quarta-feira, novembro 30, 2011

Está fraquinho

Não há duvida que há coisas positivas em usarmos o mundo cibernético para relatar coisas e afins. Desde os blogs a redes sociais ou sites de partilha de fotos, nos dias de hoje é fácil nos lembrarmos do que se passou há uns tempos. Está escrito (nem tudo, como é óbvio) e é só ir ler. Muitas vezes digo isso quando relembro histórias do Japão, porque como relatei exaustivamente o dia-a-dia, na altura através de crónicas enviadas por e-mail, mais tarde transformadas em blog, basta lá ir comprovar ou verificar.

Mas finda esta introdução, este post é mais sobre a meteorologia de agora. Eu tinha ouvido dizer dalguns colegas que este ano o inverno ia ser mais rigoroso. Até agora está muito fraquinho, mas a bem da verdade ainda não oficialmente Inverno. O que sei é que há 1 ano atrás tínhamos temperaturas na ordem dos -6ºC (e com uma sensação térmica de -15ºC) e havia neve nas ruas. No primeiro fim-de-semana que aqui estivemos, apanhamos um grande nevão que até o metro deixou de andar e tivemos de caminhar até um autocarro em Amstelveen com neve quase até meio das canelas (está tudo publicado na blog da esposa).

A foto deste post mostra a estrada pela qual passo todos os dias e que por agora mostra ainda muito verde e folhas pelo chão (estamos no Outono né?).
Portanto até ver este ano o frio do "inverno" está muito fraquinho! Vamos a ver como será durante os próximos dias, mas também não vou estar por aqui muito mais tempo para saber se o Inverno quando oficialmente chegar, atacará em força (vou acompanhar a situação à distancia).

segunda-feira, novembro 28, 2011

Holandês por 1 ano

Se isto correr como programado, esta dissertação será publicada muito perto da hora exacta em que fará 1 ano desde que aterrei na Holanda pela primeira vez e para cá ficar.
Vinha com a esposa (a gata veio depois), 2 malas cheias de roupa e algum nervosismo em começar esta etapa nova da nossa vida que inicialmente era para ser mais comigo apenas.

Não posso dizer que tenha visto Amesterdão pois apanhamos um táxi em Schiphol que nos trouxe ao hotel que fica perto da IBM, à entrada da cidade para quem vem de Sudoeste.

Conhecer a Holanda e os Holandeses é, o que se costuma dizer, um work in progress, ou trabalho em andamento para quem não conhece esta expressão. Não tenho muitos colegas holandeses e apesar de já ter passado praticamente pelos 4 cantos da Holanda, ainda há muito que conhecer.
Às vezes penso que desperdicei muito tempo. Ao fim e ao cabo este foi o período maior que estive fora de Portugal e nos anteriores fartei-me de passear. Mas a bem da verdade, as minhas temporadas noutros países sempre foram temporárias e tendo alojamento e transportes pagos, era só passear quando não se trabalhava.
Eu mudei-me para aqui. Deixei Portugal e vim para aqui e olhando bem para as coisas, já passei por 4 alojamentos diferentes (2 hotéis e 2 apartamentos alugados), onde estou agora foi começar duma folha em branco (nem chão tinha) e em menos de 6 meses equipei-o com as mesmas ou mais coisas do que tenho em Portugal (que demorei anos)!

Balanço do primeiro ano? É-me difícil fazer um, pois o ano que se passou foi o que teve mais altos e baixos que alguma vez me lembro. Passei por muitas experiências novas e admito que as más me deixaram em baixo durante uns tempos. Mas sem dúvida que somando tudo o balanço é muito positivo. As más coisas que aconteceram não são associadas a ter vindo para cá e, como me disse o meu amigo Daniel, as merdas teriam acontecido na mesma e caso estivesse em Portugal estava, infelizmente, muito pior do que estando aqui.

Conforme este primeiro ano holandês se completa, e o ano civil aproxima-se do seu fim, só vejo céu azul à minha frente. Se este 1º ano foi bom, o próximo será uma maravilha e mesmo que não fique por aqui muito para além de 2012, planeio aproveitá-lo em cheio.

Hoera voor Nederland

domingo, novembro 27, 2011

Porsche é Porsche

Já foi mais especial, mas para mim, Porsche continua a ser uma marca única no mundo automóvel. E sobretudo graças a um modelo, o 911 que simboliza a própria marca e é, e sempre será, o Porsche.

