terça-feira, julho 23, 2013

Parentalidade

Na semana passada começamos o curso de parentalidade. Chama assim porque é muito mais do que aulas de parto, pois fala-se de psicologia, amamentação, conforto físico, a depressão pós-parto e obviamente fala-se também do parto em si.
Dado por 2 enfermeiras, 1 fisioterapeuta e 1 psicóloga.

Como é habito estamos a fazer um providenciado pelo nosso serviço de saúde, que é gratuito e até ver parece-me ser precisamente aquilo que precisamos.
Já disseram à Carolina que devíamos ter ido fazer um, a pagar, que é muito bom e coisa e tal, mas esse é o que uns amigos experimentaram e é uma cena tipo zen com meditação e energias e o diabo a quatro. Pode haver quem ache fantástico, eu costumo achar meia (para não dizer inteira) parvoíce.

Neste modo lá vamos 2 vezes por semana para o Centro de Saúde. São 2 vezes por semana, daqui até quase ao parto. É muita aula de preparação e eu não vou poder assistir a todas e se calhar a Carolina também não.

Eu para já estou a gostar, sobretudo da forma como tem sido conduzido e a maneira prática e com senso comum com que as "formadoras" passam a informação.

Outra coisa que gosto também é que é cheio de mulheres grávidas (e poucos homens) e muitas que apresentam um belíssimo decote que serve para consolar a vista.
A mim quando me dão mamas dão-me (quase) tudo.

sábado, julho 20, 2013

Que seja agora

Canta a Ana Bacalhau numa música do ultimo álbum dos Deolinda:
Que seja agora, que seja a hora,
Se é para acontecer, pois que seja agora

Isto é uma versão mais bonita do que ontem disse em viva voz a uma outra Ana quando discutíamos a notícia fresca da hora do jantar: Falhou o acordo entre os 3 "grandes" partidos.

É curioso que há praticamente 3 anos e 3 meses outro acordo (este só a 2) necessário para salvar um Governo também falhou. Na altura também era preciso cortar e o PSD, na oposição, levava propostas de cortes que não foram aceites pelo PS, no Governo.
Este tempo todo depois, o enredo é o mesmo só os papeis estão invertidos e temos outra personagem: O PS não quer mais cortes e o PSD e o sócio continuam a querer.

E agora o que é que vai acontecer? Não sei mas espero que seja desta que rebente duma vez. Já tinha até pedido há uns largos meses que o Governo se demitisse e escrevi que era melhor que acabasse o sofrimento duma só vez (que seria brutal) do que andarem a matar-nos às mijinhas era ainda pior.
E é por isso que agora digo, que seja agora. Que isto vá tudo pro charco e assim depois se possa recomeçar a reconstruir.

Ontem havia gente que dizia que temos de acabar com a troika e deixar de pagar a divida e coisas dessas. Eu não sou a favor destas medidas radicais, continuo a acreditar que certos compromissos que foram acordados têm de ser cumpridos, mesmo que sejam renegociados.
Mas tal como a história para mim provou que o comunismo não funciona, agora sei também que a austeridade como teoria económico-financeira também não funciona. Rigor nas contas e controlo de despesas (para não haver grandes derrapagens orçamentais) é fundamental, mas a austeridade como se aplicou na Europa parece ser, parece não, é uma cura que mata.

E a isto junto outros modelos e teorias que os últimos anos provaram que não funcionam e só levam a crises cíclicas. Desde o modelo de gestão baseado no agradar exclusivo dos investidores, da submissão da economia mundial ao sector financeiro, tudo ser negociado agora em mercados especulativos, o modelo de democracia mais comum na Europa e outros países ditos do Ocidente e também o famoso Estado Social que ainda existe em muitos países sem esquecer o modelo social (sobretudo com as chamadas minorias que o são cada vez menos) adoptado também em vários países dito ricos.
Isto tudo foi discutido ontem por mim em animadas conversas durante um jantar-convívio, mas o fundamental de hoje é o futuro (próximo) de Portugal.

