Já viram em filmes aquelas personagens que por vezes aparecem na rua, com uns cartazes e a gritar que o fim está próximo e para nos prepararmos para o juízo final? E aqueles outros filmes em que o herói parece ser o único que vê o que se esta a passar e tentar abrir os olhos aos outros ou impedir que as pessoas caminhem para o seu fim?
Olhem eu tenho de dizer que me sinto um pouco assim. Sei que não sou o único, há muitos outros como eu, mas sinto-me que estou no meio de um rebanho que caminha para um precipício e grito ao vento a tentar que que parem ou mudem de rumo mas continuam. E o pior é que sinto que estou a ser levado pela torrente, mesmo sabendo o que me espera, é impossível fugir ao destino...
Estou neste momento sem quaisquer esperanças. E por isso mesmo tenho de vir aqui escrever, porque este blog faz também de meu diário e escrever o que sinto ajudará a não deixar tudo cá dentro e a ficar um pouco mais aliviado. Eu sei que é assim pois por alturas do Outono do ano passado estive muito mal, muito mesmo, o pior que alguma vez estive na vida e como não desabafava com ninguém (a falta que o Daniel me faz) nem escrevi, estive perto de me passar da marmita de vez...
Agora estamos noutro período onde sinto que o mesmo vai acontecer, apesar de não ser nada propriamente comigo. Só que afinal também é.
No que acabou por se tornar o dia Zero da nossa quarentena (o dia em que ficamos com sintomas), há quase 1 mês atrás, eu escrevi que tinha tido um pressentimento que ia perder os meus velhotes com esta pandemia. E agora tenho os meus pais em quarentena e assustados porque uma irmã do meu pai, com quem eles estiveram há relativamente pouco tempo, está internada e testou positivo para o coronavírus.
E o pior é que temos sido cuidadosos, tenho avisado as pessoas, e tentado mostrar o quão grave isto é e que não vai correr tudo bem como gostam de anunciar, e mesmo assim vou sofrer de mais perto com esta merda. Enquanto vejo outros que me mandam calar, que dizem que não dá para respeitar regras e só estão preocupados por não poderem ir para lado nenhum nas férias de Maio (daqui a 3 semanas) se calhar a nem verem a doença a passar perto... Revolta-me!
Eu sei que é fodido às vezes ouvirem-me, e que seria muito melhor ser positivo, mas eu vejo muito pouco para ser positivo. Depois dizem que estou muito nervoso ou a panicar. Pois...
No mundo demoramos mais de 3 meses a ter 1 milhão de pessoas oficialmente infectadas. Mas vamos demorar menos de 2 semanas para atingir os 2 milhões. Ainda agora li num artigo que os especialistas dizem que o pico já foi! Não sei que especialistas são esses mas não são esses os números e tendências que vejo.
O Japão é prova disso: estimei no principio da semana que aquilo ia ter o que se chama de segunda vaga, e os números não o mentem: depois de ter controlado relativamente bem o surto inicial, reabriu escolas e as pessoas saíram em catadupa para os parques para verem as cerejeiras em flor. Agora estão a ter várias centenas de casos novos por dia (ontem foram 680), quando em Fevereiro e até meados de Marco nunca tiveram mais de 70 novos casos por dia.
Mas dizem especialistas que o pico já passou... Pois claro...
A Carolina ainda me disse há bocado que fiquei nervoso das 2 vezes que fui às compras, mas ela hoje foi à loja portuguesa e ficou como eu. Como eu gostava de não ter de ir as compras mas obter suprimentos nesta altura por compras online está complicado.
Por outro lado quero sair, como todos os outros. Não porque quero ir visitar beltrano ou sicrano. Mas porque para manter a sanidade mental ao fim de quase 1 mês de quarentena e mais de 1 mês e 1 semana a estar em casa, é preciso espairecer um pouco, sobretudo os miúdos precisam de esticar as pernas. Só que com tudo o que vejo, vou ter de gramar a pastilha e continuar sem poder fazer coisas simples, por muito mais tempo.
Outra forma de como somos afectados directamente pelo comportamento dos outros.
O meu segundo podcast sobre isto intitula-se "Hope for everything, expect nothing" mas agora mudei o motto: "Hope for nothing, expect even less.".
Não quero escrever muito mais sobre Covid-19 aqui, no Facebook ou no Twitter. Nem sei se quero fazer mais podcasts do mesmo género. Sei que tenho de falar menos em casa, e focar-me no que é mesmo positivo: os putos, as novas oportunidades, fazer os impostos de 2019.
De resto é gravar mais vídeos no TikTok para rir, mais vídeos a cantar quaranoke para me rir e fazer outros rir também, e escrever parvoíces quaisquer, como o comparativo da merda (entre 2 tipos de papel higiénico diferentes)...
Pelo menos por 2~3 semanas e depois ver se vale a pena vir falar, como admitir que me enganei, ou apenas fazer novos cenários, se for caso disso.
Agora já fechei os olhos uma meia-dúzia de vezes a escrever isto. Esta na hora de ir dormir.
