Vejam bem esta foto:
Isto é desta manhã e esta é a minha aldeia, onde cresci e onde está a casa dos meus pais e avós (essa até se vê nesta foto).
Vi esta foto no Facebook e com comentários a falar de "pandemónio" e "várias explosões". Sabia logo a proveniência da coluna de fumo, um armazém de automóveis e peças e sucata, logo sítio com muito material combustível para as chamas e fácil de explicar as explosões.
Tendo sido por volta das 9:30, hora local, estando rodeado por mata e outros pavilhões e tendo casas não muito longe a coisa poderia ficar feia. E por isso mesmo ao consultar as Ocorrências no site da ANPC, deparo-me com o valor dos meios: 53 bombeiros e 17 viaturas, tendo sido reforçados uns minutos depois.
Não era claramente uma coisa menor.
Admito que foi uma das vezes em que mais senti o peso da distância. Estar a mais de 2000kms e ficar a saber desta situação quase instantaneamente deixou-me muito apreensivo. E fiquei preocupado com as gentes que lá moram pois conheço vários, inclusivamente sou amigo de um filho da família proprietária do armazém.
Não consegui pensar em mais nada e tive de ligar aos meus avós apenas para saber ao certo o que estava a acontecer e confirmar que eles estariam bem. Estavam sim, mas assustados pois ouviam constantemente as explosões. E sim havia muita confusão, muitos bombeiros e viaturas subindo e descendo a estrada estreita que rasga a aldeia.
Mais uns contactos com outros familiares, e curiosamente apercebi que era dos primeiros a estar a par da notícia. Havia pessoas da terra que estando no emprego não sabiam ainda do que se estava a passar! Um outro sinal dos tempos...
Dizem que a saudade quando se está longe é muito maior. E já o futebol, sendo um fenómeno social, mostra que as pessoas ganham um patriotismo inédito por estarem mais longe.
Eu hoje descobri que os sentimentos mudam mesmo, e estando a assistir remotamente a uma possível desgraça na minha aldeia, senti medo, apreensão e tristeza como poucas vezes senti na minha vida.
Longe da vista, longe do coração? Errado: Longe da vista mas perto do coração!
Foto de Fábio Martins |
Isto é desta manhã e esta é a minha aldeia, onde cresci e onde está a casa dos meus pais e avós (essa até se vê nesta foto).
Vi esta foto no Facebook e com comentários a falar de "pandemónio" e "várias explosões". Sabia logo a proveniência da coluna de fumo, um armazém de automóveis e peças e sucata, logo sítio com muito material combustível para as chamas e fácil de explicar as explosões.
Tendo sido por volta das 9:30, hora local, estando rodeado por mata e outros pavilhões e tendo casas não muito longe a coisa poderia ficar feia. E por isso mesmo ao consultar as Ocorrências no site da ANPC, deparo-me com o valor dos meios: 53 bombeiros e 17 viaturas, tendo sido reforçados uns minutos depois.
Não era claramente uma coisa menor.
Admito que foi uma das vezes em que mais senti o peso da distância. Estar a mais de 2000kms e ficar a saber desta situação quase instantaneamente deixou-me muito apreensivo. E fiquei preocupado com as gentes que lá moram pois conheço vários, inclusivamente sou amigo de um filho da família proprietária do armazém.
Não consegui pensar em mais nada e tive de ligar aos meus avós apenas para saber ao certo o que estava a acontecer e confirmar que eles estariam bem. Estavam sim, mas assustados pois ouviam constantemente as explosões. E sim havia muita confusão, muitos bombeiros e viaturas subindo e descendo a estrada estreita que rasga a aldeia.
Mais uns contactos com outros familiares, e curiosamente apercebi que era dos primeiros a estar a par da notícia. Havia pessoas da terra que estando no emprego não sabiam ainda do que se estava a passar! Um outro sinal dos tempos...
Dizem que a saudade quando se está longe é muito maior. E já o futebol, sendo um fenómeno social, mostra que as pessoas ganham um patriotismo inédito por estarem mais longe.
Eu hoje descobri que os sentimentos mudam mesmo, e estando a assistir remotamente a uma possível desgraça na minha aldeia, senti medo, apreensão e tristeza como poucas vezes senti na minha vida.
Longe da vista, longe do coração? Errado: Longe da vista mas perto do coração!
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