terça-feira, fevereiro 25, 2020

Não preciso, obrigado...

Peço desculpa pelo erro ortográfico no texto da imagem, mas esta foi aquela que mais gostei na rápida pesquisa que fiz antes de publicar este texto.

Acho piada que certas pessoas que te andam a lixar o esquema venham dar conselhos sobre o que deves falar (ou escrever) e partilhar, porque querem te ajudar. Não precisei até agora de conselhos ou ajudas de tais iluminados (ou serão ratazanas?), não é agora que vou precisar. A idade ou o posto que agora ocupam não lhes confere nenhuma autoridade para saber o que é melhor para mim. Que peguem nos conselhos deles e os metam num sitio que a gente cá sabe.
Na verdade não gostam de ouvir ou ler certas verdades, porque existe uma imagem a manter, mas isso não ė nada comigo. Direi e escreverei sempre aquilo que bem me entender quando se trata da minha opinião ou assuntos que me dizem respeito. Mentiras e calúnias não espalho, a não ser quando as últimas são do conhecimento público, ou já estejam a ser discutidas na praça pública. Se não gostam do que escrevo/publico/partilho têm remédio santo...

Andava para escrever um texto entitulado "I am good and I know it" que era para fazer uma chalaça com a música dos LMFAO (e linkar aqui o vídeo que fiz há uns anos usando um sample dessa mesma música) mas acontecimentos mais recentes levaram-me a estas divagações. Depois de barafustar no parágrafo anterior, agora posso desenvolver mais os outros pensamentos.

Há umas semanas, o colega que se senta atrás de mim chamou-me para eu ver uma resposta toda catita que estava a mandar a um cliente, porque era (algo) extensa e estava bem delineada. Ele estava todo orgulhoso e eu, sempre simpático como de costume, até lhe disse (apesar de estar a ser um pouco irónico) que devia publicar aquela resposta como um artigo de Knowledge Base. Passados uns dias ele chega-se curioso ao meu écran e fica a olhar, com ar surpreso, para uma reposta das minhas e pergunta-me "isto é uma resposta normal?" ao que o gajo que se senta ao meu lado lhe diz "isso até é uma das respostas mais concisas do Bruno". Isto porque a minha resposta era bem mais detalhada e com muito mais informação do que a tal anterior dele que o tinha deixado orgulhoso, apesar de bem delineada em diferentes secções e com passos claros do que deveria ser feito.
Atenção que eu não quero dizer que todas as respostas têm de ser como as minhas. Eu tenho aliás um problema de por vezes dizer demasiado e, apesar de ser claríssimo para mim o que tem de ser feito, confundir um pouco os clientes, obrigando depois a uma versão mais directa e curta da resposta anterior. Mas eu gosto sempre de explicar as minhas conclusões e o que quero que seja feito pois aprendi com o tempo que os clientes costumam ser mais cooperantes quando lhes dizemos porquê pedimos mais informações ou o objectivo de fazerem determinadas acções.
Mas isto tudo (e acabaram de ver um exemplo do quão extenso eu posso ser, se por acaso ainda não tinham reparado nisso ao ler este blog) para voltar ao parágrafo inicial: tem malta que gosta de vir dar conselhos como se por ventura fizessem melhor, mas não fazem apesar de acharem que sim.

Antes deste episódio já tinha comentado com algumas pessoas (no trabalho) que haviam razões para eu aparentemente não pedir muita ajuda ou conselhos: primeiro eu sei que tenho uma mania de "eu sei tudo" e achar que sei melhor que os outros, mas como bom pensante e homem de ciência, eu duvido constantemente do que acho que sei. E estou sempre disposto a ouvir opiniões e ideias dos outros, mas quando as mesmas não me convencem eu vou verificar e confirmar e depois de receber 1, 2, 3 vezes sugestões que não batem certo e cujo argumento cinge-se a "porque ė assim", então deixo de as pedir.
Tenho imensos casos desses, falar com especialistas numa certa matéria e ouvir uma resposta tão parva e sem qualquer sentido, e depois verificar que estavam errados e o meu entendimento inicial estava correcto. Era capaz de jurar que já escrevi sobre isso mas não consigo encontrar. Seja como for, estas experiências são tão diversas que eu agora só recorro mesmo à ajuda de especialistas quando estou num beco sem saída. Mas depois a ajuda que dão é nenhuma...

2 exemplos recentes: depois de receber indicações que tinha de tirar dias (ou horas) das minhas férias para ir a consultas dos miúdos ou reuniões da escola, fui ler o manual dos recursos humanos com cuidado e lá estava escrito que temos direito a essas horas (pudera, está na lei geral daqui), só que o sistema na hora de escolher como ausência idas ao medico ou apoio aos filhos não deixava escolher horas, apenas dias. Pergunto à pessoa dos RH, apontando para o manual e ela responde-me "ai não, tens de tirar das férias"! Fiquei sem saber o que responder, virei costas e fui-me embora...
O outro foi na empresa dos transportes de Amesterdão que me disseram que não podia acumular um passe dos comboios (desconto nos comboios) com o passe deles (desconto no metro, tram e autocarro) no mesmo cartão de transportes (chama-se OV-chipkaart e é nacional, não ė específico de cada empresa), isto apesar de no site dizer que sim. Chegaram-me a dizer que as viagens iriam ser cobradas em dobro porque o sistema identificaria 2 passes e não saberia como distinguir (isto apesar de no site eu ter especificado que o passe dos comboios era só para as viagens de comboio e o outro seria só para metro, tram e autocarro). De acordo com eles eu teria de ter, e isso significava comprar e pagar, 2 cartões à parte. Não liguei ao que me disseram e esperei para ver as primeiras viagens registadas e tal como o esperado, as de comboio caem no passe dos comboios e as outras no outro passe. E com os devidos descontos!

Tudo isto explica porque é que eu sou desconfiado por natureza e não faço aquilo que me dizem sem questionar, só porque (supostamente) a outra pessoa sabe mais do que eu. No entanto isso num meio onde as pessoas se têm em demasiada conta, pode correr mal, quando não seguimos a cartilha e fazemos as coisas à nossa maneira. O curioso é quando as coisas feitas à nossa maneira também funcionam. Até agora isso nunca tinha sido um problema se o resultado final fosse o desejado e cumprisse com os objectivos. Até agora...

Mas o melhor seria nem escrever sobre isto, não era? Se calhar sim, mas não era a mesma coisa e eu sou, como já me disseram, um gajo honesto e desbocado, e aqui no meu espaço escrevo sobre o que quero.
E como não estou a contar nenhuma mentira nem a inventar calúnias, estou de consciência (mais que) tranquila.

1 comentário:

  1. No nosso sistema on-line também não consigo escolher hora este ano mas até ao ano passado dava (tenho de ir ver o que se passou porque há mais coisas estranhas a acontecer como se estou de licença parental ter de pedir férias sem incluir estes dias e antes isso era calculado automaticamente pelo sistema), mas consigo escolher apoio à família como tipo de ausência e são 3 dias pagos por ano o que é fantástico não é?!...

    ResponderEliminar

Opina à tua vontade