quinta-feira, maio 27, 2021

Promessa dada é promessa cumprida?

É uma boa pergunta a do título. Sabemos que para os políticos isso raramente se aplica. E eu como sempre achei que daria um bom político, comprovo essa regra: eu prometo muitas coisas, algumas delas a mim próprio, mas não cumpro sempre.
Uma prova está aqui na imagem ao lado, quando há mais de 1 mês, cheio de ideias, pedi às pessoas do meu Facebook que votassem nas próximas dissertações a escrever, e o primeiro comentário foi logo aquilo que eu pensava que iria fazer: escrever todas mas apenas pela ordem de votação que sairia do post.

Mas vistas as coisas, e passado este tempo todo (às vezes 1 mês muda muita coisa) existem aqui 2 dissertações que agora não me parecem ter mais lugar. São as duas referentes à COVID-19, à pandemia vá. Assim vou resumir o que eu tinha em mente agora.
Os 2 pesos e 2 medidas sobre as vacinas para o SARS-CoV-2 era sobre a decisão do governo holandês de suspender a vacina da AstraZeneca (Univ. de Oxford) mas ir iniciar na altura a vacina da Johnson & Johnson (Janssen). A da AstraZeneca estava nas notícias e apesar do parecer favorável da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), muitos países estavam a suspender o uso da mesma. Mas a da J&J parecia "sofrer do mesmo mal" pois estavam também reportados casos de trombose com trombocitopenia. Na altura eu tinha até a ideia que nos EUA, a FDA estava a demorar mais que a EMA a autorizar a vacina da J&J devido a esse problema. Mas pouco tempo depois li a justificação dada pelo Governo daqui para não extender o uso da vacina da AstraZeneca mas permitir a da J&J: a diferença é que os casos reportados para a da AstraZeneca eram 1 em cem mil e para a J&J eram 1 em um milhão. A vacina da AstraZeneca tinha 10x mais chances de causar a trombose com trombocitopenia do que a da J&J. A justificação tinha lógica e o meu ângulo que a diferença era que a da J&J tinha sido desenvolvida pela Janssen, uma empresa holandesa, tinha menos pernas para andar. Precisava de investigar mais sobre as diferentes recomendações e actualizações quer da EMA quer da FDA (EUA) mas tal como o interesso público neste tema, o meu também caiu.

A outra dissertação era mais uma constatação de como as curvas vão subindo e descendo, sugerindo diferentes vagas, mas tendo em conta a reacção das pessoas (população), as vagas parecem-me mais como as marés. E porquê, perguntam vocês? Porque sempre que a maré baixa, vai voltar a subir mais tarde!
E isso acontece agora porque, e indo para o início, Primavera de 2020, as pessoas estavam assustadas com a pandemia e depois do primeiro grande impacto a situação começou a melhorar (curvas a descer, a maré a baixar) mas com isso veio o comportamento mais relaxado das pessoas que nalguns casos até agiam como se a pandemia fosse coisa do passado, e por isso a situação voltou a piorar (curvas a aumentar, a maré a subir). No Inverno de 2020/21 a coisa ficou mal em muitos lados (em Portugal foi Janeiro o pior mês de todos) e voltou-se a restringir mais e as pessoas a terem mais cuidado e o ciclo a repetir-se. Mas vai continuar a ser assim; a situação acalma, a malta abusa, novas cadeias de contágio aparecem e lá volta a aparecer nova vaga, que para mim é simplesmente o movimento natural da maré.
A minha conclusão é que uma maré alta (situação complicada) resulta sempre numa maré baixa, que por estar tudo "bem" vai resultar em nova maré alta e assim sucessivamente.
Só as vacinas permitirão contrair este movimento, pois reduzem substancialmente o contágio e sobretudo reduzem o impacto da doença, portanto menos pessoas hospitalizadas e menos mortes (a consequência  pior da doença).

Restam-me 2 da lista, uma vez que a primeira de todas foi publicada.
Gostaria ainda de escrever realmente sobre estes 2 temas, sobretudo sobre as alterações climáticas pois na altura em que pensei nessa dissertação foi quando descobri que existe realmente discussão genuína na comunidade científica mas não é exactamente aquilo que muitos querem fazer crer (que não existe consenso no aquecimento global) mas mais a ver como o IPCC da ONU tem conduzido o debate e as previsões erradas que o mesmo organismo deu. O assunto é muito interessante e requer uma boa investigação para eu próprio não dizer asneiras nem parecer muito parcial, uma vez que sou defensor, mas se calhar não acérrimo, de medidas de combate às alterações climáticas, e de se acabar o mais rápido quanto possível com o uso de combustíveis fósseis.

O outro tema surgiu de várias conversas, entre as quais com a Carolina e com a M., uma das minhas terapeutas, mas este tem muito a ver com a minha própria visão e interpretação de eventos e da situação  geo-política actual, mas mete livros à mistura, tal como o "1984" do Orwell, e por isso uma dissertação que viaja bastante pela subjectividade quer nossa quer dos autores.
Reafirmo a vontade de escrever mas não posso fazer promessas de prazos...

E uma dissertação que não está na lista original, mas que foi pedida nos comentários desta mesma publicação há coisa de 10 dias atrás, é "sobre as maravilhas do teletrabalho". Como foi um pedido da Gabi, tenho de escrever porque ela pediu "a opinião de um tuga sobre o assunto" e disse estar dividida. Ora, como eu lhe respondi, eu não sou um tuga típico mas obviamente quero opinar sobre a temática. Aliás, dei-lhe logo um resumo mas isto merece uma dissertação mais completa e com referência a artigos e estudos já realizados, entre os quais um da própria Zoom para a qual trabalho.
Escrever este artigo vai-me permitir depois traduzi-lo para inglês e partilhar também no LinkedIn, uma vez que é bastante pertinente para o futuro próximo do mercado de trabalho e tem muito a ver com a Zoom e o meu actual trabalho, uma vez que a empresa "explodiu" (crescimento) devido ao tele-trabalho imposto pela pandemia.
Esta sim, é uma promessa que faço, apesar de não ter sido promessa de campanha e ter surgido durante o debate no plenário.

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