Estamos no culminar da Semana Santa, tendo hoje (já estou a escrever depois da meia-noite mas ainda considero a noite de sexta) sido a Sexta-feira Santa, o dia em que se celebra a crucificação de Jesus Cristo.
Apesar da Páscoa, a festa maior do Cristianismo, ser sobre a morte e ressurreição de Cristo, o nome que usamos em Português provém do hebraico Pesach, que é o nome da Páscoa judaica, onde se faz a Festa da Libertação. E este mês de Abril de 2019 tem sido um mês da minha própria libertação. E agora, em vésperas da Páscoa vou também libertar-me de mais outra coisa: vou-me libertar da religião.
Atenção que eu não tenho nada contra religião no geral. Muito menos contra o Cristianismo, a minha religião, pois fui educado como católico (apostólico-romano). Eu acredito que os ensinamentos de Cristo são muito bons. Do que nos chegou aos dias de hoje, os actos dele e os seus ensinamentos são positivos e se realmente muitos de nós seguíssemos o que ele ensinou, o mundo seria um lugar melhor. Mas ao longo dos anos fui-me afastando da religião, sobretudo como instituição. Eu por exemplo identifico-me mais com os valores e regras dos ditos protestantes. E eu acredito, tenho fé em algo, numa entidade ou poder superior.
Mas não acredito mais que essa entidade ou poder superior seja o Deus de Abraão.
Ao logo dos anos fui-me tornando mais uma pessoa de ciência; e apesar de achar pessoalmente que ciência e fé (religião) não são mutuamente exclusivas, fui olhando para os ensinamentos e actos mencionados na Bíblia e encontrando outras explicações para os mesmos.
Como escrevi há pouco, eu acho os ensinamentos de Cristo fantásticos, nomeadamente porque a mensagem dele era simples, bem mais simples do que a Igreja ainda continua a fazer. Ainda se estuda os 10 Mandamentos quando ele nos deu um Mandamento Novo que deveria substituir todos os outros. Ainda se fazem mil e uma rezas quando ele ensinou uma nova que deveria ser suficiente e também substituir todas as outras (foi tudo aliás ensinado supostamente na mesma altura, pela altura do Sermão da Montanha). Mas apesar disto tudo eu já não acredito na ressurreição de Cristo, tampouco acredito que Cristo é filho de Deus ou Deus feito homem. Acredito hoje que a ressurreição de Cristo foi uma decisão política tomada no Primeiro Concílio de Niceia e necessária para tornar Cristo um ser divino e dessa forma facilitar a aceitação da mesma no Império Romano (onde anteriormente haviam vários deuses e o próprio imperador era uma figura divina, logo a figura principal da nova religião não podia ser um simples homem).
Se hoje, véspera da Páscoa, não acredito mais na Ressurreição, não posso continuar a ser religioso (seja lá o que isso quer dizer).
Continuarei Cristão mas no sentido de alguém que acredita nos seus ensinamentos, mas tenho de ser mesmo não-praticante, aliás tenho de ser mais que isso mas não posso me afirmar, pelo menos ainda como ateu. Alguém sabe se existe termo para um não-praticamente mas que acredita apenas em parte da religião? Que tem fé mas não a fé especificada pelas instituições?
E agora, em Abril de 2019, não tenho mais desejo de me casar pela Igreja (sou casado pelo civil) nem sequer de baptizar as minhas crianças. Preferia até não o fazer, para ser honesto.
Mas por outro lado ainda sinto qualquer coisa quando frequento uma Igreja com história (mas também o sinto em qualquer lugar religioso, como uma mesquita, sinagoga, templo budista ou santuário shintō) e por vezes tenho saudades de participar numa missa.
Estarei ainda confuso ou em conflito interno, se calhar...
Mas para terminar, este será o primeiro ano em que desejo Páscoa Feliz a todos mas apenas porque este é o período da Páscoa e portanto é isso que se diz, mas não o digo para desejar um bom Domingo da Ressurreição.
