segunda-feira, janeiro 31, 2011

Esta semana não...

... vou escrever muito, ou mesmo nada (para além disto que escrevo agora) porque a semana passa depressa e há assuntos de maior importância a resolver.
Eles são documentos a tirar, divergências a esclarecer, contratos a renegociar, cenas para comprar, enfim, coisas para fazer!

Até está a correr bem, os assuntos mais urgentes, já foram tratados e as compras estão a 50% mais coisa menos coisa. Mas quando reparo no que ainda falta para fazer, vejo que apesar de tudo, os dias são poucos. É que conciliar tudo com a vontade de ir tomar uns copos e uns jantares com a malta, mais passar algum tempo de qualidade com a mulher (nem que seja sozinhos os 2 em casa a "gozar" o sofá) parece algo complicado!

O que vale é que me levanto por horas holandesas, ou seja super-cedo e posso tratar das cenas da net, logo a começar o dia...

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Fim de ciclo

Amanhã é um dia importante. É um dia com algum significado. Vão-se completar 2 meses que vim para Amesterdão ao mesmo tempo que representa o dia em que volto a casa para passar uns dias a tratar de assuntos importantes e espero eu aproveitar as coisas boas que a minha terra tem para oferecer.
Mas sobretudo o dia da amanhã representa o fim de um ciclo, ou pelo menos assim eu espero.

O ciclo de integração ou habituação sinto que está a terminar desde o último fim-de-semana. Converso mais com a malta do trabalho, trabalho esse que me parece já surgir mais natural. Começo a parecer mais eu também, mandando umas bocas aqui e ali, e já começando a mostrar sinais de "dominar o esquema". Hoje até tive um colega meu a dizer "you're good!" depois de eu ter atendido um telefonema sobre um problema de alta prioridade que o cliente estava a pedir o suporte por telefone (eu estou mais habituado a receber os pedidos de suporte por e-mail).

Também espero que o ciclo da espera também termine amanhã. Nada tenho contra andar de transportes públicos, e no centro de Amesterdão é praticamente a única forma racional de um gajo se deslocar. Quer dizer a bicicleta ainda é mais racional, mas adiante. Mas só o tempo de ir para a paragem será o tempo que demoro a chegar de carro à IBM. Portanto quando voltar na outra semana, trazendo o carro para usar aqui, vou conseguir aproveitar mais meia-horita de sono, ou nem que seja na ronha. Assim como poderei sair do trabalho à hora que quiser, sem precisar de ficar mais um bocado porque não vale a pena ir esperar o autocarro para o frio.
Ao todo conto ganhar mais de 1 hora por dia para fazer o que me apetecer.

Portanto espere que ao final do dia de amanhã, me possa despedir definitivamente do BaKano mais tristonho e desmotivado, e abarque definitivamente o BaKano à moda antiga, em versão Holandesa.

E para já me despeço que tenho de ir acabar de arranjar a mala para amanhã. Até para mais que apanhei o turno da manhã, logo tenho de estar na empresa às 8:00 e quem me conhece sabe que ir trabalhar às 8:00 é cedo demais!

Até à proxima, já por terras lusitanas (I hope!)

terça-feira, janeiro 25, 2011

Diário de um BaKano

Meu querido diário,

Hoje fiquei muito contente. Saí de casa já em pleno dia, e quando saí do trabalho ainda se via um resquício de azul no céu. Já andava um bocadinho farto de passar a maior tempo no escuro, ou fechado em 4 paredes quando havia luz.

O dia não correu mal, já vou a 130% de produtividade para o mês de Janeiro e já estou mais à vontade com o mesmo, com os clientes, e com os colegas. Até já falei de motas com um alemão com quem ainda não tinha trocado 2 dedos de conversa... Ainda por cima ele é músico e toca numa banda qualquer, portanto mais uma razão para confraternizar com ele. E ainda, a mulher dele vende vinhos e faz umas provas volta e meia, e isso sem dúvida nenhuma que é coisa em que estou interessado, vinho!

Continuo sem entender muito bem porque caraças demora tanto tempo a mandar um cartão bancário de substituição. Pedido há quase 3 semanas e nada de cartão! Isso deixa-me frustrado porque não posso confirmar a recepção do maior salário que recebi até hoje, assim como tenho de andar a levantar dinheiro a crédito (pagando as comissões)...