É certo que este carro não foi o primeiro modelo de sucesso da Porsche, nem tão pouco estreou o conceito mecânico que o torna único (esse vem do VW Carocha) mas nenhum outro carro consegue juntar todas as peças do puzzle e gerar este resultado.
Era para se chamar 901, e ainda foram vendidos alguns carros com esse nome, mas quando a Peugeot protestou por deter o direito em França a todos os nomes de carros com três dígitos e o zero no meio, a Porsche decidiu mudar o nome do modelo para 911 ao invés de o renomear somente no mercado francês.

Passados quase 50 anos, as linhas do carro mantêm-se. O conceito original também, mesmo que tenha evoluído como tudo nesta vida. Motor boxer de 6 cilindros, também conhecido por flat-6, montado em cima do eixo traseiro, o que parece ser errado, pois o motor actua com pêndulo levando a traseira para todo o lado. Igual a um Porsche 911 só outro 911.
É incrível como ainda mantiveram motores refrigerados a ar (outro conceito errado) até 1997!

O 911 foi o que permitiu à Porsche manter-se em activo estes anos todos, alguns deles, ou muitos mesmo, este era o único modelo da gama da marca.
Agora temos muitos mais. E a Porsche finalmente juntou-se à sua marca "irmã" (foi Ferdinand Porsche quem criou o Volkswagen) e portanto é uma marca com quase todo o tipo de carros, se bem que especiais, desde pequenos cabrios para os playboys irem ao engate, acabando em enormes SUVs para os chefes de família enfrentarem a selva urbana, subir passeios e ocupar 2 ou 3 lugares de estacionamento...

Todos especiais e diferentes de modelos de outras marcas da mesma categoria, e todos partilhando as mesmas linhas gerais arredondas da Porsche, mas nenhum tão especial como o 911.

Espero um dia ter um 911. Usado será o mais certo, se bem que alguns modelos antigos já são clássicos e serão mais caros ainda do que modelos novos. E o mais certo é só ter um quando já não tiver idade ou saúde para o aproveitar em todo o seu potencial e esplendor.
Pode ser um igual a este, que vi ontem no stand da Porsche em Amsterdam-Zuidoost e me deu a inspiração para esta dissertação automobilística:


sexta-feira, novembro 25, 2011

Em terra de cegos...

... quem tem um olho é rei.
Este ditado parece ser uma verdade universal. E levado mais à letra é-lo sem dúvida. Em termos de capacidades quem tem algo a mais que os outros, tem um grande, enorme mesmo, trunfo para se erguer sobre os demais.

Mas se estivermos a falar de capacidade cognitiva e intelecto e para Portugal, que está repleto de analfabetos funcionais (desculpem a frontalidade mas é verdade), ou outro país que partilhe com Portugal esta sina, este ditado está errado.

Em terra de cegos, quem tem um olho é deficiente!

quinta-feira, novembro 24, 2011

Ideias para presentes

Daqui a uma semana irei completar mais um aniversário. Como eu sei que vocês todos gostam muito de mim, deixo aqui já as minha sugestões de presentes, em diferentes categorias e por ordem decrescente de preço e apreço.

Já agora eu quero mesmo um presente e não uma prenda. Em tempos, no curso para padrinho (sim, porque tem de se fazer um curso e conversar com os padres antes de assumir essa responsabilidade, sim eu sei que se calhar eu não fui grande escolha nesse capítulo, religiosa), foi-me ensinada a diferença entre os 2 termos, que é facilmente perceptível ao vermos  a etimologia das 2 palavras.
Eu prefiro dar e receber sinais de presença, algo que simbolize a minha presença ou de quem me ofereceu o presente.
Não gosto de receber algo que me prenda a uma pessoa ou obrigação, muito menos prender alguém ao mesmo.

Mas voltando ao tema, aqui ficam então as minhas sugestões. A vós de escolher e me oferecer uma destas opções, de preferência uma por cada categoria:

1. 4 rodas


2. Viagens

3. 2 rodas

4. Sensações



5. Mais realista

terça-feira, novembro 22, 2011

Tá um grosso noboeiro

A foto não é de hoje (ainda está muito escuro a esta hora) mas serve para passar a imagem desejada. Se bem que estou convencido que pelo menos no Domingo e ontem nem se conseguia ver as árvores da mesma janela de onde tirei esta.
Está mesmo um nevoeiro cerrado, salvo erro, desde quinta-feira ou ainda antes. Hoje o dia ainda não clareou mas olho lá para fora e só se nota bem as luzes dos candeeiros junto ao Brandweer (quartel dos bombeiros) assim com o símbolo deles que é luminoso.

