sexta-feira, agosto 17, 2012

BaKano o Cínico

Obviamente que existe uma razão muito forte para eu estar envolvido num projecto como A Thousand Bikes para além de ser um amante de ciclismo, gostar de observar bicicletas, viajar um pouco por essa Europa (e não só) fora, e gostar de tirar retratos mais ou menos curiosos.

Nesse projecto, como se pode chamar, estão outras pessoas que defendem imenso a bicicleta como meio de transporte, sobretudo urbano e lutam mesmo pelo seu desenvolvimento.

E eu sou a favor disso mesmo. Espero que muita gente troque os carros pelo transporte público e pela bicicleta.
Se assim for, tenho menos gajos que aturar e fico com a estrada mais livre para mim...

quinta-feira, agosto 16, 2012

Mestre Bastos explica - Violas e Violões

Não foi a primeira vez que vi, mas há poucos dias a ver uns vídeos da artista brasileira Roberta Sá deparei-me novamente com guitarristas brasileiros a tocar numa viola, ou violão como eles preferem dizer, com 7 cordas. Tal como este aqui ao lado usado por Yamandu Costa.

Para matar a curiosidade consultei o meu amigo Paulo Bastos, mestre (e maestro) da guitarra, para além de ser um verdadeiro engenheiro destas (e outras) coisas.


Aqui vos deixo a resposta dele sobre o assunto (escrita usando o Acordo Ortográfico):

Ora caso não saibas, e muita gente não sabe, o Brasil a par com a Espanha é dos países onde se toca mais e desenvolve mais guitarra com o aspeto típico da Guitarra Clássica (Vou chamar a guitarra com este aspeto físico Guitarra Universal).

Na Espanha para além da guitarra Universal ser utilizada na música erudita com grandes escolas (incluindo os maiores “astros” que fizeram da guitarra o que ela é hoje no panorama da música erudita: o Andrés Segóvia e o Narciso Yepes sem os quais a guitarra seria considerado um “instrumento de brincar” em termos da musica erudita) a Guitarra Universal paralelamente é utilizada num género mais popular e identificativo da tradição Espanhola chamado Flamenco (cujo maior mestre de sempre é Paco de Lucia).

No Brasil passa-se o mesmo para além ter uma excelente escola de grandes nomes da guitarra erudita e um dos mais conhecidos e tocados compositores de Guitarra Clássica de sempre cujos seus estudos por exemplo são uma autentica revolução e tratado da técnica guitarrística atual: Heitor Villa Lobos.

Eles têm uma música popular tradicional chamada “Choro” de onde provêm uma fonte enorme de guitarristas, as guitarras de 7 cordas provêm desta vertente da música popular brasileira. Depois há toda uma mistura de influências em guitarristas e compositores que vão do erudito ao popular com uma riqueza de ritmos harmonias técnicas inovações que é uma coisa do outro mundo (misturam o Choro, Samba, Jazz, musica Erudita, etc…) cujos seus maiores nomes são (Bandon Powel, Raphael Rabello e recentemente Yamandu Costa).

Os dois últimos utilizam a guitarra com 7 cordas também porque é uma marca que faz a diferença mostrando que é música popular brasileira (é uma boa forma de exportar o conceito). Ora a única diferença em termos práticos é que tem exatamente as mesmas cordas das guitarras universais mas foi acrescentada uma corda mais grave (afinada normalmente em do, la ou si) para permitir facilitar tocar melodias acompanhadas de linhas de baixo mais elaboradas e fazer acordes de forma mais versátil enquanto simultaneamente se fazem ritmos e melodias. Portanto permite ainda mais versatilidade relativamente à guitarra universal.

Apenas acrescento que estes guitarristas de caris mais popular (Quer Espanhóis quer Brasileiros) normalmente descuidam mais o som e o rigor do tempo e das notas perfeitas e seguem mais o instinto comparando com os Guitarrista Clássicos, no entanto por outro lado desenvolvem técnicas de tocar completamente inovadoras pois estão num meio mais propício a isso e a sua forma de estar é muito mais experimental.


Nota: Algumas ideias acima expostas reflectem a opinião do autor e não são verdades absolutas.

sábado, agosto 11, 2012

O Macho (obreiro) Português


Uma das sub-espécies do Macho Português, é o individuo que trabalha um pouco por todo o país e muitas vezes no estrangeiro, a construir (ou destruir) coisas, por outras palavras, o trabalhador das obras, vulgo o trolha!

Essa classe de macho é pródiga na arte do atirar piropos, dizer grandes verdades e é também uma fonte infindável de estórias mirabolantes e outras frases inqualificáveis.

As frases e piropos atirados (como demonstrado na imagem) é uma arte sobejamente conhecida e vulgo já de muitas imagens e artigos sobre o tema, mas para mim muito mais interessante que isso são os relatos de episódios decorridos da sua vida profissional, porque estas coisas acontecem apenas quando estão fora em trabalho, contados pelos próprios intervenientes que são mesmo do outro mundo.

Histórias de primeiras paragens logo às 6 da manhã para emborcar uns martinis com cerveja e ir já aceso para obra; visitas a casas de meninas (eu não, eles), apanhar meninos mas aproveitar na mesma uma vez que já se pagou; histórias de amor proibido em quartos de pensões quase ao estilo do Brokeback Mountain...
Tudo contado pelos próprios que não sei bem porque mas parece que têm orgulho em contar estas coisas estranhas.

Por outro lado se eles não contassem eu não as conheceria e não faria outras pessoas rir a reconta-las.

terça-feira, agosto 07, 2012

Os filhos dos outros

Pelos vistos hoje é Bring Your Kid Day aqui na IBM, que é em Português será qualquer coisa como "Dia de Trazer A Tua Criança". antes de continuar deixem-me esclarecer que o termo foi pensado por mim agora mesmo e não faço a mínima ideia se existe tal dia ou não. Mas como já vi diversos pais com crianças pequenas (todas loiras já agora) no rés-do-chão e aqui no 9° andar, deve ser algo especial mesmo.

Mas não posso deixar de comentar este fenómeno de alguém trazer a filharada para o trabalho. Nada contra e até acho que as empresas deveriam fomentar e apoiar mais isto ... MAS ... trazer a criança connosco para o trabalho deveria implicar o manter a criança connosco, ou seja, ao pé do pai/mãe.

Mas pelos vistos a malta daqui tem outras ideias. Como a criança perturba o trabalho normal, porque é pequena e quer brincar e exige atenção e faz barulho e mexe no telefone e dá gritinhos, enfim incomoda, o melhor mesmo é entrega-la aos cuidados de uma outra pessoa (normalmente uma rapariga) que pelos vistos gosta de ser babysitter e no meio de outras equipas, relativamente longe do posto de trabalho do progenitor e assim o mesmo pode trabalhar em paz.

Pois, ele pode mas os outros que se lixem que têm de se haver com as distracções e incómodos provocadas pela criança a ser criança.
Assim também eu levo os putos para o trabalho, já agora o cãozinho também. Levo mas não tenho que ser eu a tratar dele nem a aturá-lo.
Posso ser eu que sou mau-feitio e não percebo que o trabalho dessa outra pessoa é certamente muito mais importante que o meu e ele não pode ter distracções enquanto eu (e os meus colegas de equipa) obviamente deveria ser capaz de trabalhar a 100% com qualquer tipo de distracção (tal como deveria ser capaz de trabalhar a 100% se estiver tudo a arder ou a explodir em redor).

Filhos dos outros no trabalho? Não obrigado!

domingo, agosto 05, 2012

Players gonna play

Durante a nossa estadia em Roma estivemos num jantar de aniversário onde durante a maioria do tempo eu era o único gajo. Só conhecia uma outra pessoa para além da digníssima esposa, a anfitriã da festa, e o resto era tudo amigas e colegas dela.

Enquanto a mulher se ia entretendo a falar com as raparigas do lado esquerdo, nomeadamente uma moça espanhola, eu estava entretido a falar com as 2 moças que chegaram mais tarde e se sentaram à minha direita.
Durante a conversa estava eu a falar da nossa gata e a dizer que era claramente uma gaja, pois vinha provocar mas ficava à espera que eu é que fosse ter com ela. Isso valeu uma resposta duma das raparigas de que eu percebia como as coisas funcionavam (entre gajas e gajos). A conversa começou a ir nesse sentido e a rapariga diz que eu deveria ensinar os outros homens porque eles não percebiam nada.

