segunda-feira, março 06, 2017

To each his own


Antes de mais, desculpem-me o título em inglês mas foi a expressão que me veio à mente para o título e não encontrei tradução satisfatória então deixei ficar mesmo assim.
E agora comecemos.

No Sábado de manhã fui levar plástico e papel para a reciclagem que já estava acumulado. Reparei que no total carreguei 2 caixas de cartão com papel, 3 sacos com plástico, 1 saco de papel com papel e ainda um saco de roupa para doar (tem um contentor junto ao contentor do plástico). Ia twitar que era agora um especialista a levar lixo, mas não o fiz.
Mas hoje à tarde fui fazer compras, tendo passado numa Nespresso (para deixar um saco com cápsulas para a reciclagem), numa H&M e em 2 supermercados diferentes. Quando vim do carro para casa carreguei 4 sacos grandes cheios, 2 sacos médios, 8 litros de água (em 4 garrafas de 2 litros), 1 saco de roupa e 1 ramo de flores.
Ainda por cima os 4 sacos grandes já os tinha carregado à chuva pois eram do Lidl e não consegui levar o carrinho até junto do carro (quando nos afastamos uma certa distância do supermercado o carrinho bloqueia).
Isto tudo para dizer o quê? Que ao contrário do macho da foto eu costumo carregar as coisas, é aliás essa a minha principal tarefa no que toca às lides domésticas.

O tema desta dissertação é mesmo as lides domésticas e a divisão de tarefas. Que aqui em casa existe mesmo que no meu entender seja sempre um pouco desequilibrado a meu favor. E porque a divisão de tarefas segue um formato mais tradicional, as minhas tarefas e as tarefas dela. O que é uma divisão ou definição que pode ser polémica como já escrevi no ano passado (e podem confirmar no comentário que tive).

Agora que temos 2 miúdos pequenos que requerem muita manutenção, as coisas aqui em casa dividem-se mais ou menos assim:
A Carolina trata de quase tudo específico à casa; as refeições, a roupa e a limpeza (mas temos uma empregada que vem 1 vez por semana). No que toca aos miúdos ela também gere quase tudo mas dedica-se mais à pequena.
Eu faço compras, levo o lixo, vou entregar e buscar coisas, carrego o cesto da roupa quando a máquina acaba de lavar e eu estou em casa, ponho comida e água à gata. No que toca aos miúdos eu levo-os e trago da creche e normalmente sou eu que cuido mais do Sebastião (dar banho, deitá-lo, arranjar de manhã).
E depois ajudo com outras coisas quando estou em casa, estender a roupa, arrumar a loiça e lavar (às vezes), arrumar os brinquedos e trocar fraldas.

E quis mesmo dizer ajudo porque como disse é a Carolina que gere mais as coisas e eu ajuda-a nesse aspecto. Mas não quero dizer que ajudo porque é o dever dela de fazer essas tarefas e eu apenas ajudo porque sou um gajo porreiro. Felizmente, e apesar de achar que fui mal habituado e sou malandro, eu sei que não é o dever dela, o dever é do casal e mais tarde será também dever de toda a família. Portanto o mais correcto é eu dizer que faço também tarefas, como deveria ser.

Eu lembro-me de ter visto uma publicação no Facebook que era algo do género.
Um casal recebe um casal amigo para jantar em sua casa e no final o anfitrião levantou a mesa e começou a lavar a loiça. Diz-lhe o convidado: "Olha que bem tu a ajudares a tua mulher. Eu também lavei a loiça uma vez mas a minha nem me disse obrigado e eu pensei que já que nem agradecia não valia a pena fazê-lo mais". Ao que lhe responde o anfitrião: "E tu dizes obrigado à tua mulher todos os dias quando ela cozinha e lava a loiça?".
A publicação depois continuava com uma mensagem bonita mas a resposta do anfitrião é suficiente, para bom entendedor.

Eu próprio reparei que raramente digo obrigado à Carolina por ela fazer tantas coisas em casa. E para mais, admito que às vezes simplesmente estou a contar que ela faça as coisas apesar de eu não me preocupar sempre com elas. Mas como escrevi em cima felizmente eu não sinto que ela tem obrigação de as fazer. E apesar de eu gostar pouco das lides domésticas, eu faço-as não porque acho que tenho de ajudar mas porque sei, sei mesmo, que é uma coisa que o casal tem de fazer entre os 2 e não me sinto bem de estar alapado a não fazer nada e ela estar a tratar de tudo.
Tem alturas que isso acontece, e nem sempre é por eu estar a fazer outras actividades que também são importantes e têm de se feitas. Mas eu garanto que não me sinto bem comigo mesmo quando reparo que abusei um bocado da boa vontade dela.

Ao contrário do convidado na estórinha que contei, eu não espero agradecimento da Carolina. Quer dizer, ela pode dizer obrigado mas não é obrigada a isso. Mas por acaso espero reconhecimento. O reconhecimento não é de que a ajudo nas tarefas, pois como disse as tarefas são dos 2; o reconhecimento é só de que faço algumas coisas. Da mesma maneira que a Carolina quer ter o meu reconhecimento de todo o trabalho que ela faz. Porque muitas vezes nós parecemos não reconhecer, ou pelo menos nós achamos que o nosso parceiro não reconhece o que fazemos.
Mas isso acho que é normal, porque nós procuramos reconhecimento em quase tudo o que fazemos na vida.

Para terminar, o meu objectivo neste texto não é tentar dizer ao mundo que eu sou um gajo moderno e que faço todo o tipo de tarefas domésticas até porque não faço todas (ou se já fiz de todas, algumas foram só uma vez). Como escrevi em cima eu nem me considero muito moderno nesse aspecto, por ter tido uma educação mais tradicional e ser malandro. E depois como já escrevi antes, eu não acredito na igualdade a 100% e é por essa razão que dividamos tarefas cá em casa de forma mais sistemática e de certa forma uma divisão tradicional entre as tarefas do homem (trabalhos pesados) e da mulher (cozinhas e tratar da roupa).
Alguém tem de manter as tradições e os bons costumes...

3 comentários:

  1. Desde que participes nas rotinas da casa é o que se quer, se não sabes cozinhar é melhor estar quieto mesmo :p

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    1. Eu sei cozinhar e até gosto de cozinhar (mas não gosto de tudo o que implica cozinhar, nomeadamente a preparação e arranjar as coisas enquanto se cozinha) mas o ritmo diário faz com que seja quase impossível que eu possa cozinhar o jantar. Podia cozinhar mais ao fds, mas normalmente se a Carolina diz que não quer eu arranjo um subterfúgio :-D

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  2. Esqueci-me de dizer 2 coisas:
    Primeiro eu mesmo fazendo várias tarefas ainda tenho de ser relembrado muitas vezes, sobretudo por não dar importância logo nem me lembro que as tenho de fazer.
    Depois quase sempre deixo algo por fazer. Por exemplo se arrumar a cozinha depois de jantar, deixo alguma loiça por lavar ou se lavar a loiça esqueço-me de limpar o fogão. Ou então estendo a roupa mas deixo o cesto fora do sítio. Coisas assim, parece-me que sou incapaz de fazer uma coisa bem de princípio ao fim, mais uma vez o mais certo é por não dar importância logo mesmo meio-feito já está bom!

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