Eu erro muitas vezes. Para além de errar, como é humano, eu admito que me engano ou que tenho de mudar de opinião algumas vezes. E não tenho problemas em admitir isso mesmo, mesmo que às vezes custe um bocadinho.
Ao contrário de um comentador de ciclismo, que foi atleta profissional, que na página dele faz um comentário sobre uma prova mas aparentando confundir com outra de nome parecido devido ao que escreve e cuja reacção ao meu comentário a tentar clarificar as coisas foi apagá-lo.
Mas já estou a divagar...
Recentemente apercebi-me que tinha formado uma opinião errado sobre pedagogia, ou será psicologia, infantil. Lembro-me de já ser pai e ler um artigo partilhado no Facebook (onde mais poderia ser?) cujo título era algo do género "As mãos são para abraçar" e descrevia como se deveria lidar com os maus comportamentos das crianças. Escrito por alguém formado em psicologia basicamente dizia que primeiro pedimos, depois explicamos e finalmente abraçamos e que o castigo nada resolvia.
Ainda continuo a não acreditar em pleno nesta técnica, sendo eu grande apologista de uma certa disciplina e lembrando-me da maneira como eu e muitos de idades similares, e que nos achamos ser a melhor geração de todas, fomos criados. Isto não quer dizer que se deva repetir tudo o que os nossos pais e educadores fizeram, nada disso, mas sendo do tempo em que a maioria da criançada portava-se bem perante os pais e outros adultos, pelo menos algumas coisas pareciam funcionar.
Com isto quero dizer que com o Sebastião eu sou, tal como a Carolina também mas cada um à sua maneira, algo disciplinador, e não muito tolerante a maus comportamentos. E aqui em casa fala-se alto de vez em quando e também castiga-se quando achamos que o devemos fazer.
E infelizmente, apesar de não achar que isso traumatiza para todo o sempre as crianças como alguns artigos dão a entender, de vez em quando sai uma palmada quando nada parece funcionar.
Mas admito, a palmada assim como dar um berro ou até mesmo castigar, não são solução duradoura. Aliás nota-se que nos momentos em que esse tipo de correcção está a ser mais recorrente, têm o efeito contrário, pois a criança reage já com indiferença e até se comporta cada vez pior.
Eu tenho dito, tanto para mim próprio (para me lembrar) como para a Carolina, que na maioria das vezes quando damos um berro ou apetece dar uma palmada é mais um reflexo da nossa inabilidade de lidar com a situação do que propriamente uma forma de lidar com o miúdo. É claramente uma falha nossa.
Mas ligando agora com o tal artigo, aqui há umas semanas estava a ser muito difícil lidar com o Sebastião diariamente. Ele não escutava nada e só parecia fazer asneiras. Fazia até pior quando lhe pedíamos para parar com um comportamento parvo qualquer que estivesse a fazer.
E não era uma questão de birra para ter isto ou aquilo, era mesmo o não escutar e parecer gozar connosco, ao fazer pior quando pedíamos para parar.
Certamente não é coincidência esse comportamento coincidir com uma fase em que eu e sobretudo a Carolina estávamos mais cansados e logo com menos paciência e tolerância para um comportamento menos cooperante da parte dele. Esse maior cansaço também resultava em menos energia e vontade para brincar com ele e obviamente ele ressentia-se disso.
Seja qual for a razão a nossa casa estava a transformar-se numa casa de doidos e parecíamos não ter mão nele. Por sorte, ele fora de casa ainda se portava como sempre, apesar de cheio de energia que ele é movido a pilhas Duracell e não pára, ao menos parecia escutar e não entrar em comportamentos parvos. Mas em casa...
Ainda antes de pôr em prática qualquer mudança eu já andava a comentar com a Carolina que metê-lo no quarto de castigo ou estar sempre a corrigi e a falar cada vez mais alto só fazia pior. Mas ainda demorei uns dias até conseguir mudar o meu estado de espírito para me lembrar dos tais artigos considerados parvos e passar a abraçar na vez de castigar.