OK, vamos fazer uma pausa e dissertar este comentário. Para as outras pessoas isto seria apenas uma piada de momento. Para mim podia (e pode) ser um elogio. Não vale a pena perguntar o que acham porque sei qual será a grande maioria das respostas, mas a verdade é que não foi a primeira pessoa a dizer-me algo neste sentido.
Eu pessoalmente nunca me considerei um grande "jogador" nesta coisa do engate (player como dizem os anglófonos) sendo uma das razões o não ser um gajo fisicamente atraente nem particularmente bonito (acho eu). Mas a verdade é que antes de conhecer a Carolina e quando andava triste e deprimido de sacar poucas gajas (que outra coisa ambiciona na vida um jovem independente?) costumava sair com colegas que eu considerava mais bem sucedidos e tinham várias amigas. E o curioso é que sem eu me aperceber completamente, apresentavam-me moças para tentar fazer um parzinho. Só ao fim de algum tempo diz-me um colega que eu tinha um paleio impressionante e que deixava todas as raparigas que eles apresentavam interessadas em mim, só que depois, como não era um player, deixava as coisas em banho-maria e elas a concluir que eu não estava interessado.

Não posso também deixar de referir o facto que sempre tive uma boa relação com raparigas conseguindo dizer coisas a elas que pouca gente tem coragem e saindo bem de cena. Durante o meu trabalho em Portugal deixei muita gente estupefacta com coisas que dizia a colegas de trabalho. Não é para toda a gente dizer a uma colega "Tu és mesmo boa!" e ela agradecer genuinamente, enquanto que ela refila com outro colega que lhe está a micar as pernas; mandar bocas de teor sexual às secretárias e elas rirem-se, enquanto elas quase que fazem queixa oficial de assédio com outros que vêm com bocas do mesmo teor (às vezes menos graves) das minhas.
Não posso ignorar também que uma das razões desse meu sucesso em conversa e relação com mulheres dever-se-á a eu projectar um aspecto de simpático e inofensivo (foi o que me disseram diversas pessoas) e devido a isso ou ao próprio tom e forma como digo as coisas, os meus comentários são considerados como cómicos ou sem grande malícia.

Voltando à noite de sábado em Roma, durante a conversa com as moças, elas lá estavam a dizer que eu afinal sabia como se jogava o jogo, que me levou a comentar que os italianos também era players. Só que elas disseram que os italianos exageravam e era demasiado convencidos, acrescentando que não conheciam os portugueses mas se fossem como eu então seriam bem melhores jogadores do jogo do engate...

Serei eu então um verdadeiro player? Eu admito que gosto de falar com raparigas, aliás eu gosto de falar com praticamente toda a gente, e as raparigas não são excepção. É provável que quando estamos a falar de raparigas interessantes, eu possa parecer mais interessado do que devia para um homem comprometido de coração apesar de na realidade não estar a fazer qualquer tentativa de engatar a moça. E será aqui que talvez esteja o "truque".
A partir do momento em que comecei a relação com a Carolina, nunca mais me precisei de preocupar em engatar raparigas. Nem nunca mais tive a pressão de tentar engatar uma rapariga por estar sozinho ou assim. Isso liberta um gajo da necessidade de tentar ganhar o jogo, ou melhor ainda, de não o perder. Portanto eu chego a qualquer rapariga e digo o que bem me apetece (vá, não é bem assim que às vezes o que apetece dizer é mesmo desagradável e/ou demasiado porco se bem que os meus limites são muito amplos nesse aspecto).
E pelos vistos as mulheres acabam por responder melhor a este "não-jogo" e por ventura (e aqui posso dizer que sei que é verdade nalguns casos) ficam até mais interessadas.

Este é o conselho que vos deixo a vós rapazes e homens solteiros que procuram companheira para uma noite, uma semana, um mês ou uma vida inteira: Se querem ser o ultimate player, não sejam um player. Limitem-se a ser vocês mesmos e sem qualquer artimanha para jogar o jogo. O segredo está no entanto, em não deixar escapar as (poucas) deixas que elas atiram e, como dizem os anglófonos, seize the moment!


É um método 100% infalível e comprovado no terreno (mesmo que a amostra limite-se à actual esposa)!

quinta-feira, agosto 02, 2012

Pontes é que é!

A Câmara Municipal de Aveiro tem um plano. Parece que não mas eu descobri que tem mesmo. Um plano para o futuro da cidade, quiçá mesmo do país e do mundo. E esse plano inclui pontes, muitas, e rasgar novos caminhos.

O nome do plano poderia ser "Pontes e Novos Caminhos para o Futuro" mas por alguma razão o nome de código disto é, ao estilo militar, Operação Arruinar.

Sinceramente não sei ao certo a ideia. Uma vez que as pontes projectadas são pedonais (ponte sobre o canal central junto ao Rossio, e ponte entre o jardim da Baixa de Santo António e o parque Infante D. Pedro) consigo ver o pensamento inovador do executivo, o futuro do mundo é sem carros.
Mas por outro lado decidem cortar ao meio o jardim do Alboi para abrir novas passagens para os carros (quer dizer evitar que os carros façam mais uns metros para contornar o mesmo).
Outro possível objectivo do executivo é de alguma forma meter Aveiro nos recordes do Guiness por ser a cidade com mais pontes pedonais por quilómetro quadrado.
Ou então querem compensar os habitantes pela perda de pontes nos feriados com pontes a sério que eles podem atravessar e relembrar os velhos tempos em que gozavam de descanso nos dias de ponte.
Fico na dúvida...

Dúvidas não tenho em relação ao nome de código da operação. É mesmo bem escolhido porque arruinar é precisamente o que estes projectos fazem. Arruínam as já arruinadas contas do município, arruínam o ambiente urbano pois o pequeno Jardim do Alboi vai-se e o Rossio nunca mais será o mesmo (para não dizer que deve ainda continuar a estar inacessível devido aos preparativos para a obra) e arruínam 14 postos de trabalho e um dos míticos spots de Aveiro, o Drinks que pelos vistos tem de fechar para esta nova ponte pedonal que só tomei conhecimento nos últimos dias.

Admito que aguardo com alguma expectativa qual o próximo local escolhido para arruinar com uma ponte pedonal qualquer que na realidade ninguém precisa.

quarta-feira, agosto 01, 2012

Nerdy e Holandês

Para quem me segue no Facebook certamente se apercebeu que estava bastante entusiasmado por poder ver hoje pela primeira vez um avião. Era precisamente este avião que está aqui ao lado, não um parecido mas exactamente este, pois esta foto foi tirada hoje 30 quilómetros mais a Norte de onde eu estava, quando este A380 da Emirates, que a partir de hoje faz o voo EK147 vindo do Dubai, se encaminhava para o aeroporto de Schiphol aqui em Amesterdão.

Não o vi a aterrar pois ele aterrou nas pistas a Noroeste e que eu não consigo ver do meu local de trabalho. Mas por outro lado ele iria levantar por uma das pistas a Sul, portanto a descolagem era garantida.
Mas já depois de ter deixado alguns colegas interessados na coisa durante a manhã, depois de almoço puxei de todos os meus galões, e sabendo em que Gate o avião estava (essa informação está online para qualquer voo no site do aeroporto) consigo identifica-lo a olho nu mesmo ele estando a sensivelmente 6 quilómetros de distância em linha recta pela cauda pois o resto estava escondido pelas árvores. Esse "avistamento" foi logo de seguida confirmado através dos binóculos de um colega holandês, a cauda era mesmo da Emirates e só podia ser o A380 pois não havia mais nenhum aparelho da Emirates naquela zona.
Agora já percebem o porquê do nerdy...

E outro factor de satisfação é ter posto uma dúzia de engenheiros a olhar pela janela e partilhando os binóculos para ver o maior avião de passageiros da actualidade descolar pela primeira vez num voo comercial de Schiphol.
Mas para mim foi a primeira vez que o vi sem ser na TV ou em fotos.

Esse meu comportamento de hoje, ao estilo de planespotter experimentado levou a que para além de nerdy (termo usado por um colega norte-americano em conversa com uma irlandesa sobre o facto de eu saber tantos pormenores sobre o avião e este voo em particular) levou a que outra colega luso-holandesa (através do Facebook) dissesse que eu estou a ficar um verdadeiro holandês!

Na realidade hoje apenas ficou revelado para muita gente 3 coisas:
  1 - Sou um interessado pela aviação (call me nerdy);
  2 - Não me canso de olhar para os aviões mesmo que veja dezenas (ou centenas) todos os dias (call me nerdy);
  3 - Quando me interesso por algo bebo muita informação e fico quase obcecado pelo tema até ele se esgotar (call me nerdy).

A minha completa transformação no verdadeiro nerd será no dia (e não vai demorar muito) em que planearei passar pela N520 ou pela N232 no exacto momento em que o avião se faça a uma das pistas (a Zwanenburgbaan ou a Polderbaan) para ver o gigante dos céus a passar mesmo por cima da cabeça...

