quinta-feira, junho 27, 2013

Ruby sai cara

Pelos vistos custava €3000 por utilização, mais um pagamento de €30000 no final, portanto já pelo preço esta Ruby saiu carota, mas afinal o custo terá sido bem maior. 7 anitos de prisão e banido para sempre de toda a actividade política. Estou obviamente a falar do Berlusconi.

Na segunda-feira à noite enquanto jantava um porquito de pele estaladiça reparo na notícia a passar na televisão.

É a loucura! Depois de tanta coisa que o gajo fez, finalmente é condenado se bem que pelos vistos lá vai ver uma nova ronda de recursos. E mesmo que não passem e a sentença seja confirmada o mais certo é que ele nunca vá dentro, porque lá na Itália pelos vistos as pessoas com mais de 70 anos costumam ficam em prisão domiciliária.
E como ele tem casas tão boas e era nelas que fazia as festas "bunga bunga" com a Ruby e outras amigas, somos capazes de ter mais do mesmo.

Mas sinceramente nunca pensei ver o dia em que o gajo fosse condenado em tribunal. Juntado isto ao facto do Isaltino ainda estar preso começo a "temer" pelo futuro. O que vai acontecer? Vai mais alguém para além do Bibi ser condenado pelos crimes da Casa Pia? Os candidatos a outras câmaras com mais de 3 mandatos vão ser mesmo proibidos de candidatar ou exercer? O Alberto João Jardim ser afastado da liderança do PSD-M e do Governo Regional consequentemente? O Pinto da Costa fazer as pazes com a Carolina Salgado e deixar tudo para ir morar com ela em Myanmar? O Jesus ganhar outro título com o Benfica?

Outra coisa curiosa desta condenação do Berlusconi é que parece-se um pouco com um outro gajo famoso e mafioso de nome italiano, o Al Capone. Tantos crimes cometeu com ele e foi preso por fuga ao fisco. O Berlusconi terá feito tanta coisa e foi condenado por uma coisa menos grave.
É certo que a rapariga era menor (17 anos) e um adulto sobretudo com idade para ter juízo tem de sofrer as consequências quando se envolve com uma menor, mas ela curiosamente sempre negou ter tido sexo com ele, terá afirmado que tinha 24 anos (e que era amante do Mubarak) e mesmo não sendo uma verdadeira prostituta (como ela sempre afirmou também) seria quase de certeza uma escort girl, pois recebeu os tais €3000 por cada festa que apareceu (assim como outras moças). Para além disso recebeu um pagamento de €30000 que seria uma ajuda para ela abrir um salão de beleza (vulgo fachada para um puteiro).
Eu neste caso até tenho de dar razão ao Berlusconi. Não está correcto um gajo pagar €3000 por uma rapariga vir-nos fazer companhia e no final nem sequer lhe saltar à espinha!

sábado, junho 22, 2013

Dá para ver umas coisas

Nem tudo é mau quando não se tem carro e temos de nos deslocar em transportes públicos.

Primeiro acabo por caminhar sempre e isso nem é nada mau pois sempre faço alguma actividade e gasto algumas calorias.
Nem sempre caminho lá grande coisa, o meu trajecto de viagem varia conforme o autocarro que passe primeiro e apesar de poder fazer sempre o mesmo trajecto (autocarro até ao tram, do tram até ao metro e depois do metro apanhar um vaivem que serve a zona onde está a IBM) escolhi só faze-lo caso esteja cansado ou o tempo for impróprio para arriscar a caminhada.
Na vez de saber os horários do autocarro e apontar para isso eu basicamente saio de caso quando estou pronto e logo me adapto. Como os autocarros volta e meia vêm adiantados vários minutos eu estou sempre um pouco perdido, mas quando chego à paragem se ainda falta algum tempo para passar o próximo começo a caminhar até à paragem seguinte (onde tenho mais uma linha que pára). Se apanhar o 61 caminho depois os 1100 metros até à IBM. Se apanho o 69 caminho os 1600 metros até à IBM. Se apanho o 63 vou ter a Lelylaan e aí ou apanho o metro, ou o autocarro 195 caso este esteja para sair, e saio à porta da IBM.
Para o regresso é basicamente apanhar um autocarro caso esteja a chegar à paragem quando eu passo por ela. Senão não vejo nenhum a vir, continuo a caminhar. No outro dia estava a saber-me bem e caminhei 2 quilómetros até apanhar o Tram. E depois já em Osdorp costumo caminhar também mais de 1 quilómetro até casa, a não ser que apanhe um autocarro na paragem quando estiver a passar e não precisar de passar no AH para umas compras.
Sei que estas distâncias não são nada de especial, mas é positivo caminha entre 4 e 6 quilómetros todos os dias, e carregando a mochila com o laptop, uma garrafa de agua, fruta e um guarda-chuva (a vir venho mais leve).
Uma das coisas que tenho de aprender é ter alguma paciência, pois o que me acontece muito é achar que ainda falta muito para um autocarro passar e então decido ir andando até à próxima paragem e depois vejo os autocarros a passar a meio do caminho...
Mas pronto, sempre me obriga a caminhar e o único senão é chegar por vezes já demasiado suado ao escritório e ainda tenho o dia todo pela frente.


