Pode parecer estranho a pergunta mas a verdade é que as 2 coisas não são sempre compatíveis. Existem até muitos empregos ou funções em que são mesmo incompatíveis.
Outras, como o ser gestor ou posição de chefia, uma coisa leva quase sempre à outra.
Mas a verdade é que nos meandros das engenharias, o mundo que eu conheço melhor, isto nem sempre acontece. E às vezes quando acontece resulta mal, porque muitas vezes para se ter uma boa carreira tem de se deixar de ser engenheiro e passar a ser chefe e muita gente que é excelente em engenharia é uma merda a chefiar (ou liderar).
Noto que onde estou agora, cultiva-se a gestão da carreira. Muita gente está aqui para isso. E isso não é errado de todo, é tal como na política onde um gajo que faça um bom trabalho é logo posto de lado e para se ter uma boa carreira tem de se cultivar e "trabalhar" em muita coisa, menos fazer um bom trabalho na função para a qual é nomeado ou eleito.
Eu sempre preferi ser um bom profissional e ser o melhor que puder nas minhas tarefas. Admito que não em todas e nem sempre, porque já me deram coisas parvas para fazer, mas bom no global. Tive alguma sorte que isso me permitiu alguma progressão na carreira (e mais tarde encontrar um outro bom emprego em pouco tempo).
Chegado aqui deixei de ter ambições a nível de carreira. É muito "político" e eu decidi que iria ser o melhor engenheiro de suporte que pudesse. E a verdade é que nos últimos 3 anos fui o número 1 da equipa no ranking consolidado (a soma das diferentes métricas que são calculadas). Por isso a minha ambição passou a ser o melhor a nível do departamento todo (o que não é difícil porque o produto para o qual dou suporte ainda é dos que dá mais trabalho).
Até ao ano passado tinha aqui na equipa um outro contractor que a nível de produtividade dava-me luta. No resto ele ficava muito atrás. Mas ele cultivava melhor a carreira. Metia-se nas coisas todas, em tarefas secundárias e outros processos que os chefes inventam para justificarem trabalho, mas como eu me apercebi ao fim de algum tempo, ele metia-se em tudo mas na verdade não fazia quase nada. Só que a táctica de ter visibilidade resultava pois cheguei a estar numa reunião em que com uma tabela a ser projectada mostrando o total de casos feitos até à data, eu estava com (suponhamos) 110 casos, ele com 100 e o meu chefe diz "como podem ver o A é o que teve mais casos na equipa".
Ele também foi galardoado algumas vezes como o melhor "team player".
E tenho de admitir que apreendi um pouco com ele, nomeadamente voluntariei-me também para fazer outras tarefas, daquelas que pouco servem na prática mas que os chefes adoram.
Outra prova que tive recentemente que aqui se cultiva bastante a carreira é que o meu chefe na revisão do 1° semestre deu-me os parabéns por ser tão produtivo e ter tudo perfeito no que toca a métricas mas disse-me que eu tenho que fazer mais pela equipa.
Ora o fazer mais pela equipa, aos olhos dele, é precisamente fazer aquelas tarefas de gestão da carreira. Fazer vídeos para meter na net, apresentações sobre ferramentas novas mas que ninguém liga nada, aumentar os meus conhecimentos noutras áreas de negócio e produtos, seguindo programas de formação internos, que em nada vão ajudar os meus clientes, mas de alguma forma vai "ajudar a equipa".
Só que ao fazer isso, vou roubar tempo ao que faço agora, e portanto terei menos tempo para os meus casos e cliente, desse modo obrigando os meus colegas a trabalhar mais. Arrisco-me a comprometer a satisfação do cliente, porque estou ocupado nessas outras tarefas, e isso prejudica toda a gente porque eu sou o que tenho mais peso (maior número de inquéritos de satisfação recebidos) e ando a compensar pela maioria que tem resultados piores.
Portanto quando eu for fazer mais pela equipa, arrisco-me a prejudicar a equipa.
É que o fazer mais pela equipa é na verdade fazer mais por mim, e indirectamente pelo meu chefe, pois é gerir a minha carreira.
Mas que nem interessa para nada pois eu não sou dos quadros logo não existe real progressão de carreira para mim. Posso progredir na carreira técnica e tornar-me num dos experts dentro da organização, e daí ajudar os outros, mas isso é já o que estou a fazer ao dedicar-me a ser o melhor profissional que souber e puder...