Facebook is dead

Este título ainda não é verdadeiro, e eu sei que não sou o primeiro a dizê-lo, mas tenho de meter isto publico na Internet antes que aconteça mesmo e assim, poder invocar os meus poderes de adivinhação e afirmar-me como mais um desses pseudo-analistas-experts que fazem futurologia e (eventualmente) acertam um dia.

A verdade é que nos dias de hoje parece quase impossível que o Facebook possa morrer ou desaparecer. É verdade que o mesmo já aconteceu com outras redes sociais que foram usadas por muita gente e agora estão entregues a uns poucos excomungados da sociedade.
Não posso fazer uma simples comparação do Facebook com MySpace, Hi5, Orkut e outros que tais. O Facebook chegou e espalhou-se duma forma nunca vista. O Facebook está para as redes sociais como o Google está para os motores de pesquisa. Toda a gente tem, logo toda a gente tem de ter.

Mas a verdade é que tal como toda a gente saltou de outras redes para o Facebook porque tinha de ser, também as pessoas inevitavelmente saltarão fora do Facebook para a the next best thing ... assim que ela aparecer aliás.

Mas porque é que as pessoas saltarão fora do Facebook? Acima de tudo porque o Facebook não é e nunca foi a melhor plataforma de rede social. Nós agora estamos habituados ao Mural e até mesmo à Cronologia, mas outras redes que usava antes tinham muito mais lógica, eram mais intuitivas e fáceis de usar. O Facebook simplesmente dominou devido aos movimentos de massas. Eu seguia os meus amigos no Hi5 e por outras formas (e-mail, blog, Twitter, fóruns, MSN (agora Windows Live) Messenger). Mas tudo isso tornou-se obsoleto porque toda a gente partilha as coisas pelo Facebook. A partir do momento que a maioria dos meus amigos e conhecidos mudaram-se eu tive de mudar também senão ficava a falar para as paredes (e para isso já basta aqui o blog).
Agora não consigo passar sem o Facebook (claro que consigo, mas entendem o que quero dizer pois até este post vai ser visto pela maioria das pessoas através do Facebook).

Mas este texto todo e ainda não respondi à pergunta: porque é que as pessoas saltarão fora do Facebook? Porque agora tem começado os problemas. Desde comentários que recebemos por e-mail (para quem tem as notificações) mas que não vês no mural, passando pelas mudanças dos teus e-mails para um deles sem dizer a ninguém, o adoptar novas políticas de privacidade e muda-las por defeito para as pessoas que muitas vezes demoram meses a perceber o que está errado até falhas de serviço. Também não ajuda nada a aplicação móvel (Android, iPhone) ser talvez a pior de todas que existe!

E o pior de tudo é que aquilo que dá dinheiro à empresa, as paginas empresariais, parece ser do que sofre mais problemas.
Só uma coisa salva o Facebook neste momento, o facto de não existir nenhuma alternativa decente. O Google+ é (ainda) uma anedota de rede social, mais confuso do que o Facebook era no início. Mas conforme as pessoas vão ficando descontentes com o Facebook mais depressa começam a usar uma alternativa e basta que 30% das pessoas mudem de vez para a outra rede, que num instante a comunidade nessa outra rede passa para 40% e depois para 60% e é então aí que o Facebook morre mesmo (e pode encerrar de vez devido à quebra brutal de valor e possíveis problemas de liquidez).

Se calhar o fim do mundo previsto pelos Maias é o fim do Facebook. E isso para muita gente é como se fosse o fim do mundo.

segunda-feira, julho 30, 2012

Água Lá, Água Cá

Uma das coisas de Roma que mais trago na memória é a quantidade de água que existe pela cidade. Não é por ter montes de fontes, é mesmo pelo número elevado de bicas de água potável que se encontram espalhadas por toda a cidade, permitindo aos locais e aos sedentos turistas de se irem refrescando e matar a sede. E curiosamente a água sai das bicas muito fresca. Apesar de termos comprado uma garrafa de 1,5L logo ao sair do metro a primeira vez, acabamos por usar sempre a mesma garrafa, atestando-a ao longo do dia, ou mesmo à noite no Hotel.
Ainda por cima a água pública em Roma praticamente não tem sabor, ou seja é boa e de graça! Gastar dinheiro a comprar água em Roma é completamente desnecessário.

E se em Roma tínhamos água com fartura para nos refrescar, chegados a Amesterdão encontramos o mesmo cenário. Uma frescura fantástica no ar e águinha para nos refrescar o corpo sob a forma de chuva (com direito a flash e tudo a fazer lembrar os restantes turistas a tirar fotos nas igrejas e outros sítios que tais).

E aqui terminam as "semelhanças" entre 2 capitais europeias ambas com coisas óptimas e coisas menos boas.

domingo, julho 29, 2012

Pois, já começaram

Eu sei que os Jogos Olímpicos de Verão de 2012 já começaram, já houve medalhados e portugueses em provas. Até ontem comentaram que gostaram muito de ver os nossos atletas com as boinas verdes.
Mas eu não vi nada, mesmo nada a não ser umas fotos rápidas e umas notícias de destaque.

Isto porque ando muito ocupado a laurear a pevide pela Cidade Eterna, que para quem não sabe, é Roma, a capital italiana. Regressei a esta cidade 12 anos após a primeira visita, desta vez acompanhado pela Exma. Esposa BaKana e munidos de um plano temos passeado bastante e depois não sobra tempo para me actualizar das novidades olímpicas ... e outros desportos.

É que este também é um fim-de-semana de Formula 1 e eu até acho que depois da qualificação existem fortes hipóteses de termos um novo vencedor na temporada, e digo mesmo, estreante a vencer na disciplina.

Mas outros valores se levantam e posso sempre ficar a par dos acontecimentos durante a próxima semana...

quarta-feira, julho 25, 2012

De vez em quando...

... mas só de vez em quando, a MTV mostra coisas interessantes.

Esta manhã enquanto tomava o pequeno-almoço só tive tempo para 2 músicas, mas ambas eram desconhecidas para mim e posso dizer que gostei.



Curiosamente consigo gostar desta música que fiquei a saber agora ser até do Festival da Eurovisão. Tendo em conta ser um estilo mais dançável será que os meus gostos musicais estão a mudar assim tanto?

A outra música que vi valeu mais pela ideia do vídeoclip:
 

O Tour de France foi Inglês

23 dias depois, 3496,9 quilómetros percorridos em 87 horas 34 minutos e 47 segundos (para o vencedor), acabou a prova maior do ciclismo de estrada e pela primeira vez em mais de 100 anos (e 99 edições) foi ganha por um Inglês. E que corria por uma equipa britânica.

Se mais dúvidas houvessem que o Tour este ano é mesmo inglês, o segundo classificado da geral também o é e foram os britânicos (como nação) que mais etapas ganharam, 7. Isto apesar de terem apenas 5 ciclistas a correr (só faltou um deles ganhar uma etapa para terem feito o pleno).

Aqui fica o meu comentário sobre os vencedores e uma atribuição de prémios ao estilo Bakanoide.

Sobre os vencedores não há muito a dizer. Foi um dos anos onde todos os que ganharam uma camisola, ganharam-na bem.
O Bradley Wiggins não era, nem será, o ciclista mais forte do panorama actual, mas aproveitou este percurso mais focado para contra-relogistas. Fica quase a ideia que os organizadores pensaram na Sky e no Wiggins (o designado pela equipa para a vitória) ao fazerem esta prova. Quase como o guião de um filme, onde é finalmente concretizado o projecto e trabalho de 3 anos de intensa preparação. O Wiggins teve o suporte duma equipa que dominou os acontecimentos importantes e teve como braço direito o ciclista mais forte na montanha, que respeitou os desígnios da equipa. Ficará a dúvida se o Chris Froome, livre das ordens de equipa, conseguiria ganhar mais tempo na montanha que aquele que perdeu nos contra-relógios, mas o Wiggins foi o melhor no geral.

O que dizer do Peter Sagan que venceu e convenceu a camisola verde no seu ano de estreia? Pouco há a dizer a não que este gajo é uma maquina. Ganhou 3 etapas e ainda o vimos a chegar em 2º depois de andar fugido numa etapa de montanha com 2 passagens de 1ª Categoria e só a não conseguir responder a um ataque já depois de passada a montanha.
Eu sinceramente pensei que ele ganharia nos Campos Elísios mas não escolheu a melhor roda para seguir e já não teve tempo de apanhar o Cavendish (mas estava a apanha-lo).

A camisola da montanha foi aquela que teve um vencedor menos folgado, mas nem por isso menos merecido. Thomas Voeckler, um, ou mesmo o único, dos actuais heróis franceses do ciclismo, finalmente subiu ao pódio. Desta vez com a camisola da montanha, em principio destinada ao melhor trepador. Ele não é o melhor, mas não se pode dizer que não mereceu, quando ele venceu 2 etapas de montanha e passou em primeiro lugar num terço das subidas principais deste ano (tendo também sido o primeiro a passar em primeiro em 7 subidas consecutivas).

