quinta-feira, fevereiro 05, 2015

A continuar assim até eu viro

Costumo dizer muitas vezes, sobretudo quando o nível da conversa desce e o interesse sobe, que não quer experimentar levar no cu porque depois sou capaz de gostar e viro gay. E gosto demasiado de mulheres para virar!

Apesar do risco existir, não acredito que mude de orientação sexual tão cedo, mas ao ler as sucessivas opiniões com partilha de notícias desde as eleições gregas, me parece que corro o risco de virar uma radical de esquerda. Normalmente o caminho é o inverso, a malta quando é nova é radical de esquerda, muitas vezes comunista acérrimo, mas depois cresce, entra no mundo do dinheiro e corrupção e vira um gajo sério de direita, ou socialista que é a mesma merda com outra fragrância.
Eu no meu caso, e como gosto de ser sempre do contra, se calhar vai ser ao contrário, pois nunca fui muito de me alinhar pela esquerda, talvez por ter crescido mais no Norte e interior onde se apregoava a ideia que os comunas comiam criancinhas ao pequeno-almoço (e afinal viu-se que era mais os socialistas a "comê-las" ao jantar) e um reduto laranja com tons de azul e amarelo.

Mas como digo, a malta anda em polvorosa desde as eleições gregas, que anunciam uma nova vaga de esquerda que vai varrer a Europa de Sudeste a ... Sudoeste pelo menos...
Para mim eu já nem sei bem o que pensar. Os gajos radicais que vinham rebentar com tudo estão a ser até bastante racionais e ponderados pelo menos no que toca ao mostrar o manguito à Europa e à Alemanha. Afinal o manguito é uma conversa séria e amigável, ou assim parece.
Mas a rainha alemã e as suas cortes é uma cabra do c*ralho e por isso já andam a mexer cordelinhos e as instituições europeias já estão a tratar de sabotar o trabalho positivo que os gregos querem encetar.
São (quase) todos um grandessíssimos filhos da p*ta.
Pelo menos é isso que transparece pelos títulos das notícias e pelos comentários e opiniões que as pessoas fazem nas redes sociais ao partilhar as mesmas.

Mas depois lê-se alguns, que não tenho tempo para ler todos, dos artigos partilhados e as coisas não parecem ser bem o que está anunciado. Por exemplo a última medida sabotadora do BCE, feita apenas por mesquinhez, afinal não parece ter tanto impacto real porque os bancos gregos continuam a ter acesso à linha de emergência, e um aumentar dos valores dessa mesma linha foi recusada porque o limite já tinha sido atingido antes.
Quer dizer, é verdade que cortar nas ajudas ou reduzir as mesmas é uma bela merda de assistência, mas por outro lado, não parece ser normal que hajam regras e limites nestas políticas financeiras?

Eu não sei, percebo alguma coisa de números mas não sou financeiro nem de economia. Costumo ler coisas variadas tentando (nem sempre é possível, tal como no futebol) reduzir o filtro das minhas próprias convicções para ter uma mente aberta, mas vejo muita coisa conflituosa nisto tudo.
A maioria das opiniões partilhadas vão num sentido, mas não costumamos nós dizer, tal como afirmou um gajo que agora pertence à filial portuguesa do Syriza que em Portugal existe "excesso de ignorância" e "défice de conhecimento"? Então nesse sentido a maioria das opiniões das pessoas comuns estarão erradas, certo?
E não acusamos também nós que os analistas e comentadores que costumam falar nos media, dizem sobretudo asneiras ou limitam-se a seguir as tendências actuais? Então o que os analistas andam para aí a opinar será treta, certo?

Continuo na expectativa. Ainda a procissão vai no adro e há muita coisa que pode acontecer. Tal como já escrevi (várias vezes até mas acho que só publiquei uma) ainda penso que vai correr mal, mas pelo menos vejo já coisas positivas por se ter eleito gajos diferentes do costume e afastado do poder os mesmos de sempre. Alguma coisa boa eles farão de certeza e pelo menos é preciso ideias frescas e diferentes para toda a Europa, que precisa de ultrapassar esta fase menos positiva; precisa da austeridade, eficiência e rigor dos povos mais a Norte, mas precisa também do calor, solidariedade, alegria e até irreverência mais comum nos povos mais a Sul...

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