Mas nestas minhas andanças de transportes públicos e caminhadas, permite-me experienciar coisas várias.

Dá para apreciar as pessoas e os seus comportamentos como ver uma mulher atrapalhada para entrar com o carrinho de bebé no autocarro e as restantes pessoas a entrarem ao lado dela (e por uma porta que nem deveriam usar para entrar) sem dar espaço à senhora, sem esperar nem nada e como se metem à frente e chegam a empurra-la, complicam ainda mais a entrada dela e manejo do carrinho!

Outra coisa que adoro e dou por mim muitas vezes a sorrir é durante as caminhadas ver e 0uvir os passaros, ver coelhos e caminhar e comer erva à vontade como se estivesse numa aldeia calma, mesmo sendo entre as 19h e as 20h, porque o movimento na rua é muito pouco. De vez em quando passo em zonas com tanto arvoredo e com tanto passaro a cantar, que parece que estou no meio de uma mata e não na maior cidade da Holanda.

E sempre vemos coisas mais estranhas, como no outro dia em que desço a Johan Huizingalaan até à IBM sempre com uma rapariga uns metros mais à frente. De repente, no ultimo cruzamento antes dos edifícios de escritórios, ela encosta mais ao lado e desaparece de vista. Quando eu estou a passar no cruzamento reparo que ele refugiou-se um pouco mais ao lado e está a trocar as sapatilhas por sapatos de salto alto! Eu percebo e acho normal que as pessoas usem um calçado para caminhar e troquem por outro mais chique no escritório, mas esta rapariga deve querer já entrar no edifício toda aperaltada pois até troca os sapatos no meio da rua!

Mas apesar de ser giro, isto de andar varios dias a pé ou a espera de transportes que ora passam atrasados ora passam adiantados, deixa-me a pensar que um bicicleta é realmente o ideal para reduzir o tempo de viagem, e aqui nem é preciso pedalar muito. Não me estou a ver a comprar uma bicicleta típica daqui, as mais clássicas tipo pasteleiras. É verdade que têm uma posição confortavel e boa para andar, mas muitas nem mudanças têm e depois na realidade a bicicleta nem servia para mais nada. Posso comprar uma tipo MTB mais civilizada com 18 velocidades e que permite meter acessórios praticos para o dia a dia por volta de €150 (nova).
Só que ao ver estes preços apercebo-me que por esse dinheiro consigo alugar uma mota por uns 3 dias... A bicicleta ficaria e daria para outras vezes, mas a mota permitiria matar saudades duma paixão à qual não dou uso já há demasiado tempo...

quarta-feira, junho 19, 2013

Caso de polícia

Hoje ao final do dia, enquanto esperava pelo Tram 17 em Lelylaan para vir para Osdorp, reparo que a polícia abordava uma senhora no passeio. Tinham atravessado o carro perto dela e tudo e aquilo parecia-me estranho. Não se notava demais, ela não parecia ter roubado ou nada ou ter sido vítima de uma ofensa e a polícia claramente tinha parado de propósito para a abordar. Passado pouco tempo deixam-na seguir caminho sem fazer nada de especial.
E foi então que eu reparei: a mulher era feia como o caralho, mas mesmo mesmo muito feia!
Estava tudo explicado, eles tiveram de a parar por atentado à beleza feminina!

sexta-feira, junho 14, 2013

A verdadeira calamidade

Existem doenças que parecem mais graves, de que as pessoas têm muito medo, sobretudo aquelas causadas por vírus como a SIDA o ébola ou outras desgraças que ameaçam tornar-se em epidemias e arrasar a população (vejam a quantidade de filmes que se fizeram em torno deste tema e até o tema dos zombies é relacionado com uma epidemia de um vírus qualquer). Mas para mim a doenças que é o grande flagelo nem sequer é uma doença per se mas um grupo de doenças que partilham os mesmos sintomas a nível celular, é o cancro.

