Estou emocionalmente esgotado

Sabiam que as regras de educação dizem que devemos deixar passar sempre primeiro as senhoras à nossa frente, excepto numa situação: quando se está a subir escadas. E sabem porquê? Porque um senhor a subir escadas imediatamente atrás duma senhora, está-lhe a olhar constantemente para o cu.
Como poucas mulheres estão cientes disto, até agradecem quando eu as deixo ir à minha frente nas escadas...
Mas não é por causa de cus que estou esgotado. Nem tampouco por serem 1:30 da manhã e eu ter estado a trabalhar umas horitas desde as 22:30 ao som de Madredeus. Curiosamente essas actividades, adicionados ao editar da foto de cima que aqui vedes e o facto de estar a escrever aqui no blog já me permitiram ganhar algum balanço emocional e sinto-me menos esgotado do que há umas 4 horas atrás.

Ontem partilhei no Facebook que eu queria muito escrever. Estava mesmo a precisar escrever. Este meu blog faz por vezes papel de diário e como escrevi num desabafo doutra semana, escrever é terapêutico, mesmo que eu escreva praticamente como falo, com algum talento para a prosa mas sem grande estilo literário.
Mas não dá, não tem dado. Disse mesmo que devia estar a escrever isto aqui no blog, mas estava a deitar as crianças, logo escrever na app do Facebook era muito mais prático. Ainda por cima porque eu "tenho" sempre por partilhar os textos do blog no Facebook. Os tais desabafos que não partilhei tiveram menos de uma dúzia de visitas, garantidamente ainda menos leitores porque algumas dessas visitas são as minhas (quando vou rever passado um tempinho à procura de erros). E o facto de estar na altura a deixar as palavras fluir pelo mesmo Facebook já me estava a fazer sentir melhor.

Mas continuando com o que escrevi e ao mesmo tempo elaborando e ligando ao título deste texto. Deixei na altura esta frase: há 2 semanas parecia que todas as peças estavam a cair certinhas no seu lugar, nos 2 últimos dias estava de repente tudo a cair por terra.
Essa frase é o que define estar emocionalmente esgotado. Um amigo do Face contactou-me por mensagem a dizer para ter calma e que não nos devemos preocupar com coisas que não estão sob nosso controlo. Mas quando eu lhe expliquei por alto que situações que estavam a ir lindamente estavam agora a desmoronar ele nem parecia acreditar.
Não quero nem devo entrar em grandes detalhes por aqui, por uma questão até de princípio pessoal, mas basicamente tive 3 situações de grande importância, relacionadas com emprego e casa em 2 países que precisamente no mesmo dia pareciam que iam "desabar" e ao "desabar" deixar-me numa situação muito complicada. Ainda para mais sem minha directa responsabilidade e fora do meu controlo o que é pior quando vês a tua vida a andar para trás e parece-te que pouco ou nada consegues fazer.
Agora que as emergências parecem ter sido evitadas e voltamos a estar nos eixos, sinto-me esgotado. Ou melhor, sentia-me, porque ao desligar-me dos problemas um pouco e ter trabalhado outro tanto, ter ouvido a "deusa" Teresa Salgueiro e agora ter feito a minha terapia da escrita, sinto-me melhor.

E também porque, tal como ontem, os miúdos estão relacionados com isto. Ontem falei que os estava a deitar, hoje foi a montagem das fotos, que inclui as 3 que partilhei ontem mas que tiveram uma edição diferente, pois estava a usar a app no smartphone.
Mas os miúdos são o melhor da vida, mesmo quando nos tiram do sério. Ajudam-me muito a crescer imenso; nós pais temos que os ajudar a crescer e a preparar para o mundo mas eles também nos ajudam precisamente no mesmo. Crescemos juntos, eles como filhos, eu como pai.

E assim dou por terminada esta minha sessão de terapia da escrita. Não se esqueçam das regras da etiqueta ao subir escadas. Se forem gajos devem passar à frente mesmo correndo o risco delas acharem que sois malcriados. Se forem gajas, já sabem que quando um gajo vos deixar passar primeiro a subir escadas não está a ser simpático, quer somente apreciar bem o vosso cu.