O Seguro lá veio todo contente explicar (e fazer campanha). Apesar do PS ter assinado o Memorando de Entendimento (onde estavam todos os objectivos de corte, apesar deles mentirem que não foi isso o acordado) ele não aceita fazer o corte final dos 4700 milhões de euros. Quer equilibrar a despesa publica sobretudo "despesa directamente relacionada com rendimentos"mas não aceita cortes de salários. Quer uma verdadeira reforma do Estado mas não aceita alterar coisas nem privatizar mais nada. Quer investir mas não quer que essa despesa conte para o défice (esta então é uma comédia, mas é típico destes gajos, ao fingir que não conta, finge-se que está tudo bem).

Portanto é assim, o Gaspar só sabia fazer austeridade bruta mas ao menos parecia ser honesto e sério. O Passos Coelho e o Portas são umas bestas e um Governo liderado por estes 2 só vai fazer ainda pior. O regresso do PS vai-nos retomar no caminho da bancarrota completa do Estado.

Venham as eleições já, rebentemos isto em pouco tempo, que os "maus" estrangeiros nos fechem a torneira de vez e isto expluda.
Uma coisa certa, os credores não querem a dívida paga (porque ganham mais com os juros) e ela nunca será paga na totalidade também por isso mesmo.
Terá de haver uma altura em que se passa uma borracha sobre o assunto e começa-se do zero. Isto era o Project Mayhem do filme Fight Club.
Não foi na altura, que seja agora...

segunda-feira, julho 15, 2013

Cerveja-Ria, uma cena diferente

Beber, e saber apreciar, cerveja é para mim muito mais do que quantidade ou rapidez em que se malha finos, minis ou  garrafas durante jantaradas, queimas ou mesmo a trabalhar nas obras. Assim como tipos de cerveja vai muito para além de branca ou preta, Sagres ou Super Bock.

Não sou nem pretendo ser a curto prazo um grande expert na matéria, apenas sou um provador que gosta de experimentar a muita diversidade e os muitos tratos que é dado à cerveja.

Tal como já existe o hábito noutras bebidas, como vinho e bebidas espirituosas, gosto de apreciar e provar coisas diferentes. E aí a cerveja leva alguma vantagem para outras bebidas alcoólicas, é que os estilos são imensos e consegue-se beber cervejas que são muito diferentes do habitual.

Como é lógico eu não estou sozinho neste gosto e junto com outros 4 amigos (alguns que só conheci devido mesmo à cerveja) decidimos criar um grupo destinado a promover a prova de cervejas, sobretudo diversificar o nosso conhecimento das mesmas.
E assim nasce a CERVEJA-RIA, pois é tudo malta aveirense. Uma espécie de confraria da cerveja.

E como o objectivo é organizar encontros regulares para o consumo do doce néctar em diversas formas, arrancamos como um evento experimental, uma coisa ainda pouco comum em Portugal, uma prova de cervejas. E já que estamos a começar o ideal é ficarmos-nos pela prata da casa, e provar uma oferta de cervejas artesanais de fabrico português. Poderíamos ter todas, mas para quem ainda não sabe, existe actualmente um boom de produtores artesanais de cerveja em Portugal e mesmo só tendo as comercialmente disponíveis, seria demasiados litros só para provar para cada pessoa. Sendo assim decidimos-nos ficar só por algumas, mas ainda uma boa variedade.

