"Quando é que fazes essa barba?"

Esta é uma pergunta que me fazem recorrentemente nos últimos tempos. Ando tal como a imagem demonstra, ou pior ainda, assim quase feito vagabundo (só me falta a roupa de maltrapilho porque o mau cheiro está quase lá). Então por causa de ostentar esta pelugem facial semi-selvagem, e em verdade não tem lá grande aspecto, as pessoas mais chegadas lá me fustigam com as perguntas sobre a barba e sempre a dizer que tenho de a cortar para ficar mais bonito.

O que as pessoas não percebem é que eu faço isto pelo meio ambiente, pela nosso planeta. Ao não fazer a barba com a regularidade do costume, não estou a usar as lâminas de plástico (derivadas de petróleo) nem tão pouco a gastar o gel ou espuma de barbear que para além de poderem conter um gás nocivo para a camada de ozono, vêm em embalagens metálicas também elas poluidoras. Também estou a poupar água que até se costuma gastar bastante a fazer a barba.

"E porque não compras uma máquina de barbear e fazes com ela?", poderão perguntar alguns. Mas a máquina também é inimiga do Planeta Terra, pois ao ser eléctrica vou consumir energia que no nosso país é sobretudo obtida a partir de centrais termoeléctricas, e caso não saibam é precisamente a produção de energia eléctrica que mais contribui para as emissões de CO2 para a atmosfera. Se ao menos a energia fosse de energias limpas ou renováveis eu ainda aceitaria, mas por enquanto isso ainda é uma pequena percentagem...
Até as barragens produzem energia limpa, mas são ameaçadores aos ecossistemas onde são implantadas podendo mesmo dar origem à extinção de determinas espécies por alteração do seu habitat natural. Já viram o que uma barragem no Rio Vouga pode causar? Se a lampreia não puder subir o rio como é que o pessoal em Sever a apanha e como se fará o Festival da Lampreia? Com cobras?

Por isso meus amigos, eu não faço a barba a favor da lampreia. Viva a lampreia!

Lembrei-me que tenho de ir fazer a barba em breve...