terça-feira, março 14, 2017

Se não sabiam, passam a saber


A primeira metade de Março aqui no blog costuma significar que falo de Fórmula 1. Pelo menos foi assim no ano passado, em 2015, em 2014 (onde falei em Fevereiro também) e em 2013 foram 2 vezes (e outra antes em Fevereiro).
Mas este ano não vou falar muito a nível desportivo nem técnico. Vou apenas deixar uma lista de curiosidades relacionadas com a F1 mas directamente a quem participa este ano.

Este ano temos 10 equipas e 20 pilotos a correr. Não há equipas novas (até se perdeu uma) e até ver só vamos ter um novo piloto a estrear-se.
A F1 é tida como um desporto tecnológico cujo centro está no Reino Unido mas nem sequer muito distribuído pois 6 equipas estão sediadas perto do circuito de Silverstone, apenas um, a McLaren está mais longe mas não mais de 80 minutos de viagem. E a única equipa não sediada na Europa, a norte-americana Haas, tem as instalações secundárias lá perto também.
É curioso ver esta concentração quando ao olharmos para a nacionalidade das equipas, basicamente que federação nacional lhes passou a licença, apenas 2 são britânicas.
Isto explica-se por razões históricas, as outras 4 equipas começaram como britânicas e só passaram a ser doutra nacionalidade devido a compra por novos donos.

Comecemos com os campeões Mercedes, equipa alemã que participou em 1954 e 1955 e voltou como fornecedora de motores em 1994. A Mercedes está baseada em Brackley porque antes de ser Mercedes chamava-se Brawn mas só por 1 ano, porque a Brawn antes era Honda, que por sua vez tinha comprado na totalidade a BAR que surgiu na F1 porque comprou a Tyrrel que participava no campeonato desde 1970.
A Red Bull é austríaca, tal como a empresa mãe de bebidas, mas está baseada em Milton-Keynes porque a Red Bull tornou-se numa equipa de F1 ao comprar a Jaguar, que por sua vez tinha surgido da Stewart quando a Ford, fornecedora de motores e dona da Jaguar na altura decidiu que deveria ter uma equipa oficial. A Red Bull é também dona da Toro Rosso (o nome em italiano) que é uma equipa italiana (lógico!) e sediada realmente em Itália pois antes de ser a Red Bull italiana era a Minardi, desde 1985 na F1.
A Force India é indiana, como o seu nome indica alias, porque foi um homem de negócios indiano que a criou, mas não do zero. Ele comprou a Spyker (holandesa) que antes era Midland (russa) que começou por ser a Jordan (irlandesa) que se sediou em Silverstone, no mesmo local onde hoje a Force India está sediada. Esta equipa tem a distinção de nunca ter sido britânica apesar de sempre sediada no Reino Unido.
E a francesa Renault, que também tem longo historial na F1 como equipa e como fornecedor de motores, está sediada em Enstone. Esta é a terceira vez que a Renault tem uma equipa e apareceu porque readquiriu a Lotus (sem ligação à "verdadeira" Lotus do Colin Chapman), que antes era Lotus-Renault porque a Renault só detinha 25% da equipa, mas antes tinha sido apenas Renault (a segunda vez) pois o construtor comprou a Benetton em 2000, que por sua vez tinha comprado a Toleman em 1986, equipa britânica fundada em 1981.

E a Toleman, nome que se calhar poucos conhecem, foi a equipa onde um tal de Ayrton Senna se estreou. O tri-campeão brasileiro sagrou-se campeão do mundo sempre com a McLaren, uma das verdadeiras equipas independentes da F1 que apesar de britânica desde sempre, foi fundada por um neozelandês e agora pertence maioritariamente a um fundo de investimento controlado pelo governo do Bahrain.
Senna perdeu a vida num Williams, a outra equipa independente britânica que completa 40 anos de F1 em 2017. A Williams que já utilizou motores de 3 dos 4 actuais fabricantes, Mercedes, Renault e Honda. Nunca utilizou motores da Ferrari, de onde veio o piloto Felipe Massa que tem 2 "recordes" curiosos na F1: em 2008 foi campeão durante 38 segundos e em 2016-17 teve o fim de carreira mais curto, pois durou menos de 2 meses.

A Ferrari dispensa apresentações, pois é a equipa mais antiga da F1 e a única que participou em todas as épocas. Provavelmente é o nome maior de construtores desportivos, mas a Scuderia Ferrari inicialmente corria com carros da Alfa Romeo, cujo nome surge agora pintado nos carros de F1.
A Ferrari também fornece motores à Haas, a equipa norte-americana que surgiu no Nascar e estreou-se somente o ano passado. A Haas não recebe só motores da Ferrari, recebe também outras peças e sobretudo ajuda, o que faz com que muitos digam que a Haas, a equipa mais recente de todas, é uma segunda equipa da Ferrari, a equipa mais antiga de todas.
Quem também usa motores Ferrari mas versão de 2016 é a Sauber, onde se estreou Felipe Massa (que depois foi para a Ferrari). A Sauber é uma equipa suíça que completa 25 anos em 2017 e uma das poucas a não ter ligações ao Reino Unido. Apesar de ser uma equipa independente, inicialmente era para ser uma equipa (semi-)oficial da Mercedes e acabou mesmo por se estrear com financiamento da Mercedes. E de 2006 a 2010 foi a equipa oficial da BMW.
É curioso que a Suiça tenha uma equipa de F1 pois é um país onde o desporto motorizado é proibido, mas isso não impede de existirem vários suíços com sucesso nos desportos motorizados. Na Suiça também residem muitos pilotos de F1, mas isso é sobretudo por motivos fiscais.
Não deixa de ser também interessante que a Sauber foi responsável por trazer a Red Bull para a F1, que agora detêm 2 equipas, e também a Petronas, parceira e principal patrocinadora da Mercedes (que também regressou à F1 por intermédio da Sauber).

A Petronas é uma empresa da Malásia, uma monarquia que é oficialmente Muçulmana. E é o único país que tem ligação por terra com Singapura que por sua vez é o único país não-muçulmano que tem o crescente na bandeira. Singapura tem também a distinção de ter organizado em 2008 a primeira corrida nocturna de sempre da Formula 1. E este parágrafo é um bónus.

E era esta a lista de curiosidades relacionadas com a F1 que queria partilhar com vocês. Se não sabiam destas coisas, passaram a saber...

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