A referência à Sônia (sim, com acento circunflexo) deve-se ao pensar no título para este artigo, me ter lembrado desse vídeo, um dos clássicos do YouTube, para muita gente o primeiro vídeo do YouTube que viram, pois penso que ele apareceu a primeira vez em 2007 quando o YouTube só tinha 2 anos.
Mas este texto é sobre parentalidade.
Há umas semanas li um artigo qualquer num site ou blog norte-americano, onde uma mãe escrevia que o filho dela de 18 meses não falava inglês e muita gente dizia que era preciso dar tempo, mas ela estava com uma suspeita então levou a um terapeuta da fala que diagnosticou que o nível dele no que toca à linguagem estava abaixo dos 6 meses. O problema não era que o miúdo fosse atrasado, simplesmente optava por não falar.
Eu juntei isto aos vários relatos de outros pais com crianças de idades similares à do meu Sebastião e comecei a pensar, será que o Sebastião tem algum problema?
É que ele fala e muito, mas eu não consigo perceber ainda muitas palavras. Enquanto oiço, e leio, pais a listarem as dezenas de palavras nas 2 línguas (Português e Holandês) que os seus rebentos dizem, eu ainda só noto sobretudo repetição de sons, mas verdade seja dita, já noto uma grande evolução no último mês, quando escrevi o rascunho deste artigo, e ele já diz mais de uma dúzia de palavras regularmente (e para a mesma situação).
Antes de mais há que ver uma coisa. Muitas das vezes as crianças dizem mesmo palavras novas ou os pais é que ouvem o que julgam ser uma palavra no meio dos sons estranhos que eles pronunciam? Sempre tive essa dúvida e nalguns casos já confirmei que é mais a vontade dos pais de ouvir uma palavra do que os miúdos realmente a pronunciarem...
Há também a questão do ambiente. Nós em casa não usamos propriamente exercícios de fala para puxar por ele. Cometemos aliás o erro de usar palavras diferentes para o mesmo objecto, e temos tentando corrigir isso, pois certamente confunde o puto. E depois ele vive num ambiente multilingue. Não é sequer bilingue, são mais línguas que ele ouve durante o quotidiano. Em casa falamos Português e na creche falam-lhe em Holandês, mas nós falamos em Inglês com muitas outras pessoas.
Ele vê TV e vídeos nas 3 línguas também, mas vê filmes de animação em Japonês. E tem muitos brinquedos e livros didácticos em Francês (que herdou duma prima). Na creche tem uma educadora que é Galela e fala-lhe em Espanhol e Galelo.
Somando todas as coisas, acho normal que ele tenha dificuldades em saber pronunciar palavras correctamente. Deve ir para lá uma confusão de línguas naquela cabecinha!
Mesmo assim o raio do artigo deixou-me a pensar e falei da questão com a educadora principal dele, um dia a buscá-lo da creche (sim, sou eu que o deixo e busco quase sempre).
Ela disse que é normal este aparente atraso, mas nota-se que ele percebe o que lhe dizem. Seja em que língua for. Portanto a capacidade cognitiva dele está boa. Disso não há dúvidas.
Para além do mais o Sebastião nunca seria um caso como o da criança do artigo norte-americano, que optou por não falar. Este miúdo fala que é cá uma coisa! Eu é que ainda percebo pouco do que ele diz....
PS - Há uns dias vi outro artigo partilhado na net que dizia que era mentira que os miúdos bilingues começavam a falar mais tarde. Não li o artigo todo, só a introdução, mas fiquei com a pulga atrás da orelha, apesar de achar que não bate certo com o senso comum e a aparente realidade de muitos exemplos que os próprios pais, em situação similar, nos contaram. Decidi não ligar muito ao artigo (por isso não o li) mas deixando-o na ideia, pois eu sei que o senso comum ou mesmo a intuição e a chamada sabedoria popular estão muitas vezes cientificamente errados.
A mãe do Ricardo diz que o truque para eles falarem cedo é não facilitar, ou seja tem de dizer o que quer, mesmo sem ser perfeito, apontar não, que diga qq cs parecida. Assim conseguiu por duas crianças de quem toma conta a falar bem cedo...
ResponderEliminarNão sei, não sou mãe mas 1)ele ouve bem, 2) também me parece que entende o que se diz, deixa lá que vai ter tempo de falar muito...