sábado, fevereiro 17, 2018

4 meses de escola


Foi a 16 de Outubro de 2017 que o Sebastião ingressou na escola básica e toda uma nova rotina se desenvolveu desde essa data. Eu estava a escrever esta crónica ontem, também dia 16 mas deu-me muito sono e já estava a saltar etapas durante a escrita, por isso parei e voltei hoje aqui para (tentar) acabar o texto e publicar. Vamos a ver se consigo.

Supondo uma noite mais normal sem sobressaltos, acordo entre as 6:15 e as 7:00 da manhã. A variável aqui é saber se os miúdos é que me acordam ou se é o despertador. Depois é tomar banho e o pequeno-almoço, às vezes por ordem inversa, às vezes sem pequeno-almoço. A Carolina prepara a marmita do Bastião que ele tem de levar o lanche a meio da manhã e o almoço para a escola; só por uma vez fui eu que fiz, que ela estava a sentir-se muito mal (e ele comeu tudo dessa vez). Vesti-los é uma tarefa a 4 porque quase todos participam e a seguir é ajudar o Bastião a lavar os dentes, vestir casacos e sair porta fora, não sem antes perguntar ao Bastião se ele quer ir buscar um carrinho e desde há umas semanas ir buscar um para a Amélia também levar. Depois é ir chamar o elevador e muitas vezes insistir com eles pois estão nas despedidas da mãe.

Meter os 2 miúdos no carro é na maioria dos casos algo frustrante. Até a Amélia que é a mais pequena me foge às vezes e tenho de ir correr atrás dela. E noutras não se quer sentar na cadeirinha esticando-se toda com uma força tremenda para não a conseguir encaixar!
Já o Bastião consegue fazer várias coisas sozinho como abrir a porta e sentar-se bem na cadeira (eu depois vou colocar o cinto de segurança). Só que ele puxou ao pai e é muito curioso; gosta de ficar parado a olhar para as outras famílias que se dirigem para os seus carros com o mesmo motivo e pressa que eu: não chegar atrasados à escola.
Acontece muitas vezes que somos os primeiros a chegar à garagem mas os últimos a sair pois ele está a mirar a vizinhança...

Se conseguir sair da garagem antes das 8:10, a viagem é relativamente rápida e tranquila. Mas se me atraso uns minutinhos, poucos mesmo, já apanho a rua principal do trajecto cheia de carros e semáforos vermelhos. É devido a isso que eu por vezes faço uns desvios maiores, ou por ruas mais secundárias, para fugir ao para-arranca e até para ganhar tempo.
Levo sempre o Bastião primeiro à escola pois as portas abrem às 8:20 e às 8:30 começa a aula. A escola tem uma garagem Kiss&Ride que fica por baixo do edifício e metade ocupa um campo de basquetebol. A garagem só está aberta por volta da hora de entrada (e abre novamente por volta da hora de saída). Quase sempre estaciono lá o carro até porque quando tento estacionar fora (quando estou mais atrasado e vou pelas traseiras da escola) o Bastião protesta pois quer manter a rotina.

Depois do carro estacionado tiro primeiro o Bastião e a sua mochila que apenas leva a comida e uma garrafa de água, e que lhe coloco a maioria das vezes às costas, para ir buscar a Amélia ao outro lado do carro. Quando chegamos antes das portas abrirem, o Bastião fica a brincar com outros meninos, nem todos da turma dele. A Amélia também quer ir para o chão e tenta ir sempre para o escorrega que existe no pátio/recreio, que é onde nós aguardamos. Eu vou ficando com um olho neles e outro nas mães que lá estão e vão chegando. Há vários pais a levarem os filhos mas a grande maioria são mães.
Por volta das 8:20 lá toca a sirene, que parece a das fábricas, e entramos todos; neste momento o Bastião já entra sozinho metade das vezes e já só me junto a ele perto da sala de aula. A rotina da chegada é tirar o casaco, pendurar a mochila e casaco no gancho dele, que tem o nome e um coelho (cada miúdo tem o seu animal) e entrar na sala dando sempre um passou-bem à professora. Depois é ir procurar onde está a cadeira que também tem o nome e o coelho e não está sempre no mesmo sítio. Isto porque pelo menos ao início da aula, as cadeiras estão dispostas num círculo, em holandês kring, pois a primeira coisa que fazem é ter uma conversa (antes das actividades).

