quinta-feira, fevereiro 22, 2018

Desabafo a meio da semana

Hoje não é o dia certo para estar a fazer este desabafo, já ultrapassamos o meio da semana e nos últimos 2 dias até tive descanso do responsável por este desabafo. Mas a oportunidade surge, e já me lembrei de vir fazer queixinhas antes, por isso cá vai.
Como existe um certo risco que o sujeito alvo desta reclamação possa cá vir ler, porque ele segue o meu Facebook, este desabafo vai ficar, tal como anterior, só por aqui, por isso sei que terá pouco mais de uma dezena de visitas e algumas delas serão repetidas.

Eu tenho um colega holandês que é uma figura especial. Tenho a certeza de já o ter mencionado aqui pelo meu blog algumas vezes, pois ele tem umas opiniões muito próprias sobre racismo e estrangeiros que faria muita gente o classificar de racista e xenófobo, mas eu fico-me só pela sugestão ou pelo termo enganador que "é um bocadinho"...
Mas o pior nem é até isso. O pior é que ele também veio para a HCL e agora somos poucos, e sobretudo somos poucos a ir almoçar por volta das 13:00. Muitos dias sou só eu e ele, o que me leva a ter que aturar as conversas dele. E se o discurso dele sobre o que está de errado na Holanda ser quase tudo culpa de estrangeiros é desagradável, nem sequer é o que mais celeuma me causa. O que realmente me incomoda cada vez mais é que o homem não parece ter memória nenhuma e está sempre a dizer a mesma coisa.
Exemplo: há umas semanas comprou um eReader qualquer e durante as 2 semanas seguintes, todos os dias ao almoço me dizia que o tinha comprado, em que site foi, quanto custou e o quão bom que era, entre outras coisas. Mas o que dizia era praticamente sempre o mesmo. Nos primeiros dias que ele repetia a conversa eu ainda dizia "eu sei, já me disseste ontem" mas como não servia de nada, depois limitei-me a ignorar.
Em assuntos mais directos de trabalho é a mesma coisa; vezes seguidas que ele vem ter comigo à minha secretária para dizer que pediu isto ou reportou aquilo e que está à espera daquilo outro.
Eu já perdi a conta às vezes que lhe disse qual é o smartphone que tenho, pois ele de cada vez que o vê parece que está a ver pela primeira vez...

Outra coisa é que o homem parece ter uma implicação pelo que os outros colocam no Facebook. Vezes várias vem-me perguntar porque é um publiquei esta ou aquela foto, ou dizer que um ex-colega faz sempre check-in nos sítios todos onde vai. E isto até aceitaria se ele fosse muito recatado no Facebook mas também ele, se bem que é por fases, também partilha montes de fotografias e também se farta de dizer onde está. Enfim...

Mas para mim o pior mesmo é que ele age como um puto, isto apesar de ser um viúvo com mais de 56 anos. Às vezes quando vem ter comigo à minha secretária e eu limito-me a apontar que estou ao telefone vai-se embora a refilar. Se eu respondo a uma pergunta parva ou comentário parvo com uma resposta relativamente parva, fica todo chateado a dizer que tinha dito uma piada e eu sou demasiado sério (se calhar com ele até sou, admito, porque o pavio é muito mais curto).
E o que aconteceu esta semana é que revela mesmo o comportamento à la puto mimado: pela 43a vez começou a dizer que tinha dito que era preciso trocar as cortinas porque as que instalaram deixavam passar muita luz. Esta semana voltou a perguntar se trocavam as cortinas e disseram-lhe que não e estava portanto ele todo chateado a dizer-me que nunca mais ia participar nas reuniões gerais porque não faziam o que ele pedia e se era para ser ignorado elas não serviam para nada!

Concluindo, a razão principal do meu desabafo é que eu começo a não saber mais como lidar com o gajo. É chato, tem um paleio de merda, repete sempre as mesmas coisas vezes sem conta e amua se for contrariado. Havia uma forma fácil, eras sem rodeios mandá-lo para o caralho, mas tendo em conta que somos uma equipa pequena todos na mesma sala ia criar um mau ambiente.
Se calhar o ideal é fazer o que tenho feito nos últimos tempos; deixo-o falar, aceno com a cabeça mas não ligo quase nada ao que ele diz e metade das vezes até estou a pensar noutra coisa qualquer.

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