Lembro-me perfeitamente de estar assim na quinta-feira passada, pois trabalhei de casa e nem me apercebi que já era hora de almoço pois o dia visto da janela do escritório estava exactamente igual desde as 8 e pouco. Admito que não me lembro bem de sexta, mas tem sido sempre assim.

A grande pause de nevoeiro que tivemos foi no domingo quando eu e a Carolina rumamos a Maastricht, pois eu queria leva-la a comer ostras no mesmo restaurante onde já tinha estado em Fevereiro. Saímos de Amesterdão pouco antes das 11:00 debaixo duma camada espessa que pouco deixava ver e lá fomos sempre assim na A2 até perto duma localidade chamada Best, pouco antes de Eindhoven. Aí o sol começou a aparecer e pouco depois viajávamos debaixo de um belo sol e num dia descoberto cheio de luz e azul. No entanto no regresso já pelas 17:00 praticamente no mesmo ponto da auto-estrada voltamos a entrar no manto de neblina. Ontem confirmei com os colegas que foi o dia todo assim para estes lados.

Estava viagem permitiu retirar algumas ilações curiosas, que ao bom estilo bakanoide partilho com vocês:

- Os holandeses conduzem mais depressa do que eu alguma vez imaginava (até agora) mesmo com este nevoeiro todo. Quer dizer, os holandeses ou aqueles que vão para sul na A2, pois estava mesmo muito fechado e no entanto muita gente rolava nas calmas na velocidade máxima permitida com alguns a viajar um pouco acima dela (eu incluído pois desde há uns tempos que o meu lema é andar à velocidade dos carros mais velozes, desde que não seja um "maluco" a 200). Considerando que tem um troço com limite de 130 km/h já não é nada mau e Maastricht desta vez pareceu-me muito mais perto do que da primeira (ver post acima referenciado);
- Em Maastricht come-se bem. Só lá comi 2 vezes e era para ter repetido o restaurante mas o mesmo estava fechado (não houve ostras para ninguém) mas escolhi um chinês com um nome apropriado de "La Chine" que nos serviu um bom almoço com pratos diferentes do habitual. Só a cerveja Tsing Tao é que é a mesma em todo o lado;
- Maastricht parece ser pequena e não faço a mínima ideia onde estava escondida aquela gente toda em Fevereiro passado quando estive na mesma praça por volta da mesma hora. Se calhar o estar solinho agora (e anteriormente estava de chuva) é que fez a malta abandonar as suas tocas;
- Liège é muito maior do que eu pensava e mais confusa também;
- O Luxemburgo é logo ali ao lado. E a Alemanha ainda mais. Depois de estar em Maastricht, uma pequena voltinha de carro dá para visitar 3 outros países e juntar França à lista também não custa muito. Que diferença para quando se está em Portugal que só se pode ir visitar os nuestros hermanos.

domingo, novembro 20, 2011

Tudo depende das expectativas

Nesta sexta-feira passada vimos "A Ressaca Parte II", que aproveita bem as piadas e peripécias introduzidas no primeiro filme e mantém o bom nível. Como a esposa ia dizendo que não se lembrava muito do primeiro, lá fomos revisitá-lo no dia a seguir durante o almoço.

Rever "A Ressaca" não tem o mesmo impacto que ver pela primeira vez mas o filme foi, e continua ser, uma das maiores surpresas que tive. Admito que em 2009 não tinha grande vontade de o ver. Apesar de várias pessoas me dizerem que era altamente, o tema, o elenco de segunda linha e até o cartaz do filme faziam-me pensar naqueles filmes de comédia barata. Não tinha grandes expectativas, ou nenhumas, e depois adorei o filme. Está bem escrito, bem realizado, a banda sonora assenta que nem uma luva e o Alan (Zach Galifianakis) é um gajo que simplesmente não existe! O filme consegue nos surpreender a cada reviravolta e manter-nos interessados em saber como vai acabar a coisa. E acaba excelentemente!