Num parágrafo anterior disse que entramos às 8:20 e a aula começa às 8:30. Por isso os pais e os miúdos têm 10 minutos para entrar e preparar. Muitos pais ficam com os miúdos no kring a ler um livro ou simplesmente a fazer companhia. Eu como levo a Amélia comigo não me posso dedicar 100% ao Bastião nesse momento. Mas ele também nem precisa. A maioria das vezes já está a falar com os outros miúdos ou pega num livro e começa a folhear. Eu fico a vê-lo e costumo vir embora ainda antes do toque. Na nossa sala a professora Joan tem quase sempre de enxotar as mães embora pois muitas gostam de lá ficar sentadas com os filhos. Eu aprendi logo no primeiro dia que o habito é vir às janelas acenar aos miúdos. A maioria está a contar com isso e procura os pais para acenar um adeus. Eu, tal como no caso da garagem, tenho de esperar pelo Bastião que não liga nenhuma. Os outros pais vêm e vão e eu ali estou, com a Amélia, os 2 a olhar para dentro da sala à espera que o rapaz olhe para nós. A maioria das vezes é um colega que nos vê e faz-lhe sinal para ele olhar.

Estando o Bastião entregue, volto para o carro com a Amélia. Algumas mães costumam ficar sempre no recreio a conversar. É o grupo que eu chamo das mães holandesas, pelo aspecto delas e dos filhos. Presumo sempre que ficam a falar mal da estrangeirada como eu que leva lá os filhos e agora parecem ser a maioria. Mas isto sou eu que sou mauzinho. Mas que nunca se junta a elas uma mãe de lenço na cabeça ou uma mãe com um tom de pele mais escuro, é um facto! Mas é também possível que elas estejam apenas a cortar na casaca de quem está a chegar a esta hora. É que apesar de dizerem que as portas fecham às 8:30 apanho sempre vários pais e chegarem com os filhos entre as 8:30 e as 8:35.
Eu entro no carro e volto um bocadito para trás para deixar a Amélia na creche, como já era habitual e como já fazia com o Bastião desde Novembro de 2014.

Nem todos os dias é assim. Às segundas e sextas a Amélia não vai à creche por isso a rotina é algo simplificada e saio directo da escola para o trabalho. Nesses dias chego normalmente às 8:45 e nos outros chego entre as 9:00 e as 9:15 (ao ir levar a Amélia à creche arrisco a apanhar mais engarrafamentos).
É por essa razão que nestes útlimos 4 meses tenho trabalhado um pouco mais, pois chego mais cedo mas com o hábito de vários anos, ainda saio por volta da hora do costume.
Excepto às sextas pois o Bastião não tem BSO (o ATL) e é preciso ir buscá-lo à escola às 14:15. Nos primeiros tempos fui eu, e depois fazia a tarde de casa, mas agora que temos a bakfiets a Carolina tem ido buscá-lo mais vezes. Apesar que ontem eu fui buscá-lo de bakfiets, uma estreia.

Mas nas próximas 2 semanas a rotina será diferente. Isto porque o Bastião tem 2 semanas de férias, que eles chamam de voorjaarsvakantie, algo como férias da Primavera apesar da mesma ainda estar longe. Aliás, elas são sempre em Fevereiro e muita gente aproveita para ir fazer férias na neve.
Apesar de aqui na Holanda as férias de Verão serem mais curtas do que estávamos habituados, apenas 1 mês e meio, eles talvez tenham as mesmas férias que os outros. O Bastião nestes 4 meses teve 3 períodos de férias incluindo este que aí vem: 1 semanas em Outubro, férias de Outono, 2 semanas pelo Natal e agora estas 2 semanas. Em Maio vai ter outras 2 semanas.

A rotina matinal durante as férias é mais simples pois não é preciso preparar a comida nem é preciso sair de casa antes das 8:10. Basicamente é igual a quando eles estavam os 2 na creche, excepto que o BSO fica noutro edifício, na mesma rua mas a 200 metros de distância e a média de gajas boas no BSO é superior à da creche, sobretudo que agora só com a Amélia só vejo metade do staff...

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