Portanto o Evento Zero da CERVEJA-RIA de cariz experimental e limitado a 50 pessoas, decorrerá no dia 20 de Julho, no novo espaço "À Portuguesa", na Rua Tenente Resende, em Aveiro e consistirá em dois momentos:
- Uma Prova de Cervejas Artesanais, entre as 16.30h e as 19.30 horas e que contará com 20 cervejas para prova (copos de 10 cl) e quatro cervejeiros presentes;
 - E um Jantar de Degustação/Harmonização by Maldita, onde se irá juntar o prazer da comida aos sabores criados pela Microcervejeira Aveirense.
Cervejas presentes na prova:
- Amphora (3 variedades)
- Maldita (3 variedades)
- Mean Sardine (1 variedade)
- Morgan & Jacob's (2 variedades)
- Rollsbeer (3 variedades)
- Sovina (5 variedades)
- Vadia (3 variedades)

Quem estiver interessado em  ir que me contacte para eu dar detalhes sobre a inscrição.

quinta-feira, julho 11, 2013

Ele fisgou a malta toda

O Cavaco finalmente agiu no meio desta crise política. Como já muitos terão escrito e comentado, parecia que ele estava em estado vegetativo e deixava tudo andar numa rebaldaria mas afinal tomou uma decisão e quer que algo aconteça.

Agora a grande questão é: foi um acto realmente presidencial ou mais uma de muitas más decisões?

Sinceramente não sei responder. É curioso que eu a falar com a esposa sobre a crise no Governo provocada pelas demissões, mas sobretudo pelo Portas e depois o circo do revogar decisões irrevogáveis, tinha mesmo dito que o ideal seria o Cavaco mandatar alguém para formar um Governo "apolítico" e exigir o apoio do Parlamento que o único possível era um entre PSD e PS e eventualmente CDS porque apoiava o Governo anterior. Afinal o cenário que me parecia mais lógico não foi muito diferente do que Cavaco pede. A diferença parece ser que ele permite a continuação dos actuais líderes dos partidos. Bem, na direcção dos partidos eles podem ficar, isso é uma decisão dos próprios e dos órgãos, mas Cavaco deveria garantir que pelo menos nem Passos nem Portas fariam parte do novo governo temporário até as tais eleições em 2014. Até no prazo que tinha comentado estávamos sintonizados, eleições assim que acabasse o tal período de resgate ou o tal memorando que foi assinado.
Cavaco não foi claro e pelos vistos as opiniões são diferentes, mas é provável que a não aceitação da reforma que Portas e Coelho arranjaram nesta salgalhada subentenda a não participação destes indivíduos no tal governo transitório.

Tal como Cavaco eu não acho que as eleições agora ou em Setembro viriam em boa altura. E não acho que isso é anti-democrático! As pessoas votam em mandatos de 4 anos e mesmo que os partidos não façam nada do que tinham prometido (que é para mim o habitual) o Governo e a Assembleia não são ilegítimos. É assim que funciona com a actual constituição. Apesar de não gostar do actual Governo ou do Parlamento, para mim considero que continuam a ser legítimos e não é porque nós achamos que são mentirosos que deve haver novas eleições. era bom que assim fosse mas não é o caso.
Mas concordo que um novo Governo tenha de aparecer porque a própria coligação desfez-se e pelos vistos quer refazer-se mas agora não existem condições para isso. Então os seus responsáveis devem sair, mas deve-se encontrar na Assembleia um entendimento para permitir um Governo até novas eleições. E seria bom um Governo "independente" para depois não se responsabilizar só um lado pelos resultados (bons ou maus) desse período.

A escolha dos 3 partidos faz todo o sentido não só pelo número de deputados que representam, mas como Cavaco disse e muito bem, foram os 3 partidos que assinaram o memorando. Portanto são os 3 partidos que se comprometeram com um acordo com os parceiros internacionais, esses 3 partidos devem apoiar um Governo nomeado sobretudo para cumprir esse mesmo acordo.

Só que sem dúvida, o interesse de Cavaco pode ser apenas outro, entalar o PS num novo Governo para eles também sejam responsabilizados e não ganhem garantidamente as próximas eleições.
O que realmente motivou o Cavaco só podemos especular.