E isto leva-me a falar de outro filme, o "Inception (A Origem)" do ano seguinte. Para este filme eu tinha grandes expectativas. Se calhar muitas delas criadas pela própria industria e pelos media pois eu lembro-me de pensar que isto era a melhor coisa de sempre. E não fui só eu, que até já discuti este assunto com outros colegas que partilham a mesma opinião.
Estava à espera de uma experiência avassaladora e quando acabei de o ver estava um pouco desiludido. E é curioso porque o filme é mesmo muito bom! Para quem não gosta do estilo, ou dos estilos pois ele mistura ficção científica com acção pura e dura e os meandros de um filme de assalto, pode não concordar comigo, mas ao analisarmos o filme repara-se que ele é mesmo um dos melhores, sem dúvida.
Mas então porque ficamos com a sensação que a montanha pariu um rato? Por causa das expectativas geradas em redor do mesmo. Como disse, esperava ser "assombrado" e ficar extasiado, e "simplesmente" assisti a um excelente filme.

Portanto estamos a falar de dois filmes, ambos grandes sucessos e merecidos no meu entender, em que um deixou-me maravilhado (o mais simples e "básico") e o outro deixou-me desapontado (o evoluído e avançado). Tudo depende das expectativas. Se elas são sempre grandes, maior é o risco de ficares desiludido. Por outro lado quando tens poucas ou nenhumas, no pior dos casos confirmas o teu pressentimento e ficas agradado na mesma.

Esta coisa das expectativas e como geri-las é importante no meu trabalho de agora, sobretudo nos casos em que o cliente está com um problema grave e precisa mesmo que o ajudemos para recuperar dados perdidos, por exemplo. Logo no início o meu primeiro objectivo é gerir correctamente as expectativas do cliente. Se lhe digo para não se preocupar que tudo vai ser resolvido e passado uns dias tenho de lhe ligar para dizer "eh pá, isto afinal está mau e só deu para recuperar 1/3 dos dados perdidos" vou ter um cliente lixado que não vai ficar muito satisfeito com o resultado nem comigo. Se por outro lado na mesma situação lhe digo inicialmente que os riscos são elevados, que não há garantias de nada e que pode demorar muito tempo, ao fim dos mesmos dias quando lhe digo que afinal deu para recuperar 1/3 dos dados perdidos, o cliente vai ficar contente e satisfeito com o resultado e comigo.
O mesmo resultado, 1/3 de dados recuperados, mas uma opinião completamente diferente.
Isto não quer dizer obviamente que devemos sempre criar expectativas baixas ao cliente para depois o surpreender. Isso é fazer batota e um cliente inteligente vai-se aperceber disso. O "truque" é atribuir as expectativas correctamente, pensando no pior cenário e preparar a outra pessoa para o mesmo, sendo no entanto positivo quanto ao resultado final quando há probabilidades de sucesso.

Entretanto vou aqui gerir as minhas próprias expectativas de que estou a passar pelo último cio da bicha (fica assim um bocadinho pró chata).

sexta-feira, novembro 18, 2011

Já foste

Pois foi, mandei um tralho. Não como este da foto, nem tão pouco a andar de bicicleta, se bem que envolveu outro veículo de 2 rodas.
Resumindo, um colega ficou sem bateria na mota, e eu fui ajudar a pegar de empurrão ... hummmm ... dito assim até tem umas conotações algo larilas.
Vamos recomeçar: Um colega ficou sem bateria na sua mota e eu fui ajuda-lo, empurrando a mota para que ela pegasse. Depois de 2 tentativas goradas, e já na estrada de acesso ao estacionamento, empenho-me um pouco mais no empurranço e conforme a mota pega e ele vai em frente, eu vou quase directo ao chão, pois não me lembrei de planear o momento em que iria perder o apoio dos braços e estando demasiado inclinado para a frente não consegui parar.

Quem viu diz que foi muito cómico e devia ter sido filmado. Acredito que daria um daqueles vídeos engraçados que a gente vê pela net e se ri da desgraça alheia.

A paga que tive por ir ajudar alguém foi: óculos danificados (nem sei se têm arranjo), relógio todo riscado, calças ligeiramente rasgadas e um casaco também com uns buraquitos; no corpo: esmurradelas nas mãos, braço e ombro esquerdos, e cara, um corte no sobrolho, 2 grandes pisaduras, ou hematomas para ser mais giro, na perna esquerda e zona das costelas inferiores do lado direito.
Ferido no orgulho? Não, acho que foi uma situação perfeitamente normal e passível de acontecer a qualquer um, tendo em conta o empenho que tive (devido ao meu colega ser ainda maior que eu, logo ter muitos quilos para empurrar).