Já desde há muitos anos que digo isto em conversas. Nem todos são muito maus, alguns tipos de cancro têm cura relativamente simples e elevadas chances de recuperação total. Existem até pessoas que vivem com um cancro. O cancro não é necessariamente uma sentença de morte, assim como ter HIV também deixou de ser, mas continua a ser para mim a pior doença de todas e a mais injusta de todas.
A SIDA, o ébola, outras infecções e doenças, como as cardiovasculares, têm uma explicação e causas conhecidas. O cancro não. Existem comportamentos que se sabem agora que aumentam imenso as chances de se ter cancro, mas na mesma o cancro pode aparecer do nada. É uma mutação das células que de um momento para o outro "decidem" ser diferentes e depois espalha-se.
É também das doenças com piores curas. Têm pessoas que literalmente não morrem dela mas morrem da cura por ser uma coisa tão agressiva. A maioria dos cancros, não se curam. Tem de se remover o "podre". E normalmente implica cirurgia e outras terapias que nos queimam por dentro. E remove-se parte do corpo, mesmo que seja partes que pareçam não ser necessárias, retira-se.
Mas o pior de tudo é que apanhando uma vez é estatisticamente provável que ele regresse!
É a pior de todas, é horrível, é injusto, é mau!

Durante a minha vida não tive muito contacto com a doença. Felizmente na minha historia familiar não existem muitos casos, apesar de se suspeitar que a minha avô materna tinha um cancro no sistema digestivo (mas foi operada há muitos anos e os médicos gostavam de fazer segredo de muitas coisas, como alguns ainda fazem nos dias que correm) e um primo meu também teve de remover uns sinais que eram cancerígenos.
Mas agora em pouco tempo tive um contacto mais directo com a doença.
Uma amiga nossa tem um nos ossos; outra tem um pequeno tumor cancerígeno que já tinha retirado mas voltou; o filho de 5 anos um colega meu teve um tumor muito agressivo e de crescimento extremo na cara que quase matava a criança e obviamente ainda está em tratamentos e sabe-se lá por quanto mais tempo; e agora um outro colega meu de trabalho descobriu que tem cancro da próstata já em estado avançado...
E estes casos todos mais próximos e em pouco tempo, fazem-me pensar outra vez nesta calamidade.

Li ontem que o cancro já mata mais pessoas que as doenças cardiovasculares (um outro grupo de doenças) em Portugal e será uma das maiores causas de mortes por doença no mundo. E isto sem falar nos muitos casos de pessoas de idade que morrem e que por acaso até têm um tipo de cancro mas não muito agressivo e nunca foi detectado em vida!

Eu sempre pensei que o cancro teria cura (e para todos) assim que se descodifica-se o ADN humano. Uma vez que por trás dos cancros está a mutação de células, uma vez sabendo-se bem como manipular o ADN, seria só reprogramas as mesmas e pronto, cancro curado!
Pelos vistos parece que ainda não é bem assim e questiono-me sempre se o cancro será aquela doença que irá sempre acompanhar a humanidade sem nunca ter uma verdadeira cura...

quarta-feira, junho 12, 2013

Fast & Furious

Andei aqui de volta de uns títulos, todos baseados em filmes de cinema para intitular esta minha crónica.
Passou pelo "Italian Job" e pelo "Drive", ainda pensei em outras coisas, mas ficou mesmo pelo filme, aliás pela saga, que tem nova aventura estreada há pouco nas salas.

A esposa já escreveu sobre as férias aqui, aqui e aqui também, mas eu agora escrevo sobre uma componente particular desta viagem, uma que muita gente pensa quando se vai a Itália sobretudo a Roma: conduzir naquele (aparente) caos.

