segunda-feira, setembro 01, 2014

Contas à holandesa

Não será só aqui, em tempos publiquei a minha carta à Galp por contas muito criativas (chamemos assim), mas parece-me que as empresas holandesas têm problemas a processar as contas finais do período de 1 ano, quando o cliente (eu) pagou mais do que o consumido.

Cobrar a mais do que se consome é uma prática comum em empresas de energia ou água, aquelas em que temos de enviar os valores do contador. Ou estimam por alto, ou então paga-se por modalidade de conta certa (o mesmo todos os meses) e depois ajusta-se no final do ano.

Aqui nos Países Baixos pago 3 fornecimentos indispensáveis: água, electricidade e aquecimento. Digo aquecimento porque não pago gás; toda a água quente vem de um sistema centralizado, que eles chamam aqui de stadswarmte e em inglês é chamado de distric heating. Pelos vistos não existe termo definido em Português, provavelmente por isto não existir em Portugal nem Brasil, mas para quem não ler o artigo da Wikipédia, o stadswarmte é um sistema de aquecimento central mas duma cidade inteira. Em casa tenho um contador de calor, que basicamente mede a diferença entre a água quente que entra e a água fria que sai (quando sai como no caso do aquecimento) e depois pago os kJ (quilojoules) de calor que consumo. Não preciso portanto de outra fonte de energia para o aquecimento (normalmente gás). A electricidade e o aquecimento são pagos à mesma fornecedora, neste caso a Nuon.
A água é paga a uma empresa municipal, a WaterNet.
No caso das 2 a modalidade de pagamento é conta certa, ou seja, pago sempre o mesmo todos os meses, e no final do período são feitas as contas e definido a mensalidade do próximo período anual.

Este ano, tanto numa como noutra paguei a mais e tenho dinheiro a receber.

A WaterNet (água) mandou-me as contas e tinha pago perto de €55 a mais. A nova factura mensal é €33 logo ainda me sobravam €22. Não devolviam em conta pois desconhecem a minha (não activei o débito directo). Até aqui tudo bem; pensei que tal como indicado no documento, que usariam do excedente de €55 para pagar a primeira factura, e ainda me sobrariam €22 para o mês seguinte o que resultaria numa factura de apenas €11.
Pelos vistos eles funcionam de maneira diferente pois recebi uma carta a dizer que não tinha pago a factura anterior e tinha de pagar os €33, que por acaso nem podia pois para além de na pratica ainda ter dinheiro a receber, não havia referência para pagamento (aqui chama-se Acceptgiro). Não havia menção aos €55 de excedente.

O caso da Nuon (electricidade e aquecimento) é algo diferente. Feitas as contas tinha pago quase €250 a mais e por isso devolveram-me o dinheiro (neste serviço está activado o débito directo). Mas curiosamente tendo pago por mês o ano passado aproximadamente €20 a mais por mês, estava eu a contar que a nova mensalidade baixasse nesse valor. Mas não, apesar de já ter pago a mais do que consumi, a Nuon achou que me devia aumentar a mensalidade em quase €5. Portanto para eles quando se cobra a mais, aumenta-se para se cobrar ainda mais! Logo arriscam-se a ter de me devolver €310 para o ano. A sorte deles é que este ano gastarei mais de certeza (por causa do miúdo) mas será que eles sabem disso? Ficaria muito admirado que seja esse o caso (foram notificados que estão mais pessoas registadas nesta habitação)...

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