Tenho pena por 2 coisas:
- os óculos, não pelo valor mas porque gostava mesmo deles e não sei se têm arranjo;
- Não ter um vídeo do sucedido para partilhar...

Entretanto, devido às minhas mazelas, a esposa pôs-me um bocado do medicamento com um dos nomes mais curiosos que eu conheço: o Trombocid!
Sempre que oiço esse nome fico na dúvida se estão a dizer que o José Cid teve uma trombose especial qualquer ou se estão a falar do medicamento para a trombose do José Cid...

segunda-feira, novembro 14, 2011

Liga Política - Época 2011/12


Nos últimos tempos, por diversas vezes pensei em vir arrotar umas postas de pescada sobre os acontecimentos políticos e governativos em Portugal, mas muitas vezes senti-me esmagado pela magnitude das cosias, e noutras simplesmente não dava para escrever quando os pensamentos me surgiam e depois perdia a inspiração (um próximo gadget a ter, um equipamento que converte para formato texto o que lhe ditamos, para que possa depois já ter as dissertações praticamente escritas quando me vêm as ditas “diarreias mentais”).

Não vou fazer deste post, uma mega-dissertação que abranja tudo que já pensei sobre a governação e debate político dos últimos meses. Até porque quanto mais longo vejo o meu futuro aqui, menos vontade tenho de discutir acontecimento daí.

Quase todos os dias, sobretudo da semana, vou comentado e opinando sobre as várias noticias e artigos de opinião que surgem na praça pública com o meu amigo Daniel (via G-Talk). Também vejo muitas opiniões e comentários feitos pelas redes sociais (a minha blogosfera é muito limitada).
Acho que devo deixar umas palavras sobre o assunto, sobretudo até porque fui publicamente bastante crítico do anterior executivo nomeadamente no pouco ou nada que faziam para controlar as contas públicas.

Não podíamos ter muitas ilusões, o novo governo tinha de tomar medidas duras para tentar controlar o défice. E quando se confirmou que o estado era pior do que ainda se pensava, medidas injustas mas de efeito rápido tinham de ser feitas. Também eu não acho piada a muitas delas, mas fosse PSD, fosse outros tenho poucas dúvidas que muitas delas seriam necessárias, a título provisório. Eu afirmei em 2010 por diversas vezes que não me importava de dar 50~100 euros por mês para o Estado durante 1 ano, se isso significa um verdadeiro equilíbrio das contas. Falava a sério nessa altura e acho que muito boa gente faria o mesmo.
O problema é que as medidas provisórias começam a soar mais como permanentes, até pelo que se ouve de determinados sectores, sempre à procura de formas de obterem mais por menos. E também porque um dos grandes males do anterior executivo parecem continuar neste.
Continua-se a mentir às pessoas, continua-se a tentar jogar com as palavras para passar certas mensagens e continua-se a fazer pressupostos muito simplistas e a tomar decisões importantes com base neles.
O que foi dito sobre os feriados, sobre o aumento do horário de trabalho (para aumentar a produtividade) e as conclusões que se tiram que isso tudo significa que de certeza a economia cresce é um chorrilho de mentiras. E isso é perigoso.

Ainda mais grave que isso é que o regabofe político do fazer toda a gente apertar o cinto menos eles parece continuar neste novo regime laranja-azulado.
Coisas boas têm também aparecido e aqui e ali surgem notícias do corte de regalias (chama-lhes direitos mas isso não impede de os retirar ... aos outros) nesse sector.
No entanto eu continuo na dúvida. Também antes o governo PS fez “cortes” no sector político para passado 1 ano a despesa da AR e de outros organismos ter aumentado.

