quarta-feira, julho 06, 2016

Primeiras de Julho

Já alguma vez viram a imagem aqui à esquerda partilhada na net? Ou uma imagem com mensagem similar?
É mesmo verdade! Eu até agora, só com um filho, não tinha sentido ainda o mesmo espírito mas agora que tenho 2 e depois de 2 semanas de férias para ficar em casa e ajudar a tomar conta dos 2, estou exactamente assim.
Segunda-feira passada voltei ao trabalho, apesar de ter trabalhado em casa e ao enviar o mail a dizer que na terça (ontem) voltaria ao escritório acrescentei que vinha para descansar e é mesmo verdade. Como está agora muita gente de férias e as cosias estão bem calmas, quer a nível de ambiente no escritório quer a nível de trabalho (os clientes) as horas aqui passadas afastado do ambiente familiar são um descanso...

Mas avancemos que o desabafo de cima era apenas uma das coisas que queria dizer (escrever). Daí o título, primeiras de Julho, que é logo falso porque já partilhei aqui o meu comentário sobre o Cristiano Ronaldo precisamente no dia 1 de Julho. Portanto este post (ou artigo, ou texto ou whatever) não é o primeiro de Julho.

Portugal joga logo a sua sétima meia-final em competições internacionais (chegamos às meias nos Mundiais de 1966 e 2006, e nos Europeus de 1984, 2000, 2004 onde chegamos à final e 2012). Será que vai ganhar e passar à final? Muita gente acha que não porque Portugal não joga bem, não devia sequer estar na meia-final e até agora não conseguiu ganhar nenhum jogo nos 90 minutos. Um colega meu chegou até a dizer, julgo que em modo irónico, que achava que Portugal já tinha saído do Europeu há muito tempo. Como ele é holandês presumo que seja ainda o melão de nem sequer lá terem ido e as sucessivas desilusões de verem Portugal passar quando achavam que não.
Talvez deixe um comentário para depois do jogo, talvez não.
O mote está lançado, pelo nosso capitão antes dos penaltis contra a Polónia: Se perdermos que se foda!

Antes de vir aqui escrever reparei que já ultrapassei as 53000 visualizações de página. O objectivo que tinha da última vez que falei nas estatísticas gerais foi ultrapassado já há algum tempo. Mas o curioso é que tive mais de 3000 visualizações em 51 dias, o que dá por volta das 59 diárias que é mais do dobro do período entre as 40000 e as 50000 (363 dias)! Estou admirado com a taxa de crescimento e espero que o Brexit apenas tenha impacto ainda mais positivo (porque me vai dar temas para escrever). O Brexit que está praticamente certo que não vai chegar a ser pois o Leave ganhou o referendo mas os líderes da campanha foram-se embora (excepto o Michael Gove que ainda lá está mas pelos vistos também não vai a lado nenhum) e tal como escrevi na altura, se calhar o Governo britânico nunca vai chegar a invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa e informar a UE que quer sair.

E já que estamos no tema do Brexit, a minha percepção pelas redes sociais é que muita gente em Portugal e na Europa ficaram chocados com o resultado e não percebem ou concordam com a decisão de sair. Mas eu acho que muitas destas pessoas iriam votar também para sair da UE caso houvesse um referendo no seu próprio país, alguns pelas mesmas razões dos ingleses, outros por razões diferentes.
Também me lembro de muitos analistas falarem na falha da campanha do Remain em convencer as pessoas dos seus argumentos. Eu aqui discordo disso, como aliás já foi um pouco demonstrado nestes dias que se seguiram. A campanha do Remain fez o que é suposto ser feito: falou a verdade e usaram sobretudo factos. O problema é que um campanha séria e positiva perde quase sempre para uma campanha negativa e da mentira. Nem que seja pelo facto de quando se diz uma verdade o outro lado simplesmente grita que é mentira e ladra uma série de coisas inventadas ou falsas para contradizer e ganha porque contra a idiotice e a demagogia não há vitória possível. É impossível vencer uma discussão sobre dinheiro enviado para a UE quando apresentas os factos e o outro lado simplesmente diz que não é verdade, que se envia muito mais dinheiro e que esse dinheiro pode ser gasto noutra coisa. Para logo depois do facto consumado afirmar que afinal não deveriam ter dito isso!

Este tipo de coisas, assim como outras votações que acontecem ou aconteceram em países democráticos e que dão a vitória a (futuros) ditadores, criminosos ou simplesmente más pessoas, só pode ser evitado pela educação dos povos. A democracia funciona bem se todas as pessoas tiverem algum conhecimento para poderem fazer uma escolha ponderada e informada e não cair em demagogias e mentiras de perna (muito) curta. Mesmo com educação e conhecimento as pessoas vão decidir coisas diferentes. E podem também tomar uma má decisão, ou aquela que se supõe na altura ser a pior. Mas que a tomem com conhecimento de causa e por razões válidas.
Neste caso de saídas da UE até concordo que as pessoas votem sair devido ao aparente défice democrático da UE, porque não acreditam que o projecto europeu funciona devido às muitas diferenças entre os países, ou devido à perda de soberania a nível de política externa, agricultura, justiça e económica. Mas não concordo se as pessoas votam porque ficamos melhor sozinhos (que não ficamos), porque a UE é só burocracia (existe muita nos próprios países, era pior antes de adesão à UE e ficará pior no que toca a viagens e negócios) ou porque os emigrantes vêm roubar os empregos e os benefícios sociais (contam-se por uma mão esses casos, tenho a certeza).

Nos últimos dias tivemos novos atentados terroristas com centenas de mortos. O de Bagdade é o mais recente e o pior de sempre. Aceito as críticas que tenho visto que é o menos falado e o que causou menos revolta. Da minha parte sei que isso é verdade. Poderia estar aqui a desculpar-me ou fingir que não mas não é verdade. Quanto mais longe a coisa acontece, ou quando acontece com os outros, menos me afecta. Não deveria ser assim porque todas as vidas são iguais, mas é a verdade.
Eu já falei nisso mesmo, de como a proximidade nos afecta de maneira diferente, mas não é só isso. O facto dos atentados serem mais frequentes e próximos uns dos outros tornam a coisa mais rotineira. E a verdade é que no Iraque, tal como no Afeganistão, desde a "libertação" que atentados são coisa habitual. E como eu também disse na mesma dissertação do ano passado, quando uma coisa se torna quase rotina deixamos de lhe dar o mesmo valor.
Repito que isto não é uma desculpa ou lavar das mãos por eu próprio não me chocar muito com os atentados nem os mencionar no tempo devido. É apenas uma constatação e o assumir também da minha falta de humanidade no que toca a esta situação.

Eu tinha outros assuntos para relatar aqui mas fui almoçar e passou-me. O tempo de descanso é bom mas é preciso labutar um bocadinho senão até parece mal.
Quando me lembrar do que queria falar faço novo post.

Repito o mote para logo: Se perdermos que se foda!

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