Tejay van Garderen, americano de origem holandesa, venceu a camisola da juventude e venceu bem. Estando na mesma equipa do campeão em título, acabou por ser melhor que este e para além de ter sido de longe o melhor jovem, juntou a isso um excelente 5º lugar na geral.

E então deixo agora a minha lista dos Prémios BaKanos do Tour 2012:

Prémio Melhor Veterano: Jens Voigt sem dúvida. 40 anos e foi figura assídua na frente da corrida, muitas vezes fugido.

Prémio "Detesto a Sky": Apesar de muita gente do pelotão provavelmente amaldiçoar a Sky, é Luis Leon-Sanchez que leva o prémio pois por 3 vezes (ou mais) viu os ciclistas da Sky passarem-no quando tentava ganhar etapas (até no contra-relógio).

Prémio "Não Preciso de Comboio": Mark Cavendish que não tendo o comboio para o levar à meta aprendeu a ganhar fulminando os adversários uns valentes metros antes e acabando bem destacado.

Prémio Melhor Vilão: Sean Yates (director desportivo da Sky) por obrigar o Froome a esperar pelo Wiggins; Christian Prudhomme por ter delineado um percurso tão chatinho; Pierre Rolland por supostamente ter atacado depois das ordens para esperar pelo Cadel Evans (e outros ciclistas) afectados pelo ataque das tachas na etapa 14; os hooligans do futebol (nas palavras do Wiggins) que atiraram as tachas nessa mesma etapa.
Qualquer um destes eram grandes candidatos ao prémio, mas eu dou-o ao Johan Bruyneel, director de uma equipa que tem mais um ciclista de renome apanhado nas teias do doping.

Prémio Melhor Sprint: O do Mark Cavendish na etapa 18 é qualquer coisa de extraordinário.

Prémio Melhor Fugitivo: Tivemos muitos e a organização atribui o prémio de combatividade ao Chris Anker Sørensen mas para mim e daquilo que vi (que não foi tudo) o que mais tentou uma vitória isolado foi o (repetente nos prémios) Luis Leon Sanchez.

Prémio Melhor Trepador: Voeckler subiu este ano como nunca tinha subido na vida dele, mas acho que o Chris Froome era de longe o melhor trepador e só não ganhou outra etapa que terminava num alto porque teve de levar o Wiggins até à meta.

Prémio Melhor Guarda-Costas: Este vai para 2 australianos, Michael Rogers e Richie Porte que tomaram sempre bem conta dos 2 líderes de equipa, impondo ritmos complicados em quase todas as subidas que interessavam.

Prémio Momento Uau: Ultima subida da etapa 11, a 5 quilómetros do final quando o Chris Froome contra-ataca no grupo dos favoritos e o Bradley Wiggins fica para trás. Por momentos parecia que se assistia a um volte-face no guião do filme, mas o "realizador" tratou de meter as coisas em ordem pouco depois.

Prémio Melhor Tuga: Eram apenas dois e a escolha torna-se muito fácil. Rui Costa que apesar de não ter terminado no top-10, nem ter vencido nenhuma etapa, foi o melhor da sua equipa na geral e foi instrumental na única vitória obtida pela Movistar nesta edição.

Prémio "Sou o Maior da Minha Aldeia": Bradley Wiggins venceu e foi o melhor, mas Peter Sagan foi mesmo o maior da aldeia, seja por ganhar ao sprint aos melhores da actualidade, seja por sacar cavalinhos em subidas, seja por fazer 2º numa etapa de montanha, seja pelas celebrações na linha de meta quando ganhou, seja por chamar à bicicleta "Tourminator", seja por dar autógrafos em mamas de moças bem avantajadas. Este Peter Sagan é caso sério de sucesso a todos os níveis.

quinta-feira, julho 19, 2012

Duck Power

Os patos terão certamente muitas coisas curiosas a seu respeito. Terão também muitos comportamentos que a ciência ainda não consiga explicar completamente. E uma pessoa fica realmente a pensar sobre o que poderá pensar um pato que ao ver um veículo a dirigir-se para si a mais de 70 km/h decide parar e abrir as asas como que ameaçando aquela coisa que se intromete no seu caminho. Estaria ele a pensar que assustaria o bicho e o faria parar? Parece estúpido não?
A verdade é que não se pode criticar o pato, pois o carro parou mesmo, apesar de ser necessário um desvio de trajectória para evitar que o pato e a sua família virassem foie plat!
E consegui parar a tempo ao mesmo tempo que evitava que a mochila do computador se esborrachasse contra o tablier...

Foi uma forma positiva de acabar mais este dia de Inverno, que afinal até esta a ser bastante ameno com temperaturas quase sempre acima dos 10°C e com alguns dias de sol ao final da tarde. Mas pronto, como seria de esperar e um Inverno muita agua na forma de chuva e inundações que até já levaram portugueses (uma rapariga pelo menos) a ter que sair de casa e nós a ir buscar algumas coisas para guardar aqui no nosso amplo apartamento (e arrumos na cave).
De qualquer forma se calhar é melhor sair de casa por causa da chuva, do que ter de sair de casa por causa do fogo, como está a acontecer em Portugal. O forno meteorológico que assolava o país parece se ter materializado em forno real com cenários infernais nalgumas partes do país.
Acho que estas coisas são provas das mudanças climáticas cada vez mais drásticas, provocadas pelo impacto do homem na natureza e clima (também designado simplesmente por Aquecimento Global). Enquanto nuns países chove desalmadamente durante uns dias levando a inundações repentinas e inesperadas, noutros bastam 2 dias de calor intenso para começar tudo a arder...

Mas e que mais posso dizer? Querem que vos fale sobre ter de ouvir a aturar desculpas esfarrapadas e argumentos da treta? Se calhar é melhor não...
Posso falar de 2 momentos bons da tarde:
Assistir (através de comentários de texto) a um Thomas Voeckler conquistar a camisola de montanha no Tour de France (e vai manter a mesma senão abandonar subindo finalmente ao pódio em Paris).
Ter um pensamento bastante porco e tão politicamente incorrecto que não tive coragem de o escrever na totalidade no Facebook (ou Twiter). Acabei por publicar uma versão mais soft (não resisti, tinha que escrever algo sobre isso) que me permite uma defesa simples caso seja atacado por puritanos de meia-tigela. Que pelos vistos nem sequer ligaram ou nem viram... Deve ser como a t-shirt que usei hoje, que tem uma mensagem bué da nice, mas obriga-me a ter que explicar porque está em misto de Inglês com Português.
Note to self: Mensagens irónicas em Português em t-shirts não funcionam no estrangeiro...

Então e o pato? Bem, lá deve ter finalmente atravessado a estrada para o outro lado com a sua família e espero que outros condutores os tenham visto e tenham reagido a tempo, como eu reagi, porque senão vai haver menos patos a largar minas de bosta por estes caminhos.

quarta-feira, julho 18, 2012

Arredores

Aqui os nossos arredores são curiosos. Temos os bombeiros em frente, temos campos de futebol, de basebol e de ténis. Um grande ginásio e até um pequeno campo de golfe (acho que é só na Primavera e Verão e alterna com campos da bola).

Mais para o lado temos uma mesquita ou assim nós achamos. Temos um edifício redondo que parece mesmo um cilindro assente num pilar. Temos o Sloterpark que rodeia o Sloterplas (finalmente percebi a diferença) onde vemos muitos coelhos, tem malta a fazer churrascadas e onde podemos ver outra malta a exercitar-se em aparelhos públicos de musculação com um bando de patos bravos e gansos a passar ao lado. Ir para o parque ou sair do mesmo por esta altura é tramado pois o chão está minado com minas de bosta deixadas pelos muitos bandos de gansos que simplesmente acercam-se dos prédios à espera que as pessoas atirem comida da varanda.

E um pouco mais para o outro lado, mais para lá da dita mesquita, temos um edifício onde até fazem excursões. O Oklahoma parece ser um edifício famoso ao nível da Arquitectura, que de acordo com a esposa terá ganho diversos prémios e, como pude confirmar em primeira mão, é atracção turística com autocarros que param perto e a malta sai toda a tirar fotografias. Eu só o vi de frente e de lado (passo lá todos os dias) mas parece que também é curioso visto de trás. E sim, é o edifício da foto do canto.

quarta-feira, julho 11, 2012

Por hoje fecho a loja


Não é muito normal fazer isto aqui no blog. Com as redes sociais, Twitters e Facebooks, costumo fazer este tipo de comentários lá, mas hoje apeteceu-me.

