Terá sido o Ummagumma, o disco de estúdio, o primeiro álbum de uma banda a conter músicas estranhas, basicamente sons gravados misturados com instrumentos, numa verdadeira onda de experimentação? Não sei se será, daí a pergunta, mas sei que é uma coisa que se vê volta e meia em vários álbuns; estamos a ouvir as faixas normais e de repente toca uma estranha com pessoas a falar ou sons de um quotidiano e onde os instrumentos da banda estão em segundo plano tocando uma melodia simplista e hipnótica.
Já ouviram o Ummagumma? Aquilo é de doidos. É um álbum dos Pink Floyd de 1969 com 2 discos. Um deles é de musicas tocadas ao vivo e é relativamente normal. Mas o segundo disco, o disco de estúdio é obviamente o resultado da época em que foi feita. Muito ácido metido naquelas veias. Só para terem uma ideia, a faixa do Roger Waters chama-se "Several Species of Small Furry Animals Gathered Together in a Cave and Grooving with a Pict" (em Português "Várias espécies de pequenos animais peludos reunidos numa caverna e curtindo com um Picto") e ele simula barulhos de animais através dos instrumentos e da voz. Não se pode chamar sequer uma música é uma experiência. É uma cena tipo "Branca de Neve" do João César Monteiro mas feita 31 anos antes e sem mandar foder o público.
Este álbum, apesar de ser produto certamente de grandes trips de ácido ou heroína, revela por outro lado a genialidade e criatividade que apareceu no Reino Unido nos anos 60. Nos EUA também aparecerão alguns génios criativos, mas prefiro pensar que só na Ilha é que surgiram aqueles artistas marados com músicas e sons que não lembram ao diabo! Ou então que vêm do diabo!
Ter a coragem para experimentar estas coisas, e para mais vendo esse trabalho editado, mostra que a malta naquela altura andavam por trilhos nunca antes desbravados. Da mesma forma que desbravam trilhos em raparigas que iam ter aos camarins depois dos concertos.
O Ummagumma foi o primeiro (e único) álbum dos Pink Floyd que me ofereceram, já eu trabalhava, e editado em CD. Conhecia o The Wall, mas mais por partes, e conhecia relativamente bem os trabalhos mais recentes, na altura. Para mim Pink Floyd era mais uma daquelas mega-bandas que faziam espectáculos enormes com músicas épicas que duravam vários minutos na versão ao vivo. Curiosamente na altura em que me ofereceram o Ummagumma eu já tinha descartado os Pink Floyd e andava noutras ondas mais modernas. Demorei anos, tenho a certeza que foram anos, a abrir o CD e ouvir a coisa, e foi mais fruto das minhas conversas com colegas que eram fãs da música britânica destes tempos, o que me fez ficar curioso sobre o álbum. Eu conhecia mal os tempos do inicio dos Pink Floyd, apesar de quando era miúdo ter encontrado, numa caixa com coisas do meu tio mais novo que entretanto tinha ido para o Brasil, um vinil do Dark Side of The Moon (álbum que só ouvi por inteiro a primeira vez há poucas semanas).
Não sei o que passou pela cabeça das minhas primas que me ofereceram o Ummagumma, como é que escolheram este álbum e pensaram que eu gostava de Pink Floyd. Presumo que estivesse em promoção (é um álbum mal amado por muita gente, banda inclusive, e compreende-se bem porquê), mas eu agradeço essa ironia do destino, porque apesar de pouco ouvir (nem sei onde andam os CDs agora) foi dos álbuns que mais gozo me deu ouvir, por tudo o que representa.
Já ouviram o Ummagumma? Aquilo é de doidos. É um álbum dos Pink Floyd de 1969 com 2 discos. Um deles é de musicas tocadas ao vivo e é relativamente normal. Mas o segundo disco, o disco de estúdio é obviamente o resultado da época em que foi feita. Muito ácido metido naquelas veias. Só para terem uma ideia, a faixa do Roger Waters chama-se "Several Species of Small Furry Animals Gathered Together in a Cave and Grooving with a Pict" (em Português "Várias espécies de pequenos animais peludos reunidos numa caverna e curtindo com um Picto") e ele simula barulhos de animais através dos instrumentos e da voz. Não se pode chamar sequer uma música é uma experiência. É uma cena tipo "Branca de Neve" do João César Monteiro mas feita 31 anos antes e sem mandar foder o público.
Este álbum, apesar de ser produto certamente de grandes trips de ácido ou heroína, revela por outro lado a genialidade e criatividade que apareceu no Reino Unido nos anos 60. Nos EUA também aparecerão alguns génios criativos, mas prefiro pensar que só na Ilha é que surgiram aqueles artistas marados com músicas e sons que não lembram ao diabo! Ou então que vêm do diabo!
Ter a coragem para experimentar estas coisas, e para mais vendo esse trabalho editado, mostra que a malta naquela altura andavam por trilhos nunca antes desbravados. Da mesma forma que desbravam trilhos em raparigas que iam ter aos camarins depois dos concertos.
O Ummagumma foi o primeiro (e único) álbum dos Pink Floyd que me ofereceram, já eu trabalhava, e editado em CD. Conhecia o The Wall, mas mais por partes, e conhecia relativamente bem os trabalhos mais recentes, na altura. Para mim Pink Floyd era mais uma daquelas mega-bandas que faziam espectáculos enormes com músicas épicas que duravam vários minutos na versão ao vivo. Curiosamente na altura em que me ofereceram o Ummagumma eu já tinha descartado os Pink Floyd e andava noutras ondas mais modernas. Demorei anos, tenho a certeza que foram anos, a abrir o CD e ouvir a coisa, e foi mais fruto das minhas conversas com colegas que eram fãs da música britânica destes tempos, o que me fez ficar curioso sobre o álbum. Eu conhecia mal os tempos do inicio dos Pink Floyd, apesar de quando era miúdo ter encontrado, numa caixa com coisas do meu tio mais novo que entretanto tinha ido para o Brasil, um vinil do Dark Side of The Moon (álbum que só ouvi por inteiro a primeira vez há poucas semanas).
Não sei o que passou pela cabeça das minhas primas que me ofereceram o Ummagumma, como é que escolheram este álbum e pensaram que eu gostava de Pink Floyd. Presumo que estivesse em promoção (é um álbum mal amado por muita gente, banda inclusive, e compreende-se bem porquê), mas eu agradeço essa ironia do destino, porque apesar de pouco ouvir (nem sei onde andam os CDs agora) foi dos álbuns que mais gozo me deu ouvir, por tudo o que representa.
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