E pelos vistos é mesmo verdade que eu transmito uma imagem de gajo simpático, boa pessoa e prestável, porque novamente fui abordado por turistas a pedir informações, mas deste vez em plena "terreola" (Badhoevedorp) e por uns alemães de carro que andavam à procura de um Hotel. E mesmo só aqui estando há umas semanas, lá os mandei para o sítio certo. Quer dizer, espero eu!

E hoje comi uns bifes de porco, com massa com o formato de perceves, e uma saladinha mais à portuguesa (acrescentei uns tomatinhos cortados) e kitada com queijo de cabra.

Por isso, feitas as contas, hoje estou contente

Estivesse a cena das portagens nas ex-SCUT resolvida (ando a pagar portagens a outro gajo que ficou com o antigo carro e a Via Verde diz que tenho de esperar) e estaria muito contente...

Até amanhã meu querido diário!

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Análise numérica


A análise numérica é um ramo da matemática que estuda métodos construtivos (na forma de algoritmos) que convergem para entidades matemáticas cuja existência foi demonstrada. Mas não é isso que eu vou fazer.
Hoje decidi falar das eleições de ontem, mas olhando quase em exclusivo para os números, e ignorar as análises políticas que muitos gostam de fazer e devem ter feito desde o fecho das urnas e ainda as farão durante alguns dias vindouros.

Cavaco Silva ganhou com 52,91% dos votos, uma margem ainda maior que na eleição anterior. Isto é um facto inegável. Assim como é inegável que Cavaco ganhou em todos os distritos e nas Regiões Autónomas. Até mesmo nos redutos da esquerda, e apesar de resultados mais renhidos, Cavaco ganhou.
Assim à primeira diria-se que foi mesmo uma vitória a todos os níveis.

Mas por acaso daquilo que li pelo menos nos títulos (admito que não segui esta eleição com atenção até porque sou da opinião que ela tem pouca importância para o futuro de Portugal a curto prazo) a malta não deixou de notar que Cavaco teve muitos menos votos. Uma abstenção de praticamente 52,5% não pode ser tratada com leviandade. Sobretudo qd há 5 anos ela foi de 38,4%.
E para mim olhando para os números completos, é ainda mais grave quando havia praticamente mais 600000 eleitores inscritos este ano que há 5 anos atrás.
E mesmo assim foram votar aproximadamente menos 110000 de pessoas. Sim, quase um milhão e cem mil pessoas votaram este ano, existindo mais de meio milhão de eleitores novos.

E se considerarmos os votos à luz da totalidade de eleitores, vemos que o Presidente da República, a figura mais elevada do Estado, foi escolhido por 23,5% das pessoas inscritas para votar em Portugal, ou seja apenas 23,5% da população adulta de Portugal escolheu o nosso Chefe de Estado.
Há 5 anos atrás, e apesar duma menor percentagem de votos no final, o Cavaco foi escolhido por 31% da população adulta de Portugal.
Para mim é curioso, agora o que realmente significa não sei ao certo.
Como disse inicialmente não quero fazer desta crónica uma análise política.

No entanto, depois de ter lido um comentário num fórum de discussão dirigido a quem foi votar em branco, e que também se aplica a quem se absteve, fiquei com uma frase para dizer.

Na realidade Cavaco apesar de ter tido apenas 2.223.269 votos, foi eleito por 7.444.374! Na realidade todos os votos em branco, nulos e quem se absteve, só contribuem para a eleição de quem tem mais votos.
E isso é triste porque estes números (e estão todos a aumentar, o número de votos em branco e nulos) revelam claramente que as pessoas estão desiludidas, já não se revêm nos políticos e não encontram ninguém (ou muito poucos) nessa classe que valham alguma coisa.
E se eu dantes não achava bem que as pessoas não fossem votar, e que não votar era pura e simplesmente um "não quero saber", agora estou convencido que é realmente a única forma de protesto que temos.
Se calhar em próximas eleições, se votarem apenas 25% dos eleitores registados pode ser que as eleições sejam impugnadas e a corja que lá está seja obrigada a dar lugar a uma outra vaga que talvez traga alguma coisa de novo e de bom... Talvez...

