terça-feira, maio 01, 2012

1º de Maio - Dia do Comprador

Neste dia de feriado (em muitos países mas não aqui na Holanda) não posso deixar de escrever sobre a situação do Pingo Doce. Escrevo este texto convencido que a maioria que o vai ler está a par da situação caótica que se passou um pouco por todo o país (penso eu de que) com a promoção de 50% em compras acima de €100 ou coisa parecida.

Admito que este texto não foi criado agora, e é mais uma recolha de comentários que já deixei pelo Facebook.

Ao longo dia seguindo o Facebook de várias pessoas, apercebi-me desta promoção e da loucura geral que a mesma gerou, lendo estórias de discussões entre clientes com porrada e tudo, consumir produtos sem pagar a aproveitar a confusão, horas de fila, lojas fechadas antes de tempo por não haver mais espaço para entrar, roubos de carros de compras, etc... Até li que pessoas deixaram os filhos durante a correria ao Deus de Ará!

Eu não condeno as pessoas tentarem aproveitar o desconto. É um desconto muito grande e acredito que tenha havido quem realmente tenha encontrado nesta promoção uma ajuda preciosa nos tempos difíceis. Mas muita gente parece ter ido naquela de comprar por comprar. Por exemplo parece-me estranho as pessoas filmarem/fotografarem os acontecimentos com os seus iPhones e colocarem logo online porque era giro... Mas os comportamentos que mencionei em cima não fazem sentido para pessoas normais!
Eu se aí estivesse e tendo um Pingo Doce à porta de casa, talvez tivesse tentando lá ir, mas ao ver a loucura desistia porque não estava para perder horas e juízo numa doideira destas. O mais certo é que veria a confusão da varanda da sala e passaria o dia a amaldiçoar o Pingo Doce por trazer aquela confusão...

Alguém caracterizou tudo isto como um cenário deprimente. Concordo em parte, mas só é deprimente porque as pessoas assim o fizeram!
Uns decidem "gozar" com a malta e o povo adere em força... mas diz que não concorda!
Para mim isto foi um gozo aos trabalhadores do Pingo Doce (tendo em conta o dia que foi) que devem ter passado por um tormento e que não terá acabado tão cedo quanto isso (as lojas têm de estar limpinhas e prontas para abrir amanhã, mesmo que tenham poucos clientes, não é?).
Alguém me disse que os trabalhadores até estariam contentes porque receberam a triplicar, mas mesmo que assim seja ele terão tido o triplo ou mais do trabalho. E a isto junta-se as notícias de que muitos foram ameaçados de despedimentos caso recusassem trabalhar hoje!

Mas na verdade não se pode apenas culpar os patrões ou as autoridades que criaram e permitiram isto: se problemas aconteceram foi devido aos portugueses em geral, portanto é só mais um reflexo que temos o país que merecemos.

5 comentários:

  1. Só depois de ter escrito esta dissertação vi algumas peças sobre o caos, pois a minha mulher as estava a ver.
    Só confirmaram a minha ideia:
    - Pessoas a perderem 1 dia inteiro para fazer compras (onde é que está a poupança, uma vez que tempo é dinheiro?);
    - As lojas fechavam teoricamente mais cedo, mas 2 horas depois ainda estavam a atender uma casa cheia (falta saber qts horas mais para preparar para o dia de hoje);
    - A Policia teve de intervir em força em muitos sítios, portanto recursos do Estado a serem usados para servirem de porteiros e segurança de uma grande superficie...

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  2. Concordo contigo em género e número, mas vou-te fazer a seguinte pergunta: e se te deixassem atestar um carro de VINHO do que tu gostas a metade do preço, azeite do que tu gostas a metade do preço, os detergentes da roupa pro próximo ano (havia um limite de 10 produtos de cada tipo), Cerveja da que tu gostas a metade do preço, coisas q normalmente vendem no Pingo Doce (lembra-te q antigamente eram feiras-novas) a metade do preço, imagino q em alguns houvesse electrodomésticos.
    O que fazias? Pois é, eu ainda não arranjei uma resposta, por isso gozo. Mas ao mesmo tempo penso: fonix, se calhar até me compensava um dia lá dentro quase à chapada se tivesse trazido uma palete de compras como trouxe a minha prima! Pah, olha que continuo sem uma resposta e já lá vao dois dias a pensar nisso. Pensa bem, pensa mesmo bem. Pergunta lá à Carolina e vais ver se nao passavas lá um dia com um telemóvel online pra matar o tempo de espera na fila.

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  3. Volto a dizer que não condeno as pessoas ir fazerem compras pois a promoção era excelente.
    E volto a repetir, pois em Aveiro a minha casa é em frente a um Pingo Doce, que ao ver a confusão que (imagino) estava não entrava.
    Tu podes continuar sem resposta e estar a pensar há 2 dias, mas eu sei a minha e não preciso pensar 5 minutos: Nem sequer entrava, qt mais ficar lá dentro!
    É que nalguns casos a chatice pode-se ter limitado a horas de espera numa fila, noutros houve porrada e o JN até falou em tiros!

    Se quiseres pensar que estou a ser hipócrita estas a vontade mas não aproveitar oportunidades por haver muita confusão é coisa que já fiz várias vezes e continuarei a fazer.

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  4. Oh Bruno, tiros???
    Eu nao sou fã de confusoes até pq sou mto pequena pra isso, mas se fores a um pingo doce duma área boa nao tens q te preocupar em levar um balázio.

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  5. Podes ver aqui: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2451028
    Se for mentira ou figura de estilo, o jornalista podia ter tido algum cuidado.
    O meu comentário dos tiros não era a dizer que tinha medo de levar um balázio. Aliás ninguém podia saber realmente o que ia acontecer, nós só soubemos depois. Era só para dizer o nível a que (aparentemente) chegou a tal confusão.

    Transpondo as imagens que vi para a minha rua, estou mesmo a imaginar a cena: iria ter uma conversa com a Carolina a pensar no qt poderíamos poupar mas nem deveria sair de casa ao ver a put@ da loucura na rua da varanda da sala! E ainda ficaria a refilar por ter aquela confusão toda à porta de casa LOL
    Então faríamos o quê? Iríamos tentar o Pingo Doce grande ex-Feira Nova, mas desistia também ao ver a fila de pelo menos 3kms que havia na estrada (foi um amigo meu que passou e viu, nem sabia da promoção)!
    Isto se entretanto não tínhamos visto as noticias ao almoço ou na net para tentar perceber o pq de tanta confusão (sendo feriado o mais certo era levantar-mo-nos mais tarde)

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