Está a fazer-se tarde e eu ainda estou no computador a gastar tempo com cenas. O pão está feito e cheira bem, mas é só para amanhã. A dourada assada a esta hora já estará digerida e a navegar pelo longo intestino. Agora é só ir ver mais um episódio da série da semana, para acabar com a temporada e passar para outra.

O dia começou comigo a querer estrear o meu IWC look-alike, ou em português, o sósia. Tudo bem que gastei mais de 10 minutos a tentar perceber como usar correctamente o mecanismo de fecho da bracelete, e isso fez-me chegar atrasado pois tinha que começar às 8:00 e a "guarda de serviço" não deixa escapar um atraso, mas estou muito contente com o meu Parnis (é chinês, não é automático, mas é altamente). Ora vejam a minha cara de felicidade a exibir o bicho:

O que não me deixou muito contente foi ver mais umas notícias sobre a extensa experiência profissional do Sr. Miguel Relvas de há 15 anos onde demonstrava já umas habilidades fora do comum para as polémicas e a aldrabice.
Com essas coisas não me deveria admirar que tal como a IGF apanhou em muitas empresas e entidades do estado com os cargos de chefia, muitos assessores do Governo receberam em Junho o subsídio de férias. Foi rapidamente explicado que o mesmo se referia ao trabalho realizado em 2011 mas como tinham começado no segundo semestre só agora o podiam receber. Sim, a explicação parecia correcta até virem vozes dizer que mais ninguém na Função Publica recebeu qualquer subsídio de férias... Olhem para o que eu digo e não olhem para o que eu faço...

Mas pronto, pensar em Portugal para quê? Mais vale sonhar com a Cote D'Azur que sempre tem bom tempo e está num país onde se pode comer e beber como em Portugal. E pelos vistos posso trabalhar ainda menos horas por semana e ter 37 dias de férias pagas por ano...

Mas pronto são coisas que andam aqui por esta cabeça e para não vos maçar mais e finalmente fazer o shutdown, deixo-vos uma foto minha que podia ser um postal de Amesterdão:
visitem o blog: http://athousandbikes.blogspot.com para outras fotos fantásticas de biclas
 E ... carrega no botão ... OFF

segunda-feira, julho 09, 2012

Fim da picada

Comentando uma notícia publicada pelo Argonauta no seu mural do Facebook, acabei por tecer uma comentário que no meu entender deve vir também para aqui.
Para enquadramento, a notícia partilhada era mais uma sobre o caso fétido da licenciatura do Miguel Relvas, um doutorzinho da treta, mas um dos principais ministros do actual Executivo.

A nível político eu actualmente não me consigo descrever. Tendencialmente social-democrata, já me apercebi ao fazer vários "testes" sobre tendências políticas que a minha bússola aponta para ideologias políticas diferentes consoante o assunto. Também o meu acompanhamento destas questões desde tenra idade (sempre fui um interessado pela política) levou-me a concluir que isto de esquerdas e direita, socialismos e liberalismos e outras coisas que mais, são na realidade uns rótulos e pouco mais que isso, e que não há nenhum correcto, pois na prática não vejo nenhum dos regimes funcionar sem ter que ir buscar ideias a outro diferente.
Desta forma acabei por seguir os conselhos do que a SIC chamou de "barómetro político", um site que fazia uma série de questões comparando com os programas oficiais dos partidos, e sem qualquer espanto tenho de acrescentar, o mesmo site mostrou-me que eu sou impossível de definir politicamente, com opiniões consideradas de extrema-direita em alguns assuntos, e outras de esquerda caviar anarquista para outros.
Na realidade o partido cujo programa mais se correspondia ao que eu acredito era o MEP, e assim, seguindo uma outra teimosice minha de que temos de mudar algo ou seja votar em muitos partidos e acabar com a hegemonia dos mesmos obrigando a coligações multi-partidárias, votei neles.

Mas apesar de ter votado noutros, admito que tinha alguma esperança nesta coligação PSD/CDS-PP.
No que toca a governação, minha posição é quase sempre de dar o beneficio da dúvida, posição essa que assumi e assumo até publicamente como agora. E apesar de discordar de algumas medidas tomadas inicialmente por este Executivo, sinceramente pensei que as estariam a tomar devido à urgência e ao pouco tempo disponível para sanear as contas públicas. Sempre tentei me convencer, que tirando uma ou outra jogada e aquelas personalidades que são notoriamente parasitas da sociedade, os membros do Governo tinham as melhores intenções para o país, fazendo aquilo que podiam e sabiam (que como se provou diversas vezes é pouco o que eles sabem).

No entanto esta situação do Miguel Relvas mostrou que lidamos com outros "meninos", do género dos que, tarde e a más horas, tiramos do poleiro. Depois do comprovar que as medidas não trazem os melhoramentos esperados, que a despesa continua a aumentar, que adiam a renegociação dos contractos das PPPs e que criticam membros do TC quando este contraria os seus planos, manterem este Relvas e ainda por cima o apoiarem é o fim da picada.

Para mim o Passos e a sua "corte" só tem mais um passo a dar, o em direcção à porta da saída...

quinta-feira, julho 05, 2012

Deprimido, depressivo, descomprimido ou o diabo a quatro

Os carros também têm destas coisas. Ficam nestes estados.

O meu Laguna, carro que já detestei e mais tarde tive saudades, que já achei que não curvava um peido e mais tarde vi que afinal até era razoável, está deprimido. Ou depressivo, ou descomprimido, ou o diabo a quatro...

Este carro, a que eu chamei de "O Podre" pouco depois de o ter comprado já lá vão quase 7 anos, era para ter ficado por Portugal a servir de carro de férias, ou dar o jeito a alguém da família que precisasse de um veiculo de substituição de repente. Mas os planos são feitos para não serem cumpridos e foi assim que "O Podre" regressou no inicio dos mês de Julho às estradas trans-europeias.

Seja por ter de regressar a tempo inteiro, ou seja por ter voltado pra Holanda onde fazia muito pior tempo, decidiu entrar em depressão. Sem entrar em muitos detalhes técnicos (mas que posso se alguém quiser saber) lá começou a exibir um problema que punha em causa a utilização do mesmo. Depois de um diagnóstico, a cura sugerida era um internamento e tratamento de choque, com direito a cirurgia e tudo.

Eu não concordei. Achei que internar o gajo era mau demais e ele só ia ficar pior. Conversamos os 2 com calma e ele começou a portar-se melhor apesar de ainda não estar com grandes energias.
Mas para grandes males, grandes remédios e vai daí arranjei o equivalente ao Prozac para os carros, ou ainda melhor, um Red-Bull (até vem em latas e tudo).
E a partir daí, acabou-se a depressão. Mesmo que seja à custa de estar pedrado com drogas e/ou Red Bull, "O Podre" quase parece querer herdar o nome do carro que substituiu, "O Bufante".

E esta história da depressão do carro fez-me lembrar de uma outra também relacionada com estados depressivos. Têm de pedir para vos contar a história do meu cliente que deprime constantemente e (acho eu) tem colegas imaginários e ouve várias vozes na sua cabeça...

sexta-feira, junho 29, 2012

Coisas que me fazem sorrir

Apesar de ter faltado a uma auto-promessa de fazer menos horas e trabalhar menos e voltar a ser o ultimo a sair do andar, desta vez às 19:00 (certamente porque sou um português pouco produtivo e pouco competitivo) hoje tive várias coisas na vinda para casa que me puseram vários sorrisos na cara e me deixaram bem mais disposto (depois da apreensão da manhã).


Foram elas:
- Dar uma vista de olhos nas métricas e verificar que sou (de longe) o gajo que mais trabalha;
- Um sol glorioso no céu e 20º de temperatura;
- Um coelho a correr pela relva num jardimzito da IBM;
- O CD do concerto ao vivo dos Humanos a tocar no rádio;
- Um homem bastante idoso com facto completo de ciclista numa bicicleta tradicional holandesa e que mais parecia parado do que a andar, num verdadeiro número de equilibrismo;
- 2 raparigas bem jeitosas, bardotos vá, com pouca roupa a dançar em coreografia e a simular um microfone em pleno parque de estacionamento;
- Fazer uma ultrapassagem;
- Cantar a plenos pulmões a canção "O Corpo É Que Paga" com o vidro aberto e parado nos semáforos;
- Chegar a casa e ter a mulher e a gata à espera;
- Saber que vou-me lambuzar com um mega-hamburguer do BurgerBar...

O peso da distância

Vejam bem esta foto:
Foto de Fábio Martins

Isto é desta manhã e esta é a minha aldeia, onde cresci e onde está a casa dos meus pais e avós (essa até se vê nesta foto).