Não vos desejo uma Pascoa Feliz, porque para mim agora não faz sentido (questão de fé e da crise que atravessamos).
Olhem eu tenho de dizer que me sinto um pouco assim. Sei que não sou o único, há muitos outros como eu, mas sinto-me que estou no meio de um rebanho que caminha para um precipício e grito ao vento a tentar que que parem ou mudem de rumo mas continuam. E o pior é que sinto que estou a ser levado pela torrente, mesmo sabendo o que me espera, é impossível fugir ao destino...
Estou neste momento sem quaisquer esperanças. E por isso mesmo tenho de vir aqui escrever, porque este blog faz também de meu diário e escrever o que sinto ajudará a não deixar tudo cá dentro e a ficar um pouco mais aliviado. Eu sei que é assim pois por alturas do Outono do ano passado estive muito mal, muito mesmo, o pior que alguma vez estive na vida e como não desabafava com ninguém (a falta que o Daniel me faz) nem escrevi, estive perto de me passar da marmita de vez...
Agora estamos noutro período onde sinto que o mesmo vai acontecer, apesar de não ser nada propriamente comigo. Só que afinal também é.
No que acabou por se tornar o dia Zero da nossa quarentena (o dia em que ficamos com sintomas), há quase 1 mês atrás, eu escrevi que tinha tido um pressentimento que ia perder os meus velhotes com esta pandemia. E agora tenho os meus pais em quarentena e assustados porque uma irmã do meu pai, com quem eles estiveram há relativamente pouco tempo, está internada e testou positivo para o coronavírus.
E o pior é que temos sido cuidadosos, tenho avisado as pessoas, e tentado mostrar o quão grave isto é e que não vai correr tudo bem como gostam de anunciar, e mesmo assim vou sofrer de mais perto com esta merda. Enquanto vejo outros que me mandam calar, que dizem que não dá para respeitar regras e só estão preocupados por não poderem ir para lado nenhum nas férias de Maio (daqui a 3 semanas) se calhar a nem verem a doença a passar perto... Revolta-me!
Eu sei que é fodido às vezes ouvirem-me, e que seria muito melhor ser positivo, mas eu vejo muito pouco para ser positivo. Depois dizem que estou muito nervoso ou a panicar. Pois...
No mundo demoramos mais de 3 meses a ter 1 milhão de pessoas oficialmente infectadas. Mas vamos demorar menos de 2 semanas para atingir os 2 milhões. Ainda agora li num artigo que os especialistas dizem que o pico já foi! Não sei que especialistas são esses mas não são esses os números e tendências que vejo.
O Japão é prova disso: estimei no principio da semana que aquilo ia ter o que se chama de segunda vaga, e os números não o mentem: depois de ter controlado relativamente bem o surto inicial, reabriu escolas e as pessoas saíram em catadupa para os parques para verem as cerejeiras em flor. Agora estão a ter várias centenas de casos novos por dia (ontem foram 680), quando em Fevereiro e até meados de Marco nunca tiveram mais de 70 novos casos por dia.
Mas dizem especialistas que o pico já passou... Pois claro...
A Carolina ainda me disse há bocado que fiquei nervoso das 2 vezes que fui às compras, mas ela hoje foi à loja portuguesa e ficou como eu. Como eu gostava de não ter de ir as compras mas obter suprimentos nesta altura por compras online está complicado.
Por outro lado quero sair, como todos os outros. Não porque quero ir visitar beltrano ou sicrano. Mas porque para manter a sanidade mental ao fim de quase 1 mês de quarentena e mais de 1 mês e 1 semana a estar em casa, é preciso espairecer um pouco, sobretudo os miúdos precisam de esticar as pernas. Só que com tudo o que vejo, vou ter de gramar a pastilha e continuar sem poder fazer coisas simples, por muito mais tempo.
Outra forma de como somos afectados directamente pelo comportamento dos outros.
O meu segundo podcast sobre isto intitula-se "Hope for everything, expect nothing" mas agora mudei o motto: "Hope for nothing, expect even less.".
Não quero escrever muito mais sobre Covid-19 aqui, no Facebook ou no Twitter. Nem sei se quero fazer mais podcasts do mesmo género. Sei que tenho de falar menos em casa, e focar-me no que é mesmo positivo: os putos, as novas oportunidades, fazer os impostos de 2019.
De resto é gravar mais vídeos no TikTok para rir, mais vídeos a cantar quaranoke para me rir e fazer outros rir também, e escrever parvoíces quaisquer, como o comparativo da merda (entre 2 tipos de papel higiénico diferentes)...
Pelo menos por 2~3 semanas e depois ver se vale a pena vir falar, como admitir que me enganei, ou apenas fazer novos cenários, se for caso disso.
Agora já fechei os olhos uma meia-dúzia de vezes a escrever isto. Esta na hora de ir dormir.
Não vos desejo uma Pascoa Feliz, porque para mim agora não faz sentido (questão de fé e da crise que atravessamos).
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