sexta-feira, junho 14, 2013

A verdadeira calamidade

Existem doenças que parecem mais graves, de que as pessoas têm muito medo, sobretudo aquelas causadas por vírus como a SIDA o ébola ou outras desgraças que ameaçam tornar-se em epidemias e arrasar a população (vejam a quantidade de filmes que se fizeram em torno deste tema e até o tema dos zombies é relacionado com uma epidemia de um vírus qualquer). Mas para mim a doenças que é o grande flagelo nem sequer é uma doença per se mas um grupo de doenças que partilham os mesmos sintomas a nível celular, é o cancro.

Já desde há muitos anos que digo isto em conversas. Nem todos são muito maus, alguns tipos de cancro têm cura relativamente simples e elevadas chances de recuperação total. Existem até pessoas que vivem com um cancro. O cancro não é necessariamente uma sentença de morte, assim como ter HIV também deixou de ser, mas continua a ser para mim a pior doença de todas e a mais injusta de todas.
A SIDA, o ébola, outras infecções e doenças, como as cardiovasculares, têm uma explicação e causas conhecidas. O cancro não. Existem comportamentos que se sabem agora que aumentam imenso as chances de se ter cancro, mas na mesma o cancro pode aparecer do nada. É uma mutação das células que de um momento para o outro "decidem" ser diferentes e depois espalha-se.
É também das doenças com piores curas. Têm pessoas que literalmente não morrem dela mas morrem da cura por ser uma coisa tão agressiva. A maioria dos cancros, não se curam. Tem de se remover o "podre". E normalmente implica cirurgia e outras terapias que nos queimam por dentro. E remove-se parte do corpo, mesmo que seja partes que pareçam não ser necessárias, retira-se.
Mas o pior de tudo é que apanhando uma vez é estatisticamente provável que ele regresse!
É a pior de todas, é horrível, é injusto, é mau!

Durante a minha vida não tive muito contacto com a doença. Felizmente na minha historia familiar não existem muitos casos, apesar de se suspeitar que a minha avô materna tinha um cancro no sistema digestivo (mas foi operada há muitos anos e os médicos gostavam de fazer segredo de muitas coisas, como alguns ainda fazem nos dias que correm) e um primo meu também teve de remover uns sinais que eram cancerígenos.
Mas agora em pouco tempo tive um contacto mais directo com a doença.
Uma amiga nossa tem um nos ossos; outra tem um pequeno tumor cancerígeno que já tinha retirado mas voltou; o filho de 5 anos um colega meu teve um tumor muito agressivo e de crescimento extremo na cara que quase matava a criança e obviamente ainda está em tratamentos e sabe-se lá por quanto mais tempo; e agora um outro colega meu de trabalho descobriu que tem cancro da próstata já em estado avançado...
E estes casos todos mais próximos e em pouco tempo, fazem-me pensar outra vez nesta calamidade.

Li ontem que o cancro já mata mais pessoas que as doenças cardiovasculares (um outro grupo de doenças) em Portugal e será uma das maiores causas de mortes por doença no mundo. E isto sem falar nos muitos casos de pessoas de idade que morrem e que por acaso até têm um tipo de cancro mas não muito agressivo e nunca foi detectado em vida!

Eu sempre pensei que o cancro teria cura (e para todos) assim que se descodifica-se o ADN humano. Uma vez que por trás dos cancros está a mutação de células, uma vez sabendo-se bem como manipular o ADN, seria só reprogramas as mesmas e pronto, cancro curado!
Pelos vistos parece que ainda não é bem assim e questiono-me sempre se o cancro será aquela doença que irá sempre acompanhar a humanidade sem nunca ter uma verdadeira cura...

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