E pronto e afinal sempre acabei com uma espécie de análise política, mas é mais a minha opinião

PS - Eu também foi um dos que se absteve, mas admito que foi sem querer, porque na altura de marcar a viagem a Portugal não me lembrei de ir ver a data das eleições e sendo assim não tinha viagem a tempo para o fazer.

domingo, janeiro 23, 2011

Alguns apontamentos


- Pelos vistos eu tenho cara de gajo simpático e de boa pessoa. Fiquei a saber isso ao almoço com 2 colegas de trabalho (1 galês e 1 italiano) quando lhes dizia que até era bastante abordado por pessoas aqui que se punham a falar comigo (ou perguntar coisas) e em Holandês. Eles disseram que eu parecia um nice guy e que eles provavelmente se me vissem na rua e precisassem de fazer alguma pergunta também se dirigiriam a mim porque pareço uma boa pessoa.

- Acho que os gajos aqui conduzem um bocado mal. Em montes de cruzamentos entram logo pelo lado mais perto, ou seja, pela outra faixa de rodagem às vezes com carros lá e tudo. Os gajos das scooters (que podem andar nas vias das biclas e sem capacete) acham que é boa ideia ultrapassar pela direita um carro que está a virar à direita e pelos vistos ficam surpreendidos por não terem espaço para passar depois. Pode ser uma impressão precipitada por apenas reparar nos maus exemplos (que me parecem ser frequentes)...

- Uma noite de sexta-feira passada num bar a beber cerveja e a falar (e conhecer) vários portugueses, seguido de um sábado passado fora de casa mesmo ressacado, a falar com outros portugueses também, serviu bastante para levantar a moral. E sim foi só a moral que levantou mesmo (não passei no Red Light District)...

- Ando indeciso entre comprar novamente uma compacta (do tipo super-zoom como a que tinha), uma Digital SLR de baixa gama (entry level), ou uma "híbrida". As híbridas ainda não tem um nome definitivo, há quem chame de Mirrorless (proveniente de MILC - Mirrorless Interchangeable Lens Camera), EVIL (Electronic Viewfinder Interchangeable Lenses) ou Micro 4/3 como a Panasonic e Olympus chamam, aliás os primeiros fabricantes deste tipo de câmaras.
Como teoricamente as híbridas combinam o melhor dos 2 mundos (das compactas e das SLR) começou a crescer na minha cabeça que era uma destas. E quando vi as funcionalidades e aparente qualidade (por reviews em sites da especialidade) da Panasonic GH2, achei que era mesmo esta que ia comprar. O problema foi quando vi o preço, que chega a ser bem superior a muitas dSLR (e as lentes então como são sistemas diferentes, ainda fazem piorar a figura!).

- Decidi no entanto que vou comprar um GPS. Agora resta saber qual. Estava tentado a comprar um N-Drive (sempre é produto nacional em teoria pelo menos) mas tenho de ter uma versão com mapa da Europa (ou permitir meter) porque ele é mesmo para isso, servir quando andar a passear por esta Europa fora, que é o que conto fazer a partir de inícios de Fevereiro.

- Esperava eu o 145 na Museumplein às 23:30 depois de ter vindo da casa de um conterrâneo pelo 12, quando se aproxima um gajo com a cara manchada que ao ficar à luz da paragem do autocarro consigo perceber tratar-se de sangue. O homem encosta-se à paragem e calmamente saca de tabaco de enrolar e começa a preparar um. Não sabendo bem o motivo das feridas na cara, decido que se calhar é melhor esperar o autocarro um pouco mais à frente e não estar ao lado dele...

- Um bocado antes de ter começado a escrever isto, tinha mais 1 ou 2 apontamentos curiosos a fazer, mas o avançado da noite acho que me fez esquecer o que queria dizer. Também fiquei um bocado desconcertado depois de ter estado a ver a Caroline Wozniacki a apurar-se para os quartos-de-final do Australian Open...

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Tem sido muito diferente.

Para a semana vai fazer 2 meses que vim para cá. Vai ser na sexta, dia 28 e curiosamente vai ser o dia de um regresso a Portugal. Regresso com data marcada de volta, obviamente, mas pronto. Não foi intencional, lá calhou. Aliás se me tivesse lembrado das eleições presidenciais teria marcado para este fim de semana que aqui vem, e assim lá iria depositar o meu voto. Quer dizer, se calhar não, porque com o roubo dos documentos não sei se a mesa aceitaria o meu voto... Adiante...

O que acontece é que claramente esta estadia no estrangeiro teve um efeito muito diferente em mim do que as anteriores.