Outras, como o ser gestor ou posição de chefia, uma coisa leva quase sempre à outra.
Mas a verdade é que nos meandros das engenharias, o mundo que eu conheço melhor, isto nem sempre acontece. E às vezes quando acontece resulta mal, porque muitas vezes para se ter uma boa carreira tem de se deixar de ser engenheiro e passar a ser chefe e muita gente que é excelente em engenharia é uma merda a chefiar (ou liderar).
Noto que onde estou agora, cultiva-se a gestão da carreira. Muita gente está aqui para isso. E isso não é errado de todo, é tal como na política onde um gajo que faça um bom trabalho é logo posto de lado e para se ter uma boa carreira tem de se cultivar e "trabalhar" em muita coisa, menos fazer um bom trabalho na função para a qual é nomeado ou eleito.
Eu sempre preferi ser um bom profissional e ser o melhor que puder nas minhas tarefas. Admito que não em todas e nem sempre, porque já me deram coisas parvas para fazer, mas bom no global. Tive alguma sorte que isso me permitiu alguma progressão na carreira (e mais tarde encontrar um outro bom emprego em pouco tempo).
Chegado aqui deixei de ter ambições a nível de carreira. É muito "político" e eu decidi que iria ser o melhor engenheiro de suporte que pudesse. E a verdade é que nos últimos 3 anos fui o número 1 da equipa no ranking consolidado (a soma das diferentes métricas que são calculadas). Por isso a minha ambição passou a ser o melhor a nível do departamento todo (o que não é difícil porque o produto para o qual dou suporte ainda é dos que dá mais trabalho).
Até ao ano passado tinha aqui na equipa um outro contractor que a nível de produtividade dava-me luta. No resto ele ficava muito atrás. Mas ele cultivava melhor a carreira. Metia-se nas coisas todas, em tarefas secundárias e outros processos que os chefes inventam para justificarem trabalho, mas como eu me apercebi ao fim de algum tempo, ele metia-se em tudo mas na verdade não fazia quase nada. Só que a táctica de ter visibilidade resultava pois cheguei a estar numa reunião em que com uma tabela a ser projectada mostrando o total de casos feitos até à data, eu estava com (suponhamos) 110 casos, ele com 100 e o meu chefe diz "como podem ver o A é o que teve mais casos na equipa".
Ele também foi galardoado algumas vezes como o melhor "team player".
E tenho de admitir que apreendi um pouco com ele, nomeadamente voluntariei-me também para fazer outras tarefas, daquelas que pouco servem na prática mas que os chefes adoram.
Outra prova que tive recentemente que aqui se cultiva bastante a carreira é que o meu chefe na revisão do 1° semestre deu-me os parabéns por ser tão produtivo e ter tudo perfeito no que toca a métricas mas disse-me que eu tenho que fazer mais pela equipa.
Ora o fazer mais pela equipa, aos olhos dele, é precisamente fazer aquelas tarefas de gestão da carreira. Fazer vídeos para meter na net, apresentações sobre ferramentas novas mas que ninguém liga nada, aumentar os meus conhecimentos noutras áreas de negócio e produtos, seguindo programas de formação internos, que em nada vão ajudar os meus clientes, mas de alguma forma vai "ajudar a equipa".
Só que ao fazer isso, vou roubar tempo ao que faço agora, e portanto terei menos tempo para os meus casos e cliente, desse modo obrigando os meus colegas a trabalhar mais. Arrisco-me a comprometer a satisfação do cliente, porque estou ocupado nessas outras tarefas, e isso prejudica toda a gente porque eu sou o que tenho mais peso (maior número de inquéritos de satisfação recebidos) e ando a compensar pela maioria que tem resultados piores.
Portanto quando eu for fazer mais pela equipa, arrisco-me a prejudicar a equipa.
É que o fazer mais pela equipa é na verdade fazer mais por mim, e indirectamente pelo meu chefe, pois é gerir a minha carreira.
Mas que nem interessa para nada pois eu não sou dos quadros logo não existe real progressão de carreira para mim. Posso progredir na carreira técnica e tornar-me num dos experts dentro da organização, e daí ajudar os outros, mas isso é já o que estou a fazer ao dedicar-me a ser o melhor profissional que souber e puder...
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