Também não tanto ao mar nem tanto à terra, mas lá consegui manter-me muito mais calmo e esperar um pouco quando ele começava a aparvalhar, tentar falar com ele e explicar, negociar mesmo e sim, abraçando de vez em quando.
Reparei que o abraço tem um efeito similar aqueles toques brutos que o Cesar Millan usa nos cães quando eles estão passados da marmita: o efeito de fazer um clique e mudar-lhes o estado de espírito, desligar o cérebro que entrou num ciclo e não consegue mais parar.
E aos poucos a coisa melhorou. Ainda levanto a voz e ameaço com castigo, que é sobretudo deixá-lo no quarto sozinho, mas mais calmo e ele acaba por cooperar melhor. Ainda mantenho a ideia que não podemos só ameaçar, temos de realmente de concretizar algumas vezes porque as crianças depressa percebem se apenas fazemos ameaças vãs, mas o conversar calmamente, tentar explicar e juntar uns abraços ajuda realmente e funciona melhor.
Portanto admito que estava enganado quando descartei a técnica do artigo por achar que era idílica mas pouco eficaz.
Na verdade não se afastou muito daquilo que sempre imaginei que seria no processo de lidar com os filhos. Sempre tínhamos falado que não devíamos berrar muito, ao ver exemplos de certas casas em que só se berrava e de nada servia. Eu pessoalmente sempre pensei que tratando os miúdos um pouco mais como iguais e conversando, levantado só a voz quando necessário, iria funcionar. E sempre pensamos que era preciso brincar muito e mostrar sempre que gostamos muitos dos nossos filhos.
Numa coisa concordo com vários artigos: nunca ninguém desenvolveu problemas por brincar muito e receber muitos abraços, beijos e carinhos dos pais.
Mas mesmo sabendo estas coisas todas, nós pais falhamos muitas vezes. Saímos do caminho que tínhamos estipulado inicialmente e depois as coisas não correm tão bem.
Nessa altura temos de dar um passo atrás, admitir o erro, tentar lembrar aquelas coisas que lemos ou nos ensinaram, sobretudo as outras opiniões que tínhamos ignorado inicialmente por serem diferentes das nossas, para encontrar um novo processo que corrija os nossos erros e não corrija apenas os miúdos.
Ao contrário de um comentador de ciclismo, que foi atleta profissional, que na página dele faz um comentário sobre uma prova mas aparentando confundir com outra de nome parecido devido ao que escreve e cuja reacção ao meu comentário a tentar clarificar as coisas foi apagá-lo.
Mas já estou a divagar...
Recentemente apercebi-me que tinha formado uma opinião errado sobre pedagogia, ou será psicologia, infantil. Lembro-me de já ser pai e ler um artigo partilhado no Facebook (onde mais poderia ser?) cujo título era algo do género "As mãos são para abraçar" e descrevia como se deveria lidar com os maus comportamentos das crianças. Escrito por alguém formado em psicologia basicamente dizia que primeiro pedimos, depois explicamos e finalmente abraçamos e que o castigo nada resolvia.
Ainda continuo a não acreditar em pleno nesta técnica, sendo eu grande apologista de uma certa disciplina e lembrando-me da maneira como eu e muitos de idades similares, e que nos achamos ser a melhor geração de todas, fomos criados. Isto não quer dizer que se deva repetir tudo o que os nossos pais e educadores fizeram, nada disso, mas sendo do tempo em que a maioria da criançada portava-se bem perante os pais e outros adultos, pelo menos algumas coisas pareciam funcionar.
Com isto quero dizer que com o Sebastião eu sou, tal como a Carolina também mas cada um à sua maneira, algo disciplinador, e não muito tolerante a maus comportamentos. E aqui em casa fala-se alto de vez em quando e também castiga-se quando achamos que o devemos fazer.
E infelizmente, apesar de não achar que isso traumatiza para todo o sempre as crianças como alguns artigos dão a entender, de vez em quando sai uma palmada quando nada parece funcionar.
Mas admito, a palmada assim como dar um berro ou até mesmo castigar, não são solução duradoura. Aliás nota-se que nos momentos em que esse tipo de correcção está a ser mais recorrente, têm o efeito contrário, pois a criança reage já com indiferença e até se comporta cada vez pior.