No Japão estive "apenas" 2 meses, mas no entanto tinha crónicas diárias carregadas de conteúdo. Aliás basta ver o blog do Japão e os posts, para notar que vários dias chegam a estar dividos em Manhã e Tarde. Alguns até em 3 partes!
No Japão todos os dias era uma aventura. Não propriamente aventura, mas o ritmo das coisas, fazia com que eu tivesse vários apontamentos a fazer.
Aqui o mesmo podia acontecer, mas simplesmente os apontamentos não me surgem.
Certo que volta e meia vejo coisas que são curiosas e merecedoras de serem escritas tipo crónica, ou verdadeiras "dissertações" ao bom estilo BaKanal. Mas não...
Mesmo comparando com os 3 meses que passei em 2006 no UK, onde escrevia neste mesmo blog, a coisa é muito diferente.

Mas o que aconteceu comigo? Sinceramente não sei. Uma coisa é certa, não tenho andando a passear ou à descoberta como antes. A minha estadia aqui também não é como as outras coisas, claramente temporárias e com viagens regulares para Portugal e tudo pago.
Aqui é uma mudança. Emigrei. E ainda não me consegui adaptar a esta nova realidade.
Da mesma forma que não gosto de estar aqui sozinho, de ter deixado a minha casa, as minhas coisas e a minha mulher em Portugal. Deixado mesmo (não abandonado), sem saber quando volto e pensando que se calhar o futuro é aqui. E pensar num futuro aqui para já deixa-me triste.

Isso associado à aventura de começar numa nova empresa, uma nova carreira (ainda técnica mas diferente) e ter uma série de coisas a aprender e outras tantas a que me habituar, e o ainda me faltar uma série de coisas, como o carro (que virá qd eu voltar da visita a casa) e o que me roubaram na época natalícia, deixou-me num espírito bem diferente.

Portanto, nem disserto, nem faço crónicas sobre como a Holanda tem tratado o BaKano.

Vamos lá ver se recupero o estilo do costume, e as ideias e as palavras fluem com mais regularidade e qualidade

Mas sem dúvida que a minha vida para já tem sido muito diferente das experiências passadas...

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Continuando na mesma onda...

Da última vez que aqui escrevi foi para contar a minha má sorte e um dia em que fiquei bastante lixado com isto tudo.
A verdade é que tenho continuado mais ou menos pela mesma onda.

O mau tempo e o estar agora a morar numa terra pequena trouxe alguns contratempos. Assim como exacerbou um problema que já tinha experimentado antes: a pouca certeza nos horários nos autocarros.
Basicamente e para resumir porque não estou muito inspirado para escrever, se vou em cima da hora prevista para o autocarro, o gajo vem uns minutos adiantados (já vi o autocarro passar mais de 7 mins antes da hora); se eu vou 5~10 mins antes para acautelar o chegar antes, o mesmo autocarro vem atrasado.
Ou seja, estou a 4 kms da empresa, uma viagem de 10mins de carro, e chego a demorar 45 mins qd tudo corre bem, sendo que muito tempo estou à espera. Se tenho o azar de me atrasar 1~2 mins a sair de casa, e grande o risco de perder o autocarro e ficar mais meia-hora à espera do próximo.
Espero que tudo melhore e deixe de ter tantos "tempos mortos" assim que tiver o carro cá, mas para já é mais 3 semanas nisto.

Mas esta má onda, não é nada comparado com o que me aconteceu a meio duma semana de festas e que estava a correr muito bem com uns dias de descanso em família e com a companhia da minha querida mulher.
A "regressar" a França para a passagem-de-ano, fui assaltado em pleno comboio, sem saber ainda muito bem ao certo como, mas a verdade é que praticamente tudo de importante (algumas coisas com valor sentimental) foram-se.
Ainda tive a sorte de ter deixado o passaporte aqui na Holanda, senão tinha mesmo ficado na merda.

Portanto agora preciso de uma máquina fotográfica nova, um novo leitor MP3, uma nova mochila, um novo necessaire, um novo Cartão de Cidadão e uma nova carta de condução, fora outras coisas menores.
Algumas das coisas que me roubaram já tenho substitutas...

O que posso dizer é que estatisticamente, algum dia tinha de acontecer, ser roubado, ao menos não tive sequelas fisicas nem foi uma experiência traumática.

Vamos a ver se a má onda desaparece depressa...

É que ainda por cima ando a pagar as portagens na A25 e A17 a alguém que ficou com o antigo carro da mulher ... apesar de termos o identificador na nossa posse!
Enfim, é só mais uma para juntar à onda...