A grande pergunta agora é se na próxima vez que passar a Páscoa em Portugal, irei eu beijar o menino na cruz aquando da visita do Compasso?
Apesar da Páscoa, a festa maior do Cristianismo, ser sobre a morte e ressurreição de Cristo, o nome que usamos em Português provém do hebraico Pesach, que é o nome da Páscoa judaica, onde se faz a Festa da Libertação. E este mês de Abril de 2019 tem sido um mês da minha própria libertação. E agora, em vésperas da Páscoa vou também libertar-me de mais outra coisa: vou-me libertar da religião.
Atenção que eu não tenho nada contra religião no geral. Muito menos contra o Cristianismo, a minha religião, pois fui educado como católico (apostólico-romano). Eu acredito que os ensinamentos de Cristo são muito bons. Do que nos chegou aos dias de hoje, os actos dele e os seus ensinamentos são positivos e se realmente muitos de nós seguíssemos o que ele ensinou, o mundo seria um lugar melhor. Mas ao longo dos anos fui-me afastando da religião, sobretudo como instituição. Eu por exemplo identifico-me mais com os valores e regras dos ditos protestantes. E eu acredito, tenho fé em algo, numa entidade ou poder superior.
Mas não acredito mais que essa entidade ou poder superior seja o Deus de Abraão.
Ao logo dos anos fui-me tornando mais uma pessoa de ciência; e apesar de achar pessoalmente que ciência e fé (religião) não são mutuamente exclusivas, fui olhando para os ensinamentos e actos mencionados na Bíblia e encontrando outras explicações para os mesmos.
Como escrevi há pouco, eu acho os ensinamentos de Cristo fantásticos, nomeadamente porque a mensagem dele era simples, bem mais simples do que a Igreja ainda continua a fazer. Ainda se estuda os 10 Mandamentos quando ele nos deu um Mandamento Novo que deveria substituir todos os outros. Ainda se fazem mil e uma rezas quando ele ensinou uma nova que deveria ser suficiente e também substituir todas as outras (foi tudo aliás ensinado supostamente na mesma altura, pela altura do Sermão da Montanha). Mas apesar disto tudo eu já não acredito na ressurreição de Cristo, tampouco acredito que Cristo é filho de Deus ou Deus feito homem. Acredito hoje que a ressurreição de Cristo foi uma decisão política tomada no Primeiro Concílio de Niceia e necessária para tornar Cristo um ser divino e dessa forma facilitar a aceitação da mesma no Império Romano (onde anteriormente haviam vários deuses e o próprio imperador era uma figura divina, logo a figura principal da nova religião não podia ser um simples homem).
Se hoje, véspera da Páscoa, não acredito mais na Ressurreição, não posso continuar a ser religioso (seja lá o que isso quer dizer).
Continuarei Cristão mas no sentido de alguém que acredita nos seus ensinamentos, mas tenho de ser mesmo não-praticante, aliás tenho de ser mais que isso mas não posso me afirmar, pelo menos ainda como ateu. Alguém sabe se existe termo para um não-praticamente mas que acredita apenas em parte da religião? Que tem fé mas não a fé especificada pelas instituições?
E agora, em Abril de 2019, não tenho mais desejo de me casar pela Igreja (sou casado pelo civil) nem sequer de baptizar as minhas crianças. Preferia até não o fazer, para ser honesto.
Mas por outro lado ainda sinto qualquer coisa quando frequento uma Igreja com história (mas também o sinto em qualquer lugar religioso, como uma mesquita, sinagoga, templo budista ou santuário shintō) e por vezes tenho saudades de participar numa missa.
Estarei ainda confuso ou em conflito interno, se calhar...
Mas para terminar, este será o primeiro ano em que desejo Páscoa Feliz a todos mas apenas porque este é o período da Páscoa e portanto é isso que se diz, mas não o digo para desejar um bom Domingo da Ressurreição.
A grande pergunta agora é se na próxima vez que passar a Páscoa em Portugal, irei eu beijar o menino na cruz aquando da visita do Compasso?
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