Bem, desde já conduzir em Itália, mesmo em Roma, apesar de ser considerado uma aventura nunca será tão caótico como certos países da Ásia nem tão imprevisível (e perigoso) como na Rússia, mas julgo que muitos de nós tem aquela ideia que lá as regras não são bem como no resto da Europa. Pelo que alguns nativos me disseram em Roma é pior, o que sendo uma grande capital não é de admirar.
Mas certamente quase todos nós ouvimos falar que não respeitam as regras, os semáforos, etc...

Bem, esta não foi a primeira vez que fui a Roma nem a primeira que andei de carro. Foi a primeira vez que conduzi mas na realidade nem andei bem por Roma. A Roma só fui uma sexta à noite já depois da meia-noite para dar uma voltinha e mesmo assim foi algo complicado pois havia congestionamento na mesma.
Não me recordo ao certo da primeira vez, em 2000, se os carros não paravam no vermelho e se os piões tinham de ter IMENSO cuidado como até vem escrito nos guias turísticos. Mas o ano passado quando fomos não me pareceu ver muitas avarias e agora então é que verifiquei que não é muito diferente de Portugal. Em tempos terá sido verdade que apenas abrandavam nos vermelhos e passavam na mesma, mas talvez devido aos muitos radares que existem nos semáforos para apanhar os que passam no vermelho, a malta até respeita mais do que aqui na Holanda. Também atravessei estradas e tive carros a parar na passadeira sem apitar nem barafustar.

Mas conduzir em Itália reserva realmente algumas surpresas.
Primeiro logo pelo mau estado das estradas, pelo menos na província de Roma. Eu achava que as estradas de Aveiro eram uma miséria mas o número de estragos, lombas, depressões, buracos e crateras por m2 nas estradas romanas é visivelmente superior. E a sinalização horizontal é também sofrível no melhor dos casos.
Como andamos a passear pela Região da Lazio, afastamos-nos de Roma mas apenas para sul (quando rumamos a Gaeta) as estradas melhoraram.
E sem dúvida alguma que os italianos têm uma visão sui-generis das regras de trânsito e da forma de conduzir. As velocidades praticadas são muito superiores à média aqui na Holanda e arriscaria a dizer também nitidamente superiores ao que agora se faz em Portugal. Apesar de que se apanha carros em vias rápidas a calcar ovos na mesma, o que causa aqueles momentos de fortes travagens e manobras evasivas rápidas para ultrapassar mas meter no espaço livre entre os 2 carros que vêm de gáspia a ultrapassar-nos já.
O uso dos piscas também parece ser extremamente facultativo, mas o melhor mesmo é ver a facilidade com que ultrapassam. Traços contínuos, existir só uma faixa, cruzamentos, carros a vir de frente, nada disso é impedimento para ultrapassar quando se vai mais depressa que o carro da frente. Mesmo que se vá pouco mais depressa. Outra manobra favorita parece ser dar o golpe nos semáforos, quando existe filas ao lado que são destinadas a mudar de direcção. Simplesmente usa-se as mesmas para passar os outros pacóvios que esperam a sua vez na fila correcta. Se entretanto houver alguém que precisa mesmo de cortar, olha azar...

Uma das coisas que é muito comum com as estradas portuguesas e nada a ver com as holandesas são as "armadilhas" que existem e que explicam algumas manobras bruscas e feitas com aparente falta de cuidado. Desde entradas em vias rápidas que acabam em plena curva sem qualquer visibilidade das vias em que vamos entrar, o que obriga a meter-se à frente de alguém; entrar numa via com múltiplas faixas pelo lado esquerdo e ter que sair logo a 50m do lado direito, o que obriga a cruzar a estrada de repente sem ter tempo para ver nada, basicamente numa de fazer a fundo e com fé que ninguém bata...
Enfim foi divertido mas eu acho que me adaptei bem porque em determinadas alturas (quando estava na via errada e tinha que cortar para o outro lado logo depois do semáforo) eu conseguia antecipar-me ao resto da malta e fazer as manobras mesmo à campeão, ou seja, à italiano. Até ultrapassei um carro em pleno cruzamento quando ele ia mudar de sentido e tendo um outro a meter-se à estrada na frente a obrigar um ziguezague entre os dois, mas tudo tranquilo que eles até bateram palmas como que a aprovar e dizer "un vero italiano alla guida!"