Eu tenho dito, tanto para mim próprio (para me lembrar) como para a Carolina, que na maioria das vezes quando damos um berro ou apetece dar uma palmada é mais um reflexo da nossa inabilidade de lidar com a situação do que propriamente uma forma de lidar com o miúdo. É claramente uma falha nossa.
Mas ligando agora com o tal artigo, aqui há umas semanas estava a ser muito difícil lidar com o Sebastião diariamente. Ele não escutava nada e só parecia fazer asneiras. Fazia até pior quando lhe pedíamos para parar com um comportamento parvo qualquer que estivesse a fazer.
E não era uma questão de birra para ter isto ou aquilo, era mesmo o não escutar e parecer gozar connosco, ao fazer pior quando pedíamos para parar.
Certamente não é coincidência esse comportamento coincidir com uma fase em que eu e sobretudo a Carolina estávamos mais cansados e logo com menos paciência e tolerância para um comportamento menos cooperante da parte dele. Esse maior cansaço também resultava em menos energia e vontade para brincar com ele e obviamente ele ressentia-se disso.
Seja qual for a razão a nossa casa estava a transformar-se numa casa de doidos e parecíamos não ter mão nele. Por sorte, ele fora de casa ainda se portava como sempre, apesar de cheio de energia que ele é movido a pilhas Duracell e não pára, ao menos parecia escutar e não entrar em comportamentos parvos. Mas em casa...
Ainda antes de pôr em prática qualquer mudança eu já andava a comentar com a Carolina que metê-lo no quarto de castigo ou estar sempre a corrigi e a falar cada vez mais alto só fazia pior. Mas ainda demorei uns dias até conseguir mudar o meu estado de espírito para me lembrar dos tais artigos considerados parvos e passar a abraçar na vez de castigar.
Também não tanto ao mar nem tanto à terra, mas lá consegui manter-me muito mais calmo e esperar um pouco quando ele começava a aparvalhar, tentar falar com ele e explicar, negociar mesmo e sim, abraçando de vez em quando.
Reparei que o abraço tem um efeito similar aqueles toques brutos que o Cesar Millan usa nos cães quando eles estão passados da marmita: o efeito de fazer um clique e mudar-lhes o estado de espírito, desligar o cérebro que entrou num ciclo e não consegue mais parar.
E aos poucos a coisa melhorou. Ainda levanto a voz e ameaço com castigo, que é sobretudo deixá-lo no quarto sozinho, mas mais calmo e ele acaba por cooperar melhor. Ainda mantenho a ideia que não podemos só ameaçar, temos de realmente de concretizar algumas vezes porque as crianças depressa percebem se apenas fazemos ameaças vãs, mas o conversar calmamente, tentar explicar e juntar uns abraços ajuda realmente e funciona melhor.
Portanto admito que estava enganado quando descartei a técnica do artigo por achar que era idílica mas pouco eficaz.
Na verdade não se afastou muito daquilo que sempre imaginei que seria no processo de lidar com os filhos. Sempre tínhamos falado que não devíamos berrar muito, ao ver exemplos de certas casas em que só se berrava e de nada servia. Eu pessoalmente sempre pensei que tratando os miúdos um pouco mais como iguais e conversando, levantado só a voz quando necessário, iria funcionar. E sempre pensamos que era preciso brincar muito e mostrar sempre que gostamos muitos dos nossos filhos.
Numa coisa concordo com vários artigos: nunca ninguém desenvolveu problemas por brincar muito e receber muitos abraços, beijos e carinhos dos pais.
Mas mesmo sabendo estas coisas todas, nós pais falhamos muitas vezes. Saímos do caminho que tínhamos estipulado inicialmente e depois as coisas não correm tão bem.
Nessa altura temos de dar um passo atrás, admitir o erro, tentar lembrar aquelas coisas que lemos ou nos ensinaram, sobretudo as outras opiniões que tínhamos ignorado inicialmente por serem diferentes das nossas, para encontrar um novo processo que corrija os nossos erros e não corrija apenas os miúdos.
Identifiquei-me muito com este teu texto!
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