Mas apesar de eu achar que esta solução seria a ideal, tanto que tinha falado disso mesmo à mulher na outra semana, não sei se é realmente o melhor. Eleições é sempre uma decisão correcta, mas pode ser também uma espécie de lavar as mãos. Novas eleições, o povo escolhe e pronto, seja o que Deus quiser.
Mas não é por isso, a atitude mais democrática, que iremos ter a melhor opção para o país no actual cenário em que estamos. Os mercados em si já não me preocupam, pois sabemos agora que isso importa muito mais ao sector financeiro que é um dos responsáveis da actual situação portanto que sofram, mas tudo o que pode acontecer com esta cena das eleições, e com o objectivo de atingir bons resultados pode-nos levar à política do costume.
Ao menos ao existir um Governo transitório com um mandato claro e com um largo apoio partidário mas sem pertencer aos próprios partidos, talvez se consiga ter como objectivo único o melhorar o estado do país para cumprir da melhor forma possível os compromissos e assim libertar os próximos que vão a eleições das actuais correntes. Seria 1 ano de governo em que os interesses políticos poderiam ser passados para segundo plano.
Ou estou simplesmente, tal como Cavaco, a sonhar com um cenário que nunca se realizará?

segunda-feira, julho 01, 2013

A urgência tornou-se inadiável

Bem, parece que os inícios de semana estão destinados a notícias impossíveis de não comentar.

Agora demitiu-se o homem que não foi eleito coisíssima nenhuma e às tantas só a custa desta notícias vamos ter uma semana de recuperação ecónomica.
Eu já disse e escrevi até publicamente qual a minha opinião sobre o Gaspar e até sobre o seu trabalho. A carta de demissão do próprio é bastante interessante e a ser verdade o que lá está escrito, o que não tenho razões para duvidar porque o homem não me parece ser um político de carreira, confirma-se a minha opinião sobre o homem.

É a minha convicção e até agora nunca vi nada que me convencesse do contrário, que estávamos mesmo muito mal quando este executivo assumiu o governo. Acreditando em análises que li, não havia mesmo dinheiro, não nos conseguíamos financiar externamente (nem com as taxas de juro brutais que estavam) e caminhávamos mesmo para a falência do Estado (e depois do país). O acordo com a troika já tinha sido assinado, e outros provavelmente iriam fazer o mesmo, mas havia medidas de choque que precisavam ser tomadas e como já disse e continuarei a dizer, a nível de consolidação financeira da dívida, do financiamento e até do orçamento, houve melhorias. Elas terão sido unicamente a nível financeiro e se calhar só alguns é que viram esses benefícios mas a nível nacional acho que houve melhoria.

Apesar de tudo continuou-se a falhar metas e previsões. E algumas coisas que o Gaspar foi dizendo levaram-me a crer que o homem, apesar de bem intencionado e parecer-me estar a fazer realmente aquilo que achava ser o melhor, tinha algumas limitações e não sabia para mais. Na carta fica no entanto revelado que o homem afinal não é assim tão burro e já sabia há mais de meio-ano que não tinha condições. E agora também fico convicto que algumas das coisas falharam, ou não se foi mais além, porque ele era "apenas" o ministro das finanças e muitos outros membros do executivo terão boicotado parte do se trabalho.

Não sei se ele foi um bom ministro ou mau, se foi o homem certo para o momento que vivíamos. Tal como no Governo do Sócrates, consigo ver coisas positivas durante o seu mandato. Se quiserem pesquisar por aqui deverão encontrar já outros posts com palavras similares (e uma oscilação entre parabenizar e criticar o homem, que revela a minha ambiguidade para com o seu trabalho). Não estou agora a escrever isto porque o homem saiu, deixará de ser o bode expiatório e está quase destinado que ele será mais um caso de "depois de mim virá quem de mim santo fará" (também já escrevi isto antes).
Mas vos garanto que é só contar as semanas (acredito que nem serão muitos meses) para que aí os iluminados que têm voz na praça pública comecem a enaltecer o homem...