segunda-feira, julho 27, 2015

Com esta é que eu não contava

Ontem era para ter escrito um texto sobre um marco interessante que atingi nesse dia: completei a visualização de todas as longas metragens realizadas pelo mestre da animação japonesa, Hayao Miyazaki. O assinalar do acontecimento iria permitir falar sobre animação, tecer vários comentários, etc...

Mas a vida tinha outros acontecimentos reservados para mim.
O dia de ontem era também de celebração: as nossas bodas de madeira (ou ferro), que é como quem diz 5 anos de casados. Mas tínhamos sido já previamente convidados para uma outra festa de aniversário.
Por isso o plano era ir almoçar fora para celebrar o nosso aniversário e depois ir para a outra festa.
E assim foi, saímos de casa durante a maior tempestade de Verão aqui na Holanda desde que há registos (1901). Ventos entre os 100-110 km/h tendo sido mesmo registado mais de 120 km/h em IJmuiden, não muito longe de aqui.
Nós tínhamos visto o aviso e estava agreste, mas não me pareceu nada de mal.

Fomos almoçar até numa zona ribeirinha, em IJburg que fica em ilhas artificiais que já fica no IJmeer, um grande lago ligado a outro ainda maior, o Markermeer. Por isso mesmo notamos como o vento era forte e havia pouca gente pela rua.
Mas na mesma foi tudo pacífico. Não parecia nada de mais.
A vir embora e no Ring (uma circular da cidade) notei que realmente as rajadas eram mesmo fortes pois o carro mexeu-se como nunca tinha sentido antes. Mas na mesma tudo pacífico, não me parecia caso para alarmes.
Isto até o carro começar a abrandar sem responder ao acelerador.

E sem mais detalhes posso dizer que sofri uma avaria mental e fiz mal as contas. Tinha a certeza que tinha ainda mais de 3 litros no depósito (e ia abastecer logo de seguida) mas afinal não tinha.
Fiquei para na auto-estrada no meio da maior tempestade de Verão "de sempre"!
O que vale é que aqui tenho um cartão de cliente da Renault que dá direito a assistência e liguei logo para eles. Entretanto apareceu a polícia que mandaram um reboque devido a estar parado numa auto-estrada e ser perigoso.
E na verdade tive 2 reboques que me vieram dar assistência pois entretanto e antes que eu pudesse ligar para avisar já estava a chegar o da Renault.
Levaram-me para as bombas, meti gasolina e à 2a tentativa pegou sem mais problemas (a não ser uma mensagem de erro do catalisador resolvida com umas aceleradelas a fundo).
Em menos de 30 minutos estávamos resolvidos (e só tive de pagar o combustível nas bombas) e lá fomos para a festa de aniversário, que era também numa zona ribeirinha, junto à Central Station e também dali não parecia haver razões para alarmes por causa do tempo.
O mais incomodativo foi mesmo a chuva, durante o tempo que estive a apanhá-la, quando paguei os parquímetros!

Só depois no final do dia ao chegar a casa é que vi nas notícias e na net o quão grave foi, com várias árvores caídas (pessoalmente só vimos ramos, muitos é verdade mas apenas ramos) por cima de carros e até edifícios.
O aeroporto de Schiphol esteve caótico, por causa dos ventos fortes, como podem até ver neste vídeo duma aterragem de ontem.
O único problema que tivemos foi mesmo o incidente na auto-estrada e em casa uma cortina escapou-se pela frecha duma janela que ficou aberta e molhou-se. Sim, nós deixamos janelas abertas para arejar a casa!
E só tive mesmo pena da minha falha (sim porque o erro foi meu) pois íamos dar uma volta enquanto o miúdo dormia e fazia parte dos meus planos ir ver os aviões a aterrar que é sempre giro quando há ventos fortes.

Noutro dia escreverei sobre o Myazaki e depois noutra altura falarei das situações similares à de ontem que já passei curiosamente com todos os veículos que tive, mas esta foi a primeira vez que o carro (que eu conduzia) teve que ir no reboque. Das outras vezes nunca foi preciso, mas para a mota sim, só que aí fui dentro do reboque ao lado do condutor, não em cima. Mais detalhes para uma próxima crónica...

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