segunda-feira, setembro 01, 2014

A minha primeira vez

Apesar de ser um grande fã da Formula 1 e acompanhar quase sempre com muito detalhe os acontecimentos e novidades, apenas há pouco mais de 1 semana assisti a um Grande Prémio in loco pela primeira vez.
Foi o Grande Prémio da Bélgica, num dos circuitos mais carismáticos do calendário, Spa-Francorchamps.

É a escolha ideal para quem mora na Holanda, pois é o que fica mais perto (por estrada) calha normalmente em pleno Verão e o traçado é dos melhores.

Infelizmente não consegui ficar satisfeito em pleno sobretudo devido às condições meteorológicos. A chuva é boa para tornar as provas mais imprevisíveis, e estava a contar com ela, mas a minha ignorância no tipo de terreno nas áreas Bronze (as mais baratas) naquele circuito em particular fez com que não estivesse preparado para assistir às corridas.
Em Spa-Francorchamps, os bilhetes Bronze permitem aceder a muitas zonas distintas e têm a vantagem que permitem ir passeando por quase todo o circuito, dando para ver as diferentes corridas e sessões em zonas diferentes e escolher a que mais nos agrada. Mas a chuva e depois as muitas pessoas, deixaram as zonas cheias de lama e ainda por cima as veredas têm um declive brutal, ou seja, era difícil chegar a um spot decente nas encostas e depois ainda mais aguentar-se lá. Quem já conhece ou preparou-se correctamente, ia bem preparado com calçado apropriado e quase a casa às costas. Certamente também entravam bem cedinho e montavam logo a "barraca" num sítio, e lá ficavam com as cervejas e morfes debaixo da cadeira e o impermeável à mão para se tapar quando as nuvens descarregavam.
Eu e o meu parceiro de Grande Prémio, estávamos à mercê das intempéries.

No Sábado até granizo caiu, pedras grandes como dados! Apanhou-nos na bicha para a barraca dos hambúrgueres e lá ficámos meio-abrigados na pala da barraca. Tarde nos apercebemos que debaixo das árvores estava-se melhor. E o que não falta lá são árvores, pois o circuito está no meio da mata.
No Domingo havia ainda mais gente e era mais difícil chegar aos locais com vista mais alargada sobre a pista. Tentamos nos meter num espaço livre, junto da recta Kemmel mas eu estava em constante estado de desequilibro e durante a corrida de GP2 reparei que não ia aguentar muito mais ali. Ao tentar sair patinei e mandei 2 tombos seguidos na lama, ficando todo cagado do lado direito.
Entretanto tinha visto que havia malta que conseguia ir para o lado oposto da recta, numa zona com erva mas plana (e pouca lama) só que não era uma zona de espectadores. Mas todas as outras zonas porreiras estavam cheias de gente e cheias de lama e aquela tinha pouca gente. E assim foi, metemos pelo meio da mata à descoberta da passagem para o sítio, até que lá demos com ela (seguindo outros pequenos grupos de adeptos com a mesma ideia). Víamos o ecrã gigante e os carros passavam mesmo em frente, mas por estarmos ao nível da pista, numa zona em que passam a 330km/h, pouco se conseguia ver. Ao menos estávamos a nêdio e podendo abrigar nas árvores. Durante a parada, alguns pilotos pararam mesmo à nossa frente, mas para se dirigir ao público que estava no lado oposto e dar uma entrevista a um repórter oficial. A corrida foi seguida sobretudo pelo ecrã gigante pois só dava para ver pouco mais de 1 segundo os carros a passar em frente ao nosso nariz.
Dou um pequeno cheirinho do meu ponto de vista para a corrida:


A chuva, granizo, lama e as 2 quedas tiraram-me um bocado do espírito de corridas em circuito mas na mesma foi excelente e quando voltar já irei preparado de outra maneira.
É curioso que apesar de ter sido uma corrida de F1, todo o ambiente era mais parecido a ir ver ralis, por estarmos no meio da mata, à lama e a maioria das pessoas estarem todas equipadas com farnéis, tendas, cadeiras, geleiras e até CampingGaz para aquecer o café! Malta a dormir lá pelo meio e as caminhadas pelo meio da mata sempre ao sobe e desce, não é nada de F1.
Mais uma particularidade de Spa-Francorchamps.

Fomos ver a corrida na Bélgica mas passamos a noite na Holanda e jantamos na Alemanha. É uma daquelas cenas de estarmos mais no centro da Europa ao invés de num extremo...

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