Vi esta foto no Facebook e com comentários a falar de "pandemónio" e "várias explosões". Sabia logo a proveniência da coluna de fumo, um armazém de automóveis e peças e sucata, logo sítio com muito material combustível para as chamas e fácil de explicar as explosões.
Tendo sido por volta das 9:30, hora local, estando rodeado por mata e outros pavilhões e tendo casas não muito longe a coisa poderia ficar feia. E por isso mesmo ao consultar as Ocorrências no site da ANPC, deparo-me com o valor dos meios: 53 bombeiros e 17 viaturas, tendo sido reforçados uns minutos depois.
Não era claramente uma coisa menor.

Admito que foi uma das vezes em que mais senti o peso da distância. Estar a mais de 2000kms e ficar a saber desta situação quase instantaneamente deixou-me muito apreensivo. E fiquei preocupado com as gentes que lá moram pois conheço vários, inclusivamente sou amigo de um filho da família proprietária do armazém.
Não consegui pensar em mais nada e tive de ligar aos meus avós apenas para saber ao certo o que estava a acontecer e confirmar que eles estariam bem. Estavam sim, mas assustados pois ouviam constantemente as explosões. E sim havia muita confusão, muitos bombeiros e viaturas subindo e descendo a estrada estreita que rasga a aldeia.
Mais uns contactos com outros familiares, e curiosamente apercebi que era dos primeiros a estar a par da notícia. Havia pessoas da terra que estando no emprego não sabiam ainda do que se estava a passar! Um outro sinal dos tempos...

Dizem que a saudade quando se está longe é muito maior. E já o futebol, sendo um fenómeno social, mostra que as pessoas ganham um patriotismo inédito por estarem mais longe.
Eu hoje descobri que os sentimentos mudam mesmo, e estando a assistir remotamente a uma possível desgraça na minha aldeia, senti medo, apreensão e tristeza como poucas vezes senti na minha vida.

Longe da vista, longe do coração? Errado: Longe da vista mas perto do coração!

quarta-feira, junho 27, 2012

Faltou um bocadinho assim

E pronto, acabou o sonho luso no Campeonato Europeu de Futebol.
Está visto que não tenho ainda o dom completo da adivinhação, ou será que tenho? Curiosamente numa bolsa de apostas lá no trabalho tinha posto a Espanha a eliminar Portugal nas meias por 1 golo. Foi ainda mais renhido, foi nos penaltis.

É triste que o Bruno Alves não tenha aguentado a pressão. Pelos vistos fez como eu, precipitou-se e depois olha...

Mas foi um jogo que se decidiu nos pormenores. As selecções anularam-se bem, Portugal sempre a olhar o contra-ataque e quase no final do jogo tivemos aquele lance de 4 contra 2 mas que infelizmente o CR7 não conseguiu acertar bem.
Faltou um bocadinho assim...

Tenho de admitir que a Espanha tomou conta do prolongamento e fisicamente Portugal parecia estar nas ultimas. Não foi nenhum sufoco, mas na verdade também não conseguimos partir para bons contra-ataques.

Lotaria dos penaltis e pronto, faltou outro bocadinho assim...

Para Portugal acabou o Euro 2012. Vou continuar a ver os 2 restantes jogos porque gosto.

Agora outras batalhas desportivas virão aí, com portugueses envolvidos. Já estão a decorrer os Europeus de Atletismo (onde já tivemos algumas conquistas), este Sábado arranque o Tour de France com (apenas) 2 portugueses no pelotão, e depois hão-de vir os Jogos Olímpicos de Londres (onde sinceramente não espero nada de especial da participação portuguesa).
No futebol é preparar a qualificação para o Mundial de 2014, para daqui a 2 anos no Brasil estarmos a calar os detractores e voltar a dar luta aos campeões anunciados.

Quanto a mim, tenho de ir confortar a esposa que parece estar mais triste que eu, e continuar a praticar o meu dom de profeta.

What management is

terça-feira, junho 26, 2012

Then and now


O Jason Mraz quando "apareceu" era assim:


 Depois viu este episódio do Family Guy:
 

E agora apresenta-se assim:
 

Vamos lá ... com tranquilidade

Bem agora que os quartos-de-final já passaram e a Formula 1 só volta daqui a 2 semanas, vamos lá dissertar um pouco sobre a bola.

Admito que tinha algumas dúvidas se escrevia isto já, ou jogando pelo seguro, escrevia só depois da meia-final. Isto porque vou dizer umas coisas e daqui a 2 dias ter de me retratar. Por outro lado se estiver correcto, posso passar por grande especialista na matéria que até acertou em cheio.

Primeiro uma análise à prestação até ao momento da equipa das Quinas. Eu acho que o Paulo Bento descobriu aqui um truque qualquer, que advém duma das filosofias dele: a tranquilidade.
Tirando o jogo com a Dinamarca que não vi desde o início, tenho visto um Portugal a começar os jogos sempre nas calmas. Diria mesmo até, se a minha memória não me trai, que começa até mal dando a iniciativa ao adversário e parecendo mesmo que sofre um pouco. O curioso é que a equipa vai crescendo e acaba os jogos em grande forma, dominando o adversário. Até contra a Alemanha foi assim, e aí acho que o erro foi ser demasiado cauteloso, diria mesmo que jogaram com algum medo e só quando se viram a perder é que lá arranjaram motivação para ir com tudo.
Mas com isto quero dizer que acho que o começo tranquilo dos jogos é mesmo por vontade do Paulo Bento. Entrar com calma para aguentar uma primeira vaga da equipa adversária, controlar, não cansar e aos poucos e poucos impor-se no jogo. E parece-me que a nível físico conseguem manter-se no topo e superiorizar-se à equipa adversária.

Curiosamente vi isto mesmo no jogo de ontem da Itália. Começou devagar mas acabou a dominar a Inglaterra, pareceu-me que criando até mais chances de golo do que Portugal, que tem sido exemplar neste aspecto.

Juntado este truque táctico com um Cristiano Ronaldo em todo o seu esplendor e temos aqui uma boa hipótese de ganharmos isto. E porquê? Porque até agora nenhuma equipa me convenceu verdadeiramente. Posso vos dizer que a minha aposta nas meias foi um Portugal-Espanha e um Alemanha-Suécia (olhem que não foi assim tão descabido, eles estiverem a ganhar em todos os jogos e contra a França mostraram que eram uma equipa muito sólida). Acreditava que Portugal chegava lá mesmo pensando que não estávamos em grande forma. Depois vinha a inevitável derrota com a Espanha, que para mim estaria imbatível.

Mas então porque é que a minha opinião mudou agora? Porque como disse ali atrás, nenhuma selecção me convenceu, e sinceramente tenho a ideia que a nível geral Portugal é quem está a praticar melhor futebol ... depois de aquecer os motores.
Verdade que os jogos dos quartos mostraram que todas as equipas que passaram estão fortes, resta saber se está alguma muito mais forte.
O que eu penso e acredito é que a Espanha treme um pouco e não consegue se impor sempre. Se Portugal estiver como já mostrou, não precisamos temer a Espanha e temos jogadores de qualidades suficientes para fazer a diferença. Obviamente o Ronaldo pode resolver sozinho, mas temos um Nani que ainda não explodiu, entre outros que podem ter momentos de génio. Espera-se que todos eles se superem neste jogo.
A Espanha aliás já sabe o que a pode esperar, até com o Busquets a dizer que os jogadores estão preparados para parar o Ronaldo à força.

Então e se ganharmos à Espanha? Vamos jogar com a Alemanha que nos derrotou já? Primeiro não é garantido que a Alemanha vença a Itália que teve um poder ofensivo enorme contra a Inglaterra, mas que se falhar tanto como no Domingo perde porque a Alemanha não perdoa (basta pensar no jogo contra o Portugal).
E se for contra a mesma Alemanha, acho que agora damos a volta, pois o Paulo Bento já não dirá aos jogadores que o objectivo é não perder e mesmo começando nas calmas, o que vai frustrar um pouco os alemães, vamos arrebentar e conquistar o primeiro título internacional de futebol.
Fantástico!

terça-feira, junho 19, 2012

Outra vez a produtividade

Eu admito que sou obcecado pelo tema da produtividade. Não porque quero ser muito produtivo, mas mais devido à forma como este índice estatístico, na sua forma macro-económica, é usado pelos líderes políticos e económicos nomeadamente em Portugal.
E porque parece-me que a maioria dos média cai na "esparrela" e segue na procissão de falar da produtividade e apresentarem teorias para a mesma sem notarem e/ou explicarem como se chega a este valor.

Há uns anos já tentei explicar aqui mesmo neste blog o meu entendimento sobre a infame Produtividade (e até agora ainda ninguém me corrigiu e sempre que pesquiso mais sobre isto, confirmo que o meu entendimento está correcto na generalidade).

