvidas sobre isto tudo e precisamos de saber que alternativas há, a Grécia permite-nos ver isso.
Eu já tinha pedido que rachasse antes, a ver se racha amanhã.
Mas pelos vistos ainda vai demorar a rachar, pois esta gente na Europa mesmo os mais revolucionários perdem muito tempo para decidir.
Mas o certo é que vai ser difícil para a Grécia permanecer no euro. Muita gente, como o Paul Krugman, até defende que deve mesmo sair, para terem mais chances de recuperar, apesar do grande impacto inicial.
Mas o Tsipras não quer sair do euro, pelos vistos. E eu acho que sei porquê.
Uma dos pontos de discórdia parece ser os cortes em pensões e talvez em salários, que a UE continua a pedir. O actual governo é contra. Mas ficar no euro é a única forma de garantirem, pelo menos no curto prazo, que os salários e pensões não baixem. É que se saírem do euro baixam de certeza, não em valor nominal mas em valor real.
Imaginando uma pensão actual de €1500. A Grécia sai do euro e volta o drachma. Para facilitar imaginem que o drachma vale metade do euro. Isso quer dizer que a pensão passa a ser de 3000 drachmas. Só que pouco tempo depois, e independentemente do que o Governo grego e outras entidades fizerem, o drachma vai cair. E muito. Ao fim de algumas semanas, o drachma vale 0,25 euros, ou seja metade, logo a pensão de 3000 drachmas em euros fica a valer €750. E em verdade muitos produtos vão ficar mais caros porque são comprados ao estrangeiro e pagos em euros ou dólares ou francos suíços (que eles não têm e terão de pagar muito caro para os obter).
Os gregos vão perder poder de compra, seja pelas medidas de austeridade impostas num acordo com os credores, seja pela desvalorização do drachma.
A diferença é que de acordo Krugman e outros, ao sair do euro têm mais hipóteses de recuperar no médio-longo prazo. Mas a curto prazo acho que todos sabem que não lhes espera nada de bom, seja pelas medidas de austeridade impostas, seja pela saída do euro e bancarrota que espera o estado grego.
Como já disse em tempos, eu não tenho nada contra os gregos, mas quero que arrebente mesmo, para dar um abanão nesta Europa toda.

Quanto a mim, é hora de arrumar os calções e as sandálias. Não espero os voltar a usar tão cedo, a não ser quando der uma escapada a outro país num fim-de-semana qualquer alargado nos próximos meses. Não vai ser de certeza à Grécia mesmo que fiquem "baratinhos", que os planos são outros...

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