Para já, continuo a dar benefício da dúvida ao actual governo. Os tempos são realmente muito complicados e o trabalho de tentar baixar o défice em tão pouco tempo (a meio do ano era superior aos 8%) é colossal (como o PPC disse).
Espero que as gafes e os erros até agora, sejam sobretudo  fruto do stress e o não conseguir fazer tudo de uma só vez.
No entanto eles não tem muita margem de manobra. No próximo ano, se as medidas de grande impacto tomadas realmente servirem para alguma coisa, têm de apresentar trabalho decente no corte estrutural de despesismo público (diferente de despesa publica) e um corte com as políticas de compadrio como se tem assistido nos últimos anos.
De qualquer forma, não tenho muitas expectativas, por isso Portugal parece-me cada vez mais um passado que vivi, do que um futuro que terei...

domingo, novembro 13, 2011

The Chipkaart Job (ou como dar o golpe nos transportes)

Eventualmente a maioria de nós pensamos que nós, os tugas, é que somos os xico-espertos, os maiorais e aproveitamos sempre qualquer esquema para proveito próprio ou enganar o sistema.
O andar nos transportes públicos aqui pela Holanda, sobretudo em Amesterdão e arredores, tem-me mostrado que o "xico-espertismo" existe em todas as culturas e nacionalidades. E se este povo "nortenho" é mais sério que os malandrecos dos primos do sul, não deixam de ter o seu lado "marginal".

Isto deve-se a como funciona os bilhetes para os transportes. Eles usam o que chama de OV Chipkaart, que é um cartão e não bilhete e no qual se tem de marcar a entrada e a saída. É equivalente ao Andante usado no Porto (para quem conhece).
Existem em diversos formatos, com validade temporal (1 hora, 1 dia, 1 semana) e os que funcionam por saldo (pagos pela distância). Eu uso os chamados cartões anónimos, e carrego para lá dinheiro (se bem que se quiser posso carregar um bilhete de dia ou semana no cartão). O sistema funciona registando a entrada e a saída, e ele calcula o preço da viagem. Se não marcar saída perco €4 (ou coisa parecida).
Se no metro marca-se obrigatoriamente à entrada e saída nas estações para poder passar as portas (ou torniquetes), nos trams e autocarros o check-in e check-out fazem-se em leitores como o da foto que estão junto às portas do veículo.

Aqui se calhar o vosso lado xico-esperto já pode estar a pensar que se nós marcamos já dentro do veículo se calhar podemos enganar o sistema de vez em quando. Pois é isso precisamente que vejo acontecer diversas vezes, sobretudo na saída, pois a entrada costuma ser feita perto do condutor (e do vendedor nos casos dos trams mais recentes) e eles costumam controlar. No entanto na saída, sobretudo quando vai muita gente, um gajo pode-se aproveitar. O aproveitar não é o não validar o cartão, pois como disse perdemos €4, mas sim validar mais cedo.
Aqui vê-se muita gente validar a saída na paragem imediatamente anterior aquela onde vão sair. Poupam uns cêntimos apenas por viagem, mas em muitas viagens todos os dias, já dá qualquer coisa.
Ou então fazem o que eu vi um gajo fazer ontem e que foi o maior golpe que assisti. Ele entrou pela porta da frente do tram (junto ao condutor) e marcou a entrada, e foi até ao meio do tram onde passou o cartão outra vez, fazendo uma saída. Como ainda estávamos parados, "saiu" no mesmo sítio logo não pagou nada (eu vi que nenhum valor tinha sido cobrado). Ele ainda estava no tram quando nós saímos, varias paragens após ele ter entrado, portanto o gajo deu um ganda golpe e fez uma viagem à borlix.

A questão será se quem faz isso são holandeses também ou só estrangeiros. O gajo parecia-me holandês e do que tenho visto no golpe mais habitual do marcar 1 ou 2 paragens mais cedo, todo o tipo de pessoas fazem isso. Todos menos aqui o tuga xico-esperto e a mulher.
Mas pronto em Portugal também não fugia aos impostos (seja lá o que isso for exactamente) portanto já era lorpa também...

quarta-feira, novembro 02, 2011

A Thousand Bikes


Bicicletas são como as mulheres. Belas e com curvas, diferentes, subtis. Algumas com mudanças complicadas, outras simples, pegar e andar. Umas belas e únicas. Outras produzidas em série. Umas dos mais nobres e caros materiais, outras do mais simples que aparece. Umas por quem vale a pena lutar, outras que deixamos por ai...

É assim que está descrito no novo blog, recentemente criado, do qual sou co-editor.
A missão: 1000 bicicletas... Uma por dia!!!

Da minha parte contribuirei com as estrangeiras, maioritariamente Holandesas, mas tentando arranjar exemplares de outros sítios que visite (ou tenha visitado).



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