quarta-feira, maio 19, 2021

Cá está um exemplo

Passei agora mesmo por uma experiência que é um exemplo do porquê eu achar ter PHDA.

Levantei-me mais cedo (tem sido habitual por me estar também a deitar mais cedo) e decidi que podia ir adiantar trabalho. Estava então a escrever uma mensagem em francês para um cliente e fui ver qual o melhor termo para traduzir a palavra bypass em francês (é contourner porque neste caso é usado como verbo), o que no meu método de trabalho que agora arranjei, implica abrir o Firefox onde já tenho tabs abertos para traduzir francês e espanhol (as 2 línguas que uso mais no trabalho depois do inglês). Só que o Firefox é o browser que uso para aceder ao Facebook (por usar um container e reduzir o que o Facebook espia) e estava aberto o tab do Facebook que me mostrava 4 novas notificações. Fui abrir uma que era uma resposta a um comentário que tinha feito numa publicação duma amiga sobre dormir mal, onde outra pessoa dizia ter saudades de dormir profundamente como quando era adolescente. Veio-me a ideia que nos dormimos melhor quando somos mais novos porque sabemos menos coisas; daí dei o salto para a frase atribuída ao Socrates (o grego, não o Zé da Covilhã) "Só sei que nada sei"; que me fez lembrar numa especie de epifania que tive há uns tempos quando associei essa frase ao escrito do Aristoteles (que aparece muitas vezes associado a artigos sobre o Efeito Dunning-Kruger e o oposto Síndrome do Impostor) "The more you know, the more you realize you don't know."; e que me deu a ideia de escrever uma dissertação sobre isso e já estava a ler artigos na net sobre as 3 coisas (Socrates, Aristoteles e o Dunning-Kruger) para escrever...

De repente lembrei-me que estava a fazer outra coisa e quando voltei ao Chrome (onde tenho a sessão com a conta do trabalho) lá estava o meu texto, parado a meio à espera que eu escrevesse o termo em francês correcto para bypass, que não tinha visto ainda qual era. Mas já tinham passado vários minutos e eu já ia fazer outra coisa (que me ia tomar o tempo todo, e provavelmente nem terminaria até o Sebastião se levantar). E a mensagem para o cliente lá ficaria esquecida.
Eu faço isto o tempo todo e é um problema que me afecta com o trabalho, pois deixo uma tarefa a meio para ir fazer outra que de repente me surgiu. Muitas vezes no escritório é um colega dizer algo ou fazer uma pergunta. Mesmo agora não estando no escritório, esse tipo de interrupções existem através das mensagens nos chats ou chamadas directas. É esse o maior motivo porque evito estar ligado numa reunião que nós chamamos de Sala Comum, onde colegas estão ligados enquanto trabalham e vão dizendo coisas, tal e qual como se estivéssemos todos na mesma sala. E é também por isso que eu aprendi, quase sem ter consciência, a usar os auscultadores e a música para me escudar desses estímulos externos.

E isto era para ser aquilo que eu rotulo de Rapidinhas e já vai em 517 palavras (and counting). Fico-me por aqui, vou só partilhar isto com a M. e a ver se acabo pelo menos aquela mensagem em francês antes que a casa acorde...

PS - Fiquei-me pelas 558 palavras (inclusive).

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