Volto ao tema porque deparei-me novamente neste fantástico mundo cibernético, com mais uma discussão em redor do mesmo.
Neste caso no Facebook alguém partilhou uma fotografia com uma tabela do Eurostat sobre o total de dias de férias por ano (dias da lei + dias permitidos sem trabalhar). Não me perguntem detalhes sobre isto que eu não sei. É uma imagem tirada de um artigo da Visão de Dezembro 2011.

A atenção foi desviada para a Produtividade pois a publicação no Facebook referenciava um artigo de um blog onde se discutia a mesma. E aí aparecia a tal tabela de cima e o autor apresenta diversas teorias para a pouca produtividade.

Como comentei, as pessoas continuam sem saber ou aperceber, que esta Produtividade (PPPH - Productivity Per Hour), tantas vezes usada contra os trabalhadores portugueses é simplesmente um índice macro-económico, obtido com a fórmula simples de PIB a dividir por horário de trabalho. Podem ver aqui: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/Glossary:Labour_productivity

Em suma é simplesmente o dinheiro gerado por hora no país. Não tem nada a ver com verdadeira produtividade de um trabalhador, se a pessoa produz muito ou pouco no seu trabalho.
Para além do exemplo que dei há 4 anos, posso dizer que agora que estou na Holanda, estou ali no número 2 da tabela de produtividade mas trabalho menos do que quando estava em Portugal. E porquê? Nada a ver com metodologias, processos ou motivação, é simplesmente porque aqui eu gero mais dinheiro por hora do que gerava em Portugal.

Outro exemplo: os índices de produtividade da industria automóvel mais usados, do que me lembro, são estes 2 que estão interligados:
  - Número de carros produzido por ano por trabalhador;
  - Número de horas para produzir um carro.
Um gajo que trabalhe na Ferrari faz muito menos carros e em muito mais horas do que um que trabalha na Renault em Valladolid (uma das mais produtivas da Europa há uns anos) mas gera muito mais dinheiro nessa hora (a PPH*, a tal usada pelos políticos, é superior).
Apesar de não ter valores concretos, do que me recordo de ler a fábrica da Auto-Europa em Palmela é também das mais produtivas, tendo em conta estes índices da industria, mas já a PPH* será inferior (suponho eu).

Infelizmente a filha-da-putice (que não tem outro nome) já dura há muitos anos e parece-me que muita gente acredita piamente que a baixa PPH* de Portugal significa que os trabalhadores portugueses são pouco produtivos, ou seja, malandros.
Curiosamente este Governo mudou um pouco o discurso e fala agora em Competitividade, mais até que Produtividade. Essa sim, é um calculo simples e simples é também o seu objectivo: quanto menores forem os custos para as empresas, melhor (para as mesmas)!

Mas então o que vai acontecer no futuro? Volto a dizer aqui o que já ando a dizer aos meus amigos e colegas desde o início destas políticas: Estas medidas vão levar a uma redução da Produtividade (PPH) pois o PIB está a baixar e o Governo aumentou o horário de trabalho.
Então o que vai acontecer em 2013? Os patrões, tal como já o fazem agora, vão pedir que se baixem salários porque a produtividade está a piorar. E os lideres políticos, nacionais e europeus, vão repetir a lenga-lenga e ninguém vai referir que as medidas adoptadas pelo Governo foram directamente responsáveis por isso.

E usando uma expressão corrente: Quem se lixa é o mexilhão!

* talvez devido à outra obsessão com as Parcerias Público Privadas, designei a Produtividade Por Hora como PPP. Entretanto já corrigi para PPH (BaKano às 17:05CET).

segunda-feira, junho 18, 2012

As cores lusitanas hoje voam mais alto

Hoje é dia 17, uma semana exacta mais tarde que o Dia de Camões, Portugal e das Comunidades Portuguesas. Mas quase que podia ser hoje o dia de Portugal, pelo menos a nível desportivo.

Já se sabia de antemão, hoje haveria vários pontos de interesse. Alguns há meses, outros só esta semana. Curiosamente um dos pontos de interesse luso só soube nas vésperas. E felizmente os 3 pontos de maior interesse a nível internacional (outros menores parecem ter existido) resultaram em vitórias.

O Dia de Portugal Vitorioso começou em França, às 15:00 (14:00 em Portugal) em Le Mans, com Pedro Lamy que, talvez no ano em que corria com as piores condições de sempre, vencia a categoria GTE-Am da famosa prova de resistência, as 24 Horas de Le Mans.

2 horas e 22 minutos mais tarde, mais para Sudeste nas montanhas suíças, Rui Costa, normalmente identificado lá fora como Rui Faria da Costa, chegava ao final da 9ª e última etapa da Volta à Suiça junto com os mais directos perseguidores. Isso significa que tinha conseguido segurar a camisola amarela, conquistada 1 semana antes, no "verdadeiro" Dia de Portugal. E mais surpreendente é que a vantagem para o 2º, um tal de Frank Schelck tinha aumentado 10 segundos nesta semana de competição ciclista ao mais alto nível.

E o dia desportivo terminou umas 5 horas e tal mais tarde, com a vitória da selecção nacional de futebol sobre a congénere holandesa no Euro 2012, confirmando a passagem para os quarto-de-final sem dependencia de terceiros e despachando uma das pré-favoritas ao títutlo. Apesar da derrota com a Alemanha e do sofrimento com a Dinamarca, as exibições da selecção sobretudo quando metem o querer em campo, permite sonhar com mais doces vitórias nos próximos dias.

Hoje foi um bom dia de vitórias importantes e bandeiras portuguesas agitadas em diversos pontos desta Europa pelas melhores razões. Também se confirmou o ditado que não há 2 sem 3.

Deixo um comentário ao meu amigo Diogo: afinal os créditos não se tinham esgotado...

sábado, junho 16, 2012

Mais ligações obscuras

Há uns 2 meses foi o meu colega camaronês a pedir-me ajuda para o negócio paralelo de airport shuttle e agora veio a minha colega nigeriana pedir para a ajudar a traduzir uns sites do Brasil, também relacionado com uma ideia de negócio que ela pretende lançar lá na Nigéria.

Pelos vistos na Nigéria existe muita cana do açúcar, mas ninguém faz sumo da mesma, sumo esse que parece ser bastante apreciado.
Ora a minha colega nigeriana, que já teve um negócio paralelo de catering, está convencida que existe uma nova e grande oportunidade e sem ser preciso grande coisa. Basta comprar umas moendas, que é como quem diz uns moedores manuais de cana do açúcar, levar para a aldeia e meter a malta a dar a manivela para se fazer sumo. Simples e barato e na ideia dela com uma grande chance de alta rentabilidade.

A ligação ao Brasil vem porque lá vende-se as tais moendas baratuchas e em metal, enquanto por aqui apenas se encontra moedores eléctricos oriundos da China, com muito plástico e que ainda por cima são relativamente caros. Eu fui metido ao barulho por causa do português e acabamos a discutir o modelo de negócio e as melhores formas de meter 4 ou 5 moendas originarias do Brasil em Lagos, Nigéria.

E mais uma vez poderei estar ainda mais envolvido dalguma forma, pois pode ser necessário pedir a alguém lá que receba a encomenda original para depois enviar para a Europa, ou a minha colega vai ela própria buscar de avião (os custos numa transportadora são bastante avultados!). E como tenho família e amigos no Brasil, lá vem BaKano to the rescue!

Nesta meu pequeno universo começo a chegar a conclusão que os meus colegas africanos estão sempre à procura de novas oportunidades de negócios alternativos, e para além disso, África chama por mim. Será que a minha vocação e futuro é tornar-me num mediador de negócios africanos?

quarta-feira, junho 13, 2012

Que puto de stress...

Depois da derrota com a Alemanha, um resultado algo esperado, este jogo era aquele em que se apostava tudo. Era preciso ganhar ou estaria tudo acabado (mesmo que um empate deixasse ainda hipóteses matemáticas). Isto era o primeiro factor contribuinte para algum nervosismo da minha parte para este jogo.

Por essa razão e até para ver melhor o jogo em si, tinha pensado em ver este jogo em casa. Só que o meu amigo Daniel, que nos visitou durante 1 semana, tinha de ir para o aeroporto na altura do jogo.
Pensei então que sairia mais cedo, via a primeira parte no aeroporto com ele e depois vinha para casa no intervalo. Esqueci-me foi de verificar os turnos e obviamente tinha turno para fazer, ainda para mais como dispatcher, o que significava que só podia sair depois das 18:00.
Pronto, pensei que iria perder os primeiros minutos, mas como o Daniel podia ir de autocarro o plano mantinha-se. Só que ele atrasou-se nas compras de recuerdos e assim passou a ser mais conveniente vir a casa e levá-lo ao aeroporto no intervalo, deixando-o junto do terminal das partidas.