O grande senão mesmo foi o carro. Muito longe dos 2 da imagem (e que grande fail usar desportivos alemães em terra de italianos) e não o carro que tinha alugado. Pensava eu que andaria com estilo num muito italiano Fiat 500 mas a rent-a-car decidiu fazer um upgrade para um carro maior, só que o que carro maior era um menos estiloso Lancia Y. Mas era novinho em folha, 14 kms apenas e notava-se que a sair do aeroporto parecia que não andava nada. Mas já estava muito diferente depois dos 700 kms feitos pelo BaKano, the Italian Driver...

quinta-feira, junho 06, 2013

Ghost Town?!?!

Estou por Aveiro ainda há poucos dias, desde Domingo à noite para ser exacto, e portanto é capaz de ser uma ideia muito precoce mas das vezes que tenho andando pelas ruas desta cidade durante o dia começo a pensar se estamos a caminhar para um estado pré-apocalíptico!
Não seria de estranhar tendo em conta o que o futuro parece reservar a esta terra e estas gentes, mas tenho de o escrever para partilhar esta minha ideia e ter outros aveirenses a comentar sobre a minha percepção.

Anda muito menos gente pela rua e nas estradas do que há uns anitos atrás (quando eu andava todos os dias). E é verdade que eu não tenho andando na hora de ir trabalhar, pois estou a trabalhar de casa, mas já andei à hora do regresso a casa, já andei pela hora do almoço e já andei por diversas zonas diferentes. Em todas elas parece haver muito menos gente e carros e muito mais espaço.

O que se passa? Ainda não é altura de férias e as escolas não fecharam por completo... Estarão assim tantas pessoas desempregadas e nota-se tanto pela rua as menos pessoas que se deslocam nos seus afazeres? É pela crise e pelos preços dos combustíveis que as pessoas ficam mais em casa ou andam mais de bicicleta (que sem dúvida alguma se vê mais, aponto como exemplo a minha garagem "cheia" delas agora)?
Ou é o Encosta de Pias Reserva 2011 que me está a deixar com ideias maradas (ele realmente deixa-me um travo diferente na boca, mas não está estragado!)?

segunda-feira, junho 03, 2013

Mania de ser diferente

Estava eu sentado na sanita, a enviar o primeiro fax de Junho, olhando para o papel higiénico e outras coisas no WC quando me apercebo que gosto mais da minha casa na Holanda do que da de Portugal. Aliás, a casa que tenho (alugada) lá é melhor que esta daqui.
E daí apercebi-me que sou o oposto de muitos emigrantes que conheço. Sobretudo os mais velhos e esses conheço muitos pois são duma família de emigrantes. Muita gente tem uma casa mais simples e baratuxa no país de trabalho e uma casa muito boa em Portugal. Eu é ao contrário.

Desse pensamento surgiu logo uma ideia: eu tenho uma mania de ser diferente.
Não necessariamente o ter que ser diferente dos outros, mas é verdade que gosto de agir diferente do que se costuma dizer e muitas vezes escolho determinada opção por ela ser diferente (não necessariamente melhor).

No caso do emigrante, sou eu que tenho casa melhor lá do que cá (estou em Portugal agora). Não quis ir para a universidade porque estava convencido que tinha de provar que esta opção diferente do costume resultava tão bem ou melhor. Quando comprei uma máquina nova há uns anitos, escolhi uma Micro 4/3 precisamente porque era uma cena diferente (e agora estou um pouco "triste" porque já se vêm bastantes por aí). Numa Europa onde "toda a gente" compra carros a diesel comprei um a gasolina. Por falar em carro, o carro novo foi comprado em Portugal na vez de ser no estrangeiro como fazem muitos emigrantes. Numa Holanda, sobretudo em Amesterdão, onde muita gente compra e passa a andar de bicicleta, eu não comprei nenhuma e vou de carro para todo o lado!

É um pouco isto, tenho a mania que tenho de fazer as coisas de maneira diferente. Não são todas mas se pensar bem acabo por ver que essa mania influencia mais do que pensava. A comprovar isso está o facto que muitas vezes começo a deixar de gostar duma coisa, ou perco interesse nela, quando me apercebo que toda a gente agora também gosta ou está interessada.
Enfim, manias de BaKano...