E acabou por ser mesmo assim. Apesar da camisola vestida (como tem sido tradição) durante toda a tarde, perdi ao todo mais ou menos 40 minutos de jogo, mas vi o 0-1, o 0-2, o 1-2, no ecrã gigante em Schiphol o primeiro falhanço do CR7, o segundo falhanço do CR7 já em casa, o 2-2 e finalmente o 2-3!

Foi muito stressante, berrei um bocado, insultei os vizinhos que passam o dia a mandar pancadas sabe-se lá onde mas que fazem um chinfrim do caraças, enervei-me com os semáforos, enervei-me com o jogo, afugentei a gata e assustei a mulher, mas já passou...

ESTE JÁ CÁ CANTA, CARA...HO!!!

PS - A Alemanha já ganha, mas seja como for a ultima ronda vai ser uma batalha com pelo menos 3 equipas (senão mesmo as 4) com tudo em aberto. Vai ser mesmo de morte!

sábado, junho 09, 2012

Memórias do Euro

O Euro 2012 já começou mas é mais logo que Portugal entra em campo.
Por diversas razões este campeonato europeu de futebol traz-me à memória o de há 12 anos atrás, sendo essas razões as muitas comparações que eu posso fazer, nem tanto a nível desportivo mas mais a nivel circunstancial, mais especificamente comigo mesmo.

Há 12 anos atrás estava eu em Inglaterra. Julgo ter sido o primeiro campeonato que assisti de fora e foi também a primeira vez que, como combinado previamente com um inglês, comprei uma camisola oficial da selecção. Isto tudo para ir assistir especificamente o jogo Portugal - Inglaterra, em "casa" do adversário, ou seja, num pub. Éramos 2 tugas, os únicos, eu e o meu amigo Filipe que também lá estava a trabalhar em Inglaterra comigo.

Agora estou novamente no estrangeiro, no país onde há 12 anos se disputou a partida, mas também um dos países cuja selecção está no grupo de Portugal. Tal como há 12 anos estou aqui com mais alguém, desta vez a esposa, e vamos ambos ver o jogo a um tasco e equipados com camisolas da selecção (mas só eu com a oficial deste ano). As horas serão as mesmas 20:45, a diferença é que agora vamos no Sábado e o outro foi numa segunda-feira, depois do trabalho.

A nível desportivo existem algumas semelhanças também: Portugal não parte de todo como um favorito, estamos no chamado grupo da morte tal como há 12 anos estávamos num grupo muito complicado (só não era o da morte porque poucos contavam com Portugal) e vamos jogar contra a Alemanha, uma das grandes candidatas à conquista do título.

A minha memória de há 12 anos vai ser algo que perdurará para sempre e uma história para ir contando a amigos, filhos e netos. Como 2 tugas no meio de um pub festejaram o doce sabor da vitória conquistada com uma reviravolta das mais fantásticas da história do futebol nacional. E eu ainda meti £10 ao bolso duma aposta que fiz, quando aos 0-2 o inglês já cheirava a nota todo feliz. A apoteose dessa noite foi eu celebrar sozinho o 3º golo (poderá ter sido o 2º) pois o Filipe tinha ido ao WC e só se lembra de ouvir um único gajo a berrar no pub e o resto do povo com silêncio de morte...

Mais logo não será bem assim. Primeiro não jogamos (ainda) contra o país onde estou, e segundo, vamos estar num tasco português (Os Lusitanos) no meio de muitos outros tugas, logo os festejos serão sempre diferentes.
Isto obviamente se não sairmos desiludidos com a partida e/ou resultado.
Mas como dizia o Zé Nando, jogador do Alverca S. Pedro da Cova, no futebol são "11 contra 11, homens contra homens" e o que é preciso é "jogar o jogo pelo jogo e danificar a camisola".

quinta-feira, junho 07, 2012

Saltimbanco ou barquinho apagado

Andava eu na quarta-classe e fiz uma redacção sobre o que eu queria ser um dia quando crescesse:
Quero ser uma marinheiro, sulcar o azul do mar, vaguear de porto em porto até um dia me cansar. Quero ser um saltimbanco, saber truques e cantigas, ser um dos que sobe ao palco e encanta as raparigas.

A professora chamou-me ao quadro e deixou descomposto: "Oh menino atolambado, que partida de mau gosto".
Lá fiz outra redacção:
Quero ser um funcionário, ser zeloso e ter patrão, deitar cedo e ter horário. Ser um barquinho apagado sem prazer em navegar, humilde e bem comportado, sem fazer ondas no mar.

A professora bateu palmas e deu-me muitos louvores. Apontou-me como exemplo e passou-me com 15 valores.

Esta história não é minha e tenho quase a certeza que é fruto da imaginação do Carlos Tê mas que muito provavelmente se inspirou em eventos reais e fez mais um belo retrato duma realidade, que pretendia ser em 1964. Não sei em que ano exacto terá Carlos Tê escrito esta letra, mas eu conheci-a pela música "O que eu quero ser quando for grande" do mítico álbum do Rui Veloso "Mingos & Os Samurais", gravado e editado em 1990.

O certo é que para mim este simples texto ainda hoje tem muito de verdade em parte do território de Portugal, senão na grande maioria. Um miúdo que ande na escola e tenha ideias diferentes (neste caso mais de artista o que é normal no caso de quem escreveu) é puxado para baixo e pretende-se que o mesmo seja apenas mais um gajo mediano como muitos. Isto acontece na escola, na família e na sociedade também.
Carlos Tê conhece muito bem a realidade portuguesa e acerta em cheio em poucas palavras, tecendo uma bela caricatura pela boca de um miúdo de 9~10 anos.

E aproveito para fazer a ponte para um outro miúdo, este de 15 anos oriundo dos Estados Unidos e de seu nome Jack Andraka. Este miúdo foi o vencedor da edição deste ano da Intel International Science and Engineering Fair tendo desenvolvido um teste que permite detectar de forma precoce 3 tipos de cancro. E sendo esse teste bastante mais fiável que os actuais e extraordinariamente mais barato (para saberem mais cliquem no nome do rapaz para lerem um artigo sobre isto).
Ora o Jack Andraka não deve realmente querer saber cantigas e subir ao palco (se bem que deve gostar de encantar as raparigas) mas seria certamente um saltimbanco pensando em grande e fora dos padrões habituais, como dizem os anglófonos think outside the box, muito mais além do que é expectável nesta altura, o 9º ano de escolaridade.
Eu pergunto-me se por acaso o mesmo Jack Andraka em Portugal algum dia teria oportunidade de fazer o que fez. Eu sinceramente acho que não porque seria alvo de gozo dos colegas, de inveja de professores, já para não dizer que a industria ou outros cientistas nunca permitiriam que um miúdo de 15 anos inventasse esta coisa!

De certo modo sei que estarei a ser um bocado exagerado nesta transposição da metáfora do Carlos Tê para a sociedade de hoje, mas quanto mais penso no assunto mais me convenço, e adoraria estar errado, que infelizmente a maioria da sociedade preferiria que o Jack Andraka fosse apenas mais um zeloso barquinho apagado, com um patrão e horário.

terça-feira, junho 05, 2012

Empty shell

O Oita já foi o centro comercial de Aveiro. Durante muitos anos o maior com vários andares de lojas, muitas delas míticas como o Patinhas Burguer, a Croissanteria, a Zara, salão de jogos, lojas de informática e várias relojoarias. Tinha também uma sala de cinema que estava quase sempre cheia.
Como muitas outras coisas de um outrora relativamente recente, não aguentou a mudança dos tempos onde o shopping está intimamente ligado a um super ou hipermercado e a lojas grandes. Grande só tinha mesmo a Zara mas até essa se mudou para outro shopping mais moderno.

E o Oita assim foi ficando, vazio, cheio de pequenos e baixos espaços em branco com papeis nas portas a dizer "ALUGA-SE" ou "TRESPASSA-SE". Alguns negócios se mantiveram, outros novos se criaram (ou mudaram) lá. É engraçado que o Oita manteve o seu traço de inovação em Aveiro, sendo sede da primeira loja legal relacionada com drogas em Portugal (dizem eles) e das primeiras sex-shops da região.
Mas apesar disto continua muito vazio, uma sombra do que já foi. De vez em quando vou até lá, sobretudo para ir à costureira a quem recorremos e fico sempre um pouco triste por ver no que se tornou.

Como disse, os papeis abundam, mas ainda nos podemos surpreender com o que lá vemos. Nomeadamente na porta do antigo "Manhas & Manias" que de acordo com os responsáveis, não está para alugar nem trespassar. Está somente "temporariamente encerrado" apesar de não se saber o motivo. Mas é uma interpretação muito própria do significado de "temporariamente", pois o mesmo papel que pelos vistos ninguém mexeu, está datado de Julho de 2002!
Temporariamente encerrado há 10